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sábado, 14 de setembro de 2013

A FRAUDE E A FARSA CONTINUAM

O Estado de S.Paulo
Apesar de a Polícia Federal (PF) estar investigando um rombo de R$ 400 milhões em verbas públicas administradas pelo Ministério do Trabalho (MT), tendo ouvido em depoimento coercitivo o ex-ministro interino e então secretário executivo, o número dois do órgão, Paulo Roberto Pinto, o ministro Manoel Dias continua no comando da pasta. Para tanto, logrou convencer a presidente Dilma Rousseff em encontro de duas horas e derrotar correligionários que, em reunião da Executiva do Partido Democrático Trabalhista (PDT), defenderam a entrega do cargo e o rompimento imediato com o governo.

Para ficar no emprego, ele contou com a ajuda providencial do presidente nacional do partido, Carlos Lupi, que se relaciona com os pedetistas na base do "manda quem pode, obedece quem tem juízo" e tem um argumento insuperável para não permitir que a chefe de governo demita o auxiliar: o apoio da legenda ao projeto de reeleição de Dilma na eleição do ano que vem. No momento, não seria inteligente abrir mão desse apoio, pois a sucessão poderá não se dar em céu de brigadeiro - e a presidente não gosta de turbulência. E ninguém no governo está disposto a oferecer a cabeça do ministro aos adversários. Imaginar que qualquer um desses possa abrir mão de sua adesão por motivos morais não é, de fato, prova de sensatez.
Para amenizar o desgaste que a Operação Esopo da PF poderá provocar no palanque presidencial, o ministro tomou a providência habitual na atual administração federal: montou uma comissão para fazer um "pente-fino" nos convênios da pasta que estão sob suspeita. E encarregou o secretário de Políticas Públicas de Emprego do MT, Sérgio Vidigal, de coordenar seus trabalhos. Ninguém pode acusar o ministro Dias de ter nomeado uma pessoa sem experiência no assunto. Quando era prefeito de Serra (ES), Vidigal assinou um convênio de R$ 4,6 milhões com o Instituto Mundial de Desenvolvimento e Cidadania (IMDC), ONG com sede em Belo Horizonte, apontada como principal beneficiária pelo desvio de dinheiro público. Firmado em 2008, esse convênio ainda está em plena vigência. Um dos principais assessores do secretário, Gleide Santos Costa, foi preso na semana passada em São Paulo em outra operação da PF, a "Pronto Emprego". Ele teria favorecido o Centro de Atendimento ao Trabalhador (Ceat), ONG denunciada pelo desvio de aproximadamente R$ 18 milhões. O assessor e os dirigentes da ONG, ligados ao PDT, teriam usado verbas do MT destinadas a qualificar mão de obra para financiar a importação e venda de produtos chineses no comércio popular nos arredores da Rua 25 de Março, em São Paulo.
É pouco provável que as ministras com quem a presidente conversou antes de receber Dias - Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, e Ideli Salvatti, das Relações Institucionais - tenham chamado a atenção da chefe para a ironia de fraudadores usarem dinheiro público para qualificar mão de obra com o objetivo de enriquecer vendendo produtos comprados a preços baixos por causa da remuneração vil dos chineses, que concorrem de maneira não muito leal com outros, cuja venda remuneraria a mão de obra que os convênios se propõem a qualificar.
Mas, se Vidigal tem assessores no mínimo controvertidos, não se pode acusá-lo de inabilidade no trato com gente que manda. O "mutirão" chefiado pelo ministro Dias lembra a "faxina" a que Dilma recorreu em 2011 para afastar o dono da sigla governista, Carlos Lupi, do mesmo Ministério por suspeita de recebimento de propinas de ONGs. Lupi, nomeado originalmente pelo antecessor e padrinho de Dilma, Lula, foi substituído por Brizola Neto, descendente do fundador da legenda, Leonel Brizola, e que agora foi aconselhado a não meter o bedelho nas relações entre o PDT e a reeleição de Dilma.
É difícil de acreditar que alguém que participou da fraude seja a pessoa mais indicada para acabar com ela e punir os fraudadores, à sombra de Lupi, que, demitido do MT, é quem manda lá. Se tudo segue igual, por que a farsa e a fraude teriam fim?

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

CORRUPÇÃO, TÁ TUDO DOMINADO.

(Elza Fiúza - ABr)





















Na terça-feira (10), após ser pressionado pelo Palácio do Planalto e também pelo ministro do Trabalho, Manoel Dias (PDT), o secretário-executivo da pasta, Paulo Roberto Pinto, pediu demissão. De acordo com o ministro, a saída do número 2 do ministério foi uma medida para evitar “constrangimentos” ao governo.
Investigado pela Polícia Federal na Operação Esopo, que apura desvio de recursos públicos em montante que pode chegar a R$ 400 milhões, Paulo Roberto alega inocência, mas na última segunda-feira (9) foi levado à PF para prestar depoimento e esclarecer o esquema criminoso que funcionava a partir do Instituto Mundial do Desenvolvimento e da Cidadania – uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) – e contava com a participação de empresas, pessoas físicas, agentes públicos, prefeituras, governos estaduais e ministérios.
De acordo com as investigações da Polícia Federal, o Instituto Mundial era uma entidade de fachada contratada para realizar projetos superfaturados e que jamais foram executados. Na opinião do delegado Marcelo Freitas, da PF de Minas Gerais, a função do ex-secretário-executivo do ministério era facilitar as atividades do Instituto na pasta.
Há nesse episódio, que até agora não mereceu uma só palavra da cúpula do governo petista de Dilma Rousseff, dois pontos importantes a serem considerados. O primeiro deles remete a algumas matérias do ucho.info sobre o loteamento da Esplanada dos Ministérios.
Depois que o esquema do Mensalão do PT foi descoberto e transformou-se no maior escândalo de corrupção da história nacional, o governo petista decidiu mudar a forma de cooptação de parlamentares no Congresso Nacional. Saiu de cena o pagamento regular de mesadas, principalmente a deputados federais, entrando em seu lugar a entrega, a partidos da chamada base aliada, de importantes ministérios.
Com essa mudança, o Palácio do Planalto conseguiu manter e ampliar a base de apoio, deixando com cada partido o ônus dos escândalos de corrupção, o que mais uma vez é confirmado pela Operação Esopo.
Não é primeira vez que o Ministério do Trabalho envolve-se em escândalos de corrupção. Presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afilhado político de Brizola, deixou a pasta debaixo de uma enxurrada de acusações.
Quem conhece os bastidores da política em Brasília sabe que dificilmente um escândalo como o detectado pela Operação Esopo acontece sem a aquiescência do titular da pasta, neste caso Manoel Dias. Acontece que em situações como esta normalmente preserva-se, em um primeiro momento, o ministro, até que a situação torne-se insustentável e exija a demissão. Porém, enganados estão os que esperam uma manifestação de Dilma Rousseff sobre o imbróglio, pois o PDT, “dono” da pasta, é o partido de origem da presidente.
De igual modo, que os brasileiros não se iludam que esse escândalo é um caso isolado, uma vez que na grande maioria dos ministérios há casos de corrupção. A única diferença é que alguns a polícia consegue interceptar. Contudo, a grande questão é saber até que ponto a Polícia Federal seguirá em suas investigações, já que sabe-se que a corporação deixou de ser uma polícia de Estado para ser uma polícia de governo.
Tudo dominado – Na terça-feira (10), após ser pressionado pelo Palácio do Planalto e também pelo ministro do Trabalho, Manoel Dias (PDT), o secretário-executivo da pasta, Paulo Roberto Pinto, pediu demissão. De acordo com o ministro, a saída do número 2 do ministério foi uma medida para evitar “constrangimentos” ao governo.
Investigado pela Polícia Federal na Operação Esopo, que apura desvio de recursos públicos em montante que pode chegar a R$ 400 milhões, Paulo Roberto alega inocência, mas na última segunda-feira (9) foi levado à PF para prestar depoimento e esclarecer o esquema criminoso que funcionava a partir do Instituto Mundial do Desenvolvimento e da Cidadania – uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) – e contava com a participação de empresas, pessoas físicas, agentes públicos, prefeituras, governos estaduais e ministérios.
De acordo com as investigações da Polícia Federal, o Instituto Mundial era uma entidade de fachada contratada para realizar projetos superfaturados e que jamais foram executados. Na opinião do delegado Marcelo Freitas, da PF de Minas Gerais, a função do ex-secretário-executivo do ministério era facilitar as atividades do Instituto na pasta.
Há nesse episódio, que até agora não mereceu uma só palavra da cúpula do governo petista de Dilma Rousseff, dois pontos importantes a serem considerados. O primeiro deles remete a algumas matérias do ucho.info sobre o loteamento da Esplanada dos Ministérios.
Depois que o esquema do Mensalão do PT foi descoberto e transformou-se no maior escândalo de corrupção da história nacional, o governo petista decidiu mudar a forma de cooptação de parlamentares no Congresso Nacional. Saiu de cena o pagamento regular de mesadas, principalmente a deputados federais, entrando em seu lugar a entrega, a partidos da chamada base aliada, de importantes ministérios.
Com essa mudança, o Palácio do Planalto conseguiu manter e ampliar a base de apoio, deixando com cada partido o ônus dos escândalos de corrupção, o que mais uma vez é confirmado pela Operação Esopo.
Não é primeira vez que o Ministério do Trabalho envolve-se em escândalos de corrupção. Presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afilhado político de Brizola, deixou a pasta debaixo de uma enxurrada de acusações.
Quem conhece os bastidores da política em Brasília sabe que dificilmente um escândalo como o detectado pela Operação Esopo acontece sem a aquiescência do titular da pasta, neste caso Manoel Dias. Acontece que em situações como esta normalmente preserva-se, em um primeiro momento, o ministro, até que a situação torne-se insustentável e exija a demissão. Porém, enganados estão os que esperam uma manifestação de Dilma Rousseff sobre o imbróglio, pois o PDT, “dono” da pasta, é o partido de origem da presidente.
De igual modo, que os brasileiros não se iludam que esse escândalo é um caso isolado, uma vez que na grande maioria dos ministérios há casos de corrupção. A única diferença é que alguns a polícia consegue interceptar. Contudo, a grande questão é saber até que ponto a Polícia Federal seguirá em suas investigações, já que sabe-se que a corporação deixou de ser uma polícia de Estado para ser uma polícia de governo.
Fonte: Ucho.Info

