Demorou além do esperado, mas acabou acontecendo. Depois de pegar carona no sucesso das Unidades de Polícia Pacificadora, as UPPs, que renderam elogios até mesmo no exterior, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), agora se vê às voltas com o projeto que lhe deu inexplicável visibilidade nacional.
Desde que endossou as palavras de Luiz Inácio da Silva, que antes dos Jogos Pan-Americanos de 2007 garantiu que o Rio teria o melhor sistema de segurança do País, Cabral Filho procurava uma fórmula de derrotar o crime organizado, algo que ele próprio disse que faria no primeiro dia do primeiro mandato. Reeleito sem ter cumprido a promessa, Cabral enfrenta problemas com as UPPs. Tudo porque alguns policiais passaram a receber regularmente mesadas de alguns traficantes que continuam atuando livremente nos morros e favelas cariocas.
De nada adianta instalar nas comunidades carentes as tais Unidades de Polícia Pacificadora, se o salário da categoria está aquém das necessidades mínimas daqueles que têm a missão de combater o crime. Só mesmo um sonhador irresponsável, sem conhecimento do que é a administração pública, é capaz de acreditar que a falência e a inoperância do Estado serão capazes de enfrentar o poderio do crime organizado.
A fuga antecipada dos chefões do tráfico no Morro do Alemão, durante a ocupação policial-militar, é a prova maior desse convívio nefasto. Em outras palavras, o sistema ineficiente do Estado institucionalizou a corrupção. Enquanto nada acontece, a PEC 300, que institui um piso nacional para policiais militares e civis e bombeiros militares patina na Câmara dos Deputados. Enfim…
Fonte: Ucho.Info
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