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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

GOVERNO FROUXO



Fim de linha – Por decisão da esquerda, em especial do PT, o ucho.info faz parte do PIG, Partido da Imprensa Golpista, um grupo de veículos de comunicação e de jornalistas que não recebem dinheiro dos cofres oficiais e ousam criticar os desmandos e barbáries de um governo marcado pela corrupção e pela incompetência. Nem de longe temos esse objetivo, o do golpe, porque somos democráticos por natureza e, acima de tudo, sabemos que tarefa hercúlea mudar o pensamento de uma massa ignara que foi abduzida pelas esmolas sociais.

Há quem diga que somos intransigentes, outros afirmam que somos financiados pela oposição. Nem uma coisa, nem outra. Fazemos críticas duras porque é impossível ficar impávido e mudo diante de tantas barbaridades. E se o PT é uma usina de cretinices políticas, que enfrente a crítica coerente de forma altaneira.

Meses antes de chegar ao poder central, Lula disse aos brasileiros que em Brasília defenderia os trabalhadores. Uma década depois, a classe trabalhadora percebeu o tamanho do engodo, que é inversamente proporcional ao tamanho do aumento real do salário mínimo.

Dilma Rousseff, que foi apresentada como a “gerentona”, a mãe do PAC, a garantia de continuidade, assumiu o compromisso de governar com uma equipe de especialistas e de combater a corrupção, algo que recentemente ela própria disse não aceitar.

É verdade que Dilma recebeu uma herança maldita sem precedentes, mas quem quer mudar passa a mão na mais poderosa das canetas de demite. Sob pena de ter de renunciar para não compactuar com a roubalheira e a política dos conchavos.

Carlos Lupi foi escolhido para comandar o Ministério do Trabalho porque é membro do Partido Democrático Trabalhista. Lupi, que é presidente nacional da legenda e só chegou a tal posto porque soube aproveitar o fato de um dia ter sido o jornaleiro predileto de Leonel Brizola, foi apeado do ministério por causa de irregularidades e denúncias de corrupção.

Mesmo depois de ser substituído no cargo pelo inexperiente Brizola Neto, que por questões óbvias é do PDT, Carlos Lupi continuou como representante oficial da pasta no Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Demitido em 2011, Lupi deveria ter deixado o conselho da instituição na sequência, mas até agora continua como conselheiro e recebendo R$ 18 mil por trimestre para nada fazer.

Em junho de 2012, o Ministério do Trabalho enviou ofício ao Ministério do Desenvolvimento, comandado pelo “companheiro de armas” e consultor ilusionista Fernando Pimentel, solicitando a substituição de Lupi por Brizola Neto, o que seria zero por nada, mas não adiantou. Carlos Lupi foi mantido no Conselho do BNDES.

Apenas confirmando o que já era esperado, o BNDES, diante do escândalo, informou que Lupi não mais participa das reuniões do Conselho e nem recebe os valores pagos a outros conselheiros. Carlos Lupi se defendeu alegando que foi indicado pela presidente e no conselho permanecerá até que ela determine sua saída.

Como se percebe, Dilma, ao contrário da equipe de especialistas, se cercou de técnicos em malandragem e roubalheira, sem contar os que fingem estar mortos. Fosse a “gerentona” anunciada por Lula, a presidente já teria demitido Fernando Pimentel e Brizola Neto, além de exigir a imediata saída de Lupi do Conselho do BNDES. Antes disso, deveria dar uma carraspana em Gleisi Hoffmann, ministra-chefe da Casa Civil, a quem compete cuidar de assuntos dessa natureza.

Resumindo, se o PT não é o partido dos trabalhadores, o PDT mostrou que não é democrático e muito menos trabalhista

Fonte:Ucho.Info

domingo, 4 de dezembro de 2011

R$ 282 MILHÕES EM CONTRATOS NÃO ANALISADOS NO MINIST. DO TRABALHO

A fartura de dinheiro repassado pelo Ministério do Trabalho, do
(PDT), para organizações não governamentais contrasta com a precária estrutura de controle da boa aplicação dos recursos destinados a programas de qualificação de mecânicos, garçons, marceneiros, entre outros trabalhadores. Levantamento com dados do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira) obtido pela reportagem informa que o ministério acumula R$ 282 milhões em prestações de contas de ONGs, fundações e prefeituras não analisadas.

