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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

GOVERNO FROUXO



Fim de linha – Por decisão da esquerda, em especial do PT, o ucho.info faz parte do PIG, Partido da Imprensa Golpista, um grupo de veículos de comunicação e de jornalistas que não recebem dinheiro dos cofres oficiais e ousam criticar os desmandos e barbáries de um governo marcado pela corrupção e pela incompetência. Nem de longe temos esse objetivo, o do golpe, porque somos democráticos por natureza e, acima de tudo, sabemos que tarefa hercúlea mudar o pensamento de uma massa ignara que foi abduzida pelas esmolas sociais.

Há quem diga que somos intransigentes, outros afirmam que somos financiados pela oposição. Nem uma coisa, nem outra. Fazemos críticas duras porque é impossível ficar impávido e mudo diante de tantas barbaridades. E se o PT é uma usina de cretinices políticas, que enfrente a crítica coerente de forma altaneira.

Meses antes de chegar ao poder central, Lula disse aos brasileiros que em Brasília defenderia os trabalhadores. Uma década depois, a classe trabalhadora percebeu o tamanho do engodo, que é inversamente proporcional ao tamanho do aumento real do salário mínimo.

Dilma Rousseff, que foi apresentada como a “gerentona”, a mãe do PAC, a garantia de continuidade, assumiu o compromisso de governar com uma equipe de especialistas e de combater a corrupção, algo que recentemente ela própria disse não aceitar.

É verdade que Dilma recebeu uma herança maldita sem precedentes, mas quem quer mudar passa a mão na mais poderosa das canetas de demite. Sob pena de ter de renunciar para não compactuar com a roubalheira e a política dos conchavos.

Carlos Lupi foi escolhido para comandar o Ministério do Trabalho porque é membro do Partido Democrático Trabalhista. Lupi, que é presidente nacional da legenda e só chegou a tal posto porque soube aproveitar o fato de um dia ter sido o jornaleiro predileto de Leonel Brizola, foi apeado do ministério por causa de irregularidades e denúncias de corrupção.

Mesmo depois de ser substituído no cargo pelo inexperiente Brizola Neto, que por questões óbvias é do PDT, Carlos Lupi continuou como representante oficial da pasta no Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Demitido em 2011, Lupi deveria ter deixado o conselho da instituição na sequência, mas até agora continua como conselheiro e recebendo R$ 18 mil por trimestre para nada fazer.

Em junho de 2012, o Ministério do Trabalho enviou ofício ao Ministério do Desenvolvimento, comandado pelo “companheiro de armas” e consultor ilusionista Fernando Pimentel, solicitando a substituição de Lupi por Brizola Neto, o que seria zero por nada, mas não adiantou. Carlos Lupi foi mantido no Conselho do BNDES.

Apenas confirmando o que já era esperado, o BNDES, diante do escândalo, informou que Lupi não mais participa das reuniões do Conselho e nem recebe os valores pagos a outros conselheiros. Carlos Lupi se defendeu alegando que foi indicado pela presidente e no conselho permanecerá até que ela determine sua saída.

Como se percebe, Dilma, ao contrário da equipe de especialistas, se cercou de técnicos em malandragem e roubalheira, sem contar os que fingem estar mortos. Fosse a “gerentona” anunciada por Lula, a presidente já teria demitido Fernando Pimentel e Brizola Neto, além de exigir a imediata saída de Lupi do Conselho do BNDES. Antes disso, deveria dar uma carraspana em Gleisi Hoffmann, ministra-chefe da Casa Civil, a quem compete cuidar de assuntos dessa natureza.

Resumindo, se o PT não é o partido dos trabalhadores, o PDT mostrou que não é democrático e muito menos trabalhista

Fonte:Ucho.Info

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

TENHO PENA DA ESTELA


 Tenho pena da Estela, a inocente colocada na cova dos leões da corrupção.

Tenho pena da Estela, enganada nos governos anteriores do chefão, durante sete anos, por uma amiga íntima, também sua principal assessora no então considerado mais importante dos quase quarenta ministérios. Tão amiga essa moça, boa de guerra, que substituiu a chamada Mãe do PAC na casa também conhecida como vil, cujo dono anterior, injustamente chamado de chefe, foi condenado a mais de dez anos de cadeia.

Tenho pena da Estela, que teve a sua palavra posta em dúvida, quando uma importante servidora da Receita Federal disse que foi chamada ao seu Gabinete, para tentar “quebrar o galho” do filho de um homem incomum.

Tenho pena da Estela, que foi obrigada a confessar um erro dos seus assessores, que gostavam de chamá-la de mestra e doutora, como hoje gostam de chamá-la de presidenta.

Tenho pena da Estela, obrigada a herdar tantos ministros do seu antecessor, sete dos quais, por serem acusados de corruptos, solicitaram demissão antecipada, pois certos governos não gostam de demitir. Nas despedidas, coitada, teve que derramar lágrimas e palavras de agradecimento, talvez por ordem de algum Partido.

Tenho pena da Estela, por não ter tempo para despachar com os seus ministros, menos ainda para fiscalizar os projetos que se arrastam em sua execução ou nem saem do papel, mesmo sendo considerada gerentona.

Tenho pena da Estela, que, por dever tanta gratidão a quem lhe deixou a herança maldita da corrupção, é obrigada a repetir que nunca, na história deste país, houve um governante melhor do que o padrinho político.

