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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

UMA ALIANÇA CRIMINO-ESTUDANTIL

Eugênio Bucci* - O Estado de S.Paulo
Em 1917 os bolcheviques forjaram o pacto entre operários e camponeses. Nascia ali a aliança que mudou a face do mundo e inaugurou o comunismo. Uma aliança cujo símbolo - o martelo e a foice, dispostos em forma de cruz - percorreu o século 20 como o selo maior da causa revolucionária. Em 1968 Paris foi o epicentro de outra aliança, esta entre os estudantes e os operários, numa vaga que fez a delícia dos intelectuais e ergueu barricadas de puro desejo. Agora, nas cidades brasileiras, vai se desenhando uma terceira aliança, esta um tanto estabanada, entre jovens estudantes em euforia voluntarista - que se veem como anarquistas e herdeiros do legado teórico das duas alianças anteriores - e serviçais do crime organizado, uns com um pé na banda podre da polícia, outros com as mãos na franja do tráfico, sem falar dos que dizem amém para as milícias, para botar fogo em ônibus na estrada, amedrontar os bairros pobres e, no fim das contas, esvaziar de vez as manifestações de rua, transformando-as em arruaça em que cidadãos de cara limpa não têm mais lugar.
Da aliança operário-camponesa de 1971 não sobrou quase nada além de um logotipo, ora empunhado por aposentados em Moscou, ora patrocinado por autoridades em Havana ou Pequim para atos oficiais e enfadonhos. Da aliança entre universitários e operários de Paris ficaram apenas fragmentos de narrativas mais ou menos filosóficas, além de uma nostalgia romântica e quase charmosa na fala de sobreviventes saudosos. Quanto à recente aliança crimino-estudantil, que promove festivais de pernadas em agências bancárias e em agentes da lei, dessa aí não se conhece bem o saldo. O que já se sabe é que, seja qual for, será um saldo completamente melancólico. A terceira aliança prestou seus serviços não às pessoas que protestavam nas ruas, mas à repressão, que queria bater nelas e não conseguia. Realizou a tarefa que a Polícia Militar, com seu despreparo bruto e chucro, jamais foi capaz de realizar: acabar com o sentido cívico e transformador dos protestos de rua, arrancando-lhes a graça, a criatividade e a força social.
Pôr fogo em viatura não muda nada em lugar nenhum, apenas reforça o apego à ordem (daí as especulações, fundamentadas, de que o quebra-quebra generalizado serve para angariar apoio para a tropa de choque). Espatifar vitrines a esmo não promove nenhuma boa causa, apenas desperta a antipatia popular. A estultice estratégica embutida na tática supostamente anarquista de partir para a ignorância beira o inacreditável. Parece ação de inimigo infiltrado. Aliás, em parte, é isso mesmo. A máscara, essa fantasia de Durango Kid, de Zorro, de Tartaruga Ninja de esquerda, virou um passe livre não para andar de graça no circular, mas para qualquer um que queira instaurar a violência no meio da rua. Era tudo o que a criminalidade queria. A propósito, as notícias de que existem entre os mascarados dos quebra-quebras delinquentes já conhecidos nas delegacias não deveriam surpreender ninguém. Fantasiado de black bloc, o assaltante pode roubar o que bem quiser e disseminar o pânico. Foi assim que o crime sequestrou os protestos da cidadania.
A aliança crimino-estudantil não nasceu de um programa revolucionário, de uma inteligência, mas de uma política sem programa e sem pensamento, que resultou na antipolítica. Ela surgiu como um efeito colateral provocado pela pancadaria festiva, que fugiu ao controle dos que, dizendo não acreditar em controle, se imaginavam no controle da confusão. Alguns deles gostavam de falar que a tal da "mídia" promovia a "criminalização dos movimentos sociais". Pois bem, agora eles criminalizaram estupidamente um dos mais significativos movimentos de inconformismo que tivemos no Brasil. Criminalização dos movimentos sociais é isso aí, o resto é teoria da conspiração (que tem 0,1% de teoria e 99,9% de conspiração).
Sabemos todos que um toque de vandalismo sempre escapa a qualquer episódio em que as multidões se exaltam. É da natureza da coisa. Há brigas em estádios de futebol, assim como há socos no vizinho em shows de heavy metal e xingamento entre motoristas nos engarrafamentos. Até aí, nenhuma novidade. As manifestações de rua não são - nunca foram - celebrações de boas maneiras e de congraçamentos em câmera lenta, com as pessoas de olhos lânguidos, semicerrados, dando sorrisinhos zen umas para as outras. O problema, agora, é que o toque de vandalismo - que era absolutamente previsível e, por isso mesmo, um tanto inevitável - acabou virando a regra e tornando o todo inviável. Exatamente por isso é que podemos dizer que os entusiastas das máscaras como salvo-conduto para depredar todo o cenário acabaram fazendo o trabalho da repressão mais primitiva. Mandaram os manifestantes pacíficos de volta para casa e fizeram propaganda da polícia, da pior polícia que pode existir, aquela que se vale da força bruta para impor a ordem dos de cima contra a vontade dos de baixo.
Se fenecerem nesse esvaziamento patético, as manifestações de junho terão sido um malogro. Que grande pena. Sem gente na rua, gente de cara limpa, não será possível mudar o Brasil. Vivemos ainda num país que trata como se fosse rotina o fato de um tiro de policial, no exercício de sua função pública, matar um adolescente desarmado. Isso não escandaliza ninguém (escândalo é quando o cidadão desarmado bate no policial). Vivemos num país em que as autoridades estão aí, perdidas, atarantadas, sem saber como conter o caos das ruas. Um país em que a tropa de choque é treinada para ver no manifestante um inimigo - e onde os policiais se omitem criminosamente diante de tantos atos de vandalismo escancarado. Vivemos, enfim, num país que precisa mudar. Aí vêm os black blocs e expulsam das ruas os manifestantes pacíficos. Mesmo que involuntariamente, eles agem como os coveiros de uma esperança.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

NOVO PROGRAMA DA DILMA, VEM AÍ O "MAIS MILITAR"

Uma sociedade corrompida não formaliza uma Nação Livre! 

 “Libertas quae sera tamen”
 

“Que o mundo pereça, mas faça-se Justiça!”

CUBA! VEM AI CONVÊNIO “MAIS MILITAR.”
 Sarides Freitas
 
Por opção ideológica, tão logo assumiu o governo em 2003, os comunistas planejaram, e desde então está em execução, uma estratégia de desmonte, sucateamento e desmoralização das Forças Armadas; arquiinimigas da ideologia comunizante dos mandatários do País, desde então. Faz parte do pacote, reduzir o salário dos militares à condição de indigente, incompatível com a dignidade e a responsabilidade.
 
Em total desrespeito á Lei 10.331, de 18 de dezembro de 2001, que regulamenta o art; 37, inciso X da Constituição Federal, este governo comunista não concede revisão nos soldos dos militares das Forças Armadas, à luz da Constituição Federal, desde janeiro de 2003, portanto, há dez longos anos. O que acarretou uma perda inflacionária de 135%. Com tamanho achatamento dos soldos a evasão de militares altamente qualificados tem se multiplicado ano, após ano. Esta evasão faz parte, como já mencionado, do plano de desmonte das Forças Armadas. Com esta covarde conduta de depreciar a remuneração do militar, a meta é afastar novos vocacionados.
 
Quando isto ficar patente, e o mínimo necessário para preenchimento das vagas nas Unidades Militares for insuficiente, será a hora de golpear de morte as Forças Armadas...
 
Tal qual sacaram das entranhas comunizante o convênio com Cuba: “MAIS MÉDICO”, será empurrado goela abaixo dos já adestrados comandantes, o convênio também com Cuba:“MAIS MILITAR”.
 

Ai é só hastear a bandeira com foice e martelo e entoar “A INTERNACIONAL COMUNISTA!”


Ah! Restará a todos a gratificante missão de gritar sempre:

Viva Castro! Viva Che!

Isto... Ou 
“EL PAREDON!”


 General!

Armas ensarilhadas se enferrujam e emperram a Liberdade...

1935 - Intentona Comunista. DERROTADA!

1964 - Contra Revolução

            - Dito popular (um é pouco, dois é bom, três é demais...)

2013 - ? ? ?

É graças aos soldados e não aos políticos que a Democracia se eterniza...