Isso significa que o ministério liberou o dinheiro, mas não sabe se os serviços foram executados.

As pilhas de prestações de contas estão acumulando poeira desde 2004. Entre as contas pendentes estão os processos do Instituto Brasil Voluntário - Bravo, ONG indicada pelo deputado Weverton Rocha (PDT-MA), um dos principais assessores de Lupi à época da assinatura do convênio entre a entidade e o ministério.

A ONG firmou, em dezembro de 2007, um convênio de R$ 2.184.870,00 com o pretexto de qualificar jovens para o primeiro emprego. Mas segundo um fiscal, depois de receber o dinheiro, desapareceu. Esse fiscal relata que a entidade entregou a prestação de contas da primeira parcela (cerca de R$ 800 mil) e simplesmente sumiu.

Nos documentos apresentados ao ministério, a Brasil Voluntário informa como endereço um escritório em Timon, no Maranhão, uma das bases eleitorais de Weverton.

CGU
Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) aponta graves irregularidades no convênio. Nos papéis relegados a segundo plano estão ainda uma das prestações de contas da Fundação Pro-Cerrado, do empresário Adair Lima, o mesmo que providenciou um avião para Lupi fazer uma viagem ao Maranhão no final de 2009. Em 2007, a ONG fez convênio de R$ 2.379.282,62 também para qualificar trabalhadores, mas as contas da entidade não foram analisadas.

Antes da crise, só uma pessoa analisava contas
O sistema de controle do bom uso do dinheiro público é ínfimo. Do começo de 2010 até o início do mês passado, o ministério manteve apenas uma pessoa para analisar contas de todos os convênios. A tarefa é considerada impossível.

Só o Projovem, programa destinado a qualificar jovens em início de carreira, consome uma média de R$ 400 milhões por ano. Com o recrudescimento das denúncias, o setor foi reforçado. Agora, conta com quatro técnicos. Ao todo, o ministério dispõe de 16 profissionais para analisar a papelada das ONGs.

Técnicos da área dizem que para fazer um serviço de qualidade razoável seria necessário, no mínimo, dobrar esse contingente. Em entrevistas, "ongueiros", políticos e servidores públicos relatam que o "descontrole" no ministério é generalizado e facilita desvios e uso político-eleitoral dos cursos de qualificação profissional. (Agência O Globo)

domingo, 27 de novembro de 2011

CARLOS LUPI, FANTASMA POR 6 ANOS

Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, durante depoimento no Senado

Como servidor, Lupi atuava apenas para o PDT


Brasília


O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, foi funcionário-fantasma da Câmara dos Deputados por quase seis anos. Ele ficou pendurado na folha de pagamento da Casa, com lotação na liderança do PDT, de dezembro de 2000 a junho de 2006. No período, ele exercia atividades partidárias, como vice e presidente da sigla.

O jornal "Folha de S. Paulo" ouviu assessores, deputados e ex-deputados do PDT. Funcionários do partido que pediram para não ser identificados confirmaram que Lupi não aparecia no gabinete da Câmara e se dedicava só a tarefas partidárias.

Os parlamentares, entre eles ex-líderes da bancada do partido, disseram que nunca tinham ouvido falar que o hoje ministro fora contratado pela Câmara nesse período.

Lupi ocupava um CNE (Cargo de Natureza Especial) e recebia o maior salário pago a um assessor da sigla. Um cargo igual a esse paga hoje em dia R$ 12 mil por mês, o que daria R$ 864 mil no período em que Lupi ocupou a vaga.

As normas da Câmara dizem que ocupantes desses cargos devem exercer funções técnicas de auxílio administrativo e precisam trabalhar nos gabinetes em Brasília.

Até 2007, as regras diziam que esses funcionários deviam ser "encontrados" em Brasília. Uma nova norma baixada proibiu expressamente que eles trabalhassem nos Estados. Lupi admite que morou no Rio entre 2000 e 2006.

Alvo de acusações de irregularidades no Ministério do Trabalho e nome certo para deixar o governo Dilma Rousseff, Lupi não faz referência ao cargo ocupado na Câmara nas biografias que publicou no site oficial do ministério e na página do PDT.

