Mostrando postagens com marcador mais médicos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador mais médicos. Mostrar todas as postagens

sábado, 23 de novembro de 2013

CUBANADAS NA SAÚDE DO BRASIL

POST #01 

DOSAGENS DE ANTIBIÓTICOS SUSPEITAS 

RECEITA DE AZITROMICINA

MÉDICO MAIS MÉDICOS PASSA 24 COMPRIMIDOS DE AZITROMICINA!!!
BULA - Azitromicina - Posologia
A posologia de acordo com a infecção está descrita abaixo: 

Uso em Adultos 

Para o tratamento de doenças sexualmente transmissíveis causadas por Chlamydia trachomatis, Haemophilus ducreyi ou Neisseria gonorrhoeae suscetível, a Azitromicina deve ser administrada em dose oral única de 1000 mg. Para todas as outras indicações uma dose total de 1500 mg deve ser administrada em dose única diária de 500 mg durante 3 dias. Como alternativa a mesma dose total pode ser administrada durante 5 dias, em doses únicas diárias de 500 mg no primeiro dia e 250 mg do segundo ao quinto dia. 

RECEITA DE AMOXACILINA PARA CRIANÇA


Outro Flagrante do "MAIS Médicos"! AMOXACILINA 1 X AO DIA para criança!?
BULA - Amoxicilina - Posologia
Crianças
− até 3 anos: 125 mg/5 mL - 5 mL de 8 em 8 horas.
− 3 a 12 anos: 250 mg/5 mL - 5 mL de 8 em 8 horas.
AGITE A SUSPENSÃO ANTES DE USAR. 
A posologia deve ser aumentada, a critério médico, nos casos de infecções graves. Para crianças pesando 40 kg ou mais, deve ser administrada a posologia de adulto. A absorção de Amoxicilina não é afetada pela alimentação; portanto, a Amoxicilina pode ser administrada às refeições.

POST #02

CUBANA DÁ REMÉDIO DE CAVALO PARA IDOSO COM OSTEOARTROSE.

São tantos relatos de erros grosseiros e potencialmente fatais que vamos semanalmente postar o quadro "monstruosidades da semana" com as receitas mais bizarras oriundas do Mais Médicos. Especial atenção ao item "3".
1) Overdose de cefalosporina ou uso "homeopático" de alopatia?  Cefalexina prescrita de 8/8h quando o certo seria de 6/6h, Dipirona sendo dado em dose de criança de 2kg (2 gotas) mas ai a dose da Cefalexina deveria ser de 0.6 ml de 6/6h e não 3.3 ml (dose 500% maior). Mas se é de fato criança de 2kg como se justifica a prescrição de muito suco de laranja e limão? Polivitamínico? Nebulizar com 9ml de soro (para que? para a nebulização virar uma sessão de tortura de quase 1 hora?) com UMA gota de berotec, que é nada pra adulto e diluído em 9ml de soro se torna nada pra uma criança, quase que uma dose homeopática. Se essa prescrição foi para adulto, é homeopatia. Se foi para criança, é overdose de antibiótico e de sucos cítricos. De qualquer maneira, é mais uma padilhada do Mais Médicos. o CRM da receita foi por força de decisão judicial, antes da aprovação da lei.



2) Tratamento de "Larva Migrans Cutânea" na Amazônia com antibiótico oral, tópico e intramuscular, todos em larga dose. A intercambista decerto quis cobrir "todas as hipóteses", pena que esqueceu do anti-parasitário. Decerto a gênia pensou estar tratando uma "dermatite". Isso na Amazônia. pelo visto andou matando o curso de "3 semanas" de doenças infecciosas do Padilha. Mais uma padilhada do Mais Médicos. Em breve iremos começar a ver malária sendo tratada como virose na Amazônia...
3) Revolucionário tratamento de osteoartrose "à moda cubana": Dipirona 500 mg 01 cp de 8/8h (avançado esquema analgésico) associado a complexo B (ah, agora sim, sinergismo puro) e, cereja do bolo, Metocarbamol (Robaxin). Robaxin é um relaxante muscular que, no Brasil, é usado apenas para equinos e caninos, ou seja, uso veterinário. O Mais Médicos trata o povo como cavalo e, condizente com essa situação, prescreve relaxante muscular de cavalo para o eleitor da Dilma. Mesmo se fosse para humanos, não existe indicação de relaxante muscular em osteoartrose na ausência de outras afecções.**

 Acima, a prescrição do remédio de cavalo. Abaixo a caixa. Se o pobre coitado tivesse como comprar, claro, já que o preço pode chegar a mais de 200 reais a caixa, iria receber um remédio com um cavalo na capa, homenagem do Padilha aos pobres brasileiros. Tratamento e"cavalar" típico de medicina de pobre para pobre. Pobre de nós, isso sim.
Remédio Cubano para tratamento de osteoartrose no Mais Médicos. Hay que endurecer!!
** Em alguns países existe autorização para uso em humanos.m dose 

POST # 03 

"LEVO"DOPA VIROU "LEVO"TIROXINA

Paciente parkinsoniano em uso de prolopa (levodopa + benserazida) prescrito em consultório de médico brasileiro na Bahia, teve a receita "renovada" por médica cubana, que escreveu "LEVOTIROXINA SÓDICA + benserazida" e sem a respectiva dosagem. A cidade é Buritirama, onde as duas médicas cubanas foram recebidas com euforia : http://jornalgazetadooeste.com.br/noticias/calorosa-recepcao-as-medicas-cubanas-em-buritirama/

Ou seja, se levado a cabo a prescrição, o paciente com Parkinson iria agora tomar hormônio da tireóide, como se fosse hipotireoideo.