Tergiversação: conduta permanente dos descompromissados com a honra. (Sarides Freitas)
 
 
 
 
   “Nada se mostra mais lesivo, para efeito de se destacar o caráter altamente negativo, do que a presença na condução do Estado de altos dirigentes integrantes de quadrilha, formada e constituída para corromper o poder e submeter a vontade hegemônica de grupos neles encastelados a qualquer custo”. Celso de Melo (Mensalão)
 
Sarides Ferreira de Freitas abonari 

terça-feira, 3 de setembro de 2013

A GUERRA VERMELHA

 Ipojuca Pontes –












Nesta altura dos acontecimentos, não há mais como esconder que o poder político na América Latina, operacionalmente comandado pelo Brasil e monitorado ideologicamente por Cuba, foi tomado pelo comunismo, de fundo marxista-leninista, justamente aquele que o genocida Fidel Castro – depois de perder os seis bilhões de dólares enviados anualmente por Moscou ao Cárcere do Caribe – considerou “perdido no leste Europeu”. A etapa mais recente da guerra (a primeira, iniciada na intentona comunista de Carlos Prestes, em 1935) reinstalou-se em julho de 1990 no permissivo Hotel Danúbio de São Paulo, quando Fidel Castro, reunido com Lula e 118 representantes de facções internacionais vermelhas, propôs a tomada do poder pela deflagração de uma “luta estratégica contra o capitalismo imperialista” e seus valores morais.
No início do mês de agosto de 2013, na última reunião do entourage esquerdista transcorrida em São Paulo, Lula da Silva, pomposo como um chefão da máfia, declarou que ambiciona mudar de escala e “construir um consenso das esquerdas” de proporções globais, a ser posto em marcha na certa em países da África, onde o governo mensaleiro do PT tem enfiado – a fundo perdido e em detrimento da indigência cabocla – bilhões de dólares. (Do jeito que o anda mundo, quem sabe o vosso Papa de Belzebu não conquista o que trama?)
O atual cardápio latino-americano de iniquidades é mais que vasto. No plano interno, projetando garantir a reeleição de Dilma e derrubar a hegemonia eleitoral do PSDB e do PMDB em São Paulo e Rio de Janeiro, Lula da Silva e a máquina petista têm feito o diabo! Para banir da vida pública Geraldo Alckmin e Sérgio Cabral (este, um antigo vassalo sem o menor resquício de caráter), e eleger Alexandre Padilha e Lindbergh Farias governadores dos dois mais ricos estados da Federação, o camarada Da Silva atinou para uma trampa diabólica: consentiu em introduzir nas manifestações de rua iniciadas em junho, intencionalmente pacíficas, hortas de ativistas fanáticos, alguns pagos com a grana do governo, mas engajados em promover com atos de terror (uma velha tradição leninista) a consolidação do hegemônico poder vermelho.
Na prática, as hordas de encapuzados partem para a “ação direta” e, portando gazuas e coquetéis molotov, paralisam o trânsito, destroem agências bancárias, incendeiam ônibus, saqueiam supermercados, shopping-centers, invadem delegacias e vandalizam prédios públicos. Confiantes nos habeas corpus da engajada OAB e na mística dos “direitos humanos” reeditam o terror das Brigadas Vermelhas, na Itália de Aldo Moro, e do Grupo Baader-meinhof, na Alemanha dos anos 1980 – ambos querendo salvar o mundo pela vertente da sangueira propagada por Marx, Bakunin, Lênin, Mao, Marcuse, Negri, Che, Fidel e sequazes. Mas os “Black Bloc” tupiniquins, pelo que se deduz, não são apenas militantes da violência programática ou simples porras-loucas quando protestam, na base do porrete, contra o regime capitalista e os políticos do 2º escalão do poder, aliados ou não do governo. Eles também estão dopados pela grana fácil do próprio Estado que dizem combater e pelos financistas internacionais que querem ver o circo pegar fogo e liquidar o conceito de pátria e nacionalidade.
Quando aos governadores Geraldo Alckmin e Sérgio Cabral, um social-democrata e outro socialista, estão ambos petrificados pela pusilanimidade típica dos políticos progressistas que têm medo de dizer o que pensam e maior pavor ainda da bilionária máquina petista de triturar adversários que se intrometem no seu caminho. No que se refere ao malandreco Cabral (que enriqueceu precocemente ao tempo em que roncava na leitura do “O Estado e a Revolução”, de Lênin), o seu caso tornou-se mais deplorável: é vítima do mesmo escorpião barbudo que, no Rio, durante anos, vinha pajeando da forma mais abjeta. Ele hoje vive acuado, não pode entrar na própria casa onde mora e já negocia na surdina, em troca de uma “barra menos pesada”, apoio ao ficha-suja Lindbergh Farias, seu arqui-inimigo patrocinado por Don Lula.
São ecos da sórdida guerra vermelha.

