João Bosco Rabello - O Estado de S.Paulo
Mesmo se excluindo de qualquer responsabilidade no processo, como se com ele
não guardasse qualquer vínculo, o ex-presidente Lula acerta no diagnóstico de
esquizofrenia que aplica ao PT após uma década no poder. Há dois PTs, diz ele no
livro 10 anos de Governos Pós-Neoliberais no Brasil: Lula e Dilma, em que prega
o resgate dos valores originais da legenda.
Em que pese o esforço para dar naturalidade histórica aos erros do partido, a síntese recém-conhecida do livro, feita pelo seu protagonista, não esconde o tratamento de debate interno dado aos crimes cometidos contra o Estado, cujas consequências o PT "eleitoreiro" recusa, numa resistência que tem seu ápice na investida de sua bancada parlamentar contra o Supremo Tribunal Federal.
O outro PT, definido por Lula como "da base", que ele remete aos anos 1980, se ainda existe como afirma o ex-presidente, é invisível ou em grande parte já não é mais PT, como atestam as defecções de grandes nomes irreversivelmente ligados à sua fundação.
O PT visível, institucionalizado, com representação congressual, que governa o País há 10 anos, insiste na defesa dos erros que Lula candidamente atribui ao processo eleitoral (de novo o caixa dois). Esses erros foram cometidos pós-eleição, já no governo, do qual dispôs como quis para um projeto hegemônico de poder , frustrado pelo Ministério Público, não por acaso alvo da mesma ira devotada ao STF.
A reação ao julgamento do mensalão, em pleno curso, nega sinceridade à proposta revisionista do ex-presidente, fazendo do livro uma obra de ocasião, complementar ao método de guerrilha deflagrado contra a independência do Poder Judiciário.
Esse enredo terá seu curso retomado na próxima terça-feira, quando a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) promoverá um desagravo ao que seu presidente Décio Lima (PT-SC) considerou desfaçatez, ou seja, o papel de bombeiros exercido pelos dirigentes do PMDB junto ao STF.
O que estabelece, desde já, um desafio ao PMDB, cuja bancada sinalizou, com o silêncio de muitos e a reclamação de poucos , sua divergência com a cúpula. Com um terço de seus parlamentares na Justiça, o Congresso é tentado a pegar carona na reação dos mensaleiros.
O experiente senador Esperidião Amin (SC) vocaliza essa crítica à cúpula, ao recusar ao presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), autoridade para ir ao STF em nome do partido. "No mínimo, os líderes tinham que falar", diz ele, que defende o debate da emenda petista contra o Supremo.
Em que pese o esforço para dar naturalidade histórica aos erros do partido, a síntese recém-conhecida do livro, feita pelo seu protagonista, não esconde o tratamento de debate interno dado aos crimes cometidos contra o Estado, cujas consequências o PT "eleitoreiro" recusa, numa resistência que tem seu ápice na investida de sua bancada parlamentar contra o Supremo Tribunal Federal.
O outro PT, definido por Lula como "da base", que ele remete aos anos 1980, se ainda existe como afirma o ex-presidente, é invisível ou em grande parte já não é mais PT, como atestam as defecções de grandes nomes irreversivelmente ligados à sua fundação.
O PT visível, institucionalizado, com representação congressual, que governa o País há 10 anos, insiste na defesa dos erros que Lula candidamente atribui ao processo eleitoral (de novo o caixa dois). Esses erros foram cometidos pós-eleição, já no governo, do qual dispôs como quis para um projeto hegemônico de poder , frustrado pelo Ministério Público, não por acaso alvo da mesma ira devotada ao STF.
A reação ao julgamento do mensalão, em pleno curso, nega sinceridade à proposta revisionista do ex-presidente, fazendo do livro uma obra de ocasião, complementar ao método de guerrilha deflagrado contra a independência do Poder Judiciário.
Esse enredo terá seu curso retomado na próxima terça-feira, quando a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) promoverá um desagravo ao que seu presidente Décio Lima (PT-SC) considerou desfaçatez, ou seja, o papel de bombeiros exercido pelos dirigentes do PMDB junto ao STF.
O que estabelece, desde já, um desafio ao PMDB, cuja bancada sinalizou, com o silêncio de muitos e a reclamação de poucos , sua divergência com a cúpula. Com um terço de seus parlamentares na Justiça, o Congresso é tentado a pegar carona na reação dos mensaleiros.
O experiente senador Esperidião Amin (SC) vocaliza essa crítica à cúpula, ao recusar ao presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), autoridade para ir ao STF em nome do partido. "No mínimo, os líderes tinham que falar", diz ele, que defende o debate da emenda petista contra o Supremo.
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