Ele também não se licenciou do cargo quando decidiu concorrer ao Senado, em 2002. Apesar de a lei complementar 64/90 obrigar o afastamento três meses antes do pleito, a seção de recursos humanos da Câmara disse que Lupi não pediu licença.

"O Lupi não tinha expediente (na liderança). Ficava no Rio ou na sede do partido", disse o ex-deputado Severiano Alves, líder da bancada do PDT em 2005 e 2006

Fonte: A Gazeta

sábado, 26 de novembro de 2011

CORRUPÇÃO EM LIMEIRA - PRIMEIRA DAMA ERA ASSESSORA LEGISLATIVA (PDT)

A primeira-dama de Limeira (a 151 km da capital), Constância Berbert Dutra da Silva, foi presa na madrugada desta quinta-feira (24) em sua casa, em uma operação do Ministério Público.
Além de Constância, foram detidas mais 10 pessoas, investigadas por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, sonegação fiscal, furto qualificado e falsidade ideológica. Entre os presos estão dois filhos e duas irmãs da primeira-dama.
Segundo o Ministério Público, os valores obtidos com os crimes podem ultrapassar R$ 20 milhões e não há confirmação de participação do prefeito Silvio Félix da Silva (PDT) no esquema.
A Prefeitura de Limeira não se pronunciou sobre o caso, apenas confirmou a prisão da primeira-dama.

Constância Félix, presa ontem ao lado de dois filhos e de mais nove pessoas, tinha um cargo comissionado na Assembleia Legislativa e foi exonerada após a prisão. Ela era chefe de gabinete da 4ª vice-presidência, ocupada pelo deputado estadual Rafael Silva (PDT), de Ribeirão Preto (313 km de SP).

O parlamentar afirma que chegou a exonerar Constância em maio, mas teve de reconduzi-la ao cargo por pressão do PDT, partido de Sílvio Félix, marido da suspeita.
"Tive de aceitar [a indicação]. Se eu saísse do partido, perderia a 4ª vice-presidência", disse ele. O advogado do PDT Cristiano Vilela afirmou que a legenda não se pronunciaria.

Rafael também foi citado no caso de suspeita de caixa dois de campanha que derrubou o ex-prefeito de Campinas Dr. Hélio (PDT). O deputado nega.
PRISÕES

As prisões de ontem ocorreram em ação comandada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público em Piracicaba, com o apoio da Polícia Militar. O trabalho integra uma investigação que apura a incompatibilidade entre as posses e os ganhos das pessoas presas.

Segundo levantamento prévio dos promotores, ao todo os membros da suposta quadrilha possuem R$ 21 milhões em imóveis e bens.
A Promotoria afirma que Constância, mulher do prefeito Silvio Félix (PDT), é proprietária de uma holding de cinco empresas que podem ser de fachada e com registro em nome de laranjas.

Félix afirmou que todos os bens de sua família são regulares e condizentes com os ganhos declarados no Imposto de Renda. Ele disse que a família só foi envolvida no caso porque ele é um homem público. Nesta sexta, a Câmara de Limeira informou que estuda a abertura de um processo para cassar o mandato do prefeito.

Fonte\; Folha online

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

ATÉ O PAULINHO...

Ruiu a última escora que sustentava Carlos Lupi no ministério do Trabalho: o deputado Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, passou a sustentar o afastamento do ainda ministro pela necessidade de o partido manter o espaço que detém no governo. Para o “Paulinho da Força”, o risco da permanência de Lupi até a reforma ministerial de janeiro poderá levar a presidente Dilma Rousseff a retirar do PDT o feudo ainda preservado.

Outros adversários de Lupi, como o líder Giovani Queirós, partem do raciocínio inverso mas chegam à mesma conclusão: perdendo o ministério do Trabalho o partido terá chances de ganhar outro melhor, menos esvaziado e com mais capilaridade. De qualquer forma, o afastamento do atual ministro é o novo ponto de partida.

Nessa pantomima a grande incógnita está na presidente da República. Por muito menos, ela forçou a saída de seis ministros que lhe tinham sido impostos como Lupi: Antônio Palocci, Nelson Jobim, Wagner Rossi, Pedro Novais, Alfredo Nascimento e Orlando Silva. No caso do ainda ministro, já teria motivos de sobra para mandar o secretário-geral da presidência, Gilberto Carvalho, telefonar e despachá-lo.

