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sábado, 14 de setembro de 2013

A FRAUDE E A FARSA CONTINUAM

O Estado de S.Paulo
Apesar de a Polícia Federal (PF) estar investigando um rombo de R$ 400 milhões em verbas públicas administradas pelo Ministério do Trabalho (MT), tendo ouvido em depoimento coercitivo o ex-ministro interino e então secretário executivo, o número dois do órgão, Paulo Roberto Pinto, o ministro Manoel Dias continua no comando da pasta. Para tanto, logrou convencer a presidente Dilma Rousseff em encontro de duas horas e derrotar correligionários que, em reunião da Executiva do Partido Democrático Trabalhista (PDT), defenderam a entrega do cargo e o rompimento imediato com o governo.

Para ficar no emprego, ele contou com a ajuda providencial do presidente nacional do partido, Carlos Lupi, que se relaciona com os pedetistas na base do "manda quem pode, obedece quem tem juízo" e tem um argumento insuperável para não permitir que a chefe de governo demita o auxiliar: o apoio da legenda ao projeto de reeleição de Dilma na eleição do ano que vem. No momento, não seria inteligente abrir mão desse apoio, pois a sucessão poderá não se dar em céu de brigadeiro - e a presidente não gosta de turbulência. E ninguém no governo está disposto a oferecer a cabeça do ministro aos adversários. Imaginar que qualquer um desses possa abrir mão de sua adesão por motivos morais não é, de fato, prova de sensatez.
Para amenizar o desgaste que a Operação Esopo da PF poderá provocar no palanque presidencial, o ministro tomou a providência habitual na atual administração federal: montou uma comissão para fazer um "pente-fino" nos convênios da pasta que estão sob suspeita. E encarregou o secretário de Políticas Públicas de Emprego do MT, Sérgio Vidigal, de coordenar seus trabalhos. Ninguém pode acusar o ministro Dias de ter nomeado uma pessoa sem experiência no assunto. Quando era prefeito de Serra (ES), Vidigal assinou um convênio de R$ 4,6 milhões com o Instituto Mundial de Desenvolvimento e Cidadania (IMDC), ONG com sede em Belo Horizonte, apontada como principal beneficiária pelo desvio de dinheiro público. Firmado em 2008, esse convênio ainda está em plena vigência. Um dos principais assessores do secretário, Gleide Santos Costa, foi preso na semana passada em São Paulo em outra operação da PF, a "Pronto Emprego". Ele teria favorecido o Centro de Atendimento ao Trabalhador (Ceat), ONG denunciada pelo desvio de aproximadamente R$ 18 milhões. O assessor e os dirigentes da ONG, ligados ao PDT, teriam usado verbas do MT destinadas a qualificar mão de obra para financiar a importação e venda de produtos chineses no comércio popular nos arredores da Rua 25 de Março, em São Paulo.
É pouco provável que as ministras com quem a presidente conversou antes de receber Dias - Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, e Ideli Salvatti, das Relações Institucionais - tenham chamado a atenção da chefe para a ironia de fraudadores usarem dinheiro público para qualificar mão de obra com o objetivo de enriquecer vendendo produtos comprados a preços baixos por causa da remuneração vil dos chineses, que concorrem de maneira não muito leal com outros, cuja venda remuneraria a mão de obra que os convênios se propõem a qualificar.
Mas, se Vidigal tem assessores no mínimo controvertidos, não se pode acusá-lo de inabilidade no trato com gente que manda. O "mutirão" chefiado pelo ministro Dias lembra a "faxina" a que Dilma recorreu em 2011 para afastar o dono da sigla governista, Carlos Lupi, do mesmo Ministério por suspeita de recebimento de propinas de ONGs. Lupi, nomeado originalmente pelo antecessor e padrinho de Dilma, Lula, foi substituído por Brizola Neto, descendente do fundador da legenda, Leonel Brizola, e que agora foi aconselhado a não meter o bedelho nas relações entre o PDT e a reeleição de Dilma.
É difícil de acreditar que alguém que participou da fraude seja a pessoa mais indicada para acabar com ela e punir os fraudadores, à sombra de Lupi, que, demitido do MT, é quem manda lá. Se tudo segue igual, por que a farsa e a fraude teriam fim?

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

GOVERNO FROUXO



Fim de linha – Por decisão da esquerda, em especial do PT, o ucho.info faz parte do PIG, Partido da Imprensa Golpista, um grupo de veículos de comunicação e de jornalistas que não recebem dinheiro dos cofres oficiais e ousam criticar os desmandos e barbáries de um governo marcado pela corrupção e pela incompetência. Nem de longe temos esse objetivo, o do golpe, porque somos democráticos por natureza e, acima de tudo, sabemos que tarefa hercúlea mudar o pensamento de uma massa ignara que foi abduzida pelas esmolas sociais.

Há quem diga que somos intransigentes, outros afirmam que somos financiados pela oposição. Nem uma coisa, nem outra. Fazemos críticas duras porque é impossível ficar impávido e mudo diante de tantas barbaridades. E se o PT é uma usina de cretinices políticas, que enfrente a crítica coerente de forma altaneira.

Meses antes de chegar ao poder central, Lula disse aos brasileiros que em Brasília defenderia os trabalhadores. Uma década depois, a classe trabalhadora percebeu o tamanho do engodo, que é inversamente proporcional ao tamanho do aumento real do salário mínimo.

Dilma Rousseff, que foi apresentada como a “gerentona”, a mãe do PAC, a garantia de continuidade, assumiu o compromisso de governar com uma equipe de especialistas e de combater a corrupção, algo que recentemente ela própria disse não aceitar.

É verdade que Dilma recebeu uma herança maldita sem precedentes, mas quem quer mudar passa a mão na mais poderosa das canetas de demite. Sob pena de ter de renunciar para não compactuar com a roubalheira e a política dos conchavos.

Carlos Lupi foi escolhido para comandar o Ministério do Trabalho porque é membro do Partido Democrático Trabalhista. Lupi, que é presidente nacional da legenda e só chegou a tal posto porque soube aproveitar o fato de um dia ter sido o jornaleiro predileto de Leonel Brizola, foi apeado do ministério por causa de irregularidades e denúncias de corrupção.

Mesmo depois de ser substituído no cargo pelo inexperiente Brizola Neto, que por questões óbvias é do PDT, Carlos Lupi continuou como representante oficial da pasta no Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Demitido em 2011, Lupi deveria ter deixado o conselho da instituição na sequência, mas até agora continua como conselheiro e recebendo R$ 18 mil por trimestre para nada fazer.

Em junho de 2012, o Ministério do Trabalho enviou ofício ao Ministério do Desenvolvimento, comandado pelo “companheiro de armas” e consultor ilusionista Fernando Pimentel, solicitando a substituição de Lupi por Brizola Neto, o que seria zero por nada, mas não adiantou. Carlos Lupi foi mantido no Conselho do BNDES.

Apenas confirmando o que já era esperado, o BNDES, diante do escândalo, informou que Lupi não mais participa das reuniões do Conselho e nem recebe os valores pagos a outros conselheiros. Carlos Lupi se defendeu alegando que foi indicado pela presidente e no conselho permanecerá até que ela determine sua saída.

Como se percebe, Dilma, ao contrário da equipe de especialistas, se cercou de técnicos em malandragem e roubalheira, sem contar os que fingem estar mortos. Fosse a “gerentona” anunciada por Lula, a presidente já teria demitido Fernando Pimentel e Brizola Neto, além de exigir a imediata saída de Lupi do Conselho do BNDES. Antes disso, deveria dar uma carraspana em Gleisi Hoffmann, ministra-chefe da Casa Civil, a quem compete cuidar de assuntos dessa natureza.

Resumindo, se o PT não é o partido dos trabalhadores, o PDT mostrou que não é democrático e muito menos trabalhista

Fonte:Ucho.Info

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

VAMOS VOTAR EM CARLOS LUPI

Nada mais representativo do que Carlos Lupi para caracterizar as lideranças políticas do Brasil.

É justo, portanto, que Lupi se reerga da sua mediocridade para tornar-se candidato à presidência deste país, já que o roufenho Lula, ao que parece, teve os cabelos e barba roubados por um mal que ele não viu chegar e sobre o qual não ouviu nada e não sabe de nada.

Que lhe voltem os cabelos e a barba, para que o ex-presidente usufrua de toda a fortuna que lhe caiu no colo, sem que ele tenha sabido como e o porquê de tanta fortuna.