sábado, 3 de agosto de 2013

FORO DE SÃO PAULO - INFORMAÇÕES BÁSICAS

O Foro de São Paulo foi criado em 1990 a partir de um seminário promovido pelo Partido dos Trabalhadores e que contou com a presença de Fidel Castro que junto com Lula idealizaram uma organização para aglutinar líderes comunistas e socialistas para se contraporem à então política neo-liberal predominante nos anos 90. Na verdade, querem impor à toda América Latina o socialismo ou até mesmo o comunismo, em suas declarações fala-se muito em democracia e muito pouco a palavra liberdade. 

Os objetivos iniciais do FSP estão expressos na "Declaração de São Paulo", documento final que foi aprovado no primeiro encontro, na cidade de São Paulo, em 1990. Os participantes manifestaram a "vontade comum de renovar o pensamento de esquerda e o socialismo, de reafirmar seu caráter emancipador, corrigir concepções errôneas, superar toda expressão de burocratismo e toda ausência de uma verdadeira democracia social e de massas.

Mais de 100 partidos e organizações participam da organização, num amplo leque de ideologias, mas todas com o viés socialista, assim, social-democratas, comunistas, socialistas, ambientalistas, entidades sociais de segmentos da igreja católica, e até guerrilheiros, como as Farc, fazem parte da associação. ultimamente tem-se dificultado a participação oficial das Farc, embora que não foram banidas da organização.

Países da América Latina governadas por membros do Foro de São Paulo
Argentina
Barbados
Belize
Bolivia 
Brasil
Cuba
Dominica
Equador
El Salvador
Guatemala
Haiti
Nicarágua
República Dominicana
Uruguai
Venezuela

Segue abaixo a relação dos Países e as organizações associadas ao Foro de São Paulo



PaísesOrganizações associadas
 Argentina
 Bolívia
 Brasil
 Chile
 Colômbia
 Cuba
 Equador
 El Salvador
 Guatemala
 Martinica
 México
 Nicarágua
 Panamá
  • Partido del Pueblo de Panamá
 Paraguai
 Peru
 Porto Rico
 República Dominicana
 Uruguai
 Venezuela
No Brasil a oposição mais forte ao Foro de São Paulo é a do jornalista e filósofo Olavo de Carvalho que acusa há mais de 10 anos o Foro de São Paulo como sendo o principal grupo responsável pela ascensão da esquerda na América Latina.

sábado, 25 de maio de 2013

6 MIL AGENTES COMUNISTAS CUBANOS NO BRASIL




 Após anunciar a intenção de “importar” seis mil médicos cubanos, que na verdade são agentes do regime comunista da ilha caribenha, o governo de Dilma Rousseff, diante da reação da opinião pública e da classe médica brasileira, decidiu remendar o assunto. Na sequência surgiu a ideia de facilitar a entrada de médicos espanhóis e portugueses no País, para atender nas regiões mais carentes e remotas.

O tema não prosperou como o Palácio do Planalto esperava e por isso foi colocado em banho-maria, até que o governo encontre uma oportunidade de trazer ao Brasil os agentes cubanos disfarçados de médicos, cuja missão será a doutrinação dos mais desavisados e a espionagem.

A primeira utopia desse projeto do governo está no fato de que os “médicos cubanos” desconhecem a realidade do País e não falam com desembaraço a língua portuguesa, o que dificultaria o atendimento. Sem contar que o espanhol falado em Cuba é diferente daquele que se ouve no restante do planeta.

Muito se fala na excelência da medicina cubana, mas isso não ficou comprovado no tratamento a que se submeteu o finado caudilho bolivariano Hugo “Pajarito” Chávez. Ademais, ao fazer contas percebe-se que há algo mal contado nessa ópera bufa comunista. Considerando que a população cubana é de 11 milhões de habitantes, o governo dos irmãos ditadores Castro não enviariam ao Brasil 6 mil médicos, sem deixar na ilha pelo menos o mesmo contingente de profissionais da medicina para atender os nativos.

Pois bem, se essa hipótese que ora levantamos for a tradução da realidade da ditadura castrista, Cuba tem um médico para cada mil habitantes. O que para um regime obsoleto e decadente é um enorme avanço. Para se ter ideia da extensão da farsa, no Reino Unido o índice é de 2,7 médicos por cada mil habitantes. No Brasil, 1,95 médico por cada mil habitantes.