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

AMOR E ÓDIO EM BRASILIA

Pouco depois de se despedir do gabinete onde cumpria expediente na Esplanada dos Ministérios, na manhã de ontem, Carlos Lupi foi novamente dominado pela veia ao comentar o fim da trajetória no governo de Dilma Rousseff. "Com vocês (da imprensa) agora eu só falo por meio de nota oficial.

Vocês já destilaram todo o seu ódio. Agora, só por nota", esbravejou o ex-ministro. Na carta de demissão, divulgada no domingo, Lupi se disse perseguido pela mídia, como se os jornais fossem tribunais de exceção que não permitem a uma autoridade pública se explicar diante dos malfeitos.

Sexto ministro a cair por suspeita de corrupção na Esplanada este ano, Lupi misturou velhos argumentos usados por políticos em apuros — tudo é perseguição da mídia e da oposição — com um sentimentalismo inadequado para a real politik brasiliense. No início de novembro, após a revelação a público das irregularidades nos convênios entre ONGs e o Ministério do Trabalho, o então ministro adotou postura sobranceira. "Para me tirar do ministério, só se eu for abatido à bala. E tem de ser uma bala pesada, porque sou pesadão", disse, em 8 de novembro. Dois dias depois, na Câmara dos Deputados, Lupi moderou o tom. Apelou para a emoção. Diante dos deputados, tentou explicar ao Planalto o modo soberbo de rebater as denúncias. "Presidenta Dilma, desculpe se fui agressivo. Eu te amo." Na última sexta-feira, após a Comissão de Ética Pública votar pelo afastamento de Lupi, Dilma cortou o último vínculo afetivo com o subordinado. Com uma ironia que se tem tornado frequente em declarações públicas, revelou não ser mais propriamente romântica ou adolescente.

Lupi se mostrou desajustado com a nova ordem determinada pela presidente: eficiência, pragmatismo, impessoalidade e retidão pública — características a que o antecessor Lula dava menos atenção na relação com aliados e colaboradores. Página virada na pasta do Trabalho, Dilma se prepara para começar uma nova etapa de governo, com uma possível reforma ministerial. Talvez seja a hora de aplicar a frase que a própria presidente usou durante a última crise: "O passado simplesmente passou".

Mas há questões que resistem a eventuais trocas de ministros. O loteamento partidário na Esplanada e a relação com os aliados no Congresso seguem como dos principais entraves à gestão que Dilma pretende impor. O passado insiste em ficar na Esplanada

Carlos Alexandre - Correio Brasiliense

LUPI NÃO É O ÚLTIMO

A presidente Dilma pode demitir mais oito ministros na reforma de janeiro. PDT luta para manter a pasta do Trabalho


Demissão de Carlos Lupi faz partidos iniciarem disputas antes programadas para o fim de janeiro, quando haverá uma mudança geral nos ministérios. PT e PMDB se digladiam por pastas como Cidades e Transportes

Presa em um nó partidário de aliados famintos e descontentes, a presidente Dilma Rousseff terá que conciliar na primeira reforma ministerial oficial de seu governo a resolução de problemas administrativos, a saída de titulares que disputarão as eleições de 2012 e a assimetria de poder entre legendas aliadas. A presidente ainda não fechou seus planos, mas já recebeu lista de reivindicações. O PT quer os ministérios das Cidades e do Trabalho. O PMDB, por sua vez, anda insatisfeito, reclamando que só ganhou ministérios sem capilaridade. Para melhorar sua situação na Esplanada, o aliado pleiteia a pasta de Transportes, acrescida da Secretaria de Portos, que deve perder o status de ministério. A disputa dos aliados pela ampliação do espaço na Esplanada já se refletiu no Congresso.

O governo encontra dificuldades em aprovar a lei que prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU) e os parlamentares já trabalham com a possibilidade de não votar o orçamento este ano.
No xadrez do enxuga e troca ministerial, a restruturação de algumas pastas é avaliada por Dilma. A presidente tem criticado o modelo de gestão e chegou à conclusão de que é impossível se reunir com quase 40 ministros. Para resolver a questão, avalia fundir pastas que têm ações correlatas, como Trabalho e Previdência; Agricultura e Pesca; Igualdade Racial, Políticas para Mulheres e Direitos Humanos; e Transportes e Portos ou Integração Nacional e Portos.

A chuva de ministros derrubados por denúncias de corrupção prejudicou os planos da presidente, de modificar a gestão das pastas em 2012. Há três meses, Dilma discutiu em reunião de coordenação política a proposta de dividir a Esplanada em áreas "guarda-chuva". Em vez de despachar com os titulares dos 38 ministérios, a presidente sugeriu que as pastas fossem divididas em grandes temas e que um ministro — com perfil mais técnico e testado pelos anos do governo PT — fosse o coordenador temático, ou seja, o responsável que conversaria com ela. Com isso, Dilma criaria uma modalidade de "vice-ministros", ideia que já incomoda os aliados, mas resolveria problemas administrativos e de agenda do Planalto.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirma que por enquanto a presidente mantém a sete chaves as novidades de sua reforma ministerial, mas que os aliados já foram avisados de que não haverá grandes mudança na correlação de força dos partidos. "As informações são de que será uma coisa pontual, não uma grande reforma. As forças políticas serão mantidas, não vão mexer nos partidos para fazer um xadrez completo."

Eleições municipais

A avaliação dos aliados é de que o ano de turbulência política que antecedeu a reforma oficial limita os planos da presidente no momento de montar seu primeiro ministério de fato. "É sempre complicado fazer uma reforma no meio do mandato. Quando o novo governante assume é que ele decide o tamanho do Estado. Fazer mais composições depois é complicado", afirma o senador Wellington Dias (PT-PI).

Denúncias de corrupção e de deslocamentos políticos, no entanto, forçarão Dilma a realizar composições. Pelo menos quatro ministros (ver quadro) amargam frigideira graças a irregularidades apontadas em suas pastas e outros quatros figuram na lista de pré-candidatos a prefeituras em 2012. No caso do ministro da Educação, Fernando Haddad, seu afastamento poderá dar lugar a Aloizio Mercadante, que deixaria o Ministério de Ciência e Tecnologia para assumir a pasta na reforma ministerial.

O lugar de Mercadante voltaria para as mãos do PSB, que já comandou a pasta de Ciência e Tecnologia. O Ministério do Trabalho, comandado pelo interino Paulo Roberto dos Santos Pinto após a saída de Carlos Lupi, é alvo da cobiça de setores do PT, assim como a pasta de Cidades, pois o titular Mário Negromonte (PP) não deve ser reconduzido na reforma. Se atender aos pleitos do PT, Dilma terá que acomodar o PDT e o PP em outros ministérios, para manter a harmonia da coalizão.

Fonte: Correio Brasiliense

domingo, 4 de dezembro de 2011

R$ 282 MILHÕES EM CONTRATOS NÃO ANALISADOS NO MINIST. DO TRABALHO

A fartura de dinheiro repassado pelo Ministério do Trabalho, do
(PDT), para organizações não governamentais contrasta com a precária estrutura de controle da boa aplicação dos recursos destinados a programas de qualificação de mecânicos, garçons, marceneiros, entre outros trabalhadores. Levantamento com dados do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira) obtido pela reportagem informa que o ministério acumula R$ 282 milhões em prestações de contas de ONGs, fundações e prefeituras não analisadas.

Isso significa que o ministério liberou o dinheiro, mas não sabe se os serviços foram executados.

As pilhas de prestações de contas estão acumulando poeira desde 2004. Entre as contas pendentes estão os processos do Instituto Brasil Voluntário - Bravo, ONG indicada pelo deputado Weverton Rocha (PDT-MA), um dos principais assessores de Lupi à época da assinatura do convênio entre a entidade e o ministério.

A ONG firmou, em dezembro de 2007, um convênio de R$ 2.184.870,00 com o pretexto de qualificar jovens para o primeiro emprego. Mas segundo um fiscal, depois de receber o dinheiro, desapareceu. Esse fiscal relata que a entidade entregou a prestação de contas da primeira parcela (cerca de R$ 800 mil) e simplesmente sumiu.

