terça-feira, 15 de novembro de 2011

A SEMENTE DA DISCÓRDIA (By Marco Sobreira)



A História do Espírito Santo é um domínio de estudos de história do Brasil, focado na evolução do território e da sociedade capixaba que, canonicamente, se estende desde a tomada de posse da Capitania do Espírito Santo pelo donatário Vasco Fernandes Coutinho, em 1535, até os dias atuais. No entanto, este artigo também contém informações sobre os primeiros habitantes do Espírito Santo, ou seja, o período em que não houve registros escritos sobre as atividades aqui desenvolvidas pelos povos indígenas.

A história capixaba começou em 23 de maio de 1535, quando os colonizadores portugueses, chefiados pelo donatário Vasco Fernandes Coutinho, desembarcaram na Capitania do Espírito Santo. Nesse mesmo ano, foi fundada a povoação de Vila Velha, primeiro núcleo populacional da capitania. Na tarefa de catequese dos índios da região, destacou-se a figura de José de Anchieta, que lá morreu em 1597.
Houve um grande período neste meio tempo ao qual muitos desconhecem, em que o Espírito Santo foi anexado à Bahia, tendo portanto a capital sediada em Salvador.
A proibição da mineração nas Minas Gerais e a presença de tribos hostis no interior contribuíram para que o Espírito Santo se mantivesse por muito tempo como uma capitania essencialmente litorânea. Apenas na segunda metade do século XIX, essa situação modificou-se graças à expansão da lavoura cafeeira. O café, penetrando no extremo sul do estado, proveniente do Rio de Janeiro, garantiu o povoamento do interior.
O plantio do café foi ainda a principal atividade dos imigrantes europeus, especialmente alemães e italianos, que introduziram o regime da pequena propriedade na região serrana. A ocupação do extremo norte ocorreu no início do século XX, graças às primeiras plantações de cacau, estabelecidas por fazendeiros baianos. Mas foi apenas em 1963 que o Espírito Santo adquiriu sua atual configuração geográfica, com a solução da antiga disputa entre o estado e Minas Gerais, relativa à posse da região da Serra dos Aimorés. Pelo acordo, a região foi dividida entre os dois estados.
Atualmente, o Espírito Santo conta com trunfos valiosos na arrancada para o desenvolvimento econômico: uma privilegiada localização geográfica, riquíssimas reservas de minerais radioativos no litoral, um dos maiores portos de minério do mundo e a segunda maior produção de petróleo do Brasil.
Inicialmente, a região era habitada por diversas tribos indígenas, todas pertencentes ao tronco Tupi; as tribos do interior eram chamadas de Botocudos, sendo-lhes atribuído comportamento hostil e belicoso, além da prática de antropofagia. No litoral, as tribos também eram hostis, porém de hábitos um pouco diferentes.
Na região Sul do actual estado e na região da serra do Caparaó, as tribos não eram hostis, e o seu nome deriva de seu hábito de levar os visitantes para "ouvir o silêncio" da Serra do Castelo. As demais tribos eram os aimorés e os goitacás.
A ocupação do norte do Espírito Santo só começou nas primeiras décadas do século XX, e ganhou novo impulso depois da construção da ponte de Colatina sobre o rio Doce, inaugurada em 1928. A economia capixaba contou com a migração de contingentes do sul e do centro do país para aquela área, e assim firmou-se o cultivo do café, que respondeu por 95% da receita em 1903. Durante a primeira guerra mundial, o porto de Vitória figurava como o segundo grande exportador nacional.
Com a Revolução de 1930 assumiu a direção do estado, na qualidade de interventor, João Punaro Bley, mantido pelo Estado Novo até 1943, e sob cuja administração se iniciaram obras para ampliar o porto de Vitória e para construção de cais de minério, este arrendado em 1942 pela Companhia Vale do Rio Doce. No governo de Jones dos Santos Neves, em 1945, foi criada a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), primeira iniciativa referente ao ensino superior no estado.[12] Para ampliar a exportação de minério de ferro oriundo de Minas Gerais, a Companhia Vale do Rio Doce construiu o porto de Tubarão, em Vitória, com capacidade para estocar um milhão de toneladas de minério, receber navios de até cem mil toneladas e carrega-los a um ritmo de seis mil toneladas por hora. As obras foram iniciadas em 1966 e terminadas em tempo recorde. Situado dez quilômetros ao norte da capital, é um dos maiores portos de minério do mundo. Com a transferência para Tubarão da maior parte da exportação de minério de ferro, o porto de Vitória ficou liberado para outras aplicações.
Com a instalação de Tubarão a região foi dotada de uma infraestrutura que propiciou o surgimento de um novo complexo industrial, do qual faz parte uma usina de pelotização de minério de ferro, com capacidade de produção de dois milhões de toneladas anuais. Em 29 de novembro de 1983, dez anos depois de iniciadas as obras, foi inaugurada a Usina Siderúrgica de Tubarão, que representou um investimento total de três bilhões de dólares. A fase foi marcada por um intenso esforço de instrialização provomido pela Companhia de Desenvolvimento Econômico do Espírito Santo (Codesp), mais tarde transformada no Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes). Instalaram-se fábricas de café solúvel, massas alimentícias, chocolates, azulejos e conservas de frutas, e aprovaram-se projetos para a implantação de fábricas de laticínios, calçados, material elétrico, óleos comestíveis e sucos cítricos.
Em novembro de 2007, é inaugurada a expansão da siderúrgica Arcelor Mittal Tubarão (ex-Companhia Siderúrgica de Tubarão) para ampliar a produção anual de placas de aço de 5 milhões para 7,5 milhões de toneladas. O estado é o maior produtor de placas de aço do Brasil.
Outro setor muito importante é o de rochas ornamentais, deixamos de ser simples extratores de mármores para, com a evolução tecnológica, nos transformarmos no mais importante pólo de beneficiamento dessa rocha que associada ao granito representa a maior produção do Brasil e importante produto de exportação, colaborando para a nossa balança comercial e gerando milhares de empregos no estado, especialmente na região sul. A feira internacional de mármores e granitos, realizada anualmente em Cachoeiro de Itapemirim é a maior do país.
Outro setor muito importante da nossa economia é a pecuária, a bacia leiteira do sul do estado destaca-se por suprir a demanda da capital até a parte importante do norte do estado do rio, com as novas tecnologias de captação de óvulos e inseminação artificial, o rebanho bovino cada vez mais se equipara à produtividade das melhores pecuárias do país.
A cafeicultura já foi nossa principal atividade econômica, ainda hoje somos o segundo produtor nacional, destacando-se as espécies arábica e conilon, sendo que somos o maior produtor do café conilon. Apesar de uma cultura ciclica, com períodos de euforia e outros de prejuízos aos cafeicultores, pela sua importância histórica, o café destaca-se economica e culturalmente como um dos setores fundamentais para os capixabas.