Brasil cômico. Muitas vozes se ergueram na internet para comentar que o roufenho soube de seu mal de saúde num sábado e, imediatamente, tenha sido acudido pelo maior hospital particular do país, a despeito da (in) competência do SUS (Sistema Único de Saúde) para os brasileiros bastardos que somos todos nós. A propósito, quem paga a conta desse hospital particular para os cuidados do roufenho? A dúvida sobrevive por assentar-se no modo em que Lula sustentou-se com recursos completamente alheios ao seu trabalho (?), advindos de favores e emoluendos não bem explicados. Ah! Lula é o ex-presidente e merece o melhor tratamento possível! O Zé Mané, entregue à patranha do SUS, entre o diagnóstico de doença igual ao do ungido ex e o tratamento efetivo, morre pela prescrição da sua vida, vítima do sistema que o ex deveria ter tornado ágil e eficiente, o SUS, que não lhe convém agora.

O Zé Mané que sobrevive, entretanto, assiste ao Circo Brasil. Vê coisas inacreditáveis. Vê um desfilar de podridão, que lhe arrepia. Vê as mais cínicas explicações para os maus feitos. Deixe o Zé Mané de pagar as suas contas. Aí, sim, a justiça e os credores sujar-lhe-ão o nome e o condenarão à execração.

Lupi é a exceção. Sujo, incriminado por inúmeras acusações é o herói do governo da República Federativa do Brasil. Herói sustentado por todos nós, mas herói, principalmente, da “presidenta”, cuja primeira medida ao tomar posse foi violentar o idioma ao “feminilizar” o nome do cargo. Ela, assim, passa a ser “assistenta” de toda a iniquidade que acontece, antes de ser a presidente do Brasil, cargo para o qual foi eleita.

Lupi continua na exceção. Maldito pelos que creem na Justiça e eximido de qualquer culpa pelo nosso voto.

Voltemos ao voto. Sejamos coerentes.

Se votamos nessa escumalha, por que não continuarmos a votar na escumalha?

O Lupi, neste raciocínio, é o melhor candidato à presidência do Brasil.

Não duvido de nada. Lupi, afinal, é o símbolo da excrescência do político brasileiro. Nada melhor que ele para nos representar, povinho que somos.

Paulo Carvalho Espíndola

AMOR E ÓDIO EM BRASILIA

Pouco depois de se despedir do gabinete onde cumpria expediente na Esplanada dos Ministérios, na manhã de ontem, Carlos Lupi foi novamente dominado pela veia ao comentar o fim da trajetória no governo de Dilma Rousseff. "Com vocês (da imprensa) agora eu só falo por meio de nota oficial.

Vocês já destilaram todo o seu ódio. Agora, só por nota", esbravejou o ex-ministro. Na carta de demissão, divulgada no domingo, Lupi se disse perseguido pela mídia, como se os jornais fossem tribunais de exceção que não permitem a uma autoridade pública se explicar diante dos malfeitos.

Sexto ministro a cair por suspeita de corrupção na Esplanada este ano, Lupi misturou velhos argumentos usados por políticos em apuros — tudo é perseguição da mídia e da oposição — com um sentimentalismo inadequado para a real politik brasiliense. No início de novembro, após a revelação a público das irregularidades nos convênios entre ONGs e o Ministério do Trabalho, o então ministro adotou postura sobranceira. "Para me tirar do ministério, só se eu for abatido à bala. E tem de ser uma bala pesada, porque sou pesadão", disse, em 8 de novembro. Dois dias depois, na Câmara dos Deputados, Lupi moderou o tom. Apelou para a emoção. Diante dos deputados, tentou explicar ao Planalto o modo soberbo de rebater as denúncias. "Presidenta Dilma, desculpe se fui agressivo. Eu te amo." Na última sexta-feira, após a Comissão de Ética Pública votar pelo afastamento de Lupi, Dilma cortou o último vínculo afetivo com o subordinado. Com uma ironia que se tem tornado frequente em declarações públicas, revelou não ser mais propriamente romântica ou adolescente.

Lupi se mostrou desajustado com a nova ordem determinada pela presidente: eficiência, pragmatismo, impessoalidade e retidão pública — características a que o antecessor Lula dava menos atenção na relação com aliados e colaboradores. Página virada na pasta do Trabalho, Dilma se prepara para começar uma nova etapa de governo, com uma possível reforma ministerial. Talvez seja a hora de aplicar a frase que a própria presidente usou durante a última crise: "O passado simplesmente passou".

Mas há questões que resistem a eventuais trocas de ministros. O loteamento partidário na Esplanada e a relação com os aliados no Congresso seguem como dos principais entraves à gestão que Dilma pretende impor. O passado insiste em ficar na Esplanada

Carlos Alexandre - Correio Brasiliense

LUPI NÃO É O ÚLTIMO

A presidente Dilma pode demitir mais oito ministros na reforma de janeiro. PDT luta para manter a pasta do Trabalho


Demissão de Carlos Lupi faz partidos iniciarem disputas antes programadas para o fim de janeiro, quando haverá uma mudança geral nos ministérios. PT e PMDB se digladiam por pastas como Cidades e Transportes

Presa em um nó partidário de aliados famintos e descontentes, a presidente Dilma Rousseff terá que conciliar na primeira reforma ministerial oficial de seu governo a resolução de problemas administrativos, a saída de titulares que disputarão as eleições de 2012 e a assimetria de poder entre legendas aliadas. A presidente ainda não fechou seus planos, mas já recebeu lista de reivindicações. O PT quer os ministérios das Cidades e do Trabalho. O PMDB, por sua vez, anda insatisfeito, reclamando que só ganhou ministérios sem capilaridade. Para melhorar sua situação na Esplanada, o aliado pleiteia a pasta de Transportes, acrescida da Secretaria de Portos, que deve perder o status de ministério. A disputa dos aliados pela ampliação do espaço na Esplanada já se refletiu no Congresso.

O governo encontra dificuldades em aprovar a lei que prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU) e os parlamentares já trabalham com a possibilidade de não votar o orçamento este ano.
No xadrez do enxuga e troca ministerial, a restruturação de algumas pastas é avaliada por Dilma. A presidente tem criticado o modelo de gestão e chegou à conclusão de que é impossível se reunir com quase 40 ministros. Para resolver a questão, avalia fundir pastas que têm ações correlatas, como Trabalho e Previdência; Agricultura e Pesca; Igualdade Racial, Políticas para Mulheres e Direitos Humanos; e Transportes e Portos ou Integração Nacional e Portos.

A chuva de ministros derrubados por denúncias de corrupção prejudicou os planos da presidente, de modificar a gestão das pastas em 2012. Há três meses, Dilma discutiu em reunião de coordenação política a proposta de dividir a Esplanada em áreas "guarda-chuva". Em vez de despachar com os titulares dos 38 ministérios, a presidente sugeriu que as pastas fossem divididas em grandes temas e que um ministro — com perfil mais técnico e testado pelos anos do governo PT — fosse o coordenador temático, ou seja, o responsável que conversaria com ela. Com isso, Dilma criaria uma modalidade de "vice-ministros", ideia que já incomoda os aliados, mas resolveria problemas administrativos e de agenda do Planalto.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirma que por enquanto a presidente mantém a sete chaves as novidades de sua reforma ministerial, mas que os aliados já foram avisados de que não haverá grandes mudança na correlação de força dos partidos. "As informações são de que será uma coisa pontual, não uma grande reforma. As forças políticas serão mantidas, não vão mexer nos partidos para fazer um xadrez completo."

Eleições municipais

A avaliação dos aliados é de que o ano de turbulência política que antecedeu a reforma oficial limita os planos da presidente no momento de montar seu primeiro ministério de fato. "É sempre complicado fazer uma reforma no meio do mandato. Quando o novo governante assume é que ele decide o tamanho do Estado. Fazer mais composições depois é complicado", afirma o senador Wellington Dias (PT-PI).

Denúncias de corrupção e de deslocamentos políticos, no entanto, forçarão Dilma a realizar composições. Pelo menos quatro ministros (ver quadro) amargam frigideira graças a irregularidades apontadas em suas pastas e outros quatros figuram na lista de pré-candidatos a prefeituras em 2012. No caso do ministro da Educação, Fernando Haddad, seu afastamento poderá dar lugar a Aloizio Mercadante, que deixaria o Ministério de Ciência e Tecnologia para assumir a pasta na reforma ministerial.

O lugar de Mercadante voltaria para as mãos do PSB, que já comandou a pasta de Ciência e Tecnologia. O Ministério do Trabalho, comandado pelo interino Paulo Roberto dos Santos Pinto após a saída de Carlos Lupi, é alvo da cobiça de setores do PT, assim como a pasta de Cidades, pois o titular Mário Negromonte (PP) não deve ser reconduzido na reforma. Se atender aos pleitos do PT, Dilma terá que acomodar o PDT e o PP em outros ministérios, para manter a harmonia da coalizão.

Fonte: Correio Brasiliense

domingo, 4 de dezembro de 2011

R$ 282 MILHÕES EM CONTRATOS NÃO ANALISADOS NO MINIST. DO TRABALHO

A fartura de dinheiro repassado pelo Ministério do Trabalho, do
(PDT), para organizações não governamentais contrasta com a precária estrutura de controle da boa aplicação dos recursos destinados a programas de qualificação de mecânicos, garçons, marceneiros, entre outros trabalhadores. Levantamento com dados do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira) obtido pela reportagem informa que o ministério acumula R$ 282 milhões em prestações de contas de ONGs, fundações e prefeituras não analisadas.