O grande equívoco do PT é a preguiça de combinar a mentira e desdenhar da capacidade de raciocínio de parte da população. Considerando que para “exportar” 6 mil médicos para o Brasil a ilha caribenha precisa ter pelo menos 12 mil profissionais da medicina, Cuba é o endereço do paraíso terrestre e ninguém avisou.

Fonte: Ucho.Info

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

CARTA DE UM TERRORISTA - CARLOS MARIGHELLA

Veja o que escreveu em dezembro de 1968 o militante comunista Carlos Marighella, fundador da Ação Libertadora Nacional (ALN), a mais conhecida das siglas que afundaram na opção pela luta armada contra o regime militar .

É bom lembrar que , em 1996, o Ministério da Justiça reconheceu a responsabilidade do Estado pela sua morte; em 7 de março de 2008 foi decidido que sua companheira Clara Charf deveria receber pensão vitalícia do governo brasileiro .

Em 2012, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, oficializou a anistia post mortem de Marighella, conforme a Portaria abaixo:

PORTARIA N 2.780, DE 8 DE NOVEMBRO DE 2012
O MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA, no uso de suas atribuições legais, com fulcro no artigo 10 da Lei nº 10.559, de 13 de novembro de 2002, publicada no Diário Oficial de 14 de novembro de 2002 e considerando o resultado do julgamento proferido pela Comissão de Anistia na 6ª Sessão de Julgamento da Caravana de Anistia, na cidade de Salvador / BA, realizada no dia 05 de dezembro de 2011, no Requerimento de Anistia nº 2011.01.70225, resolve: Declarar CARLOS MARIGHELLA , filho de MARIA RITA DO NASCIMENTO MARIGHELLA, anistiado político "post mortem", nos termos do artigo 1º, inciso I, da Lei nº 10.559, de 13 de novembro de 2002.
JOSÉ EDUARDO CARDOZO

Chamamento ao Povo Brasileiro

Carlos Marighella - Dezembro de 1968

De algum lugar do Brasil me dirijo à opinião pública, especialmente aos operários, agricultores pobres, estudantes, professores, jornalistas e intelectuais, padres e bispos, aos jovens e à mulher brasileira.

Os militares tomaram o poder pela violência em 1964 e foram eles mesmos que abriram o caminho à subversão. Não se podem queixar nem ficar assombrados de que os patriotas trabalhem para desalojá-los dos postos de mando que usurparam descaradamente.

Afinal, que classe de ordem querem preservar os "gorilas"? Os assassinatos de estudantes na praça pública? Os fuzilamentos do "Esquadrão da Morte"? As torturas e espancamentos no DOPS e nos quartéis militares?

O governo desnacionalizou o país, entregando-o aos Estados Unidos, o pior inimigo do povo brasileiro; os norte-americanos são os donos das maiores extensões de terra do Brasil, têm em suas mãos uma grande parte da Amazônia e de nossas riquezas minerais, incluindo minerais atômicos.

Possuem bases de foguetes em pontos estratégicos de nosso território. Os agentes de espionagem norte-americanos da CIA, estão dentro do país como se estivessem em sua própria casa, orientando a polícia em caçadas humanas aos patriotas brasileiros, e assessorando o governo na repressão ao povo.

O acordo MEC/USAID ( acordo entre o Ministério da Educação e Cultura e a USAID norte-americana) vem sendo poso em prática pela ditadura, com o propósito de aplicar em nosso país o sistema norte-americano de ensino e de transformar nossa universidade numa instituição de capital privado, onde somente os ricos possam estudar. Enquanto isso, não há vagas e os estudantes são obrigados a enfrentar as balas da polícia militar, disputando com o sangue o direito de estudar.

Para os operários, o que existe é o arrocho salarial e o desemprego. Para os camponeses, os despejos, a ocupação ilegal de terras, os arrendamentos usurários. Para os nordestinos, a fome, a miséria e a doença.

Não existe liberdade no País. A censura é exercida para coibir a atividade intelectual.

A perseguição religiosa cresce dia a dia, os sacerdotes são presos e expulsos do País, os bispos agredidos e ameaçados.

A inflação segue desenfreada. Há demasiado dinheiro em poder dos grandes capitalistas, enquanto é cada dia escasso nas mãos dos trabalhadores. Nunca pagamos tão caro os aluguéis e os artigos de primeira necessidade, com salários tão baixos e cada vez mais reduzidos.