As belas praias e o clima ameno das montanhas separados apenas por menos de uma hora de distância, associados à hospitalidade de nosso povo, torna o estado destino de milhares de turistas que procuram a tranquilidade associada a uma boa estrutura hoteleira, destacando-se ainda no setor a culinária diversificada e famosa, sendo impossivel não se deliciar com nossa muqueca capixaba e o camarão salgado e seco ao sol, imbatível tira-gosto e alegria dos adeptos de uma boa cerveja.

Com a descoberta do petróleo, nossa economia experimentou extraordinário crescimento nos últimos 10 anos, o dinheiro dos royaltes tornou-se fundamental para a melhoria da qualidade de vida de nossa gente, o estado que sempre foi visto como um simples apêndice da região sudeste, graças ao esforço e a força de trabalho de seu povo prepara-se para se transformar num dos mais importantes estados do Brasil.

Agora vivemos momentos de incerteza e de angústia, nosso povo está indignado com a possibilidade de sofrermos golpe fatal em nossos direitos, nossos royaltes viraram motivo da cobiça dos outros estados. Se houver uma legislação nova para que se dividam os recursos do pré-sal, que a bem da verdade ainda não passa de uma incógnita, aceitaremos, agora é inadimissivel rasgar a Constituição e alterar o que já está contratado legitimamente dentro da lei, é como se mudar as regras do jogo com a partida em andamento. Não posso falar pelos fluminenses, mas acredito que assim como nós capixabas, se tal absurdo acontecer, estará plantado definitivamente no coração do nosso povo um sentimento de que mais uma vez fomos subjugados, humilhados e massacrados em nossas legitimas aspirações, o estado de direito estará quebrado e temo que esse episódio plante para sempre uma semente de revolta em relação ao equilibrio federativo, sendo impossível de se prever as consequências futuras, já há quem fale inclusive que o Espirito Santo e o Rio de Janeiro se separem da União e formem um Estado Independente. Condições geográficas, econômicas e culturais para isso existe, o que impede ainda um movimento maior nessa direção é o amor que temos à Patria Brasil, mas como todo amor traído, essa grande paixão pode se transformar em ódio e aí as consequências serão imprevisíveis.
15 de novembro de 2011, é possível que seja a última vez que celebraremos com amor a Proclamação da República, 122 anos de paz em risco pelo oportunismo eleitoreiro e irresponsável do sr. Ibsen Pinheiro , Vital do Rêgo e a omissão do governo. A partir da aprovação do substituto nos termos atuais, todos os estados sofrerão assédio em suas riquezas, o minério de Minas Gerais, o minerais nobres do Pará, os recursos hidrícos da amazônia e da bacia do prata, enfim a semente da discórdia estará plantada, nunca mais seremos os mesmos.
Fontes: História e Geografia do Esp. Santo - Thais Helena Moreira e Adriano Perrone.

            Espírito Santo". Enciclopédia Delta Universal (volume 6). (1982). Rio de Janeiro: Delta. pp. 2978-2989.
              
            Wikipédia

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