Nos documentos apresentados ao ministério, a Brasil Voluntário informa como endereço um escritório em Timon, no Maranhão, uma das bases eleitorais de Weverton.

CGU
Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) aponta graves irregularidades no convênio. Nos papéis relegados a segundo plano estão ainda uma das prestações de contas da Fundação Pro-Cerrado, do empresário Adair Lima, o mesmo que providenciou um avião para Lupi fazer uma viagem ao Maranhão no final de 2009. Em 2007, a ONG fez convênio de R$ 2.379.282,62 também para qualificar trabalhadores, mas as contas da entidade não foram analisadas.

Antes da crise, só uma pessoa analisava contas
O sistema de controle do bom uso do dinheiro público é ínfimo. Do começo de 2010 até o início do mês passado, o ministério manteve apenas uma pessoa para analisar contas de todos os convênios. A tarefa é considerada impossível.

Só o Projovem, programa destinado a qualificar jovens em início de carreira, consome uma média de R$ 400 milhões por ano. Com o recrudescimento das denúncias, o setor foi reforçado. Agora, conta com quatro técnicos. Ao todo, o ministério dispõe de 16 profissionais para analisar a papelada das ONGs.

Técnicos da área dizem que para fazer um serviço de qualidade razoável seria necessário, no mínimo, dobrar esse contingente. Em entrevistas, "ongueiros", políticos e servidores públicos relatam que o "descontrole" no ministério é generalizado e facilita desvios e uso político-eleitoral dos cursos de qualificação profissional. (Agência O Globo)

sábado, 3 de dezembro de 2011

LUPI BURLOU JUSTIÇA ELEITORAL AO SE CANDIDATAR AO SENADO EM 2002

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi Foto: Aílton de Freitas / O Globo
O ministro do Trabalho, Carlos LupiAílton de Freitas / O Globo

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, não pediu afastamento do cargo de assessor da liderança do PDT para se candidatar ao Senado pelo Rio em 2002. Levantamento preliminar da assessoria da Mesa da Câmara informa que não consta licença de Lupi entre janeiro de 2001 e maio de 2006. Nesse período, o ministro estava na lista de auxiliares do líder do PDT em Brasília. Pela lei complementar 64, de 1990, funcionário público, sem cargo de chefia, é obrigado a se licenciar com, pelo menos, três meses de antecedência da eleição, caso queira se candidatar.

Pela lei 8.112, que rege o funcionalismo público, Lupi poderia pedir licença remunerada para concorrer ao Senado. Mas teria que abrir mão da gratificação legislativa e, com isso, perder 50% do salário. Lupi foi contratado para um cargo de natureza especial 07. Hoje, o salário de um servidor classificado nessa categoria gira em torno de R$ 12 mil. A não desincompatibilização do cargo é considerada uma falta grave e poderia implicar na perda do mandato, caso o ministro tivesse sido eleito.

O caso será investigado pela Comissão de Sindicância da Câmara, que inicia as atividades na segunda-feira. Se as informações preliminares se confirmarem ao fim da investigação, a comissão deverá pedir que o ministro devolva aos cofres públicos os valores que teria recebido indevidamente ao longo da campanha eleitoral de 2002.

Para o ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Carlos Velloso, a não desincompatibilização de servidor de cargo público representa uma burla à Justiça Eleitoral.
- Se não se licenciou, ele cometeu uma ilegalidade. Ele tinha que se desincompatibilizar. É o que manda a Lei das Inelegibilidades - disse Velloso.

Lupi foi contratado para trabalhar como assessor da liderança do PDT na Câmara em janeiro de 2001. Ele ficou no cargo até maio de 2006, quando concorreu ao governo do Rio. Nesse período, não há registro no Boletim Administrativo da Câmara de licença do ministro. Pela leis eleitorais, ele teria que se licenciar do cargo e comunicar a decisão ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio até 5 de julho do ano da eleição em que concorreria a um cargo eletivo.

A Comissão de Sindicância vai investigar também se o ministro, de fato, acumulou função de assessor do PDT em Brasília com a de servidor da Câmara de Vereadores do Rio, conforme mostrou o jornal "Folha de S. Paulo". Contratado para trabalhar em Brasília, Lupi também teria que dar expediente na Câmara, no Rio. Na condição de servidor de cargo de natureza especial, Lupi poderia trabalhar no Rio, desde que fizesse uma comunicação formal à Câmara dos Deputados. Nesse caso, ele perderia 50% do valor do salário.

Lupi não tem mais vínculo com a Câmara, mas ainda pode sofrer punição. Ao fim das investigações, o ministro poderá ser obrigado a devolver também os valores recebidos indevidamente entre 2001 e 2006. O total corresponde à soma da metade dos rendimentos dele nesse período, com a correção.

Fonte: O Globo

 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

QUEM TEM A BALA MAIOR, LUPI OU DILMA?

O caso do ministro Carlos Lupi, do Trabalho, começa a jogar sobre o governo Dilma a sombra do ridículo, do patético. A Soberana tem sido, nestes quase 12 meses, bastante poupada de si mesma e de suas escolhas por boa parte da imprensa. Como se dá de barato que o chamado “presidencialismo de coalizão” conduz o governante a fazer, muitas vezes, coisas de que não gosta, então se entende que Dilma “herdou” uma gestão cheia de problemas e foi corrigindo as distorções ao longo do tempo.

Trata-se uma leitura certamente generosa, bondosa mesmo! Dilma tem, sim, de governar com os partidos, mas era forte o bastante para, se quisesse, ter operado algumas trocas já na largada. Que Carlos Lupi nunca foi, assim, de uma ortodoxa moralidade, até os vastos gramados de Brasília sabiam. No entanto, ela decidiu ficar com ele. O homem nunca lhe foi estranho. Foi seu correligionário de PDT e companheiro de ministério quando ela era a gerentona. Dilma o escolheu porque quis, e assim foi com os cinco outros demitidos em meio a acusações de lambança: Antonio Palocci, Alfredo Nascimento, Pedro Novais, Wagner Rossi e Orlando Silva.

Desta vez, Dilma decidiu resistir, e o Planalto conseguiu emprenhar boa parte do jornalismo político pelo ouvido. Tudo faria parte de uma grande estratégia para tirar o PDT na reforma ministerial. Substituir Lupi agora corresponderia a deixar o ministério nas mãos do partido, que indicaria o substituto. A desculpa me parece um tanto ridícula. Se a presidente quiser o apoio do PDT, terá de lhe dar um ministério — o do Trabalho ou outro. É claro que essa pasta é do especial agrado dos pedetistas por causa da Força Sindical, do deputado “Paulinho da Força” (SP), presidente da central.
Sim, Dilma gostaria de se ver livre de Lupi. Mas não há motivos para deixar de constatar o óbvio: ela ainda não o demitiu não porque não queira, mas porque não pode. Dessa forma, o homem não aceita!

E deve ter bons motivos para impor a sua vontade e ainda fazer o governo cobrar explicações da… Comissão de Ética! É ridículo! O grupo nada mais fez do que expressar a perplexidade de toda gente. Até agora, lembrou a comissão, não se sabe nem quem pagou o tal jatinho em que o ministro viajara em companhia de um empresário que jurou não conhecer.

A cada dia, aquela fala agressiva de Lupi de que só sairia a bala e de que teria de ser uma “bala bem grande” porque ele é “pesadão” vai se mostrando menos bravata do que parecia. Os outros cinco ministros, vamos convir, caíram com muito menos evidências do que as que há contra o pedetista. Por que o tratamento com ele é diferente? Algumas pessoas que circulam na periferia da presidente sugerem que ela decidiu que a “imprensa não demitiria mais” mais ministros seus. Imprensa? O jornalismo nem contrata nem dispensa os auxiliares de Dilma. Ela é a responsável pela recondução de Lupi ao cargo e por sua permanência. A imprensa apenas noticia o que sabe. Se os fatos não ajudam a desenhar um perfil virtuoso do ministro do Trabalho, fazer o quê? Paciência!

Dilma bravinha

Os assessores palacianos da presidente que lidam com a imprensa mandaram espalhar que ela ficou chateada porque a Comissão de Ética vazou o seu parecer antes de falar com ela. Queria o quê? Trata-se de uma “Comissão de Ética Pública”, não de assessoramento privado da cidadã Dilma Rousseff. A mandatária, consta, quer que a comissão dê algumas explicações. Que parte da lambança de Lupi Dilma não entendeu até agora?

Escrevi ontem sobre a Lei da Ficha Limpa, e alguns leitores, não sei se “luperinos”, perguntam-me por que acho que a presunção de inocência não vale também para o ministro. Quem disse? Não estou pedindo que ele seja imediatamente enviado à cadeia por conta das acusações que há contra ele. Acho que ele tem de ser demitido de um cargo político, de confiança; é coisa completamente diferente. Não me parece que possa ser ministro de estado alguém que, de modo deliberado, conta uma inverdade numa comissão da Câmara, evidenciada depois por fotos, vídeos, testemunhos. Daria até para colher as impressões digitais do ministro no tal avião.