Tenho pena da Estela, obrigada, pela amizade de velhos tempos, a manter em altos cargos pessoas acusadas de malfeitorias, mesmo que, para isso, tenha sido necessário extinguir, na prática, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República.

Tenho pena da Estela, que vê a seca assolar o pobre Nordeste, seu principal reduto eleitoral, enquanto a transposição do Velho Chico, prometida para ontem, está com as obras abandonadas e com a previsão de custos triplicada.

Tenho pena da Estela, pois nem a graciosa amiga consegue segurar a queda da Petrobras, empresa tão usada para fins políticos nesses últimos anos.

Tenho pena da Estela, por ter mantido, como Chefe de Gabinete do Escritório da Presidência da República, em São Paulo, atendendo a pedidos, uma moça de fino trato, cuja roseira parece ter murchado.

Tenho pena da Estela, por acreditar em fantasias amanteigadas de um forte crescimento da economia brasileira, cujo Produto Interno Bruto, nesses dois anos de mandato, está na rabeira do crescimento mundial.

Tenho pena da Estela, por não ter assessores confiáveis, que abram os seus olhos, como aconteceu há poucos dias, em 13 de novembro, quando nomeou o então número dois da Advocacia-Geral da União, para integrar o Conselho Deliberativo do Fundo de Previdência Complementar do Funcionalismo da União, que será com certeza o maior Fundo de Pensão deste país, sem saber que o Sr "W" seria, logo em seguida, indiciado pela Polícia Federal no grande esquema de corrupção de venda de pareceres técnicos por agências que nada regulam.

Tenho pena da Estela, por ver que há falta de vassouras e de vontade para fazer a grande e esperada faxina.

Por último, tenho pena da Estela, cujo governo navega por portos inseguros, embora da negritude desponte uma tênue luz de esperança.

Luiz Osório Marinho Silva

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

INADIMPLÊNCIA DAS EMPRESAS AUMENTA E EVIDENCIA HERANÇA MALDITA DO LULA



Lado oposto – Reflexo do amaldiçoado espólio deixado por Luiz Inácio da Silva, o índice de inadimplência das empresas no País aumentou 4,4% em janeiro, em comparação com dezembro passado, informou nesta segunda-feira (27) a Serasa Experian. Na comparação com janeiro de 2011, o aumento foi de 26,7%.

De acordo com os economistas da entidade, a alta da inadimplência no setor de pessoas jurídicas se deve às ainda elevadas taxas de juro, o que provocou o encarecimento dos empréstimos para capital de giro e para o pagamento do décimo terceiro salário. Outro fator que contribuiu para a alta foi o fraco desempenho das vendas de final de ano.

Em janeiro deste ano, as dívidas não bancárias das empresas alcançaram o valor médio de R$ 803,66, alta de 2% em relação ao mesmo mês de 2011. Já as dívidas com bancos no primeiro mês do ano registraram alta de 9,1%m com valor médio de R$ 5.217,80.

Os títulos protestados apresentaram avanço de 14,7% em janeiro, em relação ao mesmo período de 2011, com valor médio de R$ 1.823,77. Os cheques sem fundo tiveram elevação de 8,4% em janeiro, com valor médio de R$ 2.143,38.

Os números acima refletem não apenas o lado nefasto das medidas adotadas por Lula da Silva para incentivar a economia verde-loura e minimizar os efeitos da crise financeira de 2008, mas comprometem o discurso da presidente Dilma Vana Rousseff, que no apagar das luzes de 2011 disse que este ano seria de prosperidade e oportunidades. Pelo visto, a fala de Dilma foi abatida em pleno voo

Fonte: Ucho.Info

terça-feira, 22 de novembro de 2011

A CARGA MALDITA

Em apenas dez meses, seis ministros caíram e, se a moda pegar, Dilma ficará livre das "pragas" que lhe foram impostas pelo seu padrinho e protetor
A velha história do mundo registra os episódios que culminaram, sob o reinado de Herodes, na morte de Jesus, na cruz, ao meio de dois ladrões, sob os aplausos de uma multidão de populares ensandecidos, que aplaudiram o feito.
Não há registro da morte de Herodes ou Pôncio Pilatos por pressão popular, mas, nos tempos modernos, estamos assistindo à morte de diversos ditadores, através da fúria popular, como agora a de Muamar Kadafi, retirado de um esgoto, para ser trucidado pelos seus captores, como bem mereceu, pela forma com que tratava "seu" povo.

Absorvendo uma herança maldita, do governo Lula, a nova mandatária brasileira, Dilma Rousseff, tem pago seus pecados, tendo que suportar ministros de duvidoso passado. Em apenas dez meses de governo, seis ministros caíram e, se a moda pegar, ficará livre das "pragas" que lhe foram impostas pelo seu padrinho e protetor. Exatamente por essas razões de apadrinhamento, Lula largou-lhe às costas uma carga maldita.

Orlando Silva, o último ministro a cair, uma das "lideranças" do partido Comunista do Brasil (PCdoB), depois de muito malabarismo, de se equilibrar exaustivamente na corda bamba, acabou se espatifando, como seus antecessores colegas, que não suportaram as pressões da imprensa diante das provas de corrupção apontadas pelos seus próprios companheiros de aventura, vendo ainda o Supremo Tribunal Federal abrir investigação sobre sua conduta à frente do Ministério do Esporte.