Isso significa que o ministério liberou o dinheiro, mas não sabe se os serviços foram executados.

As pilhas de prestações de contas estão acumulando poeira desde 2004. Entre as contas pendentes estão os processos do Instituto Brasil Voluntário - Bravo, ONG indicada pelo deputado Weverton Rocha (PDT-MA), um dos principais assessores de Lupi à época da assinatura do convênio entre a entidade e o ministério.

A ONG firmou, em dezembro de 2007, um convênio de R$ 2.184.870,00 com o pretexto de qualificar jovens para o primeiro emprego. Mas segundo um fiscal, depois de receber o dinheiro, desapareceu. Esse fiscal relata que a entidade entregou a prestação de contas da primeira parcela (cerca de R$ 800 mil) e simplesmente sumiu.

Nos documentos apresentados ao ministério, a Brasil Voluntário informa como endereço um escritório em Timon, no Maranhão, uma das bases eleitorais de Weverton.

CGU
Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) aponta graves irregularidades no convênio. Nos papéis relegados a segundo plano estão ainda uma das prestações de contas da Fundação Pro-Cerrado, do empresário Adair Lima, o mesmo que providenciou um avião para Lupi fazer uma viagem ao Maranhão no final de 2009. Em 2007, a ONG fez convênio de R$ 2.379.282,62 também para qualificar trabalhadores, mas as contas da entidade não foram analisadas.

Antes da crise, só uma pessoa analisava contas
O sistema de controle do bom uso do dinheiro público é ínfimo. Do começo de 2010 até o início do mês passado, o ministério manteve apenas uma pessoa para analisar contas de todos os convênios. A tarefa é considerada impossível.

Só o Projovem, programa destinado a qualificar jovens em início de carreira, consome uma média de R$ 400 milhões por ano. Com o recrudescimento das denúncias, o setor foi reforçado. Agora, conta com quatro técnicos. Ao todo, o ministério dispõe de 16 profissionais para analisar a papelada das ONGs.

Técnicos da área dizem que para fazer um serviço de qualidade razoável seria necessário, no mínimo, dobrar esse contingente. Em entrevistas, "ongueiros", políticos e servidores públicos relatam que o "descontrole" no ministério é generalizado e facilita desvios e uso político-eleitoral dos cursos de qualificação profissional. (Agência O Globo)

sábado, 3 de dezembro de 2011

LUPI AO AZEITE DE WAGNER

A caminho de São Paulo para uma visita ao ex-presidente Lula - amigo e companheiro de antigas lutas sindicais, governo e disputas eleitorais em tratamento de saúde -, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), deu uma parada em Brasília no melhor estilo da gente do Candomblé no cumprimento de "obrigação".

No Planalto, antes de seguir viagem para São Bernardo, aproveitou para jogar quase uma garrafa inteira de azeite de dendê na enorme frigideira na qual o ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), vem sendo fritado há mais de um mês.
Para jornalistas e quem entende de signos da comunicação, do poder ou das coisas de santo dos terreiros, Wagner não poderia ter sido mais claro em suas previsões e expectativas quanto ao destino de Lupi.

O governador está convencido de que, com o relatório da Comissão de Ética Pública entregue à presidente da República esta semana, criou-se "uma situação de esquina" para o ministro do Trabalho. "Uma situação quase insustentável", concluiu o governador em Brasília. O aviso mais que explícito, dado na quinta-feira, seguia ontem com a ressonância nacional de um tambor de candomblé, mesmo sendo o tocador um judeu de origem.

O "toque" repercutia em diferentes ambientes do poder, a ponto de começar a causar estragos sérios nas sempre frágeis e complicadas relações do PT com o PDT desde o tempo do polêmico ex-governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola. Mas qual um "João Teimoso", o ministro do Trabalho segue renitente e de ouvido moucos, apesar de já praticamente não ter mais em que e em quem se segurar. Salvo, diga-se a bem da verdade, alguns poucos como o deputado Paulinho da Força, que até ofendeu preconceituosamente os integrantes da Comissão de Ética, para defender a permanência do parceiro de partido no ministério de Dilma.

Bastante parecido (até como figura física) com aquele boneco vendido nas feiras do Nordeste em épocas natalinas como agora, Lupi balança mas não cai. Segue pulando na frigideira quente. Isso - é preciso ressaltar em razão da velocidade dos fatos e das subidas e quedas na política do País -, pelo menos até a sexta-feira em que escrevo estas linhas.

Enquanto Lupi e muita gente mais na política, no governo e no jornalismo esperam a volta da presidente Dilma da Venezuela, para ver o que acontece, o governador da Bahia aproveitou para seguir à risca o ditado sobre o poder, que ensina: "Espaço vazio é espaço ocupado".

Antes de seguir viagem no voo da rota Bahia-Brasilia-São Paulo que o levaria ontem à presença de Lula, o governador deu uma entrevista ao programa "Poder e Política" da TV UOL (grupo Folha), conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues. Uma conversa destas que prometem render por muitos dias ainda.

Sobre o caso Carlos Lupi, Jaques Wagner falou bem ao seu jeito. Às vezes um petista de raiz, às vezes um pessedista desde criancinha. Considerou "insustentável" a situação do ministro do Trabalho depois da sentença da Comissão de Ética Pública da presidência da República, mas ao mesmo tempo admitiu a possibilidade de não ser ainda o desenlace. Dilma, segundo ele, pode decidir que o ministro ficará no governo até a reforma ministerial prevista para janeiro, e assim haverá ainda muito desconforto até 2012.

"Seria melhor sair logo e deixar o secretário executivo (do ministério) assumir interinamente", recomendou Wagner. Com o trânsito que ele aparenta desfrutar no Planalto desde que sentava ao lado da atual presidente no ministério do primeiro mandato de Lula, ninguém melhor que o atual governador da Bahia para dar o aviso, ou cumprir a "obrigação". Jaques Wagner disse muito mais na entrevista ao jornalista da UOL/Folha, mas não vem ao caso agora nas linhas finais deste artigo.

A não ser registrar o que Jaques Wagner - amigo do peito de Mãe Stella, a mais acatada Yalorixá da Bahia desde a falecida Menininha do Gantois - revelou que estava levando para a visita ontem, primeira sexta-feira de dezembro de 2011, ao amigo Lula, em São Paulo: "oferendas, energias positivas".

Ah, e uma imagem da beatificada Irmã Dulce dos Pobres, porque na Bahia a mistura faz bem, sempre foi assim. E o pernambucano Lula, que não cansa de afirmar que em outra geração foi baiano, entende muito bem.

Vitor Hugo Soares - Bahia em pauta

LUPI BURLOU JUSTIÇA ELEITORAL AO SE CANDIDATAR AO SENADO EM 2002

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi Foto: Aílton de Freitas / O Globo
O ministro do Trabalho, Carlos LupiAílton de Freitas / O Globo

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, não pediu afastamento do cargo de assessor da liderança do PDT para se candidatar ao Senado pelo Rio em 2002. Levantamento preliminar da assessoria da Mesa da Câmara informa que não consta licença de Lupi entre janeiro de 2001 e maio de 2006. Nesse período, o ministro estava na lista de auxiliares do líder do PDT em Brasília. Pela lei complementar 64, de 1990, funcionário público, sem cargo de chefia, é obrigado a se licenciar com, pelo menos, três meses de antecedência da eleição, caso queira se candidatar.

Pela lei 8.112, que rege o funcionalismo público, Lupi poderia pedir licença remunerada para concorrer ao Senado. Mas teria que abrir mão da gratificação legislativa e, com isso, perder 50% do salário. Lupi foi contratado para um cargo de natureza especial 07. Hoje, o salário de um servidor classificado nessa categoria gira em torno de R$ 12 mil. A não desincompatibilização do cargo é considerada uma falta grave e poderia implicar na perda do mandato, caso o ministro tivesse sido eleito.

O caso será investigado pela Comissão de Sindicância da Câmara, que inicia as atividades na segunda-feira. Se as informações preliminares se confirmarem ao fim da investigação, a comissão deverá pedir que o ministro devolva aos cofres públicos os valores que teria recebido indevidamente ao longo da campanha eleitoral de 2002.

Para o ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Carlos Velloso, a não desincompatibilização de servidor de cargo público representa uma burla à Justiça Eleitoral.
- Se não se licenciou, ele cometeu uma ilegalidade. Ele tinha que se desincompatibilizar. É o que manda a Lei das Inelegibilidades - disse Velloso.