Parabéns Padilha por mais essa CAGADA do Maus Médicos, que em breve vão começar a transformar a atenção básica em profissão de risco (para o usuário).

Por fim, "Levo"dopa e "Levo"tiroxina é tudo igual né? E vamos "Leva"ndo tudo nas coxas, com o paciente "Leva"ndo no cubano o tempo todo... E ai Jorge Solla?? Tudo bem ai na Bahia?



POST #04 
AVISEM QUE EXISTE VIA ORAL

POST #05 
CUBANO PASSA BANANA COM CASCA


POST #06
O "ALQUIMISTA"


POST# 07

CUBANO ENCAMINHA PARA "CONSULTA COM CLÍNICO"

POST 08#


"Fui abordado PELA PACIENTE quando desesperada saiu do consultório do 'mau medico' munida de sua prescrição. A prescrição entre outras continha as 90 U de Regular pela manhã, (CLICK) então sem a desculpa esfarrapada usada na Bahia, que certamente teria as consequências mais nefastas caso ela houvesse feito e fosse ignorante o suficiente para seguir. Felizmente não era, felizmente tinha comigo um bom Rapport e me solicitando fui felizmente obrigado a corrigir. 

Como outros erros e situações atípicas continuaram a se repetir embora em situações algo menos agudamente graves, mas potencialmente igualmente a longo prazo, e como por força das circunstâncias eu fui obrigado a 'informar', claro por escrito e guardando cópias à secretária, o 'mau médico' acabou sendo afastado. Seria submetido a mais um longo período de duas semanas de capacitação. Desnecessário dizer o quanto detesto e acho ridícula esta palavra que descreve na melhor das hipóteses políticas medíocres e hipócritas que nunca se sabe ao certo quanto são oriundas da mais perversa vontade de se fingir que faz ou de expor ao mundo a sua mais completa ignorância. 

De qualquer forma após tal período ele seria avaliado e poderia ser reprovado ou poderia ser re-integrado ao sistema. Isto é, em meu entender, receber 'licença para matar'

Ouvi dizer que estará de volta em breve. 
De resto as imagens eu creio falam por si mesmas. 

Note-se que o autor é o 'mau médico' esta lá o registro PMM antes do CRM, mas há ai mais uma ironia. O PMM CRM PR não é dele, para complicar tudo. É de outra 'mau médica'. Sim confira quem desejar. Isto também foi comunicado. Havia incompatibilidade entre o nome do autor da prescrição, um Mexicano, não Cubano, note-se o PMM CRM PR. Não sei as razões disto, mas parece que ele tinha já um registro junto ao CRM PR de PMM. Aliás 'cirurgião', parece que todos os PMM são cirurgiões. Temamos."

XXXXXXXX
Médico

Um comentário:

tumpopolis disse...
Com esta esculhambose no uso de ATBs, é de se temer o aumento da resistência bacteriana e surgimento ainda maior de cepas multiresistentes. Se eu fosse alguém com trânsito, denunciaria a OMS, JÁ!

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

MÉDICOS CUBANOS, SUSTOS TRABALHISTAS

José Pastore
Li nos jornais que o governo se assustou ao saber que o subterfúgio da "bolsa-formação" a ser usado para remunerar os médicos cubanos não está isento do recolhimento das contribuições previdenciárias. O aviso veio da Secretaria da Receita Federal. O órgão alertou que a importância mensal paga aos médicos constitui salário e, como tal, está sujeita ao recolhimento ao INSS de 11% pelos contratados e de 20% pelo contratante. Para o governo, a despesa mensal subiu de R$ 10 mil para R$ 12 mil por médico.
                    
Como se trata de salário, haverá sobre ele incidência de todos os encargos sociais (FGTS, seguro acidente do trabalho, salário-educação, descanso semanal remunerado, férias, abono, aviso prévio e outros) que somam 102,43% do salário. É isso que diz a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
                                  
O governo, que previa gastar R$ 511 milhões para contratar 4 mil médicos cubanos por quatro anos, terá de reservar mais de R$ 1 bilhão só para essas despesas. Não estão nessa conta os gastos com transporte e acomodação dos médicos no Brasil, nem tampouco os adicionais por insalubridade e periculosidade a que muitos farão jus.
                                  
Há que se considerar ainda que, mais cedo ou mais tarde, os médicos cubanos conhecerão o alcance das nossas leis trabalhistas, que, se não forem cumpridas, detonarão ações judiciais - individuais ou coletivas - com vistas a receberem atrasados e reparar danos morais. Eles saberão que, ao contrário de Cuba, as portas dos tribunais do Brasil estão permanentemente abertas para todos os cidadãos que aqui trabalham. Basta acioná-los.
                            
Por isso, a conta pode subir muito. Todos sabem que, no campo trabalhista, quem paga mal paga duas vezes. Pagamentos realizados por força de sentenças judiciais são sujeitos a elevadas multas e pesada correção monetária.
                          
Suponho que os competentes advogados da União tenham prevenido os nossos governantes sobre os riscos a que estavam submetendo a Nação. Tudo indica, porém, que a urgência para montar um programa eleitoral falou mais alto, e venceu. Agora, o bom senso recomenda fazer provisões para o desfecho, que pode ser desastroso.
                       