O problema do Brasil é a chamada utilização de dois pesos e duas medidas. Todos nós sabemos que assaltam dúvidas terríveis sobre a chamada classe política, pelas facilidades no manuseio de recursos públicos pelos mais diversos mecanismos de favoritismo, como o caso das chamadas ONGs, que recebem dinheiro público para aplicar em projetos que ninguém fiscaliza, deixando sua sigla partidária, o PCdoB, com uma formidável mancha, que dificilmente será apagada da memória popular, pelo menos dos que acompanham o noticiário político nacional pela imprensa. Viva o BRASIL!!!

Gutman Uchôa de Mendonça - A Gazeta

domingo, 20 de novembro de 2011

AINDA A HERANÇA PESADA

Chamada de "mãe do PAC" - o Programa de Aceleração do Crescimento criado com objetivos nitidamente eleitorais - pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que desse modo queria forjar a imagem de administradora competente da então candidata presidencial do PT, a presidente Dilma Rousseff agora está tendo de pagar as contas do mesmo programa deixadas por seu antecessor. São despesas tão grandes que, financeiramente, a impedem de iniciar obras que havia anunciado como prioritárias durante a campanha eleitoral e constam do Orçamento de 2011.



O governo Dilma anunciará nos próximos dias um novo balanço parcial da execução do PAC e, como já fez em julho, quando apresentou as realizações dos primeiros seis meses de mandato da atual presidente, deverá exibir números com os quais tentará convencer a população de que o programa está sendo executado de acordo com a programação e que os investimentos neste ano são maiores dos que os de 2010.

Os grandes números da execução do PAC, de fato, sugerem esse aumento. Os pagamentos relativos a ações (investimentos e outras despesas) inscritas no PAC feitos neste ano já somam R$ 21,7 bilhões, valor praticamente igual aos R$ 22 bilhões pagos durante todo o ano passado. Não há dúvidas de que, até o dia 31 de dezembro, o total de 2011 alcançará um valor bem maior do que o do ano passado.

Mas, como mostrou o Estado (18/11), em reportagem de Lu Aiko Otta, nada menos do que R$ 16,1 bilhões, ou praticamente três quartos de tudo o que foi gasto em 2011, se referem a restos a pagar - despesas assumidas em exercícios anteriores (no governo Lula), mas não quitadas e, por isso, foram empurradas para os anos seguintes -, de acordo com levantamento feito pela organização não governamental Contas Abertas. Isso quer dizer que o governo Dilma só conseguiu aplicar R$ 5,6 bilhões em projetos previstos no Orçamento do PAC para 2011, que totaliza R$ 40,4 bilhões. Em resumo, até agora, o atual governo só conseguiu executar 13,9% do que foi programado para 2011.

A execução do PAC no ano que vem não deverá ser muito melhor do que a de 2011. Ainda resta uma fatia pesada da herança deixada pelo governo Lula. Mesmo com os pagamentos já feitos, o estoque de restos a pagar continua alto, de R$ 16,4 bilhões. "Provavelmente ainda viraremos o ano com um saldo grande", previu o secretário-geral da associação Contas Abertas, economista Gil Castelo Branco.

A associação considera o que o governo Dilma está fazendo uma espécie de "arrumação da casa", ou um acerto das contas deixadas pelo antecessor. Essa arrumação está impedindo o atual governo de cumprir com a velocidade prometida uma das principais promessas eleitorais da então candidata do PT, o programa Minha Casa, Minha Vida, que, no Orçamento de 2011, recebeu uma das maiores verbas do PAC.

O Orçamento de 2011 reservou R$ 12,7 bilhões para o programa habitacional. As demonstrações financeiras do governo indicam que neste ano foram gastos pouco mais de R$ 5,6 bilhões no programa Minha Casa, Minha Vida. Mas praticamente todo esse gasto se refere a restos a pagar. Apenas R$ 6,5 milhões, ou 0,05% do valor orçado para este ano, se referem a despesas novas. "Como explicar que um programa tão importante na campanha tenha uma execução tão pífia?", pergunta Castelo Branco.

Um dos motivos pode ser a intenção do governo de reduzir gastos, para não alimentar a inflação. Mas o governo faria melhor se cortasse outras despesas para preservar investimentos que considera prioritários. Também a necessidade de cumprir a meta de superávit primário pode estar desestimulando os investimentos, que sabidamente estão sendo feitos com muita lentidão no governo Dilma.

Mas há ainda um problema crônico das administrações do PT, que é sua notória incapacidade de gerir com eficiência os recursos de que dispõe. A limpeza feita em alguns órgãos - sobretudo do Ministério dos Transportes, responsável por grandes investimentos federais - tornou ainda mais lentas as decisões no governo Dilma. Não há sinais de que as mudanças no Ministério tenham melhorado o quadro.