O governo Dilma não será caracterizado por grandes êxitos na economia — a maré não é das melhores — nem por sua operosidade. As denúncias de malversação de recursos públicos nas obras da Copa começam a tomar volume. Que sinal Dilma está emitindo? Não há estratégia política que justifique a leniência com Lupi. O que vai ficando claro é que ele só sai se e quando quiser.

Parece que, de fato, a bala para derrubá-lo tem de ser muito grande, maior ao menos do que a bala que ele pode ter para disparar contra o governo.

Por Reinaldo Azevedo

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

PISANDO NA BOLA

A sensação é a de que o Congresso está dividido. A maioria dos assessores só dá as caras para receber o seu (e o nosso) rico dinheirinho no fim do mês, e os que comparecem ao serviço vivem um clima de "1984", de George Orwell.

De um lado, a revelação de que o (por enquanto) ministro do Trabalho, Carlos Lupi, foi funcionário-fantasma da Câmara durante quase seis anos funcionou como casca de banana para o líder do PT, Cândido Vaccarezza, e reabriu a discussão sobre a bananeira toda.

Sem ter como defender o indefensável, Vaccarezza escorregou feio e disse que não tem nada demais em ser funcionário-fantasma, já que a maioria dos assessores de deputados "jamais pisou na Câmara". Como se sentem os funcionários que cumprem suas obrigações?

De outro lado, como vem mostrando o jornal "Correio Braziliense", o Senado vem desde 2004 transformando sua polícia legislativa numa força paralela com poderes inerentes à polícia polícia: de revista, busca, apreensão e detenção.

Os seguranças podem andar armados, estão ganhando sofisticadas maletas de rastreamento de grampos telefônicos e por um triz não passaram a ter o direito de acessar dados sobre o uso da internet por funcionários (daqueles que comparecem ao local de trabalho, claro).

A alegação dos gênios que criam o monstro é que o Senado é, nesse caso, meramente empregador e, por entendimento do TST, o empregador tem acesso aos e-mails corporativos.

Mas, para advogados e juristas, trata-se da quebra de sigilo de correspondência sem autorização judicial ou a velha "invasão de privacidade" própria de ditaduras e de regimes dos que se sentem deuses.

Aos assessores, portanto, sobra a alternativa: ou se submetem a quem está brincando de "Grande Irmão" ou desencarnam do serviço e viram fantasmas -como "a maioria", segundo o líder Vaccarezza.

Eliane Cantanhêde - Folha de São Paulo

terça-feira, 29 de novembro de 2011

SINDICATOS DE FACHADA

Cerca de 41 milhões de brasileiros arcam, uma vez por ano, com um dia de salário destinado à manutenção de uma estrutura burocrática, viciada, enraizada e numerosa, dirigida por acomodados pelegos, que se beneficiam da arrecadação de mais de R$ 2 bilhões. Falo da Contribuição Sindical obrigatória, regulada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), designação dada pelo regime militar ao velho Imposto Sindical criado por Getúlio Vargas em 8 de julho de 1940, mediante o Decreto-Lei n.º 2.377.

A instituição do Imposto Sindical teve dois significados: de um lado, justificou a intervenção da ditadura varguista em associações profissionais que até 1930 gozavam de liberdade e, a partir de 1931, passaram a viver sob controle do Estado; de outro, passou recibo da incapacidade de as entidades sindicais darem conta das responsabilidades de representação, com recursos próprios, arrecadados entre os associados.

Sob o primeiro governo Vargas (1930-1945), era compreensível que ambas as coisas ocorressem. Foi Getúlio Vargas quem modelou, de cima para baixo, as regras que tornaram possível fundar sindicatos, federações e confederações. Para tanto lhes assegurou arrecadações obrigatórias que lhes permitiram sobreviver.

O controle do Estado sobre a estrutura sindical sobreviveu à queda de Vargas, em 1945. Não convinha aos governos que se seguiram conceder-lhes autonomia nos moldes da Convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), pelo receio de presenciarem a expansão da doutrina comunista. É necessário reconhecer que a pelegada concordava em viver à sombra do Ministério do Trabalho, mesmo se ocasionalmente alguém era punido por eventuais excessos.

Durante o regime militar a situação manteve-se inalterada. Sindicalistas combativos e independentes haviam sido cassados, presos ou caíram na clandestinidade em 1964. Dentro do vazio que se criou o peleguismo ganhou força, raros sendo os dirigentes com postura independente, como se viu em São Bernardo do Campo na década de 1970.

A Constituição de 1988 modificou a CLT. Em nome da liberdade de associação, o artigo 8.º vedou a interferência e a intervenção do poder público em entidades sindicais. Receptiva, entretanto, à pressão das confederações, das federações e dos sindicatos profissionais e patronais, manteve a estrutura verticalizada, o monopólio de representação por categoria econômica ou profissional, instituiu a Contribuição Confederativa e garantiu a cobrança generalizada do imposto anual, sob a roupagem de Contribuição Sindical. A Constituição extinguiu, é verdade, a Carta de Reconhecimento deferida discricionariamente pelo ministro do Trabalho. Criou, entretanto, o registro no Ministério do Trabalho e Emprego, exigência burocrática responsável pelo aparecimento do profissional especializado em fundar sindicatos, federações e confederações artificiais.

Coube ao deputado Ricardo Berzoini, ministro do Trabalho no primeiro governo Lula, dar destaque, em projeto de emenda constitucional, ao fenômeno da pulverização. Em 2005 alertou o então ministro sobre "a proliferação de sindicatos cada vez menores e menos representativos - por ele denominados "sindicatos de carimbo" - , o que só reitera a necessidade de superação do atual sistema, há anos criticado por sua baixa representatividade e reduzida sujeição a controle social".

A ausência de regulamentação do artigo 8.º da Constituição, mediante lei ordinária, provocou a edição de cinco instruções e duas portarias ministeriais sobre registro - a primeira, baixada pela ex-ministra Dorothea Werneck e a última, editada pelo ministro Carlos Luppi. Todas revestidas de caráter autoritário, porque invadiram espaço destinado à lei, a teor do artigo 5.º, II, da Lei Maior. Ademais desse aspecto relevante, a maleabilidade de instruções e portarias, sobretudo da última, possibilita a formação dos ditos "sindicatos de carimbo", controlados pelo neopeleguismo lulista, que visa à estabilidade sem trabalho, e com excelentes rendimentos.

A liberdade de associação profissional ou sindical é idêntica à liberdade de organização de partidos políticos, prescrita no artigo 17 da Constituição da República. Não estamos, contudo, diante de liberdades ilimitadas e absolutas. A Lei n.º 9.096, de 1995, dispõe sobre partidos políticos, regulamenta os artigos 17 e 14, § 3.º, inciso V, da Constituição federal, e ninguém se atreve a acusá-la de ditatorial.

A inexistência de lei regulamentadora do direito de associação sindical, cujo espaço passou a ser preenchido por meras portarias ministeriais, faz com que recaia sobre o Ministério do Trabalho e Emprego, conforme o Estado, na edição de 14/11, a pecha de "mercado de lobby comandado por ex-funcionários".

A experiência atesta que, no tratamento dispensado à estrutura sindical, a Constituição de 1988 consegue ser a pior. Pior até do que a Carta Constitucional de 1937, cujo artigo 138 não ocultou suas raízes corporativo-fascistas. Já o artigo 8.º da vigente Carta Magna, como o fizeram as anteriores, a partir de 1946, declara que são livres as associações profissionais ou sindicais, mas, a começar do inciso I, revela o autêntico caráter, pois conserva a estrutura verticalizada, reafirma o monopólio de representação por categoria profissional ou econômica, impõe o registro e prestigia a contribuição obrigatória. Em resumo, embora nascida de aspirações democráticas do povo, fortalece o nefasto peleguismo, presente entre nós desde 1939.

Causa perplexidade o fato de, mesmo diante de tantos escândalos, o Congresso Nacional conservar-se omisso, tal como em 1946, e permitir a perpetuação do modelo corporativo-fascista, adotado desde a Carta de 1937.

Fonte: Ucho.Info

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

PLANALTO NÃO CONSEGUE ABAFAR ONDA DE ESCÂNDALOS NO MINIST. DO TRANSPORTE



Que seja rápido – Para amainar o clima tenso na seara do Ministério do Trabalho, principalmente por causa das denúncias envolvendo o ministro Carlos Lupi (PDT), uma nova crise foi criada para desviar a atenção da opinião pública, que de alguns meses para cá passou a compreender a nocividade da passagem de Luiz Inácio da Silva pelo Palácio do Planalto, algo que se faz notório com a demissão de ministros envolvidos em escândalos de corrupção.

A estratégia palaciana de forjar uma nova cortina de fumaça, colocando o Ministério das Cidades no olho do furacão parece não ter atingido os objetivos esperados. Até porque os rumores que flanam na órbita do ministro Mário Negromonte (PP-BA) estão focados em opiniões divergentes sobre um projeto de mobilidade urbana, sem que nada até então tenha sido devidamente comprovado.

Acontece que para o desespero de alguns palacianos o pedetista Carlos Lupi voltou à alça de mira. Integrante da oposição, o PPS decidiu cobrar explicações do Palácio do Planalto sobre a denúncia de extorsão mo Ministério do Trabalho. O líder do partido na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), disse que a Presidência da República precisa explicar o fato, principalmente porque foi avisada com antecedência de um esquema de cobrança de propina na pasta em troca da concessão da carta sindical, sem que nada tenha sido feito para coibir o esquema.