Não o fez, apesar da arrogância inicial de Lupi, dizendo que não sairia. Alguma estratégia Dilma está seguindo. Ou pretende mesmo tirar o Trabalho do PDT, sem a promessa de compensações, ou esqueceu a frigideira no fogo. Sabe muito bem que o partido criado por Leonel Brizola, do qual ela foi fundadora, continuará de qualquer forma apoiando seu governo, por falta de opções.
Tribuna da Imprensa - 24/11/2011

Ruiu a última escora que sustentava Carlos Lupi no ministério do Trabalho: o deputado Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, passou a sustentar o afastamento do ainda ministro pela necessidade de o partido manter o espaço que detém no governo. Para o “Paulinho da Força”, o risco da permanência de Lupi até a reforma ministerial de janeiro poderá levar a presidente Dilma Rousseff a retirar do PDT o feudo ainda preservado.

Outros adversários de Lupi, como o líder Giovani Queirós, partem do raciocínio inverso mas chegam à mesma conclusão: perdendo o ministério do Trabalho o partido terá chances de ganhar outro melhor, menos esvaziado e com mais capilaridade. De qualquer forma, o afastamento do atual ministro é o novo ponto de partida.

Nessa pantomima a grande incógnita está na presidente da República. Por muito menos, ela forçou a saída de seis ministros que lhe tinham sido impostos como Lupi: Antônio Palocci, Nelson Jobim, Wagner Rossi, Pedro Novais, Alfredo Nascimento e Orlando Silva. No caso do ainda ministro, já teria motivos de sobra para mandar o secretário-geral da presidência, Gilberto Carvalho, telefonar e despachá-lo.

Não o fez, apesar da arrogância inicial de Lupi, dizendo que não sairia. Alguma estratégia Dilma está seguindo. Ou pretende mesmo tirar o Trabalho do PDT, sem a promessa de compensações, ou esqueceu a frigideira no fogo. Sabe muito bem que o partido criado por Leonel Brizola, do qual ela foi fundadora, continuará de qualquer forma apoiando seu governo, por falta de opções.

Carlos Chagas - Tribuna da Imprensa

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

UM CORPO QUE CAI ( DORA KRAMER )

Se realmente correspondem à realidade os relatos sobre o alto grau de exigência da presidente Dilma Rousseff em relação aos subordinados, é de se supor que na conversa de quarta-feira o ministro Carlos Lupi tenha dado a ela respostas mais precisas que as apresentadas ontem ao Senado.

Caso tenha sido vago, desmemoriado e, por que não dizer, cínico como se apresentou diante dos senadores, uma de duas: ou Dilma é mais condescendente que a fama ou não é verdade que tenha pedido a Lupi que permaneça à frente do Ministério do Trabalho e esteja prestes a demiti-lo.

Por mentir deslavadamente e por ser incapaz de fornecer dados consistentes às perguntas às quais respondia invariavelmente com uma evasiva, alegando não dispor da informação solicitada "de cabeça". Não soube dizer, por exemplo, se havia recebido diárias do ministério na tal viagem que fez ao Maranhão em 2009 em avião pago sabe-se lá por quem para compromissos que incluíam agenda partidária.

Disse ter a "impressão" de que recebera uma diária. Poucos minutos depois, recebeu da senadora Kátia Abreu a informação: foram exatamente três diárias e meia.

Pouco antes Lupi havia se prontificado a devolver o dinheiro caso houvesse alguma irregularidade. Como, assim, "caso"? Então o ministro não sabe que além de ser proibido receber presentes e favores de qualquer natureza, a qualquer tempo e sob quaisquer justificativas também lhe é vedado o pagamento de despesas como ministro, quando em atividade partidária?

Sabe, mas se fez de desentendido, assim como usou do expediente da dissimulação para tentar dizer que não mentira ao negar semana passada na Câmara sequer conhecer o empresário Adair Meira - dono de ONG com negócios no ministério e seu companheiro na viagem ao Maranhão -, a quem ontem passou a se referir como "caro doutor Adair".

Lupi não esqueceu apenas as diárias recebidas. Não lembrou se a entidade de Adair era ou não uma das grandes operadoras no Ministério do Trabalho, não soube dar detalhes dos contratos firmados com ele, alegou desconhecer quem contrata os aviões em que viaja, enfim, não disse nada que pudesse desmentir as denúncias de que é, no mínimo, um gestor temerário.