Fonte: O Estado de São Paulo

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

OUTRO FEUDO, OUTRO ESCÂNDALO

Se o ministro Gilberto Carvalho, titular da Secretaria-Geral da Presidência, se diz cansado das crises provocadas por denúncias de corrupção no governo, que dirá a sociedade que afinal é quem paga a conta dos malfeitos, como costuma dizer a presidente Dilma Rousseff? O desabafo do ministro se seguiu a outra revelação do gênero - a da existência de um esquema de extorsão de organizações não governamentais (ONGs) conveniadas com o Ministério do Trabalho, apropriado pelo chefão do PDT, Carlos Lupi. Segundo a revista Veja, dirigentes de uma ONG do Rio Grande do Norte, o Instituto Êpa, e de outra, denominada Oxigênio, sediada no Rio de Janeiro informaram que as entidades, contratadas para ministrar cursos de capacitação profissional, foram alvo do clássico golpe da criação de dificuldades para a venda de facilidades.

A certa altura da execução dos convênios, as ONGs eram avisadas de que, por supostas irregularidades que teriam cometido, não receberiam novos repasses - a menos que molhassem as mãos de seus interlocutores da cúpula do Trabalho com 5% e 15% do valor dos contratos. Os achacadores seriam um então assessor de Lupi, o deputado federal maranhense Weverton Rocha, e o coordenador-geral de Qualificação da pasta, Anderson Alexandre dos Santos. A dupla respondia ao chefe de gabinete do ministro, Marcelo Panella, não por acaso tesoureiro do PDT, para onde se destinaria, no todo ou em parte, o cala-boca extraído dos ongueiros. Não se sabe com que grau de detalhamento, mas o fato é que o Planalto tinha ciência dos podres do feudo de Lupi, outro dos ministros que a presidente foi obrigada a herdar de seu patrono Lula.

Tanto assim que, em agosto último, Dilma mandou demitir Panella. No sábado, Lupi teve de afastar Santos pelo tempo que durar a sindicância por ele anunciada, enquanto recitava a mesma lengalenga a que recorreram os cinco colegas que acabariam varridos do Gabinete: não compactua com desvios de recursos públicos, mas as denúncias devem respeitar o princípio do amplo direito de defesa. Ao blá-blá-blá de sempre, o bravateiro Lupi acrescentou uma provocação: "Tem muita gente graúda incomodada com a minha presença no Ministério, mas vão ter que me engolir". Ele sabe que já estava marcado para cair na reforma ministerial prevista para o começo do ano. O seu medo maior é o desmonte da usina de beneficiamento do PDT a que o Trabalho foi reduzido, na operação lulista de cooptação da Força Sindical liderada por outro notório personagem, o deputado Paulo Pereira da Silva.

A julgar pelo retrospecto recente, no entanto, ele não precisa se preocupar. Quando se tornou insustentável a permanência do ministro Orlando Silva, do PC do B, no Esporte, a única dúvida no Planalto era sobre o nome do camarada que iria lhe suceder. O partido impôs o deputado Aldo Rebelo. O antecessor, como se sabe, foi levado a se imolar por causa das maracutaias nos convênios da pasta com ONGs, algumas delas criadas para repartir com o PC do B o dinheiro recebido. Por bem ou por mal, como se vê agora no escândalo envolvendo o PDT, a cobrança de pedágio das entidades do Terceiro Setor interessadas em contratos com a administração federal é uma forma rotineira de irrigar finanças partidárias. Mas o problema não se resolve com a "tradicional" retirada do sofá da sala.

Restringir os convênios apenas a entes públicos, como pretende Rebelo, é um retrocesso na gestão dos programas de promoção social em qualquer nível de governo. É ainda abrir mão do dever - e do poder - de fiscalizar adequadamente o uso dos recursos arrecadados da sociedade. Trata-se de separar o joio do trigo e instituir normas de habilitação das ONGs que impeçam políticos corruptos de fechar negócio com aquelas que, com avidez ou a contragosto, farão a sua parte no cambalacho. Essa seria a intenção da presidente, depois do pente-fino que mandou passar em todos os convênios do Executivo. A higienização, de toda maneira, é um ponto de partida, não de chegada. Esse é o desmanche da engrenagem que enlaça apoio parlamentar ao Planalto e arrendamento aos partidos, chaves na mão, de setores inteiros do governo. Mas isso não está no horizonte.

Fonte: O Estado de São Paulo

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

LUZ VERMELHA.

Enquanto discutia filigranas totalitaristas, como o controle da imprensa, durante congresso partidário realizado em Brasília, o Partido dos Trabalhadores deixou para trás assuntos importantes, como o amaldiçoado espólio de Luiz Inácio da Silva. Mesmo estando às voltas com escândalos de corrupção e os reflexos da crise internacional na economia brasileira, a presidente Dilma Rousseff prefere não admitir a virulência do legado de seu antecessor.

Quando, em dezembro de 2008, Lula da Silva ocupou os meios de comunicação para pedir ao povo a manutenção do consumo em níveis elevados, como forma de evitar as reticências da crise que o então presidente classificou como “marolinha”, os jornalista do ucho.info alertaram para o perigo do apelo presidencial, algo que colocaria o País em situação de risco. À época, o fanfarrão Lula preferiu dizer que o ucho.info, assim como alguns veículos midiáticos, torciam contra o Brasil, quando na verdade alertamos para o perigo que certamente chegaria.

Há dias, o Comitê de Polícia Monetária do Banco Central, o Copom, decidiu reduzir em meio ponto percentual a taxa básica de juro (Selic), que passou de 12,5% ao ano para 12%, tendo como justificativa uma desaceleração da economia brasileira. Se a economia interna recuou não significa que a demanda seguiu o mesmo caminho. Na verdade, o ritmo mais lento da indústria nacional é reflexo da enxurrada de produtos importados, que tem mantido em alta a demanda interna.