Lupi foi contratado para trabalhar como assessor da liderança do PDT na Câmara em janeiro de 2001. Ele ficou no cargo até maio de 2006, quando concorreu ao governo do Rio. Nesse período, não há registro no Boletim Administrativo da Câmara de licença do ministro. Pela leis eleitorais, ele teria que se licenciar do cargo e comunicar a decisão ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio até 5 de julho do ano da eleição em que concorreria a um cargo eletivo.

A Comissão de Sindicância vai investigar também se o ministro, de fato, acumulou função de assessor do PDT em Brasília com a de servidor da Câmara de Vereadores do Rio, conforme mostrou o jornal "Folha de S. Paulo". Contratado para trabalhar em Brasília, Lupi também teria que dar expediente na Câmara, no Rio. Na condição de servidor de cargo de natureza especial, Lupi poderia trabalhar no Rio, desde que fizesse uma comunicação formal à Câmara dos Deputados. Nesse caso, ele perderia 50% do valor do salário.

Lupi não tem mais vínculo com a Câmara, mas ainda pode sofrer punição. Ao fim das investigações, o ministro poderá ser obrigado a devolver também os valores recebidos indevidamente entre 2001 e 2006. O total corresponde à soma da metade dos rendimentos dele nesse período, com a correção.

Fonte: O Globo

 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

DILMA FRAQUEJOU

Faltou combinar com os "gagás", como o deputado pedetista e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, se referiu, com a costumeira falta de compostura, aos membros da Comissão de Ética Pública da Presidência. Ao decidir manter o chefão do PDT, Carlos Lupi, no Ministério do Trabalho até a reforma do Gabinete prevista para o começo do ano, a presidente Dilma Rousseff aparentemente não levou na devida conta os riscos embutidos no exame dos malfeitos do ministro pelo colegiado que avalia a conduta dos integrantes da alta administração federal. Também não considerou que, mantendo a seu lado um tipo como Lupi, exonerou, na prática, os probos membros do Conselho de Ética Pública e afrontou a imensa maioria do povo brasileiro, cuja vida se pauta pela honestidade e pelo trabalho árduo.



Ela já tinha errado ao imaginar que poderia deixar Lupi agonizando na Esplanada apesar da multiplicação de revelações da imprensa sobre o histórico do figurão, como se a expectativa da sua demissão em prazo relativamente curto neutralizasse o noticiário que a desmoraliza por conservar na sua equipe um tipo cuja estatura moral de há muito deixou de ser motivo de controvérsia. Pior ainda para a "gerentona", com fama de controladora desde os seus tempos de ministra, foi ser surpreendida literalmente dentro de casa - a Comissão de Ética faz parte da estrutura da Presidência da República - pela mais severa condenação infligida a um membro do primeiro escalão governamental.

Podendo considerá-lo inocente, adverti-lo, censurá-lo ou, enfim, recomendar a sua exoneração, pela primeira vez desde a sua criação, em 1999, o órgão aprovou por unanimidade esta última alternativa, que conduziu a presidente a uma enrascada. Pois, se ela desdenhasse da recomendação, estaria afrontando aos olhos da sociedade o parecer de um colegiado que tem a palavra "ética" no nome. Caso seguisse o conselho, não haveria quem não se perguntasse por que ela precisou esperar por isso, quando podia fazer jus à imagem edificante de faxineira-mor do Executivo, mostrando sem demora a porta de saída para mais um ministro maracuteiro - o quinto, sem contar Antonio Palocci, que fez estranha fortuna antes de ser nomeado. Na segunda hipótese, de toda maneira, ela conservaria a dignidade política.

Mas ela preferiu não comprar mais uma briga com a sua base parlamentar, dessa vez com o PDT, nem tampouco confirmar a escrita do enfeudamento partidário do Gabinete, substituindo Lupi por outro do partido que ele controla - e do qual só não conserva formalmente o título de presidente porque dele teve de abrir mão, quando a mesma Comissão de Ética entendeu ser o cargo incompatível com a condição de ministro a que o presidente Lula o guindou em 2007. Daí, por sinal, a fúria do deputado que adotou o codinome Paulinho da Força com os "retardados que vivem perseguindo" Lupi.

A grosseria, evidentemente, não altera a verdade trazida à tona. Tão extensa e variada é a folha corrida do prepotente personagem notabilizado por dizer que, para tirá-lo, só "abatido à bala", que a comissão não tinha escolha, sob pena de cair no descrédito. O organismo presidido pelo jurista Sepúlveda Pertence concluiu o óbvio: as alegações que Lupi apresentou em sua defesa à própria comissão, ao Congresso e à imprensa para negar o envolvimento com achaques de ONGs no Trabalho foram "insatisfatórias" e "inconvincentes". Isso sem falar na mentira sobre a viagem em voo fretado na companhia do dono de uma entidade beneficiada com R$ 13,9 milhões em convênios com a pasta, a exigência de paga para o registro de sindicatos - e o fato de Lupi ter sido funcionário fantasma da Câmara dos Deputados entre dezembro de 2000 e junho de 2006, período na maior parte do qual "assessorava" um vereador do Rio de Janeiro, recebendo indevidos salários, portanto, de duas fontes públicas. Mesmo para os padrões do indigitado, é dose.

Ontem cedo, Dilma o recebeu para uma conversa. Mas a presidente durona fraquejou. Sem medo do ridículo, fez saber que resolveu aguardar novas explicações de Lupi. Completando a farsa, mandou pedir à Comissão de Ética que diga por que, afinal, sugeriu a demissão do ministro. Por que será, não?

Fonte: O Estado de São Paulo

QUEM TEM A BALA MAIOR, LUPI OU DILMA?

O caso do ministro Carlos Lupi, do Trabalho, começa a jogar sobre o governo Dilma a sombra do ridículo, do patético. A Soberana tem sido, nestes quase 12 meses, bastante poupada de si mesma e de suas escolhas por boa parte da imprensa. Como se dá de barato que o chamado “presidencialismo de coalizão” conduz o governante a fazer, muitas vezes, coisas de que não gosta, então se entende que Dilma “herdou” uma gestão cheia de problemas e foi corrigindo as distorções ao longo do tempo.

Trata-se uma leitura certamente generosa, bondosa mesmo! Dilma tem, sim, de governar com os partidos, mas era forte o bastante para, se quisesse, ter operado algumas trocas já na largada. Que Carlos Lupi nunca foi, assim, de uma ortodoxa moralidade, até os vastos gramados de Brasília sabiam. No entanto, ela decidiu ficar com ele. O homem nunca lhe foi estranho. Foi seu correligionário de PDT e companheiro de ministério quando ela era a gerentona. Dilma o escolheu porque quis, e assim foi com os cinco outros demitidos em meio a acusações de lambança: Antonio Palocci, Alfredo Nascimento, Pedro Novais, Wagner Rossi e Orlando Silva.

Desta vez, Dilma decidiu resistir, e o Planalto conseguiu emprenhar boa parte do jornalismo político pelo ouvido. Tudo faria parte de uma grande estratégia para tirar o PDT na reforma ministerial. Substituir Lupi agora corresponderia a deixar o ministério nas mãos do partido, que indicaria o substituto. A desculpa me parece um tanto ridícula. Se a presidente quiser o apoio do PDT, terá de lhe dar um ministério — o do Trabalho ou outro. É claro que essa pasta é do especial agrado dos pedetistas por causa da Força Sindical, do deputado “Paulinho da Força” (SP), presidente da central.
Sim, Dilma gostaria de se ver livre de Lupi. Mas não há motivos para deixar de constatar o óbvio: ela ainda não o demitiu não porque não queira, mas porque não pode. Dessa forma, o homem não aceita!

E deve ter bons motivos para impor a sua vontade e ainda fazer o governo cobrar explicações da… Comissão de Ética! É ridículo! O grupo nada mais fez do que expressar a perplexidade de toda gente. Até agora, lembrou a comissão, não se sabe nem quem pagou o tal jatinho em que o ministro viajara em companhia de um empresário que jurou não conhecer.

A cada dia, aquela fala agressiva de Lupi de que só sairia a bala e de que teria de ser uma “bala bem grande” porque ele é “pesadão” vai se mostrando menos bravata do que parecia. Os outros cinco ministros, vamos convir, caíram com muito menos evidências do que as que há contra o pedetista. Por que o tratamento com ele é diferente? Algumas pessoas que circulam na periferia da presidente sugerem que ela decidiu que a “imprensa não demitiria mais” mais ministros seus. Imprensa? O jornalismo nem contrata nem dispensa os auxiliares de Dilma. Ela é a responsável pela recondução de Lupi ao cargo e por sua permanência. A imprensa apenas noticia o que sabe. Se os fatos não ajudam a desenhar um perfil virtuoso do ministro do Trabalho, fazer o quê? Paciência!

Dilma bravinha

Os assessores palacianos da presidente que lidam com a imprensa mandaram espalhar que ela ficou chateada porque a Comissão de Ética vazou o seu parecer antes de falar com ela. Queria o quê? Trata-se de uma “Comissão de Ética Pública”, não de assessoramento privado da cidadã Dilma Rousseff. A mandatária, consta, quer que a comissão dê algumas explicações. Que parte da lambança de Lupi Dilma não entendeu até agora?

