A tendência agora é que essa largada tão antecipada na sucessão presidencial contamine a política do país, deflagrando o jogo também nos Estados
O ex-presidente Lula pode ter suas razões para acelerar a campanha de 2014, mas para Dilma não pareceu bom negócio. Agora ela ficará a reboque dessa agenda, quando tem desafios em conta pela frente, como os sinais alarmantes na economia, o Congresso controlado pelo PMDB fisiológico, as obras empacadas de infraestrutura e da Copa de 2014, entre outros tantos.
A tendência agora é que essa largada tão antecipada na sucessão presidencial contamine a política do país, deflagrando o jogo também nos Estados, inclusive por aqui. A própria relação da presidente com o parlamento, que já não prometia ser das mas fáceis, com Renan, Henrique Alves e companhia por lá, pode ficar desfocada por essa ótica eleitoral.
O governo começa o ano sem ter o Orçamento aprovado no Congresso, e com questões espinhosas para negociar com deputados e senadores. Temas do calibre dos royalties do petróleo e as mudanças na alíquota do ICMS, só para citar dois pontos caros ao Estado.
Ao se colocar como candidata, a presidente tira da pauta a imagem gerencial e de austeridade que marcou o início do seu mandato, e passa a privilegiar a política, área em que, a bem da verdade, nunca teve traquejo.
Com Lula orientando à distância (mas não tanto), ela provavelmente vai lotear o ministério para realocar os partidos de olho na eleição. E não é à toa que o PSD já tem garantida uma pasta, enquanto PR e PDT, afastados na pretensa “faxina”, deverão galgar mais espaços na gestão.
O curioso é que, a rigor, não parecia haver motivos para deflagrar com tanta urgência a sucessão de 2014. A oposição andava “mergulhada”, desunida, sem um líder maior, sem um candidato com brilho e sem propostas consistentes para se contrapor ao projeto petista.
Alguns especialistas cogitam que o movimento foi sobretudo para evitar a divisão do próprio PT quanto à candidatura de Dilma. Avaliam que, se os resultados negativos na economia persistirem ou se agravarem, muitos órfãos de Lula defenderiam como solução o retorno dele, por ser um candidato mais competitivo.
Pode ser. Mas o fato é que ao trocar a agenda administrativa pela eleitoral, Dilma fez uma aposta de risco. Mas também não foi uma boa notícia para o país, que precisa com urgência de uma gestão consistente, embora esse sempre seja um ponto fraco do governo Dilma. Agora, com a pauta eleitoral dominando as atenções do governo, alguém ainda vai lembrar que há um país para governar até a próxima eleição.
Fonte: A Gazeta
O ex-presidente Lula pode ter suas razões para acelerar a campanha de 2014, mas para Dilma não pareceu bom negócio. Agora ela ficará a reboque dessa agenda, quando tem desafios em conta pela frente, como os sinais alarmantes na economia, o Congresso controlado pelo PMDB fisiológico, as obras empacadas de infraestrutura e da Copa de 2014, entre outros tantos.
A tendência agora é que essa largada tão antecipada na sucessão presidencial contamine a política do país, deflagrando o jogo também nos Estados, inclusive por aqui. A própria relação da presidente com o parlamento, que já não prometia ser das mas fáceis, com Renan, Henrique Alves e companhia por lá, pode ficar desfocada por essa ótica eleitoral.
O governo começa o ano sem ter o Orçamento aprovado no Congresso, e com questões espinhosas para negociar com deputados e senadores. Temas do calibre dos royalties do petróleo e as mudanças na alíquota do ICMS, só para citar dois pontos caros ao Estado.
Ao se colocar como candidata, a presidente tira da pauta a imagem gerencial e de austeridade que marcou o início do seu mandato, e passa a privilegiar a política, área em que, a bem da verdade, nunca teve traquejo.
Com Lula orientando à distância (mas não tanto), ela provavelmente vai lotear o ministério para realocar os partidos de olho na eleição. E não é à toa que o PSD já tem garantida uma pasta, enquanto PR e PDT, afastados na pretensa “faxina”, deverão galgar mais espaços na gestão.
O curioso é que, a rigor, não parecia haver motivos para deflagrar com tanta urgência a sucessão de 2014. A oposição andava “mergulhada”, desunida, sem um líder maior, sem um candidato com brilho e sem propostas consistentes para se contrapor ao projeto petista.
Alguns especialistas cogitam que o movimento foi sobretudo para evitar a divisão do próprio PT quanto à candidatura de Dilma. Avaliam que, se os resultados negativos na economia persistirem ou se agravarem, muitos órfãos de Lula defenderiam como solução o retorno dele, por ser um candidato mais competitivo.
Pode ser. Mas o fato é que ao trocar a agenda administrativa pela eleitoral, Dilma fez uma aposta de risco. Mas também não foi uma boa notícia para o país, que precisa com urgência de uma gestão consistente, embora esse sempre seja um ponto fraco do governo Dilma. Agora, com a pauta eleitoral dominando as atenções do governo, alguém ainda vai lembrar que há um país para governar até a próxima eleição.
Fonte: A Gazeta
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