Com esse cenário, a inflação tende a permanecer no patamar atual, o que compromete sobremaneira o desenvolvimento do País e coloca o consumidor cada vez mais em risco, pois o consumismo desenfreado, aliado ao crédito fácil, reforça os assustadores níveis de inadimplência. Mas a inflação não é alimentada apenas por esses fatores até então mencionados. A arrecadação tributária tem avançado de maneira assustadora, mas no contraponto o governo federal mostra que não sabe gastar.

Em outras palavras, a partidarização do Estado e o loteamento da máquina pública fazem com que o País continue carente de ações em setores vitais para a economia.
Fora isso, o segundo semestre normalmente é mais aquecido em termos de consumo, sem contar que nesse período ocorrem as negociações salariais de diversas categorias, situação que colocará no mercado um maior volume de dinheiro. De quebra, para pressionar ainda mais a inflação, os três últimos meses do ano são marcados pela chegada do décimo terceiro salário e os empregos temporários.

O brasileiro que se prepare, pois a real situação brasileira, que o Palácio do Planalto vem tentando esconder a todo custo, é no mínimo assustadora.

Fonte: Ucho.Info

domingo, 28 de agosto de 2011

A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR.

Jaques Wagner é um homem lúcido. Diante da queda de mais um ministro, o terceiro a deixar o governo sob acusações de corrupção, o governador da Bahia comparou o estilo da presidente Dilma ao de seu antecessor: "Ela é dura, o sistema dela é um pouco brutal". Já Lula seria "mais ‘palanqueiro’, talvez mais tolerante com as coisas".

Wagner chegou perto de dizer a verdade, mas não a disse por inteiro. A verdade inteira é que foi Lula quem construiu a coalizão de forças que está aí; quem deu passe livre para que seus integrantes, a começar pelo PT, usassem o Estado brasileiro como se fosse propriedade sua, acobertando o malfeito e dando proteção política aos malfeitores.

É frequente o comentário político de que os vícios que agora se revelam são resultado inevitável do funcionamento do presidencialismo brasileiro.

Atribui-se a culpa ao sistema, para isentar de responsabilidade o ex-presidente Lula. Não é verdade, porém, que um presidente esteja condenado a fazer o que fez o antecessor de Dilma Rousseff. Se o fez foi porque escolheu fazer.

No início de seu primeiro mandato, Lula recusou-se a aceitar um acordo preferencial com o PMDB, costurado por José Dirceu. Temia ficar refém de um grande partido e pôr em risco a hegemonia do PT na aliança. Preferiu armar sua base parlamentar com a adesão de pequenos partidos, anabolizados com a transferência de parlamentares e recursos financeiros, sob o patrocínio do Palácio do Planalto.

Cresceu assim o Partido da República (PR), então chamado Partido Liberal, agremiação controlada por Valdemar Costa Neto, cujas estripulias são hoje bem conhecidas.

Para encontrar espaço para enfiar tamanho saco de gastos no Executivo, Lula ampliou, de pouco mais de 20 para 35, o número de postos ministeriais e abriu as portas de empresas estatais e agências regulatórias ao loteamento político. No Congresso Nacional, mais especificamente na Câmara dos Deputados, seu governo passou a operar o esquema que viria a ser conhecido como "mensalão". Que Lula tenha alegado nada saber sobre o esquema não é moralmente desculpável, mas é da lógica política. Ter decidido travesti-lo com a roupagem de caixa 2 e se empenhado na proteção e posterior reabilitação política de boa parte dos envolvidos foi escolha sua.

Diante do susto do "mensalão", Lula resolveu dar ao PMDB o lugar de sócio privilegiado na aliança governista. O cuidado para não enfraquecer a posição do PT explica o zelo demonstrado na proteção política a "aloprados" de variada natureza e dimensão. Seria de esperar que reforçasse os mecanismos de controle dentro de seu próprio governo. Esses não são apenas institucionais. São também políticos e dependem fundamentalmente da autoridade do presidente e de como ele a utiliza.

Mas, como disse Jaques Wagner, que o conhece bem, Lula é "palanqueiro" e "tolerante".

A tolerância pode ser uma virtude política, e Lula a tem: não é homem de perseguir os adversários nem de se negar ao diálogo. Pode ser, porém, um enorme defeito, quando significar complacência com o mau uso dos recursos públicos. Palco de escândalo no primeiro mandato, a Empresa de Correios e Telégrafos foi entregue em seguida ao PMDB. Este deitou e rolou na estatal a ponto de exigir uma intervenção de emergência ao apagar das luzes do segundo mandato, já em plena campanha eleitoral, em face da iminência de um colapso em seus serviços. Outros partidos deitaram e rolaram em outras estatais (Infraero, por exemplo) e agências reguladoras (vide ANP).

Com a economia "bombando", em pleno "espetáculo do crescimento", Lula não pensava senão naquilo: agregar e manter apoios políticos para eleger a sua sucessora, empenhando-se pessoalmente na empreitada, não raro infringindo a legislação eleitoral e debochando de juízes que, cumprindo o dever, lhe aplicavam multas por transformar cerimônias oficiais em palanques eleitorais.