Escrevi ontem sobre a Lei da Ficha Limpa, e alguns leitores, não sei se “luperinos”, perguntam-me por que acho que a presunção de inocência não vale também para o ministro. Quem disse? Não estou pedindo que ele seja imediatamente enviado à cadeia por conta das acusações que há contra ele. Acho que ele tem de ser demitido de um cargo político, de confiança; é coisa completamente diferente. Não me parece que possa ser ministro de estado alguém que, de modo deliberado, conta uma inverdade numa comissão da Câmara, evidenciada depois por fotos, vídeos, testemunhos. Daria até para colher as impressões digitais do ministro no tal avião.

O governo Dilma não será caracterizado por grandes êxitos na economia — a maré não é das melhores — nem por sua operosidade. As denúncias de malversação de recursos públicos nas obras da Copa começam a tomar volume. Que sinal Dilma está emitindo? Não há estratégia política que justifique a leniência com Lupi. O que vai ficando claro é que ele só sai se e quando quiser.

Parece que, de fato, a bala para derrubá-lo tem de ser muito grande, maior ao menos do que a bala que ele pode ter para disparar contra o governo.

Por Reinaldo Azevedo

VIROU BADERNA



Quando assumiu o poder central, Dilma Vana Rousseff disse, em alto e bom som, que seria intransigente com a corrupção. Desde janeiro deste ano até agora, a presidente tem se mostrado inoperante diante dos tantos escândalos de corrupção que marcam o primeiro ano de seu governo.
Tanto é assim, que a tarefa de demitir os ministros tem sido delegada ao secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

Ao manter Carlos Lupi no Ministério do Trabalho e questionar a decisão da Comissão de Ética Pública da Presidência, Dilma mostrou aos brasileiros que combater a corrupção não é o seu forte. No caso do pedetista que se recusa a deixar o governo, Dilma precisa dar explicações ao povo brasileiro, em especial àqueles que a elegeram para comandar o País sem a ingerência criminosa dos corruptos.

Enquanto Dilma ganha tempo para decidir o futuro de Lupi, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que o partido não concorda com a ideia de centrais sindicais dominarem qualquer ministério. O comandante petista se referiu à presença da Força Sindical, dirigida pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP). Rui Falcão vive em uma democracia teórica e por conta disso pode pensar e dizer o que quiser, mas o aparelhamento do Estado é prática comum desde os primeiros dias da era Lula da Silva.

Fato é que, discursos evasivos à parte, Dilma Rousseff liquidou a seriedade existente na Comissão de Ética Pública. Fossem senhores de si, os membros do colegiado já teriam pedido demissão coletiva, como forma de mostrar que não compactuam com a bandalheira que tomou conta de boa parte da
Esplanada dos Ministérios, assim como discordam da proteção que Dilma dá a Lupi.

Fonte: Ucho.Info

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

PLANALTO NÃO CONSEGUE ABAFAR ONDA DE ESCÂNDALOS NO MINIST. DO TRANSPORTE



Que seja rápido – Para amainar o clima tenso na seara do Ministério do Trabalho, principalmente por causa das denúncias envolvendo o ministro Carlos Lupi (PDT), uma nova crise foi criada para desviar a atenção da opinião pública, que de alguns meses para cá passou a compreender a nocividade da passagem de Luiz Inácio da Silva pelo Palácio do Planalto, algo que se faz notório com a demissão de ministros envolvidos em escândalos de corrupção.

A estratégia palaciana de forjar uma nova cortina de fumaça, colocando o Ministério das Cidades no olho do furacão parece não ter atingido os objetivos esperados. Até porque os rumores que flanam na órbita do ministro Mário Negromonte (PP-BA) estão focados em opiniões divergentes sobre um projeto de mobilidade urbana, sem que nada até então tenha sido devidamente comprovado.

Acontece que para o desespero de alguns palacianos o pedetista Carlos Lupi voltou à alça de mira. Integrante da oposição, o PPS decidiu cobrar explicações do Palácio do Planalto sobre a denúncia de extorsão mo Ministério do Trabalho. O líder do partido na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), disse que a Presidência da República precisa explicar o fato, principalmente porque foi avisada com antecedência de um esquema de cobrança de propina na pasta em troca da concessão da carta sindical, sem que nada tenha sido feito para coibir o esquema.

“Vamos buscar todos os meios. A presidente precisa dar explicações à sociedade sobre esse fato que é da maior gravidade. Se a denúncia chega ao Palácio, mas não é apurada, há conluio, conivência com a corrupção”, declarou Rubens Bueno.

O líder do PPS lembrou que a Presidência da República também foi informada sobre outras irregularidades no Ministério Trabalho, mas nada foi apurado. “Nada fez, foi leniente com o erro”, afirmou Bueno, que insiste na saída de Carlos Lupi do ministério.

Reportagem publicada na mais recente edição da revista Veja revela que assessores próximos a Carlos Lupi cobram propina para conceder o registro sindical. Segundo o delator da tentativa de extorsão, o mecânico Irmar Silva Batista, assessores ministeriais teriam exigido R$ 1 milhão para legalizar a situação do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo. Sindicalistas do PT levaram o fato ao conhecimento da Presidência da República, mas nada foi feito para apurar a denúncia.

A pasmaceira que toma conta do Palácio do Planalto no caso do Ministério do Trabalho é no mínimo estranha. Se a presidente não tomar uma decisão célere em relação ao imbróglio que já reúne uma série de escândalos, ganhará força a tese que começa a circular nos bastidores da política, de que Dilma Rousseff estreou na vida político-partidária no PDT, com as bênçãos de Leonel de Moura Brizola.

Fonte: Ucho.Info

domingo, 27 de novembro de 2011

CARLOS LUPI, FANTASMA POR 6 ANOS

Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, durante depoimento no Senado

Como servidor, Lupi atuava apenas para o PDT


Brasília


O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, foi funcionário-fantasma da Câmara dos Deputados por quase seis anos. Ele ficou pendurado na folha de pagamento da Casa, com lotação na liderança do PDT, de dezembro de 2000 a junho de 2006. No período, ele exercia atividades partidárias, como vice e presidente da sigla.

O jornal "Folha de S. Paulo" ouviu assessores, deputados e ex-deputados do PDT. Funcionários do partido que pediram para não ser identificados confirmaram que Lupi não aparecia no gabinete da Câmara e se dedicava só a tarefas partidárias.

Os parlamentares, entre eles ex-líderes da bancada do partido, disseram que nunca tinham ouvido falar que o hoje ministro fora contratado pela Câmara nesse período.

Lupi ocupava um CNE (Cargo de Natureza Especial) e recebia o maior salário pago a um assessor da sigla. Um cargo igual a esse paga hoje em dia R$ 12 mil por mês, o que daria R$ 864 mil no período em que Lupi ocupou a vaga.

As normas da Câmara dizem que ocupantes desses cargos devem exercer funções técnicas de auxílio administrativo e precisam trabalhar nos gabinetes em Brasília.

Até 2007, as regras diziam que esses funcionários deviam ser "encontrados" em Brasília. Uma nova norma baixada proibiu expressamente que eles trabalhassem nos Estados. Lupi admite que morou no Rio entre 2000 e 2006.

Alvo de acusações de irregularidades no Ministério do Trabalho e nome certo para deixar o governo Dilma Rousseff, Lupi não faz referência ao cargo ocupado na Câmara nas biografias que publicou no site oficial do ministério e na página do PDT.

Ele também não se licenciou do cargo quando decidiu concorrer ao Senado, em 2002. Apesar de a lei complementar 64/90 obrigar o afastamento três meses antes do pleito, a seção de recursos humanos da Câmara disse que Lupi não pediu licença.

"O Lupi não tinha expediente (na liderança). Ficava no Rio ou na sede do partido", disse o ex-deputado Severiano Alves, líder da bancada do PDT em 2005 e 2006

Fonte: A Gazeta

sábado, 26 de novembro de 2011

AS JURAS DE AMOR VÃO RECOMEÇAR

Comovida com as juras de amor do companheiro delinquente, Dilma Rousseff resolveu mostrar que quem manda no Brasil é a presidente da República. Depois de suspender até janeiro a procissão dos ministros despejados por ladroagem, permitiu que o andor reservado a Carlos Lupi estacionasse na frente do Palácio do Planalto. Péssima ideia, vai logo descobrir a estrategista aprendiz. Talvez também descubra que, para quem tem culpa no cartório, é sábado o mais cruel dos dias.

