quinta-feira, 6 de maio de 2010

SAÚDE MENTAL, DROGAS E DINHEIRO NO RALO.

O Brasil parece mesmo estar nadando em dinheiro, exemplos de desperdício de recursos públicos são diariamente noticiados pela mídia. Pois bem, vou acrescentar mais um exemplo , refiro-me agora ao Programa de Saúde Mental e a construção dos CAPS (Centro de Atendimento Psiquiátrico), incentivados a serem construídos em todos , ou quase todos Municípios do País, tudo em nome da modernidade e condenação das internações destes pacientes, no conceito de que podem ser acompanhados integralmente num sistema inspirado no Hospital/dia. Milhares de reais são disponibilizados para a construção destes Centros , que demandam obras de grande porte pois deverá abrigar um equipe multidisciplinar, administrativa, de suporte e espaço suficiente atendimento dos pacientes, em regime integral do conceito hospital dia.


Mais uma vez, como está virando rotina no País, não levaram em conta os custos de gerenciamento dos CAPS. Obra pronta, empreiteiras com dinheiro na conta, inauguração, discursos, festa e esperança de melhoria do atendimento ao portador de doença mental frustrado pela incapacidade financeira dos Municípios em bancar o custo do funcionamento do programa e mais um elefante branco nas costas dos contribuintes, o que infelizmente está virando rotina.

Tomemos como exemplo, um município pequeno de 15.000 habitantes que deve ter em torno de 400 a 500 pessoas necessitando desse tipo de atendimento. Desses 50%, ou seja, de 200 a 250 pacientes dependem de um acompanhamento diário, quando a capacidade desses Centros geralmente gira em torno de 20 a 30 doentes no sistema de atendimento integral. O que fazer com os outros? Se considerarmos que, nos dias atuais, a maior parte deste contigente são de dependentes químicos, a coisa fica pior ainda , pois são geralmente abandonados pela família e pela sociedade, entreguem à própria sorte, tornando-se ao mesmo tempo vítimas e algozes dessa mesma sociedade.

Necessitamos urgentemente de um Programa Nacional de Combate às drogas e ao seu tráfico, assim como concomitantemente Centros de desintoxicação e recuperação dos dependentes químicos que sejam accessíveis à toda camada da população, já que o crack com seu efeito devastador e baixo preço, está incapacitando milhares de vidas de nossos adolescentes.

Programa de Saúde Pública sem recursos definidos e garantidos em todas suas etapas, é desperdício de dinheiro do contribuinte. Realmente o Brasil precisa e pode fazer muito mais.

3 comentários:

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  2. Saude Pública no Brasil é caso de polícia !!!

    É isso mesmo Dr Marcos... Saúde Pública é coisa séria e devia ser encarada com mais responsabilidade pelos nossos governantes.

    Na verdade as obras de fachada como essa dos CAPS entre tantas outras, são exemplos notórios de desperdício e desrespeito ao contribuinte.
    Para a maioria dos nossos mal acostumados governantes, o que menos interessa é o bem estar social.
    Gasta-se muito dinheiro na construção e na compra de equipamentos para esse tipo de obra eleitoreira(geralmente super faturadas) e no final, os políticos corruptos e empreiteiros se locupletam, em prejuízo dos municípios com baixa ou nenhuma arrecadação, a maioria sem condições de por em funcionamento estas unidades médicas, causando um grande prejuizo aos cofres públicos.

    Aqui no Rio de Janeiro foi consdtruido um gigantesco hospital no bairro de Acari, porém não pôde ser utilizado em sua capacidade plena exatamente pelos mesmos motivos.
    Quem vai arcar com os custos operacionais ?
    União ? Estado, Município ?
    Enquanto isso, a população mais carente e sem acesso a bons planos de saúde, fica à mercê dos hospitais e postos de saude mal equipados e com falta de pessoal médico para atender em várias especialidades e casos de mais gravidade que necessitam de atendimento emergencial.
    Creio que os governantes responsaveis pela, construição de prédios e outras edificações, sem capacidade financeira para fazer funcionar suas atividades, deveriam responder por Crime de Responsabilidade; só assim haveria respeito e controle maior de gastos do dinheiro público.

    @DRLUIZSANTANNA

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  3. Caro Dr. Sobreira o que se ve neste caso e o pior na Saúde Pública como um todo, é problema, a meu ver, de Gestão ou a falta de uma Gestão adequada, que começa, sob minha ótica, na distribução de renda aos municipios da Federação. Sou favorável a municipalização total de vários setores de atendimento do serviço público e a saúde é um deles. O municipio é quem deveria gerenciar estes serviços, através de Serviço Emergencial e Pronto Socorro, Hospitais e Policlínicas, Centros de Recuperaçãos em várias especialidades, Maternidades, Laboratórios, Centros de Estudos e Pesquisas, enfim, para isso além de competência técnica, responsabilidade, enfim, são necessários recursos financeiros proporcionais ao empreeendimentos e sem a gestão municipal isso é impossível. Quanto a situação do tráfico de drogas, as influências e interesses são grandiosos e por conta disso não se aplica o minimo que seria a ocupação das fronteiras do país, por Terra, Céu e Mar, pelas Forças Armadas brasileiras, sob a coordenação da Policia Federal. Isso já bastaria para reduzir e muito o problema, mas não há interesse em resolver. Infelizmente o comprometimento com o crime organizado é maior!

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