Dilma não se pode dar ao luxo de não ver ou aceitar prazenteiramente o modus operandi da coalizão de forças que a elegeu. Faltam-lhe as grandes qualidades e os defeitos superlativos de Lula. A economia não está mais "bombando". E "bombará" menos ainda, até onde a vista alcança, por mais que seja atenuado o impacto da crise internacional sobre o Brasil. Por ora, não há faxina alguma. Observam-se, sim, umas sapatadas aqui e acolá à medida que uma barata aparece na sala, na feliz imagem do jornalista Fernando Barros e Silva. E elas estão aparecendo não porque a presidente se tenha posto a caçá-las pela casa, mas porque há uma briga de punhais dentro da aliança governista - ou não foi o irmão do senador Roberto Jucá, líder do governo no Senado, quem primeiro acusou o recém-caído ministro da Agricultura? - e porque a imprensa e alguns órgãos de Estado estão cumprindo o seu papel. Conseguirá a presidente rearticular a sua base de apoio político sem coonestar o modus operandi da aliança que foi funcional para a sua eleição, mas ameaça gravemente a qualidade do seu governo?

Uma coisa é certa: o rei está nu. Lula não inventou o sistema político brasileiro, não criou o fisiologismo nem deu origem à corrupção. Tudo isso já existia antes de ele assumir a Presidência. Mas nada do que se está vendo - na escala, na extensão e na profundidade que se revelam - deixa de ter a sua marca registrada.

A honestidade intelectual me impede de dizer sobre o governo Lula o que ele próprio e seu partido disseram sobre o governo Fernando Henrique Cardoso. O antecessor de Dilma Rousseff e seu governo têm qualidades. Deixaram-nos, porém, esta, sim, uma herança maldita: a corrupção sistêmica e disseminada no setor público federal; o aparelhamento do Estado, em níveis que há muito não se viam, incluindo ministérios cruciais, agências regulatórias e empresas estatais; a desmoralização do sistema partidário; e o debilitamento do próprio PT, agora tutelado por sua "majestade".

Ou nos livramos dessa herança ou seremos tragados por ela.

Sérgio Augusto - O Estadão.com

sábado, 20 de agosto de 2011

O SILÊNCIO CONSTRANGIDO DO PT.

Petistas não defendem faxina publicamente e se irritam com termo "herança maldita de Lula"
O constrangimento do PT lulista com as ações da presidente Dilma Rousseff, que têm resultado no desmonte de esquemas de corrupção nos ministérios partidários, vem sendo explicitado pela ausência de manifestações públicas de apoio à faxina. Nenhum petista se coloca publicamente contra a limpeza ética no Ministério, mas nos bastidores muitos deles se dizem incomodados principalmente com o fato de ela ter atingido até agora três ex-integrantes do governo Lula.

Além deles, o outro que caiu até agora, Nelson Jobim, também foi herdado de Lula.

Internamente, petistas avaliam que a onda de denúncias e demissões alimenta o discurso da oposição de que Lula deixou uma "herança maldita" para Dilma, o que eles repudiam. Além disso, há preocupação de que Dilma fique refém da fórmula adotada de apurar toda denúncia de corrupção, o que poderá impedir que o governo encerre a atual crise, além de a onda poder atingir todas as siglas, inclusive o PT.

- Não concordamos com a tentativa de ataque à herança do presidente Lula. Lula é o nosso comandante. Dilma está constrangendo o PT ao desmontar a imagem de um governo que deu certo - afirmou um experiente petista, de forma reservada.

Um dos mais fiéis aliados de Lula, o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) reclama que a oposição, em parceria com a imprensa, está criando essa versão de que Lula deixou uma "herança maldita" para Dilma, "do mesmo jeito que inventou o mensalão".

- Quem inventou a tal da faxina? Vocês criaram essa imagem. Mas a presidente não é faxineira! O Lula não está incomodado nada com isso. Fundamos nosso instituto, não tem nada que nos abala - disse Devanir.

"Não existe herança maldita"
No depoimento do ministro Pedro Novais (Turismo), na Câmara, quarta-feira, o líder do PT, deputado Paulo Teixeira (SP), fez discurso semelhante:

- A oposição está usando isso (as denúncias e demissões) como um palco para aparecer. Não existe herança maldita. No governo Lula, as instituições funcionaram com independência total e muitos servidores foram demitidos. Nós do PT estamos dando todo o apoio à presidente Dilma, que está colocando em prática políticas permanentes.

O presidente Lula também atuou com rigor contra a corrupção, não teve leniência com a corrupção.

Os mais preocupados no PT com a faxina de Dilma falam, nas reuniões fechadas, em descontrole e até em um golpe que impediria a conclusão do mandato da presidente. A reação petista se acirrou a partir da Operação Voucher no Turismo, que atingiu um ex-assessor da senadora Marta Suplicy (PT-SP) e pode atrapalhar os planos do PT na eleição para prefeito da capital paulista - Marta é a preferida do PT para a disputa, embora Lula esteja trabalhando para fazer do ministro Fernando Haddad (Educação) o candidato.

Há também os que comparam a ação da oposição ao udenismo de Carlos Lacerda, que levou ao suicídio de Getúlio. Foi o que fez o senador José Pimentel (PT-CE) no plenário no dia do lançamento da frente suprapartidária.

