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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

MORTOS SUSPEITOS DE FUNDAR PARTIDOS

José Nêumanne* - O Estado de S.Paulo
Nada há a contestar na decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de negar registro ao Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, de vez que não lhe foi apresentado o número mínimo de assinaturas de apoio de eleitores aptos a votar exigido pela legislação eleitoral. Nada justificaria que o tribunal passasse por cima da lei, pois sua função é exatamente garanti-la.
Os políticos - e a ex-senadora acriana é um deles, queira ou não queira, tenha ou não tenha outra imagem perante a população - deveriam saber que a democracia é o império da lei e a norma legal precisa ser cumprida também por eles, que a debatem, votam e aprovam. Marina teve 20 milhões de votos na última disputa presidencial, em 2010. Desde as manifestações de junho, seu nome aparece como a mais viável opção contra a provável reeleição da presidente Dilma Rousseff, que encabeçará uma chapa de muitas legendas, a começar pelas duas maiores, o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). E daí? Isso não a torna isenta de cumprir obrigações legais trabalhosas e complicadas: as assinaturas e os Estados onde elas podem ser obtidas e um prazo.
Faltou o mínimo de competência e sobrou bastante negligência à ex-senadora na coleta das 492 mil assinaturas em nove Estados e, por isso, ela chegou ao prazo fatal, sábado passado, sem tê-las em mão. Não adianta reclamar nem pôr a culpa nos outros. Desde que se desentendeu e saiu do Partido Verde (PV), pelo qual se candidatou à Presidência em 2010, ela teve tempo de sobra para conseguir mais do que o necessário. É certo que sem máquina burocrática federal ou estadual, sem estrutura profissional de apoio para conduzir o processo e sem boa vontade dos políticos com os quais concorre, ela teria dificuldades. A estas se somaram, de acordo com seu depoimento (que não pode ser considerado insuspeito), a má vontade e a lerdeza burocrática dos cartórios nos quais teria de registrar as assinaturas exigidas pela lei.
Os governistas tentaram interpor um obstáculo casuístico à sua pretensão na forma de um projeto de lei criado apenas para dificultar a criação de novas legendas partidárias. A oposição, normalmente desatenta e pouco propícia a enxergar qualquer coisa além dos muros de seus quintais, conseguiu, com o apoio do baixo clero silencioso e, ao contrário dela, atento aos próprios interesses, evitar a aprovação por urgência urgentíssima da providência que, em outras condições de temperatura e pressão, seria bem-vinda para evitar o caos partidário que enfraquece a democracia no Brasil. Mas nem isso lhe serviu de alerta para redobrar os esforços para obter o registro no TSE.
Em vez de fazer uma autocrítica sincera da própria negligência, Marina preferiu atacar os cartórios. Ora essa, cartórios são cartórios e não foram criados para simplificar o complexo, mas para complicar o simples. Não é à toa que cartorial é um termo que carrega um significado nefasto, que designa maçada, delonga, adiamento. Se, como denunciou, cartórios do ABC dos metalúrgicos do PT agiram de má-fé com ela, por que não os denunciou na Justiça nem mobilizou os militantes da Rede para atazanar a vida deles? Ora, ora, como dizia minha avó, desculpa de cego é feira ruim e saco furado.
Apesar disso tudo, convém advertir que são controversas, sim, as decisões do TSE a respeito das duas novas legendas partidárias que aumentaram de 30 para 32 o número dos partidos políticos em atuação no Brasil. Ao aceitar como boas assinaturas de apoio contestadas pelo Ministério Público, algumas entre elas suspeitas de serem de mortos, a Justiça Eleitoral lavou as mãos como o cônsul romano Pôncio Pilatos. Por que decidir a questão para não perder o prazo de 5 de outubro para a criação do Partido Republicano da Obra Social (PROS) e do Solidariedade? Por que não dirimir tais suspeitas?
A presidente do TSE, Cármen Lúcia, ao anunciar a negação de registro ao Rede, lamentou. Por quê? Nada a lamentar. A política é um jogo que se joga com regras preestabelecidas e a própria perdedora deixou claro que logo terá um partido para chamar de seu. Em vez de lamentar o inexorável, o tribunal podia explicar por que aceitou assinaturas suspeitas. Que hecatombe sofreria o País se o PROS e o Solidariedade não fossem autorizados a negociar seu apoio nas eleições de 2014? O benefício da dúvida a favor do acusado de fraudar assinaturas põe em dúvida o julgamento do tribunal.
O TSE orgulha-se muito da implantação da urna eletrônica, como se esta fosse a decretação automática do fim da fraude eleitoral no Brasil. O gato escaldado Leonel Brizola tinha dúvidas sobre isso desde que os bicheiros da Baixada Fluminense e os militares do regime tentaram tomar-lhe à força a primeira eleição direta para o governo do Estado do Rio, após ter voltado do exílio. Seria paranoia dele? Ao aceitar assinaturas suspeitas para criar dois partidos que para nada servem, a não ser para distribuir dinheiro público e tempo em televisão e rádio às vésperas de eleições pelos bolsos de seus fundadores, a Justiça Eleitoral restaura duas fontes de fraude do tempo dos coronéis: a eleição de bico de pena da República Velha e os eleitores-fantasmas que assombraram a democracia brasileira até o fim do século passado.
Sebastião Néri, em sua hilariante coletânea de casos folclóricos, narra a história do coronel Chico Braga, do Vale do Piancó, no sertão da Paraíba, onde a proximidade do Ceará e o controle dos atestados de óbito no cartório permitiam inflar o eleitorado. Balançando-se numa rede no alpendre de sua casa, o coronel ouviu o apelo para que fosse votar antes do fechamento das urnas. "Co'os diachos, menina, já votei cinco vezes hoje e ainda querem que eu vote?", disse à moça que o embalava. Ele morreu, mortos não votam, mas será que podem ajudar a fundar partidos?

