sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A GUERRA DOS ROYALTES

Charges Amarildo

Charge: Amarildo

Ao descer do palco da manifestação em defesa dos direitos do Estado, ontem, o governador Renato Casagrande (PSB) considerou que o evento marcou a união dos capixabas em torno do tema, e que todos os objetivos foram plenamente alcançados. De fato, com os protestos de ontem, capixabas e fluminenses chamaram a atenção do país para o desrespeito às leis e colocaram a questão nas mãos da presidente Dilma Rousseff.

A despeito do número real de participantes, o evento em Vitória foi bastante representativo e bem sucedido do ponto de vista do público e da diversidade de lideranças e setores presentes. Chefes de poderes e órgãos públicos, secretários, políticos, líderes empresariais, sociais e sindicais participaram do ato e passaram pelo palanque de autoridades, a maioria vestindo a camisa do evento.

O Estado não tem tradição em grandes mobilizações populares, e a pauta dos royalties é de difícil entendimento por parte significativa da população. Por isso, embora a participação nem se compare aos 150 mil manifestantes estimados na passeada do Rio, o ato cumpriu bem seu papel.

Não foi à toa, portanto, que o governador, o último a discursar, começou fazendo um longo agradecimento citando autoridades e os muitos setores presentes.

Além de colocar o assunto definitivamente na agenda do Estado, o ato serviu para aumentar o apoio da sociedade à luta do governo e da bancada federal. Porém, o evento foi sobretudo um recado contundente à presidente Dilma e ao governado federal.

O debate perdeu o rumo no Senado. A Casa atentou contra o pacto federativo e aprovou uma medida inconstitucional, que muda as regras de contratos já assinados, criando insegurança legislativa e institucional. Por isso, a presidente e o governo têm o dever de coordenar esse processo.

Além da união destacada pelo governador, portanto, o evento teve também um forte clima de cobrança por parte das autoridades presentes.

Questionado sobre o assunto, Casagrande disse que os atos aqui e no Rio ajudam a sensibilizar a presidente. De fato, segundo integrantes da bancada federal, o governo federal viria dando sinais de que pretende deixar a questão para 2012. "Só teremos segurança que essa matéria vai para o ano que vem se o governo federal atuar. Se ficar por conta da Câmara, corremos o risco de a votação ocorrer ainda este ano", avaliou o governador.

Por tudo isso, é importante manter a mobilização aqui e especialmente em Brasília. Por aqui, muitos capixabas fizeram sua parte, foram às ruas e reforçaram a luta.

"Este ato mostrou a união dos capixabas, mas o grito que sai é de certa discriminação histórica, que resolvemos não aceitar mais" - Renato Casagrande (PSB), Governador

Fonte: A Gazeta

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