O senador Pedro Taques (PDT-MT), um dos nove senadores que integram a frente suprapartidária, retruca:

- Dizem que estamos tendo uma atitude de udenistas, que só falar contra a corrupção é muito estreito. Para mim, o que é muito estreito é roubar, deixar roubar, aparelhar o Estado.

O senador Jorge Viana (PT-AP) é um dos raros que defendem abertamente a ação da presidente Dilma:

- Meu sentimento é que a maioria está apoiando as ações da presidente em defesa da ética na administração pública. Por mais que exista sentimento de posse de algumas pessoas quanto aos cargos, algumas mudanças são necessárias, por mais que isso não seja o ideal num começo de governo.

Maria Lima - Adriana Vasconcelos -

sexta-feira, 29 de julho de 2011

MALDITA? QUAL?


 Lula, segundo ele, recebeu de seu antecessor uma “herança maldita”. E, dito isso, levou à frente muito do que encontrou – o “bolsa escola” expandido com o novo nome de “bolsa família” é o exemplo que ocorre logo.

Inflação começava a ser controlada, o sistema bancário foi saneado, contas em dia, tudo em ordem para o país sair do atoleiro inflacionário – e a “carta aos brasileiros” havia acalmado os inquietos.

E Lula, sempre queixoso e crítico do passado, foi em frente. Buliu aqui, mexeu ali, falou muito e decolou. Popularidade aos montes, à frente de tudo e de todos nas pesquisas.

Tropeços vieram, o mensalão explode na sala ao lado da sua, mas ele não sabia de nada: Dirceu rola. Mansão suspeita, caseiro com sigilo bancário violado: rola o Palocci. E outros casos foram surgindo, algumas cabeças mais rolam, outras mudam de lugar. Popularidade sempre em alta. E Lula sempre sem saber de nada.

Lula decidiu que seria sucedido por Dilma.

Dilma cruzou um céu de brigadeiro, na onda da generalizada convicção de que o governo anterior, o do Lula, tinha sido excelente. Ela vinha com o compromisso de dar-lhe continuidade.

Agora, passados seis meses, entre uma trapalhada e outra, alguma coisa mudou nesse panorama.

O caso desabrocha na imprensa e rola o Palocci pela segunda vez. E aí desaba na lama o Ministério dos Transportes – pelo visto, praticamente todo.

E o governo Lula surge diferente. E Dilma, a “gerentona”, também surge diferente.

Não é concebível que uma administração minimamente competente tenha permitido durante oito anos o progresso de uma máquina de corrupção tão alastrada, numa área tão importante para o país como os transportes, sem que ninguém percebesse.

Se Lula tinha mais o que fazer, Dilma estava lá tocando o PAC, capaz, severa, atenta e maternal. Ou não?

Lula disse que a herança recebida era maldita. Mas a herança que Dilma recebeu tem jeito de ser incomparavelmente pior. E ela própria, Dilma, é parte da herança - o que complica tudo.

O governo Lula é origem, e está comprometido com tudo isso que estamos sabendo agora. O governo Dilma, por conseqüência, também. E o PT também.

Edgar Flexa Ribeiro

sexta-feira, 8 de julho de 2011

DILMA DIANTE DA ALCATÉIA.

A presidente Dilma Rousseff não escapou do ressentimento da base parlamentar do Planalto por ter preferido esperar que o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, titular do mal chamado Partido da República (PR), se enforcasse nas próprias cordas, em vez de fazer a coisa certa para demonstrar a sua intransigência com a corrupção, qualquer que fosse o preço a pagar: afastar o ministro juntamente com os seus quatro auxiliares diretos suspeitos de cobrar propinas e superfaturar obras pagas pela pasta. Mas, ao poupá-lo, além de tornar a ser vista como vacilante, Dilma não escapou das críticas dos chamados aliados. "O ministro não merecia esse desenlace", reclamou um deputado da sua legenda. "Isso terá consequências", previu o presidente de outra sigla governista, inconformado com a demissão dos quatro suspeitos sem consulta a Nascimento.



Afinal, ele teve de se demitir, anteontem, quando novos escândalos mancharam o seu já carregado prontuário. Na mesma quarta-feira, O Globo revelou que uma empresa de seu filho Gustavo Morais Pereira cresceu colossais 86.500% em seis anos - de R$ 60 mil para R$ 52,3 milhões. O precoce empresário de 27 anos fazia negócios com outra empresa, beneficiária de recursos do Ministério dos Transportes - onde a mulher de seu proprietário é funcionária nomeada por Nascimento e mexe com dinheiro grosso. Além disso, o site do Estado revelou que o então chefe de gabinete da pasta, Mauro Barbosa, um dos afastados por Dilma, constrói em Brasília uma casa que deverá custar-lhe cerca de R$ 4 milhões. E, completando a safra de escândalos do dia, em um dos 74 inquéritos abertos para apurar desvio de verbas no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a Polícia Federal apurou que um sobrinho do deputado federal João Maia, outro republicano, cobrava pedágio de 5% dos valores pagos a uma empresa prestadora de serviços ao órgão.

