sexta-feira, 6 de julho de 2012

BARGANHAS POLITICAS E O VALE-TUDO ELEITORAL

Desde os tempos dos nossos avós, a atividade política sempre foi desenvolvida na base do toma lá, dá cá. Mais recentemente, chegamos a imaginar que esse modo de fazer política tivesse desaparecido. Que nada! Apenas se modernizou. Ficou mais sofisticado. Agora é praticado virtualmente, inclusive na hora do repasse de vantagens pecuniárias. E olha que a legislação eleitoral e a fiscalização estão cada vez mais rigorosas! Imagine se a coisa corresse solta?!

Os partidos políticos, por exemplo, só se opõem entre si quando não estão do mesmo lado. Não tem mais aquele negócio de esquerda é esquerda, centro é centro e direita é direita. Os últimos acontecimentos políticos, as convenções partidárias mostram que é perfeitamente factível colocar lado a lado, no mesmo balaio, o partido do Maluf com o partido dos Rebellos. Vale tudo quando é para conquistar o poder ou se manter no poder. Corruptos e "comedores" de crianças não representam nenhum risco como antes...

Essas loucuras políticas deixam claro que os princípios republicanos, às vezes tão decantados, só valem no papel.

Será que somos utópicos demais, pretendendo que "política seja coisa séria", como discursava e defendia o falecido Jones dos Santos Neves Filho?

Pelas brigas homéricas que temos visto, em nível nacional, entre PT e PSDB, seria inimaginável que esses dois partidos se coligassem em algum momento e em algum Estado! No entanto, aqui mesmo, no Espírito Santo, esses partidos fecharam parceria para as eleições deste ano em alguns municípios, segundo as convenções do último sábado, 30 de junho.

Talvez estejamos desiludidos demais com os políticos, apesar da certeza de que ainda existem políticos éticos, credores da nossa confiança.

Sem dúvida não podemos perder a esperança de que os políticos melhorem cada vez mais o seu desempenho, centrado na ética e na decência.

Só assim os políticos e os partidos poderão ser levados mais a sério pelos eleitores que, por sua vez, precisam ter uma consciência mais cidadã, mais republicana, para que o Brasil não fique parecendo uma daquelas repúblicas de bananas.

Alencar Garcia

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