Tenho estranhado o silêncio do Ministério Público do Trabalho. Da mesma forma, intriga-me o mutismo das associações de magistrados do trabalho. Mais surpreendente ainda é a indiferença das centrais sindicais, que, sendo contrárias à necessária regularização da terceirização no Brasil, assistem pacificamente a um tipo de contratação que tem tudo do trabalho escravo. Basta lembrar que os médicos cubanos não podem trazer seus familiares; estão impedidos de sair do Brasil; se pedirem asilo, será negado; e ainda têm 70% do seu salário confiscado e remetido ao governo cubano, que nada pode fazer para os brasileiros. Situações mais brandas que essa têm sido denunciadas pelas centrais sindicais como "análogas ao trabalho escravo". Neste caso, "ouve-se um sonoro silêncio". Não me deterei nesse aspecto, pois o assunto já foi bastante comentado pela imprensa. Não comentarei tampouco a insinuação de que os recursos que vão para Cuba acabarão voltando para o Brasil - não se sabe para quê.
                    
A minha preocupação está na área trabalhista, porque, a julgar pela conduta rigorosa da Justiça do Trabalho, a conta dessa contratação pode se tornar colossal, o que vai demandar recursos que poderiam ser aplicados na própria solução eficaz do problema da saúde em prazo médio.
                              
Para dizer o mínimo, a fórmula escolhida pelo governo agrediu o interesse nacional. Por mais nobres que sejam os propósitos do Programa Mais Médicos, nada justificava afrontar o nosso ordenamento jurídico de forma tão contundente. Afinal, tudo poderia ser feito seguindo as regras vigentes, como, aliás, ocorre com os médicos que vêm da Argentina, Portugal, Espanha e de outros países que aqui estão para ajudar a aliviar a dor dos brasileiros. Até quando nossos governantes poderão desperdiçar o dinheiro do povo impunemente?
                                                                                                 
José Pastore é professor de relações do trabalho da Faculdade de Economia e Administração e membro da Academia Paulista de Letras.

sábado, 9 de novembro de 2013

O PERIGO REAL

EM POUCOS MESES O “MAIS MÉDICOS” JÁ DEMONSTRA SUA FRAGILIDADE. UM GRUPO DE 48 PROFISSIONAIS QUE ATUAM PELO PROGRAMA FOI REPROVADO NO REVALIDA.

É constrangedor a qualquer cidadão ver que autoridades que deveriam defender os anseios dos brasileiros ignoram a importância da saúde, deixando claro que não têm compromisso algum com a qualidade. Exemplo disso é o “Mais Médicos ”que, em poucos meses, já começou a demonstrar a sua fragilidade. Um grupo de 48 profissionais que atua pelo programa foi reprovado no Revalida, exame federal para reconhecer o diploma de medicina obtido no exterior. Eles foram aceitos para aturar na atenção básica prioritariamente no interior do país, onde há maiores carências. Contudo, muitos acabam  sendo alocados em grandes centros.

No total, 1.440 candidatos não passaram para a segunda fase. Entretanto, os 48 reprovados poderão exercer a medicina, mesmo após atestado de que não estão qualificados para tal. Com fim meramente eleitoreiro, permite-se que profissionais de capacidade insuficiente exerçam a medicina. E é a população, em particular as pessoas mais vulneráveis que corre risco real.

Aí está o motivo de os médicos brasileiros se mostrarem tão preocupados com o fato do “Mais Médicos” dispensar o Revalida para submissão dos estrangeiros. Também se torna evidente a razão das entidades médicas rejeitarem alguns pontos do programa. Não se trata de xenofobia, muito menos de competição no mercado com os  colegas estrangeiros. Trata-se de uma medida que interfere negativamente na estrutura da nossa medicna, reconhecida mundialmente por sua excelência.

A verdade é que nós, médicos brasileiros, permanecemos sensibilizados com a falta de assistência em regiões afastadas, mas  temos a consciência de que sem a infraestrutura necessária não há muito como avançar. Médico não é mágico, precisa ter a disposição medicamentos, equipamentos, exames, equipe multidisciplinar e outros profissionais da saúde.

Os médicos formados fora não conhecem a realidade do nosso sistema público de saúde e estão iludidos com o discurso marqueteiro do governo. Através dessa medida, o Ministério da Saúde desrespeita tudo que já foi construído pelas entidades médicas e acadêmicas nacionais, que vêm colocando o Brasil em posição de destaque na medicina internacional.

Infelizmente esse é mais um engodo que nos acostumamos a ver às vésperas das eleições. Ao invés de investir dinheiro público para construir bons hospitais e postos de saúde, o que obviamente levaria profissionais para qualquer canto do Brasil, o governo opta por ludibriar a população com a presença de médicos sem qualificação. Não podemos aceitar essa inversão de valores.

ANTONIO CARLOS LOPES

Presidente da Sociedade Brasileira de Clinica Médica

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

ESSA MEDICINA MATA

Do remédio feito com veneno de escorpião-azul, que serve para todo tipo de câncer mas não cura nenhum, aos abortos em série, a saúde pública em Cuba é uma tragédia.