O Ministério dos Transportes, terreno de onde jorra lama onde quer que se perfure, foi cedido pelo então presidente Lula, ainda no seu primeiro mandato, ao PL do vice José Alencar. A legenda veio a se chamar PR depois da fusão com o Prona. Pelo ingresso de Alencar na chapa, o PT, presidido pelo deputado José Dirceu, pagou R$ 10 milhões ao PL controlado pelo colega Valdemar Costa Neto. Eles se reuniram a poucos metros de onde Lula e Alencar se entendiam. Réu do mensalão, Costa Neto renunciou para não perder o mandato. Reeleito, segue sendo o capo do PR presidido por Nascimento. "Despachava" com empreiteiros no gabinete do ministro. Disputa com outros figurões da base a condição de encarnar o acervo mais representativo da herança maldita que a presidente recebeu do seu mentor. Lula não só uniu em torno de si a escória política nacional, como permitiu-lhe frequentar sem embaraço os cofres federais.

Sabe-se hoje que sua ministra da Casa Civil não estava pisando nos astros, distraída, enquanto se perpetrava o assalto ao trem pagador do Ministério dos Transportes. Já não vem ao caso imaginar o que ela fez ou deixou de fazer pelo patrimônio público posto ao alcance dos lobos. Mas dois fatos atuais não podem ser deixados de lado. Um é que, ao assumir a Presidência da República, prometeu ser implacável com a corrupção. O outro é que a corrupção continuou solta e pesada nos Transportes até que a imprensa a expusesse. Nessa hora, no fim da semana passada, a presidente teve a chance histórica de iniciar uma cirurgia radical na pasta para livrar-se da "herança maldita". Em vez de aproveitá-la, preferiu manter o ministro e entregar-lhe a apuração das traficâncias praticadas a um palmo do seu nariz. Depois, em zigue-zague, mandou suspender as licitações por ele aprovadas, enquanto as ministras da Casa começavam a tratá-lo como um morto-vivo.

A presidente, em suma, deixou passar a primeira hora da verdade da sua gestão. A segunda já ressoa pela voz dos dirigentes do PR que não abrem mão do seu feudo e advertem que Dilma terá de se entender com o caído Nascimento para a escolha do sucessor.

Se ela sucumbir à chantagem, já não fará muita diferença para a sua imagem se convidar de uma vez para o cargo o próprio Valdemar Costa Neto.

Fonte: O Estadão.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

ESTELIONATO ELEITORAL.

Até o dia das eleições, o discurso de Lula, de Dilma e do governo do PT, usando os mais modernos recursos cinematográficos, produziram edulcorados programas de rádio e de TV para encher os eleitores de “realidades” e de “promessas”. As duas principais e que determinaram a vitória das forças do governo:


1) A economia está e continuará bombando, o que quer dizer que não faltará produto nacional e importando, mesmo desindustrializando o País. Além disto, quem ainda não ficou rico, daqui a pouco vai enriquecer, já que o paraíso aqui na terra é agora o próprio Brasil, o único País que driblou a crise em tempo recorde e com as próprias forças, graças aos seus geniais dirigentes.

2) O governo está e continuará gastando e investindo, porque tem um saco sem fundos e agora empresta dinheiro até para o FMI.

. Foi tudo um estelionato eleitoral.

. Mas quem ganhou foi Dilma Roussef, até porque o eleitorado anestesiado pela droga consumista não quis ouvir advertência alguma dos “estraga prazeres” da oposição – invejosa dos feitos do presidente.

. Agora se sabe que Lula deixará uma herança maldita para Dilma.

. Para reduzir o desastre anunciado e por que não tem mais tempo a perder antes que entorne o caldo, o próprio Lula mandou seus ministros anunciarem (Lula não anuncia notícia ruim): 1) Os bancos passam a ter menos dinheiro (empréstimo compulsório maior) e ele ficará mais caro (juros básicos maiores, prazos menores). 2) Os gastos e investimentos do governo tomam cortes oceânicos (obras do PAC 1 ficam mais lentas, o PAC 2 fica para o ano que vem. 3) O dólar desvalorizado será menos problemático, porque a desaceleração da economia derrubará o consumo.

- O PIB, que caiu 0,2% em 2009, crescerá 7% este ano, avançará 3% em 2010, taxa insuficiente para garantir empregos aos que estão fora do mercado de trabalho e prover empregos aos que chegam.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

PROBLEMAS EM SÉRIE.

O presidente Lula está deixando para sua sucessora vários problemas que custarão muito caro ao país. O alerta foi feito pelo ex-governador de São Paulo José Serra após deixar a Liderança do PSDB no Senado, onde esteve nesta quarta-feira (24) para uma visita de cortesia a deputados e senadores do partido. “A próxima gestão receberá uma herança muito problemática”, criticou. Na avaliação do tucano, ao invés de buscar soluções responsáveis para o que classificou de um “nó de difícil solução”, o petista prefere fazer campanha antecipada com vistas à eleição de 2014.


De acordo com Serra, são várias as bombas que “saltam do armário” na reta final do governo Lula. Na lista da herança maldita para Dilma, destacou, em especial, o quadro adverso da economia. “Vemos a inflação em crescimento, uma taxa de câmbio super valorizada que está desindustrializando o país e castigando o produtor doméstico, além da queda da atividade econômica, especialmente no setor industrial”, enumerou. Além disso, o candidato do PSDB à Presidência em 2010 alertou para a maquiagem no déficit público e para o maior rombo no balanço de pagamentos da história brasileira.

Fonte: http://bit.ly/gWCVfQ