sábado, 10 de agosto de 2013

LEWANDOWSKI INTERFERIU EM PROCESSO PARA AJUDAR DILMA E O PT

O Tribunal Superior Eleitoral sumiu com os pareceres técnicos que sugeriam a reprovação das contas do PT na época do mensalão e da campanha da presidente Dilma em 2010. Documentos revelam que isso ocorreu por determinação do ministro Ricardo Lewandowski

Rodrigo Rangel
Ricardo Lewandowski
Ricardo Lewandowski (Cristiano Mariz)
Em outubro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal monopolizava as atenções do país quando alinhavava as últimas sentenças aos responsáveis pelo escândalo do mensalão. Naquele mesmo mês, só que em outra corte de Justiça e bem longe dos holofotes, um auditor prestava um surpreendente depoimento, que jogava luz sobre episódios ainda nebulosos que envolvem o maior caso de corrupção da história. O depoente contou que, em 2010, às vésperas da eleição presidencial, foi destacado para analisar as contas do PT relativas a 2003 - o ano em que se acionou a superengrenagem de corrupção. Foi nessa época que Delúbio Soares, Marcos Valério, José Genoino e o restante da quadrilha comandada pelo ex-ministro José Dirceu passaram a subornar com dinheiro público parlamentares e partidos aliados. Havia farto material que demonstrava que a contabilidade do partido era similar à de uma organização criminosa. Munido de documentos que atestavam as fraudes, o auditor elaborou seu parecer recomendando ao tribunal a rejeição das contas. O parecer, porém, sumiu - e as contas do mensalão foram aprovadas.
Menos de dois meses depois, ocorreu um caso semelhante, tão estranho quanto o dos mensaleiros, mas dessa vez envolvendo as contas da última campanha presidencial do PT. O mesmo auditor foi encarregado de analisar o processo. Ao conferir as planilhas de gastos, descobriu diversas irregularidades, algumas formais, outras nem tanto. Faltavam comprovantes para justificar despesas da campanha. A recomendação do técnico: rejeitar as contas eleitorais, o que, na prática, significava impedir a diplomação da presidente Dilma Rousseff, como determina a lei. Ocorre que, de novo, o parecer nem sequer foi incluído no processo - e as contas de campanha foram aprovadas. As duas histórias foram narradas em detalhes pelo auditor do Tribunal Superior Eleitoral, Rodrigo Aranha Lacombe, em depoimento ao qual VEJA teve acesso. Ambas cristalizam a suspeita de que a Justiça Eleitoral manipula pareceres técnicos para atender a interesses políticos - o que já seria um escândalo. Mas há uma acusação ainda mais grave. A manipulação que permitiu a aprovação das contas do mensalão e da campanha de Dilma Rousseff teria sido conduzida pessoalmente pelo então presidente do TSE, o ministro Ricardo Lewandowski.
Fonte: Veja