Desta vez, os leitores de VEJA saberão que o andor do ministro do Trabalho também abriga assessores especializados em extorquir sindicatos. Além de prorrogar a insônia do rufião de cabaré, a aparição da ala dos cobradores de propina vai manter acesas as luzes de alguns gabinetes do Planalto. São ocupados por gente que soube há mais de oito meses o que se passava na Casa da Moeda do PDT. Dilma Rousseff, por exemplo, foi a destinatária de uma carta que descreveu o funcionamento do esquema bandido. Não agiu antes porque não quis. Não age agora porque não quer e não pode.

As declarações de amor vão recomeçar. A elas se juntará o choro do ministro das Cidades, Mário Negromonte. O sétimo andor está chegando à praça. O sexto continua por lá. A paisagem ficou ainda mais repulsiva. O lixo terá de ser removido antes de janeiro.

Augusto Nunes - @Veja

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

ATÉ O PAULINHO...

Ruiu a última escora que sustentava Carlos Lupi no ministério do Trabalho: o deputado Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, passou a sustentar o afastamento do ainda ministro pela necessidade de o partido manter o espaço que detém no governo. Para o “Paulinho da Força”, o risco da permanência de Lupi até a reforma ministerial de janeiro poderá levar a presidente Dilma Rousseff a retirar do PDT o feudo ainda preservado.

Outros adversários de Lupi, como o líder Giovani Queirós, partem do raciocínio inverso mas chegam à mesma conclusão: perdendo o ministério do Trabalho o partido terá chances de ganhar outro melhor, menos esvaziado e com mais capilaridade. De qualquer forma, o afastamento do atual ministro é o novo ponto de partida.

Nessa pantomima a grande incógnita está na presidente da República. Por muito menos, ela forçou a saída de seis ministros que lhe tinham sido impostos como Lupi: Antônio Palocci, Nelson Jobim, Wagner Rossi, Pedro Novais, Alfredo Nascimento e Orlando Silva. No caso do ainda ministro, já teria motivos de sobra para mandar o secretário-geral da presidência, Gilberto Carvalho, telefonar e despachá-lo.

Não o fez, apesar da arrogância inicial de Lupi, dizendo que não sairia. Alguma estratégia Dilma está seguindo. Ou pretende mesmo tirar o Trabalho do PDT, sem a promessa de compensações, ou esqueceu a frigideira no fogo. Sabe muito bem que o partido criado por Leonel Brizola, do qual ela foi fundadora, continuará de qualquer forma apoiando seu governo, por falta de opções.
Tribuna da Imprensa - 24/11/2011

Ruiu a última escora que sustentava Carlos Lupi no ministério do Trabalho: o deputado Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, passou a sustentar o afastamento do ainda ministro pela necessidade de o partido manter o espaço que detém no governo. Para o “Paulinho da Força”, o risco da permanência de Lupi até a reforma ministerial de janeiro poderá levar a presidente Dilma Rousseff a retirar do PDT o feudo ainda preservado.

Outros adversários de Lupi, como o líder Giovani Queirós, partem do raciocínio inverso mas chegam à mesma conclusão: perdendo o ministério do Trabalho o partido terá chances de ganhar outro melhor, menos esvaziado e com mais capilaridade. De qualquer forma, o afastamento do atual ministro é o novo ponto de partida.

Nessa pantomima a grande incógnita está na presidente da República. Por muito menos, ela forçou a saída de seis ministros que lhe tinham sido impostos como Lupi: Antônio Palocci, Nelson Jobim, Wagner Rossi, Pedro Novais, Alfredo Nascimento e Orlando Silva. No caso do ainda ministro, já teria motivos de sobra para mandar o secretário-geral da presidência, Gilberto Carvalho, telefonar e despachá-lo.

Não o fez, apesar da arrogância inicial de Lupi, dizendo que não sairia. Alguma estratégia Dilma está seguindo. Ou pretende mesmo tirar o Trabalho do PDT, sem a promessa de compensações, ou esqueceu a frigideira no fogo. Sabe muito bem que o partido criado por Leonel Brizola, do qual ela foi fundadora, continuará de qualquer forma apoiando seu governo, por falta de opções.

Carlos Chagas - Tribuna da Imprensa

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

AFINAL, QUEM TEM MEDO DA MENTIRA?

A verdade não é, nunca foi, um valor absoluto, um bem em si. Verdades podem ferir, magoar, prejudicar. Assim como mentiras, a depender de como são contadas e para que são usadas, podem se tornar até edificantes. Gabriel García Márquez imagina que Jonas saiu, à noite, para a farra, dormiu fora de casa e, quando recuperou a clarividência, contou à mulher a aventura que teria vivido dentro do ventre de uma baleia. A imaginosa invenção do bebum salvou a paz familiar e tornou-se pedra fundamental da ficção, gênero literário que, como qualquer obra humana, pode servir ao bem e ao mal, ser inútil e desagradável ou útil e prazeroso. Do ponto de vista filosófico, há controvérsias sobre a existência da verdade absoluta, assim como se discute a existência da mente superior que a criou. Quase sempre é relativa e pode ser contraditória.

Na quinta-feira da semana passada, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que cria a Comissão da Verdade, uma instituição imperfeita, como o são todas as criações do ser humano, para buscar a memória que a ditadura militar brasileira tentou sepultar em covas rasas de cemitérios clandestinos. Nada contra. A revelação de uma verdade pretérita não poderá fazer mal algum porque, se "malfeitos" foram executados no arbítrio, o Estado Democrático de Direito já os absolveu na figura jurídica clássica da prescrição. Saber-se-á que determinado oficial ou policial torturou e pelo hediondo crime ele será sempre execrado e apontado na rua como um réprobo por suas vítimas, agora no poder. Entre eles, a presidente mesma, que guerreou, foi presa e maltratada.

Para ser digna da pomposa denominação a comissão teria de ser bifronte como o deus romano Juno, que tem duas faces, uma voltada para um lado e outra, para o lado oposto. Nas escolas de Jornalismo ensina-se que o relato dos fatos será tanto mais imparcial quanto contiver os dois ou mais lados da questão. É a teoria Rashomon da narrativa: como no filme clássico do japonês Akira Kurosawa, cada fato permite uma gama múltipla de relatos, assim como o delito testemunhado por várias pessoas com pontos de vista diferentes do mesmo ocorrido. A comissão de Dilma, contudo, dificilmente abrigará as versões dos que venceram a guerra suja e acabaram alijadas do poder.

A questão da multilateralidade da verdade relativa, contudo, não é a única que se apresenta no debate sobre a comissão que o governo esquerdista criou para julgar os crimes da direita derrotada nas urnas. Fica em aberto também a limitação cronológica da apuração. Por que limitá-la ao prazo da ditadura?

Não será a verdade um valor positivo a ser perseguido também no Estado Democrático de Direito? A pergunta ganha força quando se sabe que no mesmo dia o País foi informado de que o chefão do Partido Democrático Trabalhista (PDT) - no qual Dilma militou -, Carlos Lupi, mentiu com loquacidade e desfaçatez. E, ao desmentir, mentiu mais numa vez, desmoralizando a natureza redentora da mentira, consagrada no mais popular e sagrado dos livros, a Bíblia.

E, só para Dilma não ficar com a responsabilidade inteira pelo desafio ao relato veraz dos fatos, convém lembrar que na dita quinta-feira 17 o Supremo Tribunal Federal (STF) adiou uma vez mais a decisão sobre um assunto de altíssima relevância para a transparência indispensável ao exercício da Justiça na vigência da democracia. O pedido do Ministério Público Federal (MPF) para que o Supremo autorize a eliminação de todas as provas referentes à Operação Satiagraha, empreendida por seus membros e pela Polícia Federal (PF), deverá ser julgado amanhã a partir de decisão a ser tomada e prolatada pela ministra Cármen Lúcia. Mas também poderá ser adiado mais uma vez.

Tudo é, no mínimo, bem estranho. Da operação resultaram muitas notícias e nenhuma punição. O economista baiano Daniel Dantas, gestor de fundos do Opportunity, responsável pelo comando acionário da Telecom Brasil e denunciado pelo sócio hostil, a Telecom Italia, chegou a ser preso, assim como muitos de seus executivos. Homens públicos, como o ex-prefeito Celso Pitta e o investidor no mercado de capitais Naji Nahas, foram tirados da cama e algemados, mas o assunto terminou, como muitos outros que foram alvo de investigações da PF "republicana" no governo Lula, mergulhando no buraco negro do ostracismo. Nenhum indício, entre os inúmeros levantados na investigação e divulgados com estardalhaço, passou pelas instâncias do Judiciário sem que em algum momento se verificassem abuso de autoridade, produção ilícita de provas, etc.

Neste caso, não se trava uma batalha filosófica entre relato e invenção, mas está em questão um dos fundamentos do Estado de Direito, o da transparência. Réus, agentes da lei, promotores e juízes são todos súditos do mesmo império, o da norma legal. E não há nenhuma explicação plausível para a destruição de provas que tanto podem incriminar os acusados quanto pôr em dúvida a lisura de quem os houver investigado. Como provas não incriminam quem não tenha cometido delito, é de estranhar que logo os acusadores estejam interessados na sua eliminação. Se não é ético manter ocultas as práticas da ditadura, será muito menos sensato agir com a investigação da Operação Satiagraha com o zelo duvidoso atribuído a Ruy Barbosa de providenciar a remoção da mancha da escravidão pela queima dos documentos que a registravam.