“Vamos buscar todos os meios. A presidente precisa dar explicações à sociedade sobre esse fato que é da maior gravidade. Se a denúncia chega ao Palácio, mas não é apurada, há conluio, conivência com a corrupção”, declarou Rubens Bueno.

O líder do PPS lembrou que a Presidência da República também foi informada sobre outras irregularidades no Ministério Trabalho, mas nada foi apurado. “Nada fez, foi leniente com o erro”, afirmou Bueno, que insiste na saída de Carlos Lupi do ministério.

Reportagem publicada na mais recente edição da revista Veja revela que assessores próximos a Carlos Lupi cobram propina para conceder o registro sindical. Segundo o delator da tentativa de extorsão, o mecânico Irmar Silva Batista, assessores ministeriais teriam exigido R$ 1 milhão para legalizar a situação do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo. Sindicalistas do PT levaram o fato ao conhecimento da Presidência da República, mas nada foi feito para apurar a denúncia.

A pasmaceira que toma conta do Palácio do Planalto no caso do Ministério do Trabalho é no mínimo estranha. Se a presidente não tomar uma decisão célere em relação ao imbróglio que já reúne uma série de escândalos, ganhará força a tese que começa a circular nos bastidores da política, de que Dilma Rousseff estreou na vida político-partidária no PDT, com as bênçãos de Leonel de Moura Brizola.

Fonte: Ucho.Info

sábado, 26 de novembro de 2011

AS JURAS DE AMOR VÃO RECOMEÇAR

Comovida com as juras de amor do companheiro delinquente, Dilma Rousseff resolveu mostrar que quem manda no Brasil é a presidente da República. Depois de suspender até janeiro a procissão dos ministros despejados por ladroagem, permitiu que o andor reservado a Carlos Lupi estacionasse na frente do Palácio do Planalto. Péssima ideia, vai logo descobrir a estrategista aprendiz. Talvez também descubra que, para quem tem culpa no cartório, é sábado o mais cruel dos dias.

Desta vez, os leitores de VEJA saberão que o andor do ministro do Trabalho também abriga assessores especializados em extorquir sindicatos. Além de prorrogar a insônia do rufião de cabaré, a aparição da ala dos cobradores de propina vai manter acesas as luzes de alguns gabinetes do Planalto. São ocupados por gente que soube há mais de oito meses o que se passava na Casa da Moeda do PDT. Dilma Rousseff, por exemplo, foi a destinatária de uma carta que descreveu o funcionamento do esquema bandido. Não agiu antes porque não quis. Não age agora porque não quer e não pode.

As declarações de amor vão recomeçar. A elas se juntará o choro do ministro das Cidades, Mário Negromonte. O sétimo andor está chegando à praça. O sexto continua por lá. A paisagem ficou ainda mais repulsiva. O lixo terá de ser removido antes de janeiro.

Augusto Nunes - @Veja

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

ATÉ O PAULINHO...

Ruiu a última escora que sustentava Carlos Lupi no ministério do Trabalho: o deputado Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, passou a sustentar o afastamento do ainda ministro pela necessidade de o partido manter o espaço que detém no governo. Para o “Paulinho da Força”, o risco da permanência de Lupi até a reforma ministerial de janeiro poderá levar a presidente Dilma Rousseff a retirar do PDT o feudo ainda preservado.

Outros adversários de Lupi, como o líder Giovani Queirós, partem do raciocínio inverso mas chegam à mesma conclusão: perdendo o ministério do Trabalho o partido terá chances de ganhar outro melhor, menos esvaziado e com mais capilaridade. De qualquer forma, o afastamento do atual ministro é o novo ponto de partida.

Nessa pantomima a grande incógnita está na presidente da República. Por muito menos, ela forçou a saída de seis ministros que lhe tinham sido impostos como Lupi: Antônio Palocci, Nelson Jobim, Wagner Rossi, Pedro Novais, Alfredo Nascimento e Orlando Silva. No caso do ainda ministro, já teria motivos de sobra para mandar o secretário-geral da presidência, Gilberto Carvalho, telefonar e despachá-lo.

Não o fez, apesar da arrogância inicial de Lupi, dizendo que não sairia. Alguma estratégia Dilma está seguindo. Ou pretende mesmo tirar o Trabalho do PDT, sem a promessa de compensações, ou esqueceu a frigideira no fogo. Sabe muito bem que o partido criado por Leonel Brizola, do qual ela foi fundadora, continuará de qualquer forma apoiando seu governo, por falta de opções.
Tribuna da Imprensa - 24/11/2011

Ruiu a última escora que sustentava Carlos Lupi no ministério do Trabalho: o deputado Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, passou a sustentar o afastamento do ainda ministro pela necessidade de o partido manter o espaço que detém no governo. Para o “Paulinho da Força”, o risco da permanência de Lupi até a reforma ministerial de janeiro poderá levar a presidente Dilma Rousseff a retirar do PDT o feudo ainda preservado.

Outros adversários de Lupi, como o líder Giovani Queirós, partem do raciocínio inverso mas chegam à mesma conclusão: perdendo o ministério do Trabalho o partido terá chances de ganhar outro melhor, menos esvaziado e com mais capilaridade. De qualquer forma, o afastamento do atual ministro é o novo ponto de partida.

Nessa pantomima a grande incógnita está na presidente da República. Por muito menos, ela forçou a saída de seis ministros que lhe tinham sido impostos como Lupi: Antônio Palocci, Nelson Jobim, Wagner Rossi, Pedro Novais, Alfredo Nascimento e Orlando Silva. No caso do ainda ministro, já teria motivos de sobra para mandar o secretário-geral da presidência, Gilberto Carvalho, telefonar e despachá-lo.

Não o fez, apesar da arrogância inicial de Lupi, dizendo que não sairia. Alguma estratégia Dilma está seguindo. Ou pretende mesmo tirar o Trabalho do PDT, sem a promessa de compensações, ou esqueceu a frigideira no fogo. Sabe muito bem que o partido criado por Leonel Brizola, do qual ela foi fundadora, continuará de qualquer forma apoiando seu governo, por falta de opções.

Carlos Chagas - Tribuna da Imprensa

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

MENTIRAS & POLITICAGEM

Seria a mentira uma realidade da política brasileira? Sobretudo neste momento em que o governo de dona Dilma constitui uma Comissão da Verdade, mas um dos seus ministros - justo o do Trabalho, que é o apanágio do seu partido (o dos trabalhadores) - mente de modo claro, aberto, insofismável e - mais que isso - com uma verve e um nervo dignos de um astro de novela das oito?

Fiquei deveras assombrado por sua ousadia e desenvoltura de ator, quando - perante o Congresso - ele diz não conhecer o empresário com quem jantou, andou de avião e contemplou - com um olhar digno de um Anthony Hopkins - um pedaço de papel com o nome da questionada figura, numa simulação dramática que era maior prova de que mentia descaradamente.

Ou seja, para o governo é mais fácil resgatar o passado fabricado pelo autoritarismo do regime militar - um momento no qual opiniões conflitantes eram proibidas e que engendrou oposições à sua altura e igualmente fechadas, passando por alto pela Lei da Anistia - do que demitir um ministro mentiroso.
Continuamos a refazer o que não deveria ter sido feito e a não fazer o que o bom-senso exige que se faça.

Viver em sociedade demanda mentir. Como exige comer, confiar e beber - mas dentro de certos limites. Os americanos distinguem as "white lies" (mentiras brancas ou brandas) - falsidades sem maiores consequências - das mentiras sujeitas a sanções penais e éticas.
Pois, como todo mundo sabe, a América não mente. Ela está convencida - apesar de todas as bolhas e Bushes - que até hoje segue o exemplo de George Washington, seu primeiro presidente; um menino obviamente neurótico que nunca mentiu. Na América há todo um sistema jurídico que dá prêmios à verdade, muito embora, num lugar chamado Estados Unidos, minta-se à americana. Ou seja, com a certeza de que se diz a verdade, somente a verdade, nada mais do que a verdade. E que Deus me ajude! Foi o que fez, entre outros, Bill Clinton quando negou ter tido sexo com a dragonarde Monica Lewinsky porque o que eles fizeram no Salão Oval não estava na Bíblia.

No Brasil não acreditamos ser possível existir sem mentir. Basta pensar no modo como fomos criados para entendermos a mentira como "boa educação" ou gentileza, pois como cumprir a norma de não discutir com os mais velhos sem enganar? Como não mentir quando a mulher amada chega do salão de beleza com o cabelo pintado de burro quando foge e pergunta: querido, o que é que você acha do meu novo penteado? Ou quando você confessa ao padre aquele pecado que você comete diariamente e dele se arrepende também cotidianamente só para a ele voltar com uma volúpia apenas compreendida pelo velho e bom catolicismo romano? Como não mentir diante do seu professor, um Burro Doutor, que diz que sabe tudo mas não conhece coisa alguma? Ou do amigo que escreve um livro de merda, mas acha que obrou coisa jamais lida? Ou para o netinho que questiona, intuindo Descartes: se existe presente, onde está Papai Noel?