A corrupção campeia o governo. Não é de se estranhar que os maiores corruptos do país sejam ministros e oficiais das forças armadas. Membros do governo vivem como príncipes, praticando o contrabando e o roubo. Entretanto, os empregados públicos não recebem mais que um miserável 20% de aumento.

Diante da escandalosa avalanche de mentiras e acusações terrivelmente injuriosas lançadas contra mim, não tenho outra atitude a tomar senão a de responde à bala ao governo e às suas asquerosas forças policiais, empenhadas em minha captura, vivo ou morto.

Agora não será como em 1964, quando eu estava desarmado e a polícia disparou sem que pudesse pagar com a mesma moeda.

As organizações ultradireitistas assaltam, atiram bombas, matam, seqüestram. Contudo, ninguém tem conhecimento de que o governo esteja perseguindo sequer um dos assaltantes ou terroristas do CCC (Comando de Caça aos Comunistas).

A ditadura diz que existe um plano subversivo e uma conspiração de políticos, provados e seus direitos, para derrubar o governo. E fazendo uma caçada às bruxas, procura encarniçadamente o comando da subversão. Porém, o comando da subversão está no descontentamento popular, pois ninguém pode aguentar mais tal governo.

O movimento que produz tanto pavor nos "gorilas" surge de baixo para cima. Não vem dos políticos provados de seus direitos, mas sim das entranhas de um povo descontente, decidido agora e recorrer à força das massas para sua unidade e organização.

Não derrubaremos a ditadura através de quarteladas, nem de eleições, redemocratizações ou outras panacéias da oposição burguesa consentida.

Não acreditamos num parlamento conformado e submisso, mantido com o beneplácito da ditadura e disposto a ceder em tudo para que os deputados e senadores possam sobreviver com seus subsídios.

Não cremos na solução pacífica. As condições para violência nada têm de artificiais e estão criadas no Brasil desde que a ditadura se impôs pela força.

Violência contra violência. E a única saída é fazer o que estamos fazendo: utilizar violência contra os que tiveram a primazia em usá-la para prejudicar os interesses da pátria e das massas populares.

Os "gorilas" pensam que a morte de Che na Bolívia significou o fim da guerrilha. Ao contrário, inspirados no desprendido exemplo do Guerrilheiro Heróico, prosseguimos no Brasil sua luta patriótica, trabalhando junto a nosso povo com a certeza na mente e a história a nosso favor.

O que acontece em nosso país é um vasto movimento de resistência contra a ditadura. E, de dentro dele, irromperam as operações e táticas guerrilheiras. E aceitando o honroso título de "inimigo público número um: que me foi outorgado pelo governo "gorila", assumo a responsabilidade pela irrupção de tais operações e táticas guerrilheiras.

Quem desencadeará os ataques vindouros, onde, como e quando serão desencadeados? Isto é um segredo da guerrilha que o inimigo em vão tentará saber.

A iniciativa revolucionária está em nossas mãos. Já passamos à ação.

Nada mais vamos esperar.

Os "gorilas ficarão num labirinto escuro até que sejam obrigados a transformar a situação política numa situação militar.

Ao desencadear a revolução popular, utilizando táticas guerrilheiras, temos como objetivo organizar a guerra justa e necessária total do povo brasileiro contra seus inimigos. A guerra revolucionária no Brasil é uma guerra longa e não uma conspiração.

Sua história já se escreve com o sangue dos estudantes nas ruas e nas prisões, onde os patriotas são torturados e aniquilados; na ação dos sacerdotes perseguidos, nas greves dos operários, na repressão aos camponeses, nas lutas das áreas rurais e dos grandes centros urbanos, envolvidos na violência.

O destino das guerrilhas está nas mãos dos grupos revolucionários e na aceitação, apoio, simpatia e participação direta ou indireta de todo o povo. Para isso, os grupos revolucionários devem unir-se na ação de baixo para cima.

Os revolucionários de todos os matizes e de qualquer filiação partidária, onde quer que se encontrem, devem prosseguir na luta e criar pontos de apoio para a guerrilha. Uma vez que o dever de todo revolucionário é fazer a revolução, não pedimos permissão a ninguém para praticar atos revolucionários e somente temos compromissos com a revolução.