A Nação espera que Dilma não dê a Lupi o mesmo crédito dado pela mulher de Jonas ao marido inventivo. A presidente que criou a Comissão da Verdade não pode temer a mentira. Assim, também cabe ao STF provar que a força de possíveis implicados nas provas produzidas por PF, MPF e Justiça não será suficiente para imobilizar o Poder Judiciário, tornando-o cúmplice da destruição de provas, sejam estas contra investigados, acusadores ou investigadores.

José Nêumanne - O Estado de São Paulo

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

ESPIRITO DE MACUNAÍMA.





O partido não teme perder o ministério. O ministério é da presidente Dilma Rousseff, e o PDT apoia o governo.” A afirmação é do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, nesta segunda-feira (21), em tom menos arrogante que na semana passada, mas transmitindo um salvo conduto com a chancela presidencial. Na terça-feira (22), em reunião do PDT, uma maioria tomada pelo espírito de Macunaíma apoiará a permanência de Lupi na pasta.

É óbvio que o cargo é da presidente. O que não é tão óbvio é como um ministro, que cai em flagrante contradição alega, “memória falha” e é alvo de uma enxurrada de irregularidades continua a receber apoio porque é da base aliada. Isso por acaso não é passaporte para se cometer equívocos como tentar disfarçar o uso de avião supostamente paga por uma ONG parceira do ministério.

Mas, no Brasil, o governador de uma capital importante como o Rio de Janeiro anda para cima e para baixo com avião de empresário sem o menor constrangimento. Tudo é normal, tudo é legal. O precedente já estava aberto. A aposta na impunidade continua a campear, com o espúrio relacionamento público-privado nas cabeças de certos poderosos.

Ao que parece, o que segurou Carlos Lupi no comando da pasta foi o fato de apoiar o governo. Não importa as mazelas descobertas pela imprensa. Pode-se interpretar que se houvesse qualquer denúncia ou mais uma mentira deflagrada pela imprensa no final de semana em nada modificaria o pensamento da presidente Dilma Rousseff. Mais uma vez, ela poderia receber um telefonema do ex-presidente Luiz Inácio da Silva para suportar ou engolir, mesmo no ministério do Trabalho, alguém que se assemelha a um “herói Macunaíma”, conhecido personagem marcado pela malemolência e falta de caráter.

Já corre nos bastidores que a opção do Palácio do Planalto foi manter Lupi para, na reforma ministerial, que deve acontecer no começo de 2012, apear o PDT dessa pasta. Isso porque apesar do vexame para um partido em qualquer lugar do planeta, uma maioria típica de enredos literários policialescos defende Lupi na Esplanada dos Ministérios.

Em contrapartida, por honradez até, nenhum correligionário defensor da honestidade e do bem, dentro do partido, se sente confortável para vestir a camisa maculada por um rocambolesco, indigesto e vexatório epílogo, interpretado por um “Macunaíma” na importante pasta do Trabalho. Essa mídia é perversa quando mostra algumas verdades. Vale lembrar que Lupi afirmou que iria ocupar o mesmo espaço usado para as denúncias nos diversos órgãos de imprensa como direito de resposta.

Fonte: Ucho.Info

sábado, 19 de novembro de 2011

CAIU A MÁSCARA



Em seu depoimento aos integrantes da Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal, na quinta-feira (17), o pedetista Carlos Lupi foi adulado por correligionários que, cumprindo ordens, destacaram os feitos do ministro à frente da pasta do Trabalho, começando pela geração de empregos. Tal proeza, segundo esses gazeteiros de plantão, permitiu a chegada de 39 milhões de pessoas à chamada classe média. Contundo, esses incensadores de aluguel não se recordam do elevado grau de endividamento das famílias brasileiras e dos crescentes índices de inadimplência.

Nesta sexta-feira (18), contrariando os salamaleques de encomenda que foram disparados na direção de Lupi, o Ministério do Trabalho divulgou os mais recentes dados sobre a geração de empregos. De acordo com informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o País contabilizou a criação de 126.143 vagas com carteira assinada em outubro, o menor número para o mês desde 2008, quando foram criados 61.401 novos postos formais de trabalho.

Na comparação com o mesmo mês de 2010, o resultado foi 38,4% menor, ocasião em que foram gerados 204.804 postos de trabalho. Segundo o Ministério do Trabalho, os números atuais decorrem da crise econômica internacional. Na comparação com setembro deste ano, o número apresenta queda de 39,6%. O resultado é fruto da contratação de 1,666 milhão de trabalhadores e da demissão de 1,538 milhão.

“O maior efeito no mercado de trabalho atinge hoje o Estado de São Paulo, que tem o maior parque industrial do Brasil. A crise diminuiu muito as encomendas e com isso o estado de São Paulo acaba sofrendo mais”, explica o ministro do Trabalho, o esquecido Carlos Lupi.

Os dados do Caged confirmam o que os jornalistas do ucho.info alertaram aos leitores. De que a crise internacional faria estragos na economia brasileira e, em tempo recorde, derrubaria as teorias ufanistas dos integrantes do governo da presidente Dilma Rousseff, que tem se dedicado ao malabarismo gerencial para evitar o estouro da bolha de virtuosismo que Luiz Inácio da silva vendeu ao mundo e aos brasileiros.

Fonte: Ucho.Info

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O LERO-LERO DE LUPI

Questionado no Senado sobre denúncias reveladas por ISTOÉ, o ministro do Trabalho não convence, irrita oposição e, isolado pelo próprio partido, o PDT, permanece em situação complicada. Agora, ainda, terá de esclarecer novas acusações

Claudio Dantas Sequeira

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SOBREVIDA
Lupi (ao centro) continua no cargo, mas já é visto com desconfiança pelos próprios aliados
Se o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, sobreviveu a mais uma semana no cargo, foi por uma dose de boa vontade da presidente Dilma Rousseff. Sem conseguir explicar o emaranhado de denúncias que pesam contra sua gestão no Ministério do Trabalho e acuado pela acusação de que assessores diretos cobraram propina para conceder registros sindicais, como vem revelando reportagens de ISTOÉ desde a primeira semana de agosto, Lupi foi isolado até mesmo pelo PDT, partido do qual ele é presidente de fato. Fontes do Palácio do Planalto dizem que, apesar da sobrevida dada a Lupi, Dilma resolveu esvaziar a Secretaria de Relações do Trabalho e passar um pente fino na lista de entidades que ganharam registros a partir da portaria 186, assinada pelo ministro, muitas delas dando ares de legalidade a sindicatos e federações clones e de fachada. O encarregado de acompanhar a liberação de novas cartas sindicais é o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência. Enquanto isso, como Lupi não se mostrou convincente durante depoimento no Senado, na quinta-feira 17, nos próximos dias, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) apresentará requerimento de convocação do sindicalista João Carlos Cortez. O objetivo é ouvi-lo sobre a denúncia trazida por ISTOÉ de que foi obrigado por assessores de Lupi e do deputado federal Paulinho da Força (PDT-SP) a repassar à central controlada pelo PDT até 60% da contribuição sindical para conseguir a reativação do registro do Sindicato de Trabalhadores em Bares e Restaurantes da Baixada Santista (Sindrest). “Quero convidar o sindicalista para prestar depoimento. Poderíamos fazer uma acareação com o ministro”, afirma Dias.

Caso não consiga aprovar o requerimento, o parlamentar vai encaminhar um pedido de investigação à Polícia Federal e ao Ministério Público. “Se o Lupi considera normal que um sindicalista diga que assessores do ministro cobraram propina para licenciar sua entidade, tem de haver alguma providência. Se o governo não fizer nada, só nos resta acreditar na polícia”, afirma. Durante audiência na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, Álvaro Dias questionou Lupi sobre as revelações de ISTOÉ. Com cópia das reportagens nas mãos, ainda pediu esclarecimentos ao ministro sobre o crescimento exponencial de entidades sindicais – entre 2008 e 2011 foram mais de 2,5 mil – e as suspeitas de que a Secretaria de Relações do Trabalho, vinculada ao gabinete de Lupi, se transformou num balcão de negócios. O ministro fugiu da questão e deu apenas uma declaração lacônica. “Essa história é briga sindical”, afirmou.

