A presidente Dilma Rousseff não é exatamente uma fã do trabalho do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e não é de hoje.
Responsável pela maior parcela do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tocada exclusivamente com recursos do Orçamento, ele é alvo de cobranças implacáveis desde o governo passado. Certa vez o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou Nascimento para perguntar por que o PAC não andava. O ministro respondeu que faltava dinheiro.
Lula, então, fez uma cobrança a Dilma - na ocasião ministra-chefe da Casa Civil e coordenadora do programa -, que marcou uma espécie de acareação entre as equipes dos Transportes e do Tesouro Nacional. Obra por obra, Dilma foi mostrando que havia problemas de toda ordem a atrasar os empreendimentos, nenhum de responsabilidade do Ministério da Fazenda. "Isso é falta de dinheiro, Alfredo? Não é!", repetia ela a cada quadro. Ao final, humilhado, Nascimento teve de admitir que estava "rodeado de incompetentes". A sessão deu aos participantes o direito a uma demonstração do mais puro estilo Dilma. A certa altura, ela pediu as tabelas sobre o andamento das ferrovias, que estavam com um assessor do Ministério dos Transportes. Nervoso, o funcionário não conseguia abrir sua bonita pasta de couro para retirar os papéis. Dilma não teve dúvidas: pegou uma tesoura e cortou a pasta. Isso, depois de dizer a ele que não tinha o dia inteiro para aquilo.
Já na Presidência, ela vinha acumulando descontentamentos com a equipe dos Transportes, por causa de seguidas denúncias de irregularidades que chegavam a seu conhecimento. A má gestão na pasta era uma ameaça a diretrizes básicas do governo, como aumentar o investimento e melhorar a qualidade do gasto público.
Renata Veríssimo e Lu Aiko Otta - O Estado de S.Paulo
Responsável pela maior parcela do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tocada exclusivamente com recursos do Orçamento, ele é alvo de cobranças implacáveis desde o governo passado. Certa vez o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou Nascimento para perguntar por que o PAC não andava. O ministro respondeu que faltava dinheiro.
Lula, então, fez uma cobrança a Dilma - na ocasião ministra-chefe da Casa Civil e coordenadora do programa -, que marcou uma espécie de acareação entre as equipes dos Transportes e do Tesouro Nacional. Obra por obra, Dilma foi mostrando que havia problemas de toda ordem a atrasar os empreendimentos, nenhum de responsabilidade do Ministério da Fazenda. "Isso é falta de dinheiro, Alfredo? Não é!", repetia ela a cada quadro. Ao final, humilhado, Nascimento teve de admitir que estava "rodeado de incompetentes". A sessão deu aos participantes o direito a uma demonstração do mais puro estilo Dilma. A certa altura, ela pediu as tabelas sobre o andamento das ferrovias, que estavam com um assessor do Ministério dos Transportes. Nervoso, o funcionário não conseguia abrir sua bonita pasta de couro para retirar os papéis. Dilma não teve dúvidas: pegou uma tesoura e cortou a pasta. Isso, depois de dizer a ele que não tinha o dia inteiro para aquilo.
Já na Presidência, ela vinha acumulando descontentamentos com a equipe dos Transportes, por causa de seguidas denúncias de irregularidades que chegavam a seu conhecimento. A má gestão na pasta era uma ameaça a diretrizes básicas do governo, como aumentar o investimento e melhorar a qualidade do gasto público.
Renata Veríssimo e Lu Aiko Otta - O Estado de S.Paulo
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