O escorpião-azul (em espanhol, alacran) é um animal peçonhento só encontrado em Cuba. Desde 1995, cientistas da ilha estudam o seu veneno e garantem que é eficaz no tratamento de vários tipos de câncer. A partir dele, fabricam e comercializam os remédios Escozul e Vidatox. Outra espécie endêmica na ilha é a medicina avessa às evidências. Submeter os estudos a uma publicação científica é considerado traição à pátria comunista, submissão ao imperialismo americano. Não há nenhuma comprovação de que o veneno funciona. No Pubmed, a maior base de dados científica sobre saúde no mundo, não há um registro sequer sobre o tal remédio. Sua suposta eficácia é um dos muitos mitos sobre a medicina cubana criados e perpetuados pelos irmãos ditadores Fidel e Raúl Castro para enganar governos incautos como o do Brasil, que pretende contratar 4000 médicos cubanos até o fim do ano (os primeiros 400 chegaram há duas semanas).
A mentira — e não apenas na medicina — é a principal política de estado na ilha dos irmãos Castro. A atual epidemia de cólera, por exemplo, que as autoridades não conseguem mais esconder, é controlada com um remédio homeopático. "Dar cinco gotas via oral de uma droga homeopática sem eficácia comprovada em um país onde não há tratamento adequado da água e onde a falta de higiene é regra parece uma piada de mau gosto", diz o médico cubano Eloy González, exilado nos Estados Unidos. Para se ter uma ideia de como Cuba está atrasada, a cólera foi erradicada no século XIX em vários países com o saneamento básico. Propagandear a obsoleta medicina cubana como avançada e pioneira é indispensável para a ditadura, que depende da exportação de mão de obra do setor de saúde para se sustentar. Os missionários de jaleco são atualmente a principal fonte de divisas do regime. Em dezesseis escolas de medicina, Cuba formou neste ano mais de 10 000 doutores e outros 20 000 profissionais de outras carreiras de saúde, como enfermagem e nutrição. Seria uma notícia boa em 1959, quando a Faculdade de Medicina de Havana era uma das dez melhores do mundo. Hoje o curso é uma vergonha e está em 68° lugar no ranking de qualidade da América Latina. Com as missões no exterior, pouquíssimos médicos ficam na ilha, o que levou ao fechamento de 54 hospitais nos últimos três anos. "Antes era preciso levar lençóis, lâmpadas, comida e seringas para o hospital para ser atendido. Daqui a pouco será preciso levar também o médico e a enfermeira", diz por telefone um morador de Havana, que preferiu não ser identificado. Não é incomum ser atendido por um jamaicano ou um estudante chinês, que falam o espanhol com dificuldade.
O regime cubano esconde a decadência do seu sistema de saúde por trás de um único indicador: a baixa taxa de mortalidade infantil. Trata-se, sem dúvida, do produto do esforço governamental — alcançado por meios antiéticos, para não dizer criminosos. Cuba pune os médicos que dão atestado de óbito a bebês com menos de 1 ano de vida. Testemunhei certa vez um patologista recusando-se a alterar a idade de dois bebês mortos, o que faria com que eles não entrassem na taxa de mortalidade infantil. Ele foi recriminado pelo diretor do hospital, que sofria forte pressão do Partido Comunista para manter a estatística em níveis baixos", diz González. Ao menor sinal de anormalidade no feto, as mulheres são submetidas a um aborto. O grande número desse tipo de operação reflete-se na elevada taxa de mortalidade materna, que também é uma conseqüência da falta de condições nos partos. Até oito semanas de gestação, o aborto é feito numa simples consulta médica, sem anestesia, com um aspirador. "O procedimento é traumático e feito sem os devidos cuidados", diz o clínico geral Pedro Riera.
Para evitarem as filas nos hospitais, é comum os pacientes darem uma caixinha ao médico. Vinte dólares é um bom agrado, mas um filme em DVD também é bem-vindo. Os doutores não ganham mais do que 40 dólares por mês e muitos estão abandonando a profissão. Na falta de remédios, receitam placebos feitos por eles próprios, na esperança de que os pacientes melhorem apenas pelo fator psicológico de acreditar que foram medicados. "Não há diagnósticos precisos nem medicamentos adequados, só dipirona", diz a advogada Laritza Diversent, de Havana. Ela levou seu filho de 14 anos ao hospital da cidade depois que ele cortou o pé durante uma partida de futebol. Voltou para casa sem a sutura necessária. "Não havia material para dar pontos, e ele ficou meses com o corte aberto e sangrando", diz Laritza.
Como tudo se reutiliza e as condições de esterilização estão longe das ideais, muitos pacientes pegam doenças de outros, como hepatite C, aids e sífilis. Em Cuba, câncer e aids ainda são tratados como tabu. A palavra câncer, aliás, não é utilizada. Na cartilha da medicina comunista, os tumores são chamados de "inflamação" ou "aumento" de certo órgão, para não assustar os pacientes. No passado, os soropositivos eram mantidos em prisões, isolados do resto da sociedade. O enclausuramento só foi abolido, por falta de recursos financeiros, nos anos 90, quando o país ficou sem ajuda da União Soviética. Ainda hoje, algumas doenças psiquiátricas são atribuídas à falta de ideologia comunista. A medicina de Cuba é cheia de exemplos a não ser seguidos — muito menos importados.
Nathalia Watkins

sábado, 12 de outubro de 2013

DESABAFO DE UM MÉDICO BRASILEIRO, QUE SUBSCREVO


 

Seus pais pagam impostos a vida toda e se mataram para pagar uma boa escola, já que a escola pública é fraquíssima.
Você é bom aluno a vida toda, para valorizar o que seus pais gastam com você.