Como não mentir se o governo mente todo o tempo, seja não realizando o que prometeu nas eleições, seja "blindando" os malfeitos inocentes dos seus aliados, seja dizendo que nada sabe ou tem a ver com o que o ocorre debaixo do seu nariz de Pinóquio?
Numa sociedade que teve escravos, entende-se a malandragem de um Pedro Malasartes como um modo legítimo de burlar senhores cruéis. Mas não se pode viver democraticamente aceitando, como tem ocorrido no lulopetismo, pessoas com o direito de mentir e roubar publicamente. Mentir para vender um tolete de merda como um passarinho raro ao coronelão que se pensa dono do mundo é coisa de "vingança social" à Pedro Malasartes.

No velho marxismo no qual eu fui formado, tratava-se de uma forma de "resistência" ao poder. Mas será que podemos chamar de "malfeitos" o terrorismo e o tráfico? Seria razoável aceitar a mentira como rotina da vida política nacional porque, afinal de contas, o "estado (e a tal governabilidade com suas alianças) tem razões que a sociedade não conhece" ou, pior que isso, que o nosso partido tem planos que tanto o Estado quanto a sociedade podem ser dispensados de conhecer?

No Brasil das éticas múltiplas (uma mentira e uma verdade para cada pessoa, situação, tempo e lugar), temos a cultura do segredo competindo ferozmente com a das inúmeras versões que, normalmente, só quem sabe a mais "verdadeira" é que conhece alguém mais próximo do poder. Entre nós, a verdade tem gradações e lembranças. No antigo Brasil do "você sabe com quem está falando?", dizia-se: aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei! Hoje, nos vem à mente uma velha trova mineira: "Tu fingiste que me enganaste, eu fingi que te acreditei; foste tu que me enganaste ou fui eu que te enganei?".
Com a palavra, os eleitos e os nomeados

Roberto DaMatta - O Globo

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

ESPIRITO DE MACUNAÍMA.





O partido não teme perder o ministério. O ministério é da presidente Dilma Rousseff, e o PDT apoia o governo.” A afirmação é do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, nesta segunda-feira (21), em tom menos arrogante que na semana passada, mas transmitindo um salvo conduto com a chancela presidencial. Na terça-feira (22), em reunião do PDT, uma maioria tomada pelo espírito de Macunaíma apoiará a permanência de Lupi na pasta.

É óbvio que o cargo é da presidente. O que não é tão óbvio é como um ministro, que cai em flagrante contradição alega, “memória falha” e é alvo de uma enxurrada de irregularidades continua a receber apoio porque é da base aliada. Isso por acaso não é passaporte para se cometer equívocos como tentar disfarçar o uso de avião supostamente paga por uma ONG parceira do ministério.

Mas, no Brasil, o governador de uma capital importante como o Rio de Janeiro anda para cima e para baixo com avião de empresário sem o menor constrangimento. Tudo é normal, tudo é legal. O precedente já estava aberto. A aposta na impunidade continua a campear, com o espúrio relacionamento público-privado nas cabeças de certos poderosos.

Ao que parece, o que segurou Carlos Lupi no comando da pasta foi o fato de apoiar o governo. Não importa as mazelas descobertas pela imprensa. Pode-se interpretar que se houvesse qualquer denúncia ou mais uma mentira deflagrada pela imprensa no final de semana em nada modificaria o pensamento da presidente Dilma Rousseff. Mais uma vez, ela poderia receber um telefonema do ex-presidente Luiz Inácio da Silva para suportar ou engolir, mesmo no ministério do Trabalho, alguém que se assemelha a um “herói Macunaíma”, conhecido personagem marcado pela malemolência e falta de caráter.

Já corre nos bastidores que a opção do Palácio do Planalto foi manter Lupi para, na reforma ministerial, que deve acontecer no começo de 2012, apear o PDT dessa pasta. Isso porque apesar do vexame para um partido em qualquer lugar do planeta, uma maioria típica de enredos literários policialescos defende Lupi na Esplanada dos Ministérios.

Em contrapartida, por honradez até, nenhum correligionário defensor da honestidade e do bem, dentro do partido, se sente confortável para vestir a camisa maculada por um rocambolesco, indigesto e vexatório epílogo, interpretado por um “Macunaíma” na importante pasta do Trabalho. Essa mídia é perversa quando mostra algumas verdades. Vale lembrar que Lupi afirmou que iria ocupar o mesmo espaço usado para as denúncias nos diversos órgãos de imprensa como direito de resposta.

Fonte: Ucho.Info

sábado, 19 de novembro de 2011

CAIU A MÁSCARA



Em seu depoimento aos integrantes da Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal, na quinta-feira (17), o pedetista Carlos Lupi foi adulado por correligionários que, cumprindo ordens, destacaram os feitos do ministro à frente da pasta do Trabalho, começando pela geração de empregos. Tal proeza, segundo esses gazeteiros de plantão, permitiu a chegada de 39 milhões de pessoas à chamada classe média. Contundo, esses incensadores de aluguel não se recordam do elevado grau de endividamento das famílias brasileiras e dos crescentes índices de inadimplência.

Nesta sexta-feira (18), contrariando os salamaleques de encomenda que foram disparados na direção de Lupi, o Ministério do Trabalho divulgou os mais recentes dados sobre a geração de empregos. De acordo com informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o País contabilizou a criação de 126.143 vagas com carteira assinada em outubro, o menor número para o mês desde 2008, quando foram criados 61.401 novos postos formais de trabalho.

Na comparação com o mesmo mês de 2010, o resultado foi 38,4% menor, ocasião em que foram gerados 204.804 postos de trabalho. Segundo o Ministério do Trabalho, os números atuais decorrem da crise econômica internacional. Na comparação com setembro deste ano, o número apresenta queda de 39,6%. O resultado é fruto da contratação de 1,666 milhão de trabalhadores e da demissão de 1,538 milhão.

“O maior efeito no mercado de trabalho atinge hoje o Estado de São Paulo, que tem o maior parque industrial do Brasil. A crise diminuiu muito as encomendas e com isso o estado de São Paulo acaba sofrendo mais”, explica o ministro do Trabalho, o esquecido Carlos Lupi.

Os dados do Caged confirmam o que os jornalistas do ucho.info alertaram aos leitores. De que a crise internacional faria estragos na economia brasileira e, em tempo recorde, derrubaria as teorias ufanistas dos integrantes do governo da presidente Dilma Rousseff, que tem se dedicado ao malabarismo gerencial para evitar o estouro da bolha de virtuosismo que Luiz Inácio da silva vendeu ao mundo e aos brasileiros.

Fonte: Ucho.Info

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O LERO-LERO DE LUPI

Questionado no Senado sobre denúncias reveladas por ISTOÉ, o ministro do Trabalho não convence, irrita oposição e, isolado pelo próprio partido, o PDT, permanece em situação complicada. Agora, ainda, terá de esclarecer novas acusações

Claudio Dantas Sequeira

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SOBREVIDA
Lupi (ao centro) continua no cargo, mas já é visto com desconfiança pelos próprios aliados
Se o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, sobreviveu a mais uma semana no cargo, foi por uma dose de boa vontade da presidente Dilma Rousseff. Sem conseguir explicar o emaranhado de denúncias que pesam contra sua gestão no Ministério do Trabalho e acuado pela acusação de que assessores diretos cobraram propina para conceder registros sindicais, como vem revelando reportagens de ISTOÉ desde a primeira semana de agosto, Lupi foi isolado até mesmo pelo PDT, partido do qual ele é presidente de fato. Fontes do Palácio do Planalto dizem que, apesar da sobrevida dada a Lupi, Dilma resolveu esvaziar a Secretaria de Relações do Trabalho e passar um pente fino na lista de entidades que ganharam registros a partir da portaria 186, assinada pelo ministro, muitas delas dando ares de legalidade a sindicatos e federações clones e de fachada. O encarregado de acompanhar a liberação de novas cartas sindicais é o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência. Enquanto isso, como Lupi não se mostrou convincente durante depoimento no Senado, na quinta-feira 17, nos próximos dias, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) apresentará requerimento de convocação do sindicalista João Carlos Cortez. O objetivo é ouvi-lo sobre a denúncia trazida por ISTOÉ de que foi obrigado por assessores de Lupi e do deputado federal Paulinho da Força (PDT-SP) a repassar à central controlada pelo PDT até 60% da contribuição sindical para conseguir a reativação do registro do Sindicato de Trabalhadores em Bares e Restaurantes da Baixada Santista (Sindrest). “Quero convidar o sindicalista para prestar depoimento. Poderíamos fazer uma acareação com o ministro”, afirma Dias.

Caso não consiga aprovar o requerimento, o parlamentar vai encaminhar um pedido de investigação à Polícia Federal e ao Ministério Público. “Se o Lupi considera normal que um sindicalista diga que assessores do ministro cobraram propina para licenciar sua entidade, tem de haver alguma providência. Se o governo não fizer nada, só nos resta acreditar na polícia”, afirma. Durante audiência na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, Álvaro Dias questionou Lupi sobre as revelações de ISTOÉ. Com cópia das reportagens nas mãos, ainda pediu esclarecimentos ao ministro sobre o crescimento exponencial de entidades sindicais – entre 2008 e 2011 foram mais de 2,5 mil – e as suspeitas de que a Secretaria de Relações do Trabalho, vinculada ao gabinete de Lupi, se transformou num balcão de negócios. O ministro fugiu da questão e deu apenas uma declaração lacônica. “Essa história é briga sindical”, afirmou.