Carlos Lupi pode até continuar ministro do Trabalho. Ao contrário do que pensam os adeptos da teoria de que os escândalos recorrentes fazem parte de uma conspiração contra o governo Dilma, sua permanência é que conspira contra a presidente.

Quanto mais tempo permanecer, mais desgaste vai produzir. Obviamente não para a oposição, mas para a presidente Dilma.

Saiu daquele depoimento no Senado menor e mais enrascado do que quando entrou. Foi corajoso ao ir? Não, foi compelido pelas circunstâncias.

Diferentemente de seus antecessores de infortúnio, Lupi não pôde contar com sessão de elogios, ficou relativamente só - à exceção do senador Eduardo Suplicy, a bancada do PT ausentou-se da sessão - e teve de ouvir dois senadores do PDT defendendo sua saída para o bem do partido.

Uma situação desconfortável para a maioria das pessoas, mas não para quem não tenha nada a perder.

Para quem admirava Leonel Brizola dói na carne.

Inútil paisagem. Nesses episódios de escândalos, o governo se põe na situação daquela pessoa que depois de 15 dias de dieta constata que perdeu duas semanas e nada mais.

Com a falta de apoio do PDT, o caso voltou para o ponto inicial quando ensaiou deixar o ministro ao sereno e depois recuou porque do Planalto surgiram avisos de que sem sustentação partidária não havia como Lupi ficar.

O desgaste que poderia ser evitado, mas o PDT cumpre a escrita de que não é bom negócio abandonar governo com três anos pela frente.

Essa é a regra geral. Exceção nos últimos anos foi o PPS que apoiou Lula na eleição de 2002, ocupou o Ministério da Integração Nacional a partir de 2003 e em 2004 deixou o governo por discordar da política econômica e do padrão ético já então desenhado com o caso Waldomiro Diniz.

Ciro Gomes não quis deixar a pasta da Integração e terminou fora do partido.

Dora Kramer

domingo, 13 de novembro de 2011

ISOLADO PELO PRÓPRIO PARTIDO, LUPI AGONIZA

Depois de defendê-lo, integrantes do PDT já pretendem abandonar o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, temendo prejuízo à imagem da sigla. Novas suspeitas surgidas ontem agravam a situação do pedetista.
Com as novas denúncias de que o ministro teria viajado em avião particular, integrantes do PDT desistem de defendê-lo publicamente e falam em abertura de CPI

As novas denúncias que atingiram o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, deixaram o PDT temeroso de que a imagem do partido fique prejudicada com o escândalo na pasta comandada pelo presidente de honra da sigla. Diferentemente da manifestação de apoio público que as bancadas e a direção do partido deram na semana passada, agora o PDT pretende deixar Lupi sozinho.

A gota d"água para o isolamento partidário do ministro foi a denúncia publicada pela revista Veja que relatou viagens feitas por Lupi em avião alugado por Adair Meira, representante de ONGs que ganharam contratos com o Trabalho. De acordo com a reportagem, Ezequiel Nascimento, ex-secretário de Políticas Públicas de Emprego, confirma a utilização do avião para viagens no interior do Maranhão. O ministério divulgou nota na tarde de ontem afirmando que o diretório regional do PDT foi o responsável pelo aluguel de "aviões de pequeno porte" para cumprir "agendas oficiais e partidárias" em 11,12 e 13 de dezembro de 2009, datas da viagem.

Irregularidades no Ministério do Trabalho vêm sendo publicadas pelo Correio desde fevereiro, quando o jornal mostrou desvios de recursos nos contratos da pasta com ONGs de capacitação, como a Fenamoto, entidade sediada em Goiânia que recebeu recursos públicos sem realizar o serviço contratado. As denúncias deram origem a uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU).

Mesmo com a enxurrada de irregularidades detectadas na pasta, o partido havia decidido se unir para fortalecer Lupi, mas agora os correligionários abaixaram o tom do discurso, já falam em instalação de CPI e dizem que o assunto é entre o ministro e a presidente Dilma Rousseff. "A minha discussão não é pela permanência, depende do ministro que pode renunciar e a presidente que pode demitir. Essa discussão está no âmbito de duas pessoas", resumiu o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), acrescentando que o partido não deve convocar reunião de mobilização pela permanência do ministro, pois o encontro sem provas "acaba virando um bate-boca."