Você se mata de estudar para poder entrar em medicina na universidade federal, pois não tem dinheiro para bancar uma faculdade particular. É federal ou rua...

Tenta, por anos, entrar no curso que você quer. Sem cursinho ou fazendo um preparatório pago no sufoco.

Engorda, deixa de se divertir, se estressa, estuda feito um cavalo... e enfim passa no vestibular.

Descobre que a faculdade está podre, sem iluminação, com professores faltando, paredes rachadas e mofadas, cadeiras lascadas, sem material para aulas práticas...

Depois de um ano, passa por uma greve. Fica meses parado para, depois da greve, ter aulas de manhã, de tarde e à noite, pois precisa ''recuperar o tempo perdido''. Sua vida vira um lixo...

Você tem que comprar tudo que vai usar. Livros, materiais de aula, etc. Como você não tinha dinheiro para pagar faculdade particular, você vive de tirar xerox de livro e de gambiarras...

Você tem que imaginar como seriam aulas práticas , pois a universidade não tem material. Algumas matérias ficam mais de 6 meses sem professor.

Você é usado como mão de obra barata...
Atende nos ambulatórios do SUS, faz plantões onde o responsável dorme e te deixa sozinho atendendo, e ainda ouve que ''é assim mesmo''. Estudante tem que ralar...

Ralou, ralou... se formou!

Descanso? Perdeu, mané...
Estuda mais ainda que no vestibular, para conseguir passar numa residência médica para especialização, contra uma concorrência feroz.

Passa na prova...

Jornada de trabalho de mais de 60 horas semanais, por uma bolsa de R$ 1.100,00 ao mês.
Atende no SUS em ritmo industrial, com pouca supervisão e tem que tocar tanto serviço que mal estuda.

É usado como um médico barato, quebrando galho e tendo que improvisar tudo, sozinho na maioria das vezes.

O povo ameaça te matar, processar, bater quando não há vagas para internação, e você sofre ao ver pessoas morrendo por falta de coisas básicas, como antibióticos...

Famílias abandonam doentes no hospital e você tem que brincar de detetive, bombeiros trazem pessoas em macas e somem, juízes te mandam seguir ordens estúpidas que vão contra as normas do hospital e da saúde pública... Você vê suicídios, pedofilia, pais de família baleados. Convive com o pior que o ser humano pode fazer...

Passa o tempo, você é um especialista!

Vai trabalhar no SUS, pois quer ser útil e ajudar pessoas.
O salário é uma bosta, e você vive fazendo gambiarra para poder ajudar as pessoas.
O governo te dá o ''privilégio'' de atender uma multidão de pessoas numa sala mofada, por vezes sem nem papel para prescrever medicamento.

Vendo que não dá mais, você pensa em ser livre e sai. Não aceita mais ser cúmplice da farsa que é o SUS, e se sente mal por viver no aperto e tratar pessoas como gado.

Tem que entrar em planos de saúde que te ferram, aceitando ganhar pouco para ser conhecido e é proibido de fazer milhares de coisas... mas deveres têm de montão.

Vai se tornando conhecido, se destacando... consegue montar um consultório, e no aperto, um passo por vez, vai melhorando de vida.

Quando está bem, querido pelos pacientes, feliz com seu trabalho, sentindo que seu esforço valeu a pena...
TEM QUE ESCUTAR DE UNS MERDAS SOCIALISTAS DE ARAQUE DESSE PT QUE VOCÊ É UM ''DEVEDOR DA SOCIEDADE''!!!Que você é um playboy mimado, dinheirista, corporativista... que não gosta de pobre, que não luta pela saúde, que usou recursos do povo para se formar...

Tem que ler a opinião de imbecis parasitas, que tomam chimarrão o dia inteiro e vivem de benefício do governo.

Pessoas que nunca sentaram a bunda numa cadeira para estudar acham que você ganha muito pelo que faz, e que tem mais é que ''aprender uma lição''.

É criticado, chamado de ''coxinha'', elite, reacionário, por pessoas que vivem de cargo comissionado do PT e ganham muito mais que você ( e como bons socialistas hipócritas, NÃO dividem sua riqueza com o povo...). Todo fracassado vira um blogueiro ''formador de opinião'' contra você.

É usado como bode expiatório de um ministro da saúde estúpido, que só pensa em como agradar seu partido. Passa a ser culpado pelo SUS não ter leitos, por não ter material, por não ter vagas, por ter filas de espera.

Criam uma campanha difamatória dos médicos, para poderem concretizar um esquema corrupto e bilionário com Cuba. Médico brasileiro vira o pior bandido que existe, e cubanos são santos...

Abrem 200 universidades de medicina, médicos ganham menos de 1/4 do piso salarial da categoria, e o PT inventa que falta médicos!

Dizem que ''deve haver debate'', mas no final o PT só faz o que queria fazer.
Você tem escolha e sua opinião importa... apenas se for a mesma do PT , sair barato e ajudar na reeleição da quadrilha...

Só não falam que os prefeitos não pagam em dia, que o médico do interior perde o emprego quando outro partido assume o governo, que no interior falta TUDO e TODO TIPO DE PROFISSIONAL, que não há hospitais e nem infraestrutura.

Pregam para o povo que é só botar 5 médicos numa salinha, ''armados de boa vontade e humanismo'' que tudo se resolve.