Cada dia mais enrolado, Lupi também foi questionado pela senadora Kátia Abreu (PSD-TO), que quis saber sobre a proliferação de sindicatos rurais criados por integrantes da Força Sindical que não possuem relação com o trabalho no campo. Segundo ela, essas entidades estão se sobrepondo ao trabalho histórico das filiadas da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e deixando o trabalhador confuso e desassistido. A senadora reclamou também que espera, desde setembro, resposta de Lupi a um requerimento de informação sobre a “fábrica de sindicatos” denunciada por ISTOÉ. Kátia ainda questionou o ministro sobre a participação no Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) de entidades constituídas sem histórico, criadas há poucos anos com claro aparelhamento da Força Sindical e do PDT de Lupi. Mais uma vez, o ministro desconversou. Disse apenas que o ministério não interfere na organização sindical e que o Codefat é um órgão meramente deliberativo. “Ele aprova normas, não tem poder de determinar recursos para ninguém”, alegou.
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“Quero convidar o sindicalista João Carlos Cortez
para prestar depoimento. Poderíamos fazer
uma acareação com o ministro Lupi”

Senador Álvaro Dias (PSDB-PR)
Embora Lupi tente se esquivar das acusações que pesam contra ele, suas digitais estão em toda parte. Como por exemplo no registro do Sindicato dos Trabalhadores em Autoescolas e Transporte Escolar de Osasco e Regiões (Sintrateor). A carta sindical levou a assinatura do próprio Lupi e foi entregue em mãos, em 2009, pelo então secretário de Relações do Trabalho, Luiz Antonio de Medeiros. O ato foi registrado numa foto publicada no jornal do sindicato, obtido por ISTOÉ, onde aparecem Medeiros ao lado da presidente do Sintrateor, Silvania Cristina da Silveira e de seu filho Humberto, que é o tesoureiro, além do marido, Martim Aparecido, e do sindicalista Guilherme Paro, que é o nome por trás da entidade. “Silvania nunca trabalhou em autoescola e seu marido, o Martim, é amigo pessoal de Lupi e lobista sindical profissional”, acusa o presidente do Sindicato dos Desenhistas de São Paulo, Claudio Taboada. Ele conta que Guilherme Paro presidiu seu sindicato e a Federação de Desenhistas de São Paulo, e deixou um rombo. “Quando entrei aqui havia uma quadrilha. A Fenaedes foi inclusive denunciada por desviar recursos do FAT”, afirma.

Taboada acrescenta um dado peculiar à história do grupo. Diz que Paro é amigo do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto e que Martim Aparecido foi testemunha no processo sobre o superfaturamento do Fórum Trabalhista de São Paulo. “São todos ligados. O Guilherme quis colocar o Martim aqui no sindicato. Mas como ele não é desenhista, tentaram esquentar a carteira dele numa empresa da família Monteiro de Barros”, afirma Taboada. Ele acrescenta que Fábio Monteiro de Barros, condenado junto com Nicolau e o ex-senador Luiz Estevão, enviou-lhe uma carta negando envolvimento no esquema para beneficiar os pseudosindicalistas. A bandalheira é tamanha que o Sintrateor, mesmo sendo um sindicato de autoescolas, está filiado à mesma Fenaedes, entidade de desenhistas e projetistas.
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NOVA DENÚNCIA
Lupi concedeu registro sindical a entidade que, segundo acusação, pertenceria a lobista e amigo pessoal
No rol das explicações a serem dadas pelo ministro do Trabalho está ainda a acusação do Sindicato de Motoristas e Cobradores de Ônibus do município do Rio de Janeiro. Em carta à presidente Dilma, o presidente do Sintraturb, José Carlos Sacramento, acusa Lupi de fraudar o registro de alteração estatutária do Sindicato dos Rodoviários para impedir seu desmembramento. Ele acusa o ministro de agir em conluio com os donos das empresas de ônibus da cidade. Carvalho cobrou explicações a Lupi, que demandou a consultoria jurídica do ministério elaborar um parecer. O ministro garante que o processo correu dentro da lei e diz a assessores que vai processar Sacramento.

Enquanto Lupi respira por aparelhos e não consegue responder sequer quem faz os pagamentos dos jatinhos em que voa pelo País afora, a comissão especial do Ministério Público do Trabalho apresentará nesta semana o resultado da primeira investigação aberta em consequência da reportagem publicada por ISTOÉ em agosto. Trata-se da denúncia de cobrança de propina feita pela presidente da Federação Nacional dos Terapeutas, Adeilde Marques, contra o presidente da Força Sindical no Estado de Sergipe, William Roberto Arditti. A última testemunha do processo foi ouvida na sexta-feira 18. O procurador Emerson Resende, que preside a comissão especial, tem sofrido ameaças e evita dar entrevistas. Ele sabe que a conclusão da equipe do MPT pode ser fatal para o esquema montado por Lupi e pela Força Sindical e deflagrar outras investigações pelo País.
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"Espero, desde setembro, resposta de Lupi a um
requerimento de informação sobre a fábrica de sindicatos"

Senadora Kátia Abreu (PSD-TO)
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Fonte: ISTO É Independente

UM CORPO QUE CAI ( DORA KRAMER )

Se realmente correspondem à realidade os relatos sobre o alto grau de exigência da presidente Dilma Rousseff em relação aos subordinados, é de se supor que na conversa de quarta-feira o ministro Carlos Lupi tenha dado a ela respostas mais precisas que as apresentadas ontem ao Senado.

Caso tenha sido vago, desmemoriado e, por que não dizer, cínico como se apresentou diante dos senadores, uma de duas: ou Dilma é mais condescendente que a fama ou não é verdade que tenha pedido a Lupi que permaneça à frente do Ministério do Trabalho e esteja prestes a demiti-lo.

Por mentir deslavadamente e por ser incapaz de fornecer dados consistentes às perguntas às quais respondia invariavelmente com uma evasiva, alegando não dispor da informação solicitada "de cabeça". Não soube dizer, por exemplo, se havia recebido diárias do ministério na tal viagem que fez ao Maranhão em 2009 em avião pago sabe-se lá por quem para compromissos que incluíam agenda partidária.

Disse ter a "impressão" de que recebera uma diária. Poucos minutos depois, recebeu da senadora Kátia Abreu a informação: foram exatamente três diárias e meia.

Pouco antes Lupi havia se prontificado a devolver o dinheiro caso houvesse alguma irregularidade. Como, assim, "caso"? Então o ministro não sabe que além de ser proibido receber presentes e favores de qualquer natureza, a qualquer tempo e sob quaisquer justificativas também lhe é vedado o pagamento de despesas como ministro, quando em atividade partidária?

Sabe, mas se fez de desentendido, assim como usou do expediente da dissimulação para tentar dizer que não mentira ao negar semana passada na Câmara sequer conhecer o empresário Adair Meira - dono de ONG com negócios no ministério e seu companheiro na viagem ao Maranhão -, a quem ontem passou a se referir como "caro doutor Adair".

Lupi não esqueceu apenas as diárias recebidas. Não lembrou se a entidade de Adair era ou não uma das grandes operadoras no Ministério do Trabalho, não soube dar detalhes dos contratos firmados com ele, alegou desconhecer quem contrata os aviões em que viaja, enfim, não disse nada que pudesse desmentir as denúncias de que é, no mínimo, um gestor temerário.

Carlos Lupi pode até continuar ministro do Trabalho. Ao contrário do que pensam os adeptos da teoria de que os escândalos recorrentes fazem parte de uma conspiração contra o governo Dilma, sua permanência é que conspira contra a presidente.

Quanto mais tempo permanecer, mais desgaste vai produzir. Obviamente não para a oposição, mas para a presidente Dilma.

Saiu daquele depoimento no Senado menor e mais enrascado do que quando entrou. Foi corajoso ao ir? Não, foi compelido pelas circunstâncias.

Diferentemente de seus antecessores de infortúnio, Lupi não pôde contar com sessão de elogios, ficou relativamente só - à exceção do senador Eduardo Suplicy, a bancada do PT ausentou-se da sessão - e teve de ouvir dois senadores do PDT defendendo sua saída para o bem do partido.

Uma situação desconfortável para a maioria das pessoas, mas não para quem não tenha nada a perder.

Para quem admirava Leonel Brizola dói na carne.

Inútil paisagem. Nesses episódios de escândalos, o governo se põe na situação daquela pessoa que depois de 15 dias de dieta constata que perdeu duas semanas e nada mais.

Com a falta de apoio do PDT, o caso voltou para o ponto inicial quando ensaiou deixar o ministro ao sereno e depois recuou porque do Planalto surgiram avisos de que sem sustentação partidária não havia como Lupi ficar.

O desgaste que poderia ser evitado, mas o PDT cumpre a escrita de que não é bom negócio abandonar governo com três anos pela frente.

Essa é a regra geral. Exceção nos últimos anos foi o PPS que apoiou Lula na eleição de 2002, ocupou o Ministério da Integração Nacional a partir de 2003 e em 2004 deixou o governo por discordar da política econômica e do padrão ético já então desenhado com o caso Waldomiro Diniz.

Ciro Gomes não quis deixar a pasta da Integração e terminou fora do partido.

Dora Kramer