Investigação
O deputado Reguffe (PDT-DF) afirmou que as denúncias contra Lupi são "gravíssimas" e têm que ser investigadas "doa em quem doer". O presidente em exercício do partido, deputado André Figueiredo (PDT-CE), defendeu apuração das acusações, mas disse que os escândalos afetam a legenda.

"Qualquer notícia que envolva o nome do ministro do PDT abala. Tanto abala o ministro como o nome do partido. Nós teremos uma reunião do diretório no próximo sábado, vamos avaliando. Tem essa obrigação de esclarecer, porque um partido que tem uma história como o PDT não pode ser envolvido."

A oposição no Congresso promete começar a semana com um "plantão pela saída imediata" do ministro do Trabalho. O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), afirmou que pretende encaminhar representação à Comissão de Ética da Presidência pedindo o afastamento de Lupi. De acordo com o deputado, o ministro feriu o artigo 7 do código de conduta da administração federal, que proíbe favores que possam gerar dúvida sobre probidade do gestor.

Fonte: Correio Brasiliense

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A FARRA DOS ALIADOS DE LUPI.

Diretores de entidades dizem ao Correio que o Projovem beneficiava filiados do PDT. Ministro leva dura após afirmar que só deixaria o cargo "à bala". "Quem demite e quem contrata é a presidente", avisou o Planalto.

Programa do ministério é utilizado para alavancar os interesses eleitorais de filiados do partido


O Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem) passou a ser utilizado para turbinar filiados ao PDT em nível nacional e para atender os interesses eleitorais dos principais aliados do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, dois deles ex-assessores diretos na pasta — hoje deputados federais. Na gestão de Lupi foram distribuídas vagas e recursos do Projovem aos estados conforme a influência dos aliados e o potencial de votos e crescimento do PDT, como contam ao Correio dirigentes de entidades contratadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para a qualificação profissional.

O deputado Weverton Rocha (PDT-MA), acusado de cobrar propina quando era assessor especial de Lupi, foi beneficiado com vagas do Projovem em seu estado. O Maranhão recebeu R$ 11,4 milhões desde 2009. O mesmo ocorreu com o deputado André Figueiredo (PDT-CE): em 2010, ano eleitoral, conforme registros no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), o Ceará ficou em segundo lugar no ranking dos estados que mais receberam recursos do Projovem — R$ 9,3 milhões.
André foi braço direito de Lupi e número dois no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Entre 2007 e 2010, ocupou o cargo de secretário executivo.

Outro deputado beneficiado pela distribuição de vagas para o Projovem, Ademir Camilo (eleito pelo PDT, hoje no PSD-MG), pleiteou recursos para entidades de Sergipe. Ademir Camilo teria sido o responsável por apresentar ao ministério os dirigentes das entidades fantasmas que, depois de financiadas pelo MTE, passaram a ser investigadas pela Polícia Federal. As organizações de Aracaju receberam repasses diretos do MTE para qualificação profissional — R$ 11,5 milhões — e foram contratadas pelo governo de Sergipe para executar o Projovem no estado.

A principal dessas entidades, a Capacitar, foi contratada para atuar em Sergipe e em Minas Gerais. Ademir Camilo admitiu ao Correio ter encontrado o dirigente da Capacitar num evento em Belo Horizonte, num aeroporto e dentro do MTE. Mas nega ter intermediado pela entidade fantasma. Sergipe é a unidade da Federação que mais recebeu dinheiro para o Projovem em 2010: mais de R$ 10 milhões. No ano anterior, Minas Gerais liderou em volume de repasses para o programa, com R$ 15 milhões. "Não tive nenhum benefício eleitoral por conta do Projovem. Outros deputados tiveram bem mais votos", diz o deputado.

Cabe aos estados contratarem as entidades que executam o Projovem. Segundo os dirigentes ouvidos pelo Correio, boa parte delas é comandada por pedetistas. "Muitas dessas instituições contratadas a partir de 2009 nem existem mais", diz um deles. Parte do dinheiro do programa é desviada para o caixa do PDT, segundo ele. "Quem não executa o programa tem como dar a fatia do partido. Quem executa contrata os fornecedores indicados, que fazem as doações à legenda. São as empresas que fornecem material gráfico, lanche e outros materiais."

