segunda-feira, 24 de outubro de 2011

ORLANDO SILVA E CARLOS LUPI NA MARCA DO PÊNALTI.

A crise política envolvendo o Ministério do Esporte, hoje comandado pelo PC do B, assanhou a base de apoio do governo, de olho na dança das cadeiras, e escancarou insatisfações de antigos aliados do PT. À espera da reforma ministerial, prevista para janeiro de 2012, partidos já produzem listas com nomes que gostariam de emplacar na Esplanada e tradicionais parceiros do time petista, como o PC do B e o PDT, avisam que não aceitarão o rebaixamento para a segunda divisão.

"O PT casou com o PMDB e arrumou amantes da direita. Será que agora vai querer dar outra guinada e se livrar da esquerda?", provoca o deputado Paulo Pereira (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical. Com as barbas de molho, os trabalhistas sabem que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, é um dos cotados para cair na reforma que a presidente Dilma Rousseff fará na equipe e não escondem a revolta.

A exemplo de Orlando Silva (PC do B), mantido por Dilma no Ministério do Esporte, Luppi também enfrentou denúncias de uso indevido do dinheiro público, em convênios firmados no Trabalho, para abastecer o caixa de seu partido. Os dois ganharam sobrevida porque a presidente tenta segurar a onda de demissões a conta-gotas, mas estão na corda bamba.

Na avaliação do governo, depois da queda de cinco ministros - quatro por suspeitas de corrupção -, o cenário menos traumático agora, para não comprar mais briga com os aliados num momento de votações importantes no Congresso, é o da mudança coletiva, em meio à reforma. Mesmo assim, ninguém no Planalto garante que não haverá mais trocas até o início de 2012.

A cúpula do PC do B cerrou fileiras na defesa de Orlando, ameaçou enfrentar o PT e até romper com o governo em caso de dispensa. Nos bastidores, comunistas foram sondados sobre a possibilidade de um escambo: trocar o Esporte pela pasta de Cultura, dirigida por Ana de Holanda. A articulação não deu certo. Indicada pelo PT, mas sem filiação partidária, Ana também enfrenta forte desgaste na equipe.

Depois de tantos problemas na gestão do governo, Dilma quer aproveitar a leva de mudanças para pôr técnicos de sua confiança em secretarias executivas, independentemente das indicações partidárias. Para Dilma, a ideia de que o ministério com porteira fechada funciona melhor caiu por terra com a sucessão de crises. No jargão político, porteira fechada significa entregar todos os cargos de uma pasta a um mesmo partido. Aborrecidos, aliados dizem que o PT quer pôr "olheiros" para vigiar seus indicados porque não sabe dividir o poder.

Fonte: A Gazeta

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