Pois é, Dona Dilma e seu chefe Lula..., seu câncer não foi operado com uma faca de pão, vocês não ficaram 3 dias numa maca mijada de corredor, não tiveram que esperar 3 meses por uma tomografia e não foram suturados com fio errado porque não havia o tipo certo...

Infraestrutura não importa, não é?

No Sírio e Libanês só tem médico descalço, que olha no seu olho, pega na sua mão e, com a força do seu humanismo, dá um jeito!
Médico não parece, mas é gente!

Todo ser humano quer viver bem e evoluir!
Um mendigo muda de ponto se ganhar mais esmola, um petista larga o emprego para virar assessor com salário de R$ 25.000,00, um motorista compra um caminhão melhor quando consegue... só médico tem que viver de brisa...

Porque tanto ódio?

Médico quer ser rico? Claro, assim como você adoraria ganhar na mega-sena.

Te atenderam mal? Mude de médico, bolas... existe advogado ruim, mecânico trambiqueiro, professor chato..
Sofre com o SUS? O médico também... salário de SUS e ambiente de trabalho são péssimos!

Vote direito, pois a saúde é obrigação do ESTADO!
Médicos não mandam no SUS e não tem poder nenhum sobre ele. São usados como operários assalariados de um governo podre e corrupto, que deixou de investir mais de 17 bilhões no SUS enquanto acusa médicos de serem gananciosos.

O PT enriquece e nós somos os ''gananciosos''...

Felizmente nem tudo está perdido...

As pessoas decentes, com cérebro e moral percebem quem é o vilão da história, e nos são gratas pelo nosso esforço.

Meus pacientes me dão mais carinho e gratidão que o ódio que recebo de fracassados ''revolucionários da justiça social'' .

Por isso mesmo me esforço por eles e vivo sem culpa!

Faço o bem, ganho a vida com isso e não devo nada à ninguém, exceto meus pais e mestres...

Quer me cobrar “dívida social''?
Eu pago... desde que cada beneficiário do bolsa família devolva o que recebeu, que cada petista devolva seu cargo comissionado e que cada bandido pague pelos seus crimes.

Muita gente deve muito mais que eu à sociedade, mas eu sou o alvo apenas por ter me esforçado...

Socialismo é lindo...quando você é o vadio que recebe o lucro do esforçado!

A quadrilha criminosa no poder pode manipular as mentes fracas e podres, mas nunca vai dominar as pessoas de bem, que são rotuladas de ''elite reacionária'', mas que levam esse país para frente, mesmo levando a culpa por tudo...

Eu não obedeço bandido, e por isso o PT nunca vai ter poder sobre mim!

A única opinião me importa vem da velhinha que me abraça, do homem que me dá um peixe de presente por ter sido curado, da menina que desistiu do suicídio e me acena sorrindo na rua...

PT e Cia. Que se explodam. Num país decente,  já estariam fora do poder ou presos...

A.B.P. (médico psiquiatra no estado do Mato Grosso do Sul)

domingo, 6 de outubro de 2013

MÉDICA CUBANA É ALVO DE PROTESTOS NO SUL DO PIAUÍ

‘QUEREMOS MÉDICOS QUE FALEM NOSSA LÍNGUA’: Entenda a polêmica no sul do Piauí

Imagem
 A População de Parnaguá, recentemente foi às ruas em um protesto pela qualidade da saúde no município, o “estopim” do Protesto foi a morte do jovem Jefferson de Jesus Lima, devido a um péssimo atendimento prestado quando o mesmo se acidentou ao perder o controle da moto em uma lombada.
Segundo entrevistados da cidade de Parnaguá pelo 180 graus, o atendimento médico na cidade tem sido muito questionado pela população. “No hospital da cidade há uma médica cubana e o pessoal reclama que ela não atende direito as pessoas. Tanto que após a morte de um jovem vítima de mal atendimento prestado a um acidente de moto, o povo fez uma manifestação contra o atendimento da cubana, contra o motorista que deu partida na ambulância sem olhar se o Jefferson estava acomodado e contra a prefeitura, devido a lombada que foi feita recentemente, outras pessoas já caíram no local, após ela ter sido feita”, comentam os entrevistados.
Imagem
Fonte: 180graus