A deputada Flávia Morais (PDT-GO) transferiu-se do PSDB para o partido de Lupi para concorrer a uma vaga na Câmara. Quando era secretária de Trabalho no governo de Goiás, até o ano passado, obteve uma fatia expressiva de recursos para o Projovem. Uma ação civil pública do Ministério Público Federal (MPF) acusa a deputada de compra de votos. Ela teria pedido vagas para adolescentes num programa estadual de qualificação, como o Projovem. A entidade que executa o programa é a Fundação Pró-Cerrado, a principal beneficiária por repasses do MTE para qualificação profissional. "Se fiz algum pedido, houve recorte social, e não eleitoral", diz a deputada.

Favorecimento
Outros dois deputados são apontados como beneficiários das vagas do Projovem: Brizola Neto (PDT-RJ), que diz não ter obtido vantagem eleitoral com o programa, e Ângelo Agnolin (PDT-TO), que não deu retorno à reportagem. Os ex-assessores de Lupi no MTE também negam qualquer tipo de favorecimento. "Não há qualquer indício de irregularidade nos valores repassados aos municípios do Maranhão", diz o deputado Weverton Rocha. "Neste ano, brigamos por 13 mil vagas para o Ceará, e há uma sinalização do ministério nesse sentido. Mas não me sinto cometendo nenhuma irregularidade", afirma André Figueiredo, presidente nacional do PDT em exercício. Lupi é presidente licenciado.

Em resposta ao Correio, o Ministério do Trabalho diz que cabe aos estados e prefeituras a execução das ações do Projovem. Sobre o direcionamento dos repasses apontado por dirigentes de entidades, a assessoria afirma que "a reportagem deve procurar cada cidadão citado nas afirmações".

Fonte: Correio Brasiliense

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

LUPI: "DUVIDO QUE DILMA ME TIRE. NEM NA REFORMA"

Lupi desafia Dilma: "Só saio à bala"

E ainda avisa que, se cair, PDT rompe com governo; pedetistas pedem inquérito
LUPI PARTICIPA de encontro com a bancada pedetista: "Duvido que a Dilma me tire! Ela me conhece bem. Alguns de vocês vão ficar muito tristes com o resultado desse episódio!"

No mesmo dia em que o deputado federal Miro Teixeira (RJ), apoiado por mais um deputado e um senador do PDT, protocolou na Procuradoria Geral da República um pedido de abertura de inquérito criminal para apurar denúncias de corrupção ativa e concussão na gestão de Carlos Lupi no Ministério do Trabalho, o ministro se reuniu por três horas com o partido e saiu com uma declaração de apoio da maioria para ficar no cargo. Lupi e o comando do PDT decidiram desafiar a presidente Dilma Rousseff e ainda avisaram que, em caso de demissão, o partido deixa o governo.

Em vários momentos numa entrevista após a reunião, escudado pelo apoio da cúpula do PDT que também ameaçou romper com o governo, o ministro desafiou Dilma a demiti-lo:
- Duvido que a Dilma me tire! Ela me conhece bem. Alguns de vocês vão ficar muito tristes com o resultado desse episódio! - disse aos jornalistas. - Para desconforto de vocês, vão ter que me ver aqui no ano que vem, em 2013 , em 2014... Pela relação que tenho com a Dilma, não saio nem na reforma (ministerial, prevista para janeiro). Eu me benzo todos os dias, meu amor! Tenho o santo forte. Ainda vou carregar o caixão de muita gente que quer me enterrar - disse.

Ainda após a reunião, com declarações que beiraram o deboche, Lupi avisou que só deixa o ministério "abatido à bala". O estilo "faca no peito da presidente" adotado por ele surpreendeu aliados do governo. Mas sobre isso o Palácio do Planalto fez silêncio. Pelo menos em público.

