OS RISCOS DO PRESIDENTE.

Ao pregar a continuidade de seu Governo, ao mesmo tempo que declara que crescimento de Dilma depende dele , Lula deixa uma dúvida no ar. Admite a incompetência de sua pupila em caminhar sozinha, induz que depende de seu prestígio para ganhar a eleição. Esquece o Presidente que transferir votos não é tão simples assim. Temos exemplos recente, no Espirito Santo o Governador Paulo Hartung , dono de invejáveis mais de 80 % de aprovação, teve que trocar de candidato, já que o seu preferido e Vice governador não atingia o crescimento pretendido , a Presidenta Bachelet não conseguiu fazer o sucessor, apesar de muito bem avaliada pelos chilenos.


Na suposição de vitória de sua protegida, confiará o Presidente em sua capacidade de administrar o país ou vai querer continuar opinando, transformando a Dilma em mera caricatura? Seria esse o grande plano? Posou de democrata ao rejeitar a tese do terceiro mandato, mas pelo radicalismo que tem demonstrado nesse inicio de campanha, transparece um apego exagerado ao Poder e não está sendo nada republicano em suas falas. Em Pernambuco declarou que o Brasil corre risco de quebrar, seguindo o exemplo da Grécia, insinuando o risco de uma eventual administração do PSDB, esquecendo-se que a solidez da economia brasileira deve em muito as diretrizes implantadas por seu antecessor.

Paradoxalmente em nossa opinião, Lula ao assumir a responsabilidade pela eleição e continuidade passa à sociedade a mensagem de que escolheu alguém totalmente submissa à sua vontade, incapaz da responsabilidade e capacidade de dirigir o país sem a sua orientação, o que acaba por fazer propaganda indireta de José Serra, sabidamente mais experiente e capacitado para assumir os destinos da Nação.

Corre o risco desnecessário, ao chamar para si a disputa, pois em caso de derrota ficará marcado como o Presidente que apesar de toda popularidade perdeu as eleições e se ganhar passará para a história como o Presidente que deu um golpe branco na democracia ao eleger uma marionete, configurando o terceiro mandato. Não precisa e nem deve prestar tal desserviço à nossa jovem democracia.