sexta-feira, 14 de maio de 2010

OS RECADOS DE JOSÉ SERRA.

- O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, cumpriu agenda política sexta-feira no Rio, onde aproveitou para reafirmar suas propostas de campanha em entrevista a emissoras de rádio e durante um almoço com empresários na Associação Comercial do Rio de Janeiro (Acerj). Apesar de destacar como prioridades de seu possível governo investimentos em saúde, educação e segurança, o ex-governador afirmou que sua primeira ação, caso seja eleito, será promover as reformas política e administrativa.




– A reforma administrativa não precisa de lei. A política, vou começar por ela – prometeu, sem fornecer detalhes, durante entrevista à Rádio Tupi.



Ao longo do dia, o tucano insistiu nas críticas ao governo Lula, o qual acusa de aparelhar as instituições públicas com cargos comissionados preenchidos por indicações políticas. E afirmou que uma das piores consequências dessa ação foi a “destruição das agências reguladoras”, como a Fundação Nacional de Saúde (Funasa).



– A Funasa em vez de saltar de epidemia em epidemia, passou a saltar de escândalo para escândalo – afirmou.



Durante o almoço com empresários na Acerj, Serra também criticou as ações do governo na área da educação. Disse que a inclusão de alunos nas salas de aula começou na gestão tucana de Fernando Henrique Cardoso, e afirmou que o governo Lula tinha um bom programa para a área “que não saiu do papel”. Também criticou a política comercial no país:



– Não temos uma política comercial, não sabemos fazer defesa comercial, no Brasil só se fez oba-oba – alfinetou.



Questão de estilo



No discurso de uma hora e meia promovido na Acerj, Serra não fez críticas diretas ao presidente Lula, a quem tem elogiado desde que iniciou a pré-campanha. Ele afirmou que essa postura faz parte do seu “estilo político”.



– Não é uma atitude tática, estratégica. Nunca fiz uma campanha política com críticas arrasa-quarteirão. Não é do meu estilo. E estilo é fundamental.



O estilo “paz e amor” de Serra só foi arranhado ao falar sobre privatização na entrevista coletiva que ele concedeu após o almoço em que recebeu a Declaração do empresariado para um Brasil melhor. Entre outras ações, o texto defende “a reabilitação da importância das privatizações e sua contribuição para a modernização do país”. Ao responder à proposta dos empresários cariocas, reafirmou que não faz planos para privatizar mais nada no Brasil.



– Não tenho nenhum programa de privatização em mente. Aquelas que eram fundamentais de serem privatizadas, atividades típicas de setor privado, como petroquímica, aço e telecomunicações, já foram. E o atual governo só fez reforçar isso – concluiu.



Porém, quando indagado, na sequência, “se a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal estão livres da privatização”, irritou-se:



– Claro que sim, quem falou o contrário? De onde você é? – perguntou Serra.



– Da Radiobrás – respondeu o repórter.



– Muito bem, então informe isto a seus patrões (a Radiobrás é a agência de notícias do governo federal).



Em vez da privatização, Serra defendeu o modelo de concessão dos serviços públicos, como nas áreas de transporte (aeroportos) e saúde (hospitais)



– Concessões são boas para a gestão. Em São Paulo, por exemplo, há 25 hospitais do SUS geridos por organizações sociais. Elas dão mais eficiência e mais flexibilidade ao serviço – disse, sem aprofundar como planeja fazer o controle dos recursos públicos repassados às organizações sociais.



Nervos de aço



Instado a comentar sobre a propaganda partidária do PT, que teve a pré-candidata do partido, Dilma Rousseff, como estrela da peça (ela chegou a ser comparada por Lula a Nelson Mandela), o tucano preferiu não fazer comentários.



Porém, pela manhã, na Tupi, Serra recorreu a Lupcínio Rodrigues para comentar sobre o clima da campanha.



– Como dizia Lupicínio Rodrigues, tenho nervos de aço – falou.





Tucano propõe centros de tratamento para viciados em drogas



O pré-candidato tucano à Presidência da República, José Serra, vai propor em seu programa de governo a criação de centros de tratamento de viciados em drogas em todo o país, custeados pelo governo federal, dentro do Sistema Único de Saúde. A revelação foi feita durante entrevista de uma hora gravada para o programa Tribuna Independente, que vai ao ar segunda-feira na Rede Vida de TV.



Ex-ministro da Saúde do governo de Fernando Henrique Cardoso, Serra se diz preocupado com o avanço do crack no país.



– Antes, o crack era um problema apenas paulista – lembrou o ex-governador, para citar em seguida que a droga já entra no mercado do Rio de Janeiro e outros estados.



Serra reforçou que vai propor mudanças no SUS para que esses tipos de centros de tratamento de viciados sejam instalados em todos os estados. O pré-candidato lembrou ainda que o trabalho é difícil e deve ser persistente, porque levam-se anos para curar um jovem viciado.



Serra também mostrou-se preocupado com a geração de emprego para jovens no país. Disse que parte do gargalo está na qualificação, porque faltam escolas técnicas no Brasil. Se eleito, garantiu o tucano, ele dará continuidade ao programa do governo Lula – que tem programação de construção de 200 escolas técnicas até o fim deste ano.



Embora tenha evitado criticar o programa de TV do PT, exibido na noite de quinta-feira, Serra disse que o mote Saúde, Educação e Segurança – preceitos básicos da Constituição para o bem estar social – continua sendo prioridade para o PSDB. O PT anunciou as três áreas como fundamentais em seu programa de governo. Serra chegou a frisar que o maior problema do Brasil é a segurança pública.

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