Cada dia mais enrolado, Lupi também foi questionado pela senadora Kátia Abreu (PSD-TO), que quis saber sobre a proliferação de sindicatos rurais criados por integrantes da Força Sindical que não possuem relação com o trabalho no campo. Segundo ela, essas entidades estão se sobrepondo ao trabalho histórico das filiadas da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e deixando o trabalhador confuso e desassistido. A senadora reclamou também que espera, desde setembro, resposta de Lupi a um requerimento de informação sobre a “fábrica de sindicatos” denunciada por ISTOÉ. Kátia ainda questionou o ministro sobre a participação no Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) de entidades constituídas sem histórico, criadas há poucos anos com claro aparelhamento da Força Sindical e do PDT de Lupi. Mais uma vez, o ministro desconversou. Disse apenas que o ministério não interfere na organização sindical e que o Codefat é um órgão meramente deliberativo. “Ele aprova normas, não tem poder de determinar recursos para ninguém”, alegou.
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“Quero convidar o sindicalista João Carlos Cortez
para prestar depoimento. Poderíamos fazer
uma acareação com o ministro Lupi”

Senador Álvaro Dias (PSDB-PR)
Embora Lupi tente se esquivar das acusações que pesam contra ele, suas digitais estão em toda parte. Como por exemplo no registro do Sindicato dos Trabalhadores em Autoescolas e Transporte Escolar de Osasco e Regiões (Sintrateor). A carta sindical levou a assinatura do próprio Lupi e foi entregue em mãos, em 2009, pelo então secretário de Relações do Trabalho, Luiz Antonio de Medeiros. O ato foi registrado numa foto publicada no jornal do sindicato, obtido por ISTOÉ, onde aparecem Medeiros ao lado da presidente do Sintrateor, Silvania Cristina da Silveira e de seu filho Humberto, que é o tesoureiro, além do marido, Martim Aparecido, e do sindicalista Guilherme Paro, que é o nome por trás da entidade. “Silvania nunca trabalhou em autoescola e seu marido, o Martim, é amigo pessoal de Lupi e lobista sindical profissional”, acusa o presidente do Sindicato dos Desenhistas de São Paulo, Claudio Taboada. Ele conta que Guilherme Paro presidiu seu sindicato e a Federação de Desenhistas de São Paulo, e deixou um rombo. “Quando entrei aqui havia uma quadrilha. A Fenaedes foi inclusive denunciada por desviar recursos do FAT”, afirma.

Taboada acrescenta um dado peculiar à história do grupo. Diz que Paro é amigo do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto e que Martim Aparecido foi testemunha no processo sobre o superfaturamento do Fórum Trabalhista de São Paulo. “São todos ligados. O Guilherme quis colocar o Martim aqui no sindicato. Mas como ele não é desenhista, tentaram esquentar a carteira dele numa empresa da família Monteiro de Barros”, afirma Taboada. Ele acrescenta que Fábio Monteiro de Barros, condenado junto com Nicolau e o ex-senador Luiz Estevão, enviou-lhe uma carta negando envolvimento no esquema para beneficiar os pseudosindicalistas. A bandalheira é tamanha que o Sintrateor, mesmo sendo um sindicato de autoescolas, está filiado à mesma Fenaedes, entidade de desenhistas e projetistas.
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NOVA DENÚNCIA
Lupi concedeu registro sindical a entidade que, segundo acusação, pertenceria a lobista e amigo pessoal
No rol das explicações a serem dadas pelo ministro do Trabalho está ainda a acusação do Sindicato de Motoristas e Cobradores de Ônibus do município do Rio de Janeiro. Em carta à presidente Dilma, o presidente do Sintraturb, José Carlos Sacramento, acusa Lupi de fraudar o registro de alteração estatutária do Sindicato dos Rodoviários para impedir seu desmembramento. Ele acusa o ministro de agir em conluio com os donos das empresas de ônibus da cidade. Carvalho cobrou explicações a Lupi, que demandou a consultoria jurídica do ministério elaborar um parecer. O ministro garante que o processo correu dentro da lei e diz a assessores que vai processar Sacramento.

Enquanto Lupi respira por aparelhos e não consegue responder sequer quem faz os pagamentos dos jatinhos em que voa pelo País afora, a comissão especial do Ministério Público do Trabalho apresentará nesta semana o resultado da primeira investigação aberta em consequência da reportagem publicada por ISTOÉ em agosto. Trata-se da denúncia de cobrança de propina feita pela presidente da Federação Nacional dos Terapeutas, Adeilde Marques, contra o presidente da Força Sindical no Estado de Sergipe, William Roberto Arditti. A última testemunha do processo foi ouvida na sexta-feira 18. O procurador Emerson Resende, que preside a comissão especial, tem sofrido ameaças e evita dar entrevistas. Ele sabe que a conclusão da equipe do MPT pode ser fatal para o esquema montado por Lupi e pela Força Sindical e deflagrar outras investigações pelo País.
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"Espero, desde setembro, resposta de Lupi a um
requerimento de informação sobre a fábrica de sindicatos"

Senadora Kátia Abreu (PSD-TO)
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Fonte: ISTO É Independente

UM CORPO QUE CAI ( DORA KRAMER )

Se realmente correspondem à realidade os relatos sobre o alto grau de exigência da presidente Dilma Rousseff em relação aos subordinados, é de se supor que na conversa de quarta-feira o ministro Carlos Lupi tenha dado a ela respostas mais precisas que as apresentadas ontem ao Senado.

Caso tenha sido vago, desmemoriado e, por que não dizer, cínico como se apresentou diante dos senadores, uma de duas: ou Dilma é mais condescendente que a fama ou não é verdade que tenha pedido a Lupi que permaneça à frente do Ministério do Trabalho e esteja prestes a demiti-lo.

Por mentir deslavadamente e por ser incapaz de fornecer dados consistentes às perguntas às quais respondia invariavelmente com uma evasiva, alegando não dispor da informação solicitada "de cabeça". Não soube dizer, por exemplo, se havia recebido diárias do ministério na tal viagem que fez ao Maranhão em 2009 em avião pago sabe-se lá por quem para compromissos que incluíam agenda partidária.

Disse ter a "impressão" de que recebera uma diária. Poucos minutos depois, recebeu da senadora Kátia Abreu a informação: foram exatamente três diárias e meia.

Pouco antes Lupi havia se prontificado a devolver o dinheiro caso houvesse alguma irregularidade. Como, assim, "caso"? Então o ministro não sabe que além de ser proibido receber presentes e favores de qualquer natureza, a qualquer tempo e sob quaisquer justificativas também lhe é vedado o pagamento de despesas como ministro, quando em atividade partidária?

Sabe, mas se fez de desentendido, assim como usou do expediente da dissimulação para tentar dizer que não mentira ao negar semana passada na Câmara sequer conhecer o empresário Adair Meira - dono de ONG com negócios no ministério e seu companheiro na viagem ao Maranhão -, a quem ontem passou a se referir como "caro doutor Adair".

Lupi não esqueceu apenas as diárias recebidas. Não lembrou se a entidade de Adair era ou não uma das grandes operadoras no Ministério do Trabalho, não soube dar detalhes dos contratos firmados com ele, alegou desconhecer quem contrata os aviões em que viaja, enfim, não disse nada que pudesse desmentir as denúncias de que é, no mínimo, um gestor temerário.

Carlos Lupi pode até continuar ministro do Trabalho. Ao contrário do que pensam os adeptos da teoria de que os escândalos recorrentes fazem parte de uma conspiração contra o governo Dilma, sua permanência é que conspira contra a presidente.

Quanto mais tempo permanecer, mais desgaste vai produzir. Obviamente não para a oposição, mas para a presidente Dilma.

Saiu daquele depoimento no Senado menor e mais enrascado do que quando entrou. Foi corajoso ao ir? Não, foi compelido pelas circunstâncias.

Diferentemente de seus antecessores de infortúnio, Lupi não pôde contar com sessão de elogios, ficou relativamente só - à exceção do senador Eduardo Suplicy, a bancada do PT ausentou-se da sessão - e teve de ouvir dois senadores do PDT defendendo sua saída para o bem do partido.

Uma situação desconfortável para a maioria das pessoas, mas não para quem não tenha nada a perder.

Para quem admirava Leonel Brizola dói na carne.

Inútil paisagem. Nesses episódios de escândalos, o governo se põe na situação daquela pessoa que depois de 15 dias de dieta constata que perdeu duas semanas e nada mais.

Com a falta de apoio do PDT, o caso voltou para o ponto inicial quando ensaiou deixar o ministro ao sereno e depois recuou porque do Planalto surgiram avisos de que sem sustentação partidária não havia como Lupi ficar.

O desgaste que poderia ser evitado, mas o PDT cumpre a escrita de que não é bom negócio abandonar governo com três anos pela frente.

Essa é a regra geral. Exceção nos últimos anos foi o PPS que apoiou Lula na eleição de 2002, ocupou o Ministério da Integração Nacional a partir de 2003 e em 2004 deixou o governo por discordar da política econômica e do padrão ético já então desenhado com o caso Waldomiro Diniz.