sábado, 5 de outubro de 2013

MAIS MÉDICOS: GOVERNO GASTA R$ 3,7 MILHÕES COM PROFISSIONAIS PARADOS

*
Quase duas semanas depois do início oficial dos trabalhos dos médicos com diploma estrangeiro pelo Mais Médicos, 372 profissionais ainda esperam o registro provisório para começar a atuar. Como o custo por profissional é de R$ 10 mil líquidos, apenas com salário, o governo federal está gastando R$ 3,7 milhões com médicos que estão parados e ainda longe do SUS (Sistema Único de Saúde). A primeira bolsa-auxílio será paga na próxima segunda-feira (7).
Esse gasto não inclui os auxílios moradia e alimentação, já que essas despesas são de responsabilidade das prefeituras inscritas no Mais Médicos. Os valores variam nos diferentes Estados brasileiros. Em Minas Gerais, por exemplo, os médicos do programa recebem R$ 1.500 para habitação e R$ 371 para alimentação, além de vale-transporte.
Segundo o Ministério da Saúde, esses gastos com os médicos já estavam previstos no planejamento do programa. O governo informou que até o fim do ano destinará R$ 542 milhões ao Mais Médicos. Esse valor inclui gastos assumidos desde o início das atividades, em agosto, mas ainda pode ser superado, pois o programa já funciona em sistema de emergência, sem a exigência de licitação para hospedagens e passagens aéreas.
Investimento em infraestrutura
O primeiro secretário do CFM (Conselho Federal de Medicina), Desiré Carlos Callegari, afirma que o dinheiro gasto com os médicos parados poderia ser investido para melhorar a infraestrutura da saúde pública. Ele pondera, no entanto, que os médicos estrangeiros que vieram para o Brasil devem receber, mesmo que não tenham começado a trabalhar.
— A saúde precisa de muito mais investimento, e é justo que o governo cumpra o compromisso de pagar esses profissionais que ainda não têm o registro provisório para poder atuar.
A coordenadora do CEAHS (Curso de Especialização em Administração Hospitalar e Sistemas de Saúde) da FGV (Fundação Getulio Vargas), Libânia Paes, critica a implementação do programa Mais Médicos e classifica como "desperdício altíssimo" de recursos públicos o pagamento de médicos que não estão trabalhando.
— Há um desperdício altíssimo de dinheiro com esses médicos parados, além de profissionais que vêm para cá, e também não têm o que fazer. Os conselhos [de médicos] estão certos de analisar com calma esses documentos [para emitir os registros]. Vários médicos que vieram de fora inclusive nem diploma têm.
Com o dinheiro aplicado em salários com médicos sem trabalhar, Libânia Paes afirma que seria possível investir em outras áreas da saúde para melhorar o atendimento à população.
— Seria possível comprar material, medicamentos, melhorar infraestrutura e até as condições de profissionais que trabalham aqui. Há um descaso enorme com a saúde. Deveriam ter sido pensados os prós e contras do programa.
Emissão de registros
De acordo com o último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, foram entregues apenas 257 dos 504 pedidos de registro profissional provisório feitos pelo Ministério da Saúde aos Conselhos Regionais de Medicina, cujo prazo máximo de análise expirou na terça-feira (1º).
Também nesta semana, a comissão que analisa o texto da MP (medida provisória) do Mais Médicos alterou o texto original e agora o Ministério da Saúde ficará encarregado de emitir o registro para estrangeiros integrantes do Mais Médicos. O texto, que agora segue para o plenário da Câmara dos Deputados, traz ainda uma série de outras vitórias para o governo, que atualmente se vê às voltas com o atraso do programa.
Fonte: R7

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

MUITA POLÍTICA, POUCA SAÚDE

O Estado de S.Paulo
A cada dia que passa, as peripécias do programa Mais Médicos só reforçam aquilo que se suspeitava desde o seu lançamento - que debaixo da retórica demagógica que o envolve está apenas uma jogada política destinada a favorecer a candidatura do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao governo de São Paulo, que é hoje, junto com a reeleição da presidente Dilma Rousseff, o grande objetivo do PT. É isso que explica a sua improvisação - cujas consequências negativas se multiplicam - e o fato de que esse programa não tem muito a ver com as verdadeiras prioridades do setor de saúde.
Movido pela ânsia de tornar popular o ministro, o governo improvisou aquele programa e atropelou as entidades representativas dos médicos brasileiros. Com uma medida provisória, contornou a obrigatoriedade legal do exame de revalidação dos diplomas dos médicos estrangeiros e dos brasileiros formados no exterior, substituindo-o por um registro provisório a ser dado pelos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), com base em exigências mínimas.
Não satisfeito, vem recorrendo à Justiça Federal para obrigar os CRMs de alguns Estados - que a seu ver demoram muito a liberar esse registro - a fazer isso rapidamente. E tem conseguido decisões favoráveis em primeira instância. Inconformado, o presidente do CRM de Minais Gerais, João Batista Gomes Soares, renunciou. Antes dele, seu colega do Paraná, Alexandre Augusto Bley, sentindo-se pressionado pela sofreguidão do governo, já havia feito o mesmo.
Mas isso ainda é pouco perto do que acaba de acontecer. O governo conseguiu que a Comissão Mista do Congresso que analisa a Medida Provisória do Mais Médicos aprovasse dispositivo que transfere dos CRMs para o Ministério da Saúde o poder de dar o registro provisório aos médicos estrangeiros.
A matéria ainda precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado, mas, com a ampla maioria que tem nessas duas Casas, isso será fácil para ele. Em resumo, quem quer que se oponha ao programa será neutralizado.
O governo não aceita limites e se mostra determinado a passar como um trator sobre as objeções das entidades médicas, que tentam tomar um mínimo de cuidados com relação ao preparo de médicos de cuja competência técnica dependem milhares de vida. Ele vence, mas não convence, porque o seu diagnóstico da saúde no Brasil deixa muito a desejar, para dizer o mínimo. Não podia ser diferente, pois o que o move, antes de tudo, é o interesse eleitoral, não o desejo genuíno de identificar e atacar as deficiências do sistema de saúde brasileiro.
A falta de médicos, que é real, está longe de ser a principal delas, como quer fazer crer o governo. Antes dela estão, por exemplo, os graves problemas de infraestrutura - referentes a hospitais e equipamentos médicos - que dificultam o trabalho dos próprios profissionais que estão sendo contratados a toque de caixa. Tanto é verdade que o governo parece cego pela paixão política, que o Ministério da Saúde se descuidou de gastar nesse item fundamental o dinheiro que para isso tem disponível em 2013. Até agosto, investiu apenas 26,5% dos R$ 10 bilhões que reservou para a compra de equipamentos e a execução de obras.
Para onde os médicos cubanos e de outras nacionalidades, que o governo está importando com tanto alarde, vão enviar os casos mais graves que diagnosticarem? Para os corredores de hospitais superlotados que, além de vagas, não dispõem também de equipamentos para os exames necessários?
Mais grave ainda que esse é o velho e bem conhecido problema da defasagem da tabela de procedimentos do SUS, que cobre apenas 60% dos custos. Como as Santas Casas e os hospitais filantrópicos não têm como arcar indefinidamente com esse prejuízo, já se aproxima o momento em que, ou deixarão de atender pelo SUS, ou irão à falência. E, como respondem por 45% dos atendimentos dos SUS, isto significará o colapso do sistema público de saúde.
Esses são os verdadeiros problemas da saúde, mas cuidar deles não dá votos a curto prazo. Logo, isso não ajuda o ministro Padilha.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