- Houve alguns que defenderam que eu me licenciasse. É a opinião deles, com a qual não concordo. Para me tirar do ministério, só se eu for abatido à bala! E tem que ser uma bala muito forte porque eu sou pesadão! - disse Lupi, sempre rindo de suas próprias declarações. - Nem saio e nem me licencio. Se quiserem me sangrar terão de fazê-lo até o fim, e depois chupar meu sangue de canudinho.
Tensão na reunião com pedetistas

Foi tensa e exaltada a reunião do ministro com a executiva nacional e as bancadas do PDT no Congresso. Coube ao senador Cristovam Buarque (DF) defender a licença de 30 dias, até a conclusão das investigações. Só teve o apoio declarado do deputado Antonio Reguffe (DF), que assinou, juntamente com Miro e Pedro Taques (MT), o pedido de inquérito na PGR.

- Eu sugeri que ele se licenciasse por 30 dias, para que se diferenciasse dos demais ministros atingidos por denúncias de corrupção na pasta. Mas ele e o partido recusaram peremptoriamente - contou Cristovam.
Miro Teixeira não foi à reunião porque estava sendo medicado de um problema no joelho. Sua petição à PGR cita matérias veiculadas pelo O GLOBO, "Veja" e "Portal IG" sobre desvios no ministério de Lupi: "Não bastassem os fatos denunciados pela imprensa idônea, como lhe é de dever, pelo direito do povo à informação verdadeira, o acórdão do TCU exige instauração de inquérito policial, denúncia dos responsáveis por práticas criminosas, como proposta de processo crime".

- Agora se seguem os caminhos institucionais. Na vida pública nada é pessoal - disse Miro, justificando a decisão.
Lupi nega que haja um racha no partido, apenas divergências. Parlamentares avaliam que ele tem a solidariedade de cerca de 80% do PDT. Ignorando os pedidos de licença e de investigação à PGR, o ministro disse que é alvo de uma campanha cujo alvo principal é o PDT. Mas afirmou que não teme nada, que está tranquilo, que vai até o último minuto de sua vida para provar inocência, e que não aceita que joguem na lama o nome da instituição que ajudou a fundar.
Depois da reunião, os líderes do PDT na Câmara e Senado fizeram declarações de apoio a Lupi, com o mesmo tom de ameaça.

- Esse episódio uniu ainda mais o partido. Com o ministro Lupi sai também, se necessário, o PDT do governo. O partido não aceita a queda do ministro por corrupção ou pressão - disse o líder do PDT na Câmara, Giovanni Queiroz (PA).
O líder do PDT no Senado, Acir Gurgacz (RO), reforçou:

- A ideia nossa é que Lupi não tem substituto. Se ele sair, estamos fora da base e do governo - disse Gurgacz, ressaltando, entretanto, que ele e outros companheiros do partido são contra essa decisão.
Na entrevista após a reunião do PDT, Lupi relatou conversa que disse ter tido com Dilma na véspera:

- A Dilma me perguntou: "Você vai lutar até o fim?" Eu respondi: Vou lutar até o último minuto. Sou brasileiro e não desisto nunca. Ela, então, me disse: "Vá em frente". Eu sou forjado na luta. Não saio do ministério enquanto não estiver tudo comprovado.
Ele ressaltou que, diferentemente de outros escândalos que derrubaram ministros, no caso do Trabalho não há uma prova, uma foto ou filme que prove sua implicação nas denúncias.
Mesmo com apoio da maioria do partido, a situação do ministro no Planalto ainda é considerada indefinida. Nas palavras de um interlocutor direto da presidente Dilma, ontem: "Se o Orlando Silva (ex-ministro do Esporte) perdeu sustentação, mesmo com apoio integral do PCdoB, o Lupi pode ficar numa situação ainda mais frágil sem a unidade do PDT". Como não há até o momento nada que atinja diretamente o ministro, a ordem no núcleo do governo é acompanhar o desenrolar dos fatos.
De segunda-feira para ontem, Lupi fez um trabalho intenso nos bastidores para obter a declaração de apoio do partido, telefonando pessoalmente para vários colegas.

- Lupi não recebeu um cheque em branco. O que houve foi um voto de confiança ao ministro. Mas se as denúncias atingirem o ministro, ele terá que deixar o governo. Tenho minhas divergências com ele. Mas se o Lupi sai agora, sai com o carimbo de ministro corrupto e mancha a imagem de todo o PDT - disse o deputado Brizola Neto (RJ). - Não estamos no governo por um ministério. Participamos do governo pela profunda identidade com as ações do ex-presidente Lula e da presidente Dilma - acrescentou.

Fnte: O Globo