Ciro Gomes não quis deixar a pasta da Integração e terminou fora do partido.

Dora Kramer

LUPI NÃO MENTIU, SÓ ESQUECEU A VERDADE ( Novas denúncias )

Sem bravatas, ministro depõe no Senado, "recobra" memória e admite uso de jato oferecido por dono de ONG. Mesmo sem convencer ninguém, ele segue no cargo. Mas já surgem novas denúncias de "malfeitos".

MOTORISTA BEM RELACIONADO.

Homem que conduzia Carlos Lupi pelas ruas do Rio de Janeiro ocupou durante quatro anos um cargo comissionado de R$ 13,6 mil mensais na superintendência regional da pasta. Já a irmã dele assumiu secretaria em Maricá (RJ)

Motorista particular de Carlos Lupi há 10 anos, Felipe Augusto Garcia Pereira ganhou do ministro do Trabalho um cargo comissionado de assessor técnico na Superintendência Regional do Trabalho (SRT) do Rio de Janeiro. O ministro nomeou o motorista para o cargo em junho de 2007, menos de três meses depois de Lupi ter assumido o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Até setembro deste ano, quando foi exonerado também por um ato do ministro, Felipe recebia um salário de R$ 13,6 mil, mas não desempenhava o cargo de assessor técnico. O Correio apurou que, apesar de nomeado para a SRT, Felipe estava lotado no gabinete de Lupi no Rio de Janeiro, no 14º andar do prédio da superintendência regional. Ele continuou desempenhando o papel de motorista particular do ministro, à disposição de Lupi no Rio de Janeiro. "Eu sempre dirigi para ele", disse ao Correio.

A irmã do motorista de Lupi, Márcia Cristina Garcia Pereira, também foi beneficiada em razão da proximidade ao ministro. Enquanto Felipe dirigia para Lupi na capital fluminense, Márcia conseguiu ser indicada para assumir a Secretaria do Trabalho da Prefeitura de Maricá, a 60km da capital. Ela exerceu o cargo entre maio de 2010 e janeiro de 2011. No ano passado, o ministério repassou R$ 1,43 milhão do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem) para a Prefeitura de Maricá. Quase todo o dinheiro foi liberado entre agosto e dezembro, ou seja, durante a gestão de Márcia à frente da Secretaria Municipal de Trabalho.

Um dos primeiros atos da secretária, em 12 de maio de 2010, autorizou a contratação por dispensa de licitação da entidade responsável por executar o Projovem em Maricá: o Centro de Atendimento Popular da Leopoldina (CAPL), localizado no Bairro da Penha, na cidade do Rio. A especialidade do CAPL é dar atendimento de saúde: crianças com necessidades especiais não pagam nada, enquanto outras consultas particulares custam R$ 40 cada.

Felipe e Márcia integram o diretório nacional do PDT. Ganharam projeção no partido e cargos públicos em razão da aproximação a Lupi, presidente nacional licenciado do partido. O Rio de Janeiro é a base eleitoral do ministro, que tem apartamento próprio na cidade. Em 13 das 24 viagens oficiais realizadas neste ano, Lupi alterou o roteiro para incluir o Rio no itinerário. O mais comum é passar as sextas, os sábados, os domingos e as segundas-feiras na cidade. "Estava sempre com o ministro quando ele ia ao Rio de Janeiro, dirigindo para ele. Trabalho há muitos anos com Lupi", afirma Felipe, exonerado do cargo de assessor técnico da SRT do Rio em 22 de setembro deste ano.

Ele diz ter perdido o cargo para uma pessoa que disputou as eleições em 2010 e que, derrotada, passou a fazer parte do quadro de comissionados da SRT. "Para realocar, quem dançou fui eu." Felipe diz morar hoje na cidade de Paraíba do Sul (RJ) e trabalhar com reforma e pintura. Sobre a crise enfrentada por Lupi, prestes a perder o cargo de ministro do Trabalho em razão das diversas irregularidades à frente do MTE, o motorista considera "tudo isso uma grande sacanagem". "O ministro é um homem sério."

"À disposição"

O superintendente regional do Trabalho no Rio, Antônio Henrique Albuquerque, confirmou ao Correio que Felipe ficava à disposição de Lupi quando o ministro passava pelo Rio. "O Felipe era um polivalente. Ele servia para o que precisava." Sobre a exoneração do motorista, assinada pelo ministro, Antônio Henrique diz que "uma pessoa com outra qualificação" foi contratada para a função de assessor técnico. "Hoje, temos aqui uma pessoa para dar essa assessoria e acumular outras funções." O superintendente também é muito próximo a Lupi. Foi assessor especial do ministro no MTE em 2008 e 2009 e integra os diretórios municipal, estadual e nacional do PDT.

A ex-secretária municipal de Trabalho de Maricá descarta qualquer influência do ministro na liberação de dinheiro do Projovem para o município quando ela era secretária. A licitação para contratar o CAPL foi dispensada para que o convênio não perdesse os prazos, segundo Márcia. Sobre o irmão, a ex-secretária diz que "Felipe entrou no PDT dirigindo para o ministro". O presidente do CAPL, Djalmir de Souza, nega qualquer irregularidade na execução do convênio em Maricá. "Oferecemos os cursos, temos toda a documentação. Somente na capital, já qualificamos 1,2 mil jovens." O Ministério do Trabalhou não respondeu os questionamentos feitos pela reportagem até o fechamento desta edição.

Fonte: Correio Brasiliense

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

ESPETÁCULO DE MITOMANIA

Ainda ministro do Trabalho, o pedetista Carlos Lupi chegou à Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal disposto a reverter seu calvário político, mas ao que parece trata-se de missão quase impossível. Depois de repetir a cantilena que foi desmontada por fotos divulgadas dias atrás pelo site “Grajaú de Fato”, Lupi passou a ser alvo de duras acusações por parte dos senadores, em especial os da oposição.

Líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias afirmou que o ministro mentiu ao dizer que não utilizou avião fretado pro dirigente de ONG que mantém convênio com o ministério, lembrando que a demora de Dilma Rousseff para decidir o seu futuro [o de Lupi] faz da presidente uma conivente em potencial. O líder tucano disse que o modelo de loteamento dos ministérios é responsável pela onda de escândalos que chacoalha o País.

Ao responder o primeiro bloco de questionamentos dos senadores, Lupi voltou a alegar inocência. Inconformado com a desfaçatez do pedetista, o senador Alvaro Dias disparou: “A sua tentativa de justificar o injustificável o torna ainda mais ridículo diante da opinião pública. Seria mais digno por parte de Vossa Excelência vir aqui e pedir perdão por ter mentido ao País”.

O suposto pedido de Dilma Rousseff para que Carlos Lupi permaneça no Ministério do Trabalho seria fruto de um telefonema do ex-presidente Lula, que conversou com a dupla durante encontro de ambos [Dilma e Lupi] no Palácio do Planalto, na quarta-feira (16).

A demissão de Carlos Lupi é uma questão de tempo, pois dirigentes do PDT já pedem a sua saída, como forma de evitar maiores constrangimentos ao partido. O problema é que alguns dos candidatos ao cargo têm problemas relacionados a transgressões no setor público. Um deles é o presidente do PDT, André Figueiredo. Há nesse episódio um entrave histórico que posterga a decisão da presidente da República. Dilma é ex-integrante do PDT, partido ao qual ascendeu pelas mãos do finado Leonel de Moura Brizola.

Fonte: Ucho.Info

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

CARGA PESADA (Dora Kramer)

Não é confortável a situação da presidente Dilma Rousseff: ou demite o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e segue a regra aplicada a outros partidos de sua base aliada que também tiveram ministros envolvidos em denúncias em série, ou deixa tudo como está e empresta fundamento às bravatas de Lupi quanto a ser, diferentemente dos colegas, "imexível".



Assim como o vampiro corre da luz e o diabo foge da cruz, o Palácio do Planalto tenta evitar o registro da contabilidade de seis ministros derrubados por suspeita de corrupção, fraudes e gestão indevida, para não dizer temerária.

Mas, ao resistir a fazer o que deve ser feito (a julgar pelo critério adotado pela presidente até agora) apenas para não dar o braço a torcer às pressões das denúncias que não cessam, o governo adere exatamente à lógica da qual busca fugir. Dança, ao inverso, conforme a música e não de acordo com seu critério do que seja ou não aceitável no comportamento de um ministro do Estado.

No último fim de semana acrescentaram-se novas denúncias às já existentes: a carona do ministro em jatinho na companhia de dono de ONG acusada de desviar dinheiro de convênios; a mentira ao Congresso sobre o assunto; atuação livre de lobistas dentro da pasta para acelerar processos de interesse de sindicatos; loteamento de superintendências regionais entre correligionários; privilégio na assinatura de convênios a Secretarias Municipais do Trabalho cujos titulares são filiados ao PDT.

Isso sem contar a impertinência verbal de Carlos Lupi.

Por menos caiu Nelson Jobim da pasta da Defesa, com palavras bem mais leves sobre "idiotas" imodestos, que a dúvida pública de Lupi sobre a autoridade de Dilma para demiti-lo.

Dora Kramer