A PRESIDENTE E A DEMONIZAÇÃO DA CLASSE MÉDICA

Dilma volta a demonizar os médicos brasileiros, acusando-os de negligentes. E dá a receita: os brasileiros não precisam nem de hospitais nem de postos de saúde, mas de cubanos que possam apalpá-los

A presidente Dilma Rousseff esteve no Rio Grande do Norte para inaugurar três institutos federais de educação e concedeu duas entrevistas a rádios locais. E aproveitou para demonizar os médicos, categoria que, pelo visto, vai servir de saco de pancada da campanha eleitoral petista. Disse a governanta:
“Uma pessoa me disse: ‘O médico não me toca’. Ela queria que o médico tocasse nela. Ela queria que o médico lhe tocasse, aquilo que a gente, pelo menos eu, meu médico sempre me apalpou, olhou o coração, olhou a garganta.”
A gente perdoa o uso muito particular que Dilma faz da língua portuguesa, quase um idioleto às vezes. O “apalpar”, claro!, está no sentido mais denotativo possível: “tatear, tocar com as mãos”.
As palavras, então, fazem sentido. Quando a presidente afirma que seu médico “olha o coração”, “olha a garganta”, está fazendo uma acusação generalizada de descaso que atinge toda uma categoria profissional. Por um desses milagres de opinião pública de que só o petismo é capaz — em razão da Al Qaeda eletrônica que o partido controla com o intuito de difamar os inimigos da vez —, Dilma está apontando os supostos culpados pela calamidade que vive a saúde no Brasil: os médicos!!!
Pois é… Quando Dilma assumiu o governo, anunciou as suas metas para 2011 As mais vistosas na área de Saúde eram a construção, NAQUELE ANO, de 2.174 Unidades Básicas de Saúde e de 125 UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). Só para não deixar passar: as metas de 2011 incluíam ainda 3.288 quadras esportivas em escolas, 1.695 creches (seriam 5 mil até 2014) e 723 postos de policiamento comunitário. Não tente saber o que aconteceu com cada uma dessas promessas. Elas sumiram do mapa. No ano que vem, a presidente as renova, entenderam?
O fato é que a saúde mergulhou no caos — e Dilma, é bom que vocês saibam, não vê a hora de se livrar de Alexandre Padilha, o ministro da pasta. Vai fazer de tudo para tentar elegê-lo governador de São Paulo. E aí os paulistas que se virem. Não que ela saiba direito o que fazer na área. Ocorre que ele também não. O programa “Mais Médicos” é, assim, um golpe marqueteiro para supostamente oferecer atendimento à população em postos caindo aos pedaços, sem infraestrutura, remédios, ataduras, nada. Na noite de ontem, no entanto, no “Profissão Repórter”, da Globo, comandado por Caco Barcellos, ficamos sabendo que os brasileiros pobres recebem os médicos estrangeiros sob aplausos, com solenidade e até festinha. Restou a sugestão de que as vilãs são mesmo as associações médicas, que resistem ao programa.
O governo petista tem algumas marcas na área de saúde, conforme noticiei aqui no dia 22 de agosto. Entre 2002, último ano do governo FHC, e 2005, terceiro ano já do governo Lula, o número de leitos hospitalares havia sofrido uma redução de 5,9%. Era, atenção!, A MAIS BAIXA EM TRINTA ANOS! Números fornecidos pelo PSDB? Não! Por outra sigla: o IBGE. Em 2002, havia 2,7 leitos por mil habitantes. Em 2005, havia caído para 2,4. A OMS recomenda que essa taxa seja de 4,5. “Ah, Reinaldo, de 2005 para cá, já se passaram oito anos; algo deve ter mudado, né?” Sim, mudou muito! O quadro piorou enormemente: a taxa, agora, é de 2,3 — caiu ainda mais. E caiu não só porque aumentou a população, mas porque houve efetiva redução do número de leitos púbicos e privados disponíveis: só entre 2007 e 2012, caíram de 453.724 para 448.954 (4.770 a menos).
No dia seguinte, em outro post, informava que, entre 2005 e 2012, o SUS havia perdido 41.713 leitos — vale dizer: hospitais privados pediram descredenciamento do sistema por causa da tabela indecorosa.
Mas agora tudo será diferente, não é mesmo? Dilma não fez as UPAs prometidas, não fez as UPs prometidas, e, durante o governo do PT, o número total de leitos no país caiu 15%, e o SUS perdeu 41.713.
Tudo besteira! O que os brasileiros precisam é de cubanos que os apalpem.
Por Reinaldo Azevedo