O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está pessimista em relação à provável decisão do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o acordo que Brasil e Turquia realizaram com o Irã no último dia 17. Lula já conta com a aprovação de sanções contra Teerã.
Para tentar salvar o acordo, o brasileiro deverá se empenhar para que o presidente Mahmoud Ahmadinejad sustente os termos do entendimento com Brasil em Turquia, apesar das prováveis sanções.
Lula pretende usar o argumento de vitória moral. Deseja estimular a sinalização de que o Irã aceita negociar, mas as grandes potências preferem a política do porrete à do entendimento.
Em relação a Lula, a iniciativa com a Turquia foi positiva para seu futuro político. O presidente ganha força para ocupar um cargo de destaque no cenário internacional depois de deixar a Presidência em 1º de janeiro de 2011.
Mesmo com o bombardeio dos EUA ao acordo, o fato é que a ação de Lula foi o assunto global de maior destaque nos últimos dias. O brasileiro rebate o carimbo de megalomania na política externa. O Brasil ganha força regionalmente, mostrando que age corretamente ao patrocinar uma política de integração latino-americana com alguma independência em relação a Washington. Globalmente, demonstra ação arrojada, sem ficar a reboque dos EUA e da Europa.
Próximo passo
Lula deveria aproveitar o bom momento com o Irã para pressionar o regime a se democratizar. O brasileiro evitou encontro com a oposição porque sua prioridade era o acordo nuclear. Agora, tem a obrigação moral de cobrar de Ahmadinejad uma abertura, com o fim da repressão à oposição e a liberdade de presos políticos.
Lula deu uma bela colher de chá ao Irã. Agora, precisa ir além no tema dos direitos humanos. Tem de fazer mais do que ajudar a libertar ativista francesa.
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