A experiência recente das lutas de nosso povo demonstra que o Brasil entrou numa fase de táticas guerrilheiras e ações armadas de todos os tipos, ataques de surpresa e emboscadas, captura de armas, atos de protesto e sabotagem. Manifestações de massa, comícios-relâmpago, manifestações estudantis, greves, ocupações, seqüestro de policiais e "gorilas" para trocá-los por presos políticos.

O princípio tático que devemos seguir agora é distribuir as forças revolucionárias para intensificar essas formas de luta. Mais adiante deveremos concentrar as forças revolucionárias para organizar planos e manobras.

Na área rural ou urbana, dentro dos caminhos a serem escolhidos pelos revolucionários, existem três grandes opções: atuar na frente guerrilheira, na frente de massas ou na rede de sustentação.

Em qualquer uma destas frentes, é necessário que o trabalho seja clandestino, é preciso organizar grupos secretos, manter a vigilância contra infiltração policial, castigar com a morte os delatores, espiões e batedores, não deixando filtrar nenhuma informação ao inimigo.

Seja qual for a situação, é necessário ter armas e munições, aumentar a potência de fogo dos revolucionários e utilizá-la com acerto, decisão e rapidez, inclusive em pequenas ações como a distribuição de panfletos e pichações de muros.

Entre algumas das medidas populares previstas para serem executadas de forma inapelável, com a vitória da revolução, executaremos as seguintes:

- aboliremos os privilégios e a censura;

- estabeleceremos a liberdade de criação e a liberdade religiosa;

- libertaremos todos os presos políticos e os condenados pela atual ditadura;

- eliminaremos a polícia, o SNI (Serviço Nacional de Informação), o Cenimar (Centro de Informações da Marinha) e os demais órgãos da repressão policial;

- depois de julgamento público sumário, executaremos os agentes da CIA encontrados no país, e os agentes policiais responsáveis por torturas, espancamentos , tiros e fuzilamentos de presos;

- expulsaremos os norte-americanos do país e confiscaremos suas propriedades, incluindo as empresas, bancos e terras;

- confiscaremos as empresas de capital privado nacional que colaboraram com os norte-americanos e que se opuseram à revolução;

- tornaremos efetivo o monopólio estatal das finanças, comércio exterior, riquezas minerais, comunicações e serviços fundamentais;

- confiscaremos a propriedade latifundiária, terminando com o monopólio da terra, garantindo títulos de propriedade aos agricultores que trabalhem a terra, extinguindo as formas de exploração como a meia, a terça, os arrendamentos, o foro, o vale, o barracão (escravidão agrária), os despejos e a ação dos grileiros, e castigando todos os responsáveis por crimes contra camponeses;

- confiscaremos todas as fortunas ilícitas dos grandes capitalistas e exploradores do povo;

- eliminaremos a corrupção;

- serão garantidos empregos a todos os trabalhadores e às mulheres, terminando com o desemprego e o sub-emprego e aplicando o lema "de cada um segundo de sua capacidade, a cada um segundo do seu trabalho";

- extinguiremos a atual legislação do inquilinato, eliminando o acordo e reduzindo o aluguéis, para proteger os interesses dos inquilinos, assim como criaremos condições materiais para a aquisição de casa própria;

- reformaremos todo o sistema de educação, eliminando o acordo MEC-USAID e qualquer outro vestígio da intromissão norte-americana, para dar ao ensino brasileiro o sentido exigido pelas necessidades da libertação de nosso povo e seu desenvolvimento independente;

- daremos expansão à pesquisa científica;

- retiraremos o Brasil da condição de satélite da política exterior norte-americana para que sejamos independentes, seguindo uma linha de nítido apoio aos povos subdesenvolvidos e à luta contra o colonialismo.

Todas essa medidas serão sustentadas pela aliança armada de operários, camponeses e estudantes, de onde surgirá o exército revolucionário de libertação nacional, do qual a guerrilha é o embrião.

Estamos nos umbrais de uma nova época no Brasil, que marcará a transformação radical de nossa sociedade e a valorização da mulher e do homem brasileiros.

Lutaremos para conquistar o poder e pela substituição do aparelho burocrático e militar do estado pelo povo armado. O governo popular-revolucionário será o grande objetivo de nossa estratégia.

Ódio e morte aos imperialistas norte-americanos!

Abaixo a ditadura militar!

Viva Che Guevara!

Carlos Marighella

Brasil, Dezembro 1968
 
OBS: TIREM SUAS CONCLUSÕES, COMENTEM