sexta-feira, 20 de abril de 2012

INSONIA NO PLANALTO ( OPERAÇÃO MONTE CARLO )



(Foto: Marcelo Casal Jr. - ABr)
Nitroglicerina pura – Logo após Luiz Inácio da Silva ter incendiado a bancada petista no Congresso para a criação da “CPI do Cachoeira”, a presidente Dilma Rousseff entrou no circuito para tentar abafar a ideia. Tanto é assim, que na última sexta-feira (13), antes de embarcar para Cartagena das Índias, na Colômbia, Dilma reuniu-se com seu antecessor, ocasião em que discutiram os rumos da Comissão Parlamentar de Inquérito.

No começo desta semana, antes da entrega do requerimento para a criação da CPMI, o Palácio do Planalto analisou a possibilidade de recuar em relação ao tema. Sem ter como explicar à opinião pública uma decisão desse naipe, o PT palaciano preferiu seguir adiante. E Dilma Rousseff já sinalizou que não defenderá o governador Agnelo Queiroz, do Distrito Federal, caso fique comprovado o seu envolvimento com o contraventor goiano e a Delta Construções, do empresário Fernando Cavendish.

Por enquanto, no campo oficial, nada há de concreto para acusar Agnelo Queiroz, situação que se repete em relação a Marconi Perillo, governador de Goiás e alvo principal de Lula nessa operação que já é classