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terça-feira, 18 de maio de 2010
MARANHÃO EM PÉ DE GUERRA.
Preocupada com o novo foco de incêndio político na campanha de Dilma Rousseff à Presidência, a cúpula do PT fará intervenção branca no Maranhão para obrigar o partido a apoiar a candidatura à reeleição da governadora Roseana Sarney (PMDB).
O primeiro passo do roteiro combinado com o Palácio do Planalto será suspender o Encontro Estadual do PT, marcado para sábado e domingo, sob o argumento de que haverá confronto entre as alas petistas. O último encontro, no dia 27 de março, havia aprovado a aliança com o deputado Flávio Dino (PC do B-MA) para a sucessão de Roseana.
Agora, a estratégia autorizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva consiste em empurrar a decisão sobre a chapa ao governo do Maranhão para o Diretório Nacional do PT, que vai se reunir em 12 de junho, véspera da convenção que homologará a candidatura de Dilma.
Sob pressão do Planalto, o diretório deverá dar sinal verde à coligação com Roseana, desmontando a parceria com o comunista Dino. Motivo: Lula quer palanque único para Dilma no Maranhão e alega que precisa do apoio do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pai de Roseana.
Creolina. A manobra, porém, não ocorrerá sem traumas. "Pode ter morte no Maranhão", ameaçou o deputado Domingos Dutra (PT), que ocupou ontem a tribuna da Câmara para protestar contra a suspensão do encontro. "Se houver alguma tragédia lá, a responsabilidade será de Sarney, Roseana e da turma do PT que quer vender o partido."
O PT do Maranhão é dividido em duas correntes e uma delas ocupa cargos no governo Roseana. Pelo script acertado com Lula, a Executiva Estadual do PT vai aprovar resolução, hoje, suspendendo o encontro que indicaria o vice de Dino e os candidatos ao Senado, à Câmara e à Assembleia Legislativa.
Em rota de colisão com o comando petista, Domingos Dutra está organizando um ato político para sexta-feira, em São Luiz, que promete pôr mais combustível na crise. "Nós vamos lavar a estrela do PT com creolina para tirar a catinga dos Sarney", anunciou ele. "Ninguém entende por que Dilma não pode ter dois palanques no Maranhão se essa prática vai ocorrer em nove Estados. Dois palanques dão mais votos do que um."
Magoado, Dino afirmou que a cúpula do PT não pode "simplesmente ignorar" a decisão do partido de aderir à sua candidatura. "Isso seria um desrespeito a um aliado, um ato de violência, uma espécie de golpismo."
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