Os deputados Leonardo Vilela (GO) e Raimundo Gomes de Matos (CE) responsabilizaram o governo federal, nesta segunda-feira (10), pelo retrocesso no combate à Aids em todo o Brasil. Desde dezembro, os soropositivos sofrem com a falta de remédios, segundo denúncia do jornal “O Globo”. Na avaliação dos tucanos, médicos de formação, o Brasil pena com a falta de planejamento e de gestão do governo Lula. No governo FHC, o Brasil se tornou referência mundial no tratamento da doença.
Remédios como o Abacavir, prescrito para os casos mais graves, e a Lamivudina, para a primeira fase de manifestação do vírus, sumiram das prateleiras. O Ministério da Saúde reconheceu problemas burocráticos na distribuição do primeiro, além de atrasos "pontuais" na entrega da Lamivudina e do AZT. Portarias do órgão têm recomendado a troca dos medicamentos em falta por um similar, o que traz incômodo e risco aos pacientes.
Para Gomes de Matos, há uma clara inoperância e falta de planejamento do governo. “Esse retrocesso na saúde está crescendo por falta de execução orçamentária e de planejamento. Áreas como a assistência farmacêutica estão cada vez piores”, criticou.
O tucano lamentou que o Brasil passe por essa situação de vulnerabilidade depois de ser reconhecido como um exemplo no enfrentamento do vírus HIV. “Isso demonstra também a falta de seriedade da atual gestão com os programas já implementados”, apontou. Segundo o deputado, uma das soluções para o problema seria tentar a quebra de patentes dos medicamentos.
Inaceitável
“É um retrocesso absolutamente inaceitável. O ex-ministro da Saúde José Serra implantou no Brasil o melhor programa de combate à Aids do mundo, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde. Dificuldade de acesso e falta de distribuição dos medicamentos para o tratamento da doença são um claro sinal de falta de gestão e de incompetência.”
Dep. Leonardo Vilela (GO)
Bom exemplo
→ Na gestão FHC, entre 1997 e 2001, o governo federal conseguiu baixar os preços dos medicamentos destinados ao tratamento de soropositivos após o episódio conhecido como “guerra das patentes”. A redução chegou a 48%.
→ Entre 1995 e 1999, caiu pela metade o número de mortes em decorrência da doença - passou de 12 por 100 mil habitantes para 6 por 100 mil habitantes.
Números
Segundo a Agência de Notícias da Aids, cerca de 600 mil pessoas no Brasil estão infectadas com o vírus HIV. Dessas, 400 mil sabem que são portadoras, mas apenas 230 mil já começaram a se tratar. A cada dia, morrem oito brasileiros vítimas da doença.
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