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

CONFUSÃO A CAMINHO, DIAS TOFFOLI NO MEIO




(Foto: Veja)
Confusão a cam O apoio do PMDB a Fernando Haddad, candidato petista que disputa a prefeitura de São Paulo em segundo turno, está sendo negociado nos bastidores do poder, mas o vice-presidente Michel Temer, presidente nacional dos peemedebistas, pode estar ingressando em seara perigosa por causa das moedas de troca colocadas sobre a mesa de negociação.
Para que o partido e Gabriel Chalita migrem para a campanha petista, Michel Temer quer que o PT garanta apoio a dois candidatos do PMDB que concorrem a duas prefeituras no interior de São Paulo. Renato Amary, que disputa a prefeitura de Sorocaba com o tucano Antonio Carlos Pannunzio; e Maria Antonieta de Brito, que disputa a prefeitura do Guarujá com o pedetista Farid Madi.
Para que a confusão que ronda o PMDB não se torne em um assunto confuso, trataremos do tema em duas matérias distintas. A primeira delas terá como foco o candidato do PMDB À prefeitura de Sorocaba, Renato Amary.
Com base na Lei da Ficha Limpa, os desembargadores do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo indeferiram, por seis votos a zero, o registro da candidatura de Renato Amary que, quando prefeito de Sorocaba, contratou, sem licitação, por R$ 3,2 milhões, o Instituto de Organização do Trabalho (Idort) para cobrar a dívida ativa do município do interior paulista. Fora isso, Amary foi pelo Tribunal de Justiça do Estado a devolver cerca de R$ 230 mil aos cofres municipais por causa de irregularidades na implantação da Policlínica de Sorocaba.
Inconformado com a decisão do TRE-SP, Renato Amary recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral, mas a Procuradora-Geral Eleitoral, Sandra Cureau, manifestou-se favoravelmente ao indeferimento da candidatura, lembrando que, com base no julgamento do TRE paulista, “exige apenas a confirmação da decisão do órgão judicial colegiado para reconhecer a inelegibilidade”.
Como sempre afirmamos, a política reúne a obsessão pelo poder e a sanha por negócios na maioria das vezes milionários. Foi no vácuo desse binômio do mal que Renato Amary não desistiu de sua empreitada e insistiu no TSE para ter o deferimento do registro de sua candidatura.
Em todos os segmentos da vida inexistem coincidências, o que é válido também e principalmente na seara da política. Ministro do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, José Antônio Dias Toffoli, em plena tarde de um domingo, em inusitada e absurda decisão monocrática da Corte, decidiu, de forma monocrática, que o candidato Renato Amary não se enquadra na Lei Ficha Limpa.
Toffoli agiu ao arrepio da opinão dos outros ministros da Corte eleitoral, o que reforça a estranheza do fato de o PMDB, mesmo diante das decisoes judiciais com condenação, não ter sequer aventado a possibilidade de substituir o candidato à prefeitura de Sorocaba. Como se fosse pouca a osuadia, o PMDB sorocabano alardeava sua confianca na absolvição de Renato Amary no TSE.
Que Dias Toffoli, alvo de contínuas galhofas nos bastidores do universo do Direito, é um magistrado que entrará para a história por conta de decisões absurdas todos sabem, mas é preciso que ele explique essa sua dominical dedicação, uma vez que, religioso que é, deveria estar orando em alguma igreja da capital dos brasileiros.
Para quem não vê problemas em participar do julgamento do Mensalão do PT, mesmo tendo advogado para o partido e sido subordinado a José Dirceu, assim como entende ser normal o fato de sua namorada, Robert Rangel, ter defendido mensaleiros (Paulo Rocha e Professor Luizinho), Dias Toffoli por certo classifiou como equivocada a decisão unânime de seis desembargadores paulistas que indeferiram o registro da candidatura de Renato Amary.
Imaginem, caros e perplexos brasileiros de bem, se a namorada de Toffoli estiver envolvida de alguma maneira com o caso de Renato Amary. Com boa dose de certeza surgirá algum governista para dizer que estamos diante de mais uma tentativa de golpe das elites, sempre em conluio com setores da imprensa.
Conhecida por sua retidão como magistrada e pela precisão de suas decisões, a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, precisa tomar o assunto para si e dar uma resposta adequada à sociedade, pois os desembargadores do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo e a procuradora-geral eleitoral Sandra Cureau não podem ser alvo de uma zombaria protagonizada por alguém que só chegou à instância máxima da Justiça por causa do compadrio.
Essa história de Renato Amary é muitíssimo mal contada e, se investigada a fundo, causará uma hecatombe no Judiciário.

Fonte: Ucho.Info

terça-feira, 18 de maio de 2010

LULA MULTADO MAIS UMA VEZ.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta terça-feira, 18, multar em R$ 5 mil o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por entender que em janeiro ele fez propaganda eleitoral antes do permitido durante inauguração em uma universidade federal em Teófilo Otoni, Minas Gerais. De acordo com 4 dos 7 ministros do TSE, Lula usou o seu discurso no evento para promover a pré-candidatura à Presidência de sua então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). Esta foi a terceira multa que Lula recebeu por propaganda antecipada. A pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, também já recebeu uma multa.

A maioria dos integrantes do TSE aceitou um recurso do DEM que questionava decisão anterior, do ministro Aldir Passarinho, que tinha sido contrária à punição. Na terça, o próprio ministro Passarinho voltou atrás e defendeu que Lula fosse multado por propaganda antecipada.




O problema ocorreu durante um discurso improvisado de Lula, que falava sobre a necessidade de garantir as conquistas de seu governo. No meio do discurso, a plateia gritou seguidamente o nome de Dilma.



Reconhecendo que não poderia fazer campanha, Lula afirmou: "Eu não posso falar o que vocês estão falando porque a lei não permite. Mas podem ficar certos de uma coisa. Nós vamos fazer a sucessão nesse país para dar continuidade ao que nós estamos fazendo". Em seguida, o presidente acrescentou: "Esse país não pode voltar para trás como se fosse um caranguejo."



Aldir Passarinho opinou ontem que houve propaganda antecipada em função da interação entre a fala de Lula e o público, além de o presidente ter falado sobre a sucessão. Todos os integrantes do TSE rejeitaram o pedido para que Dilma também fosse multada.



Em outra decisão tomada ontem, o TSE multou em R$ 53,2 mil o Instituto Sensus Data World Pesquisa e Consultoria por ter divulgado em abril o resultado de uma pesquisa de opinião pública sobre a eleição presidencial antes do prazo mínimo de cinco dias, previsto na legislação eleitoral. Esse prazo conta a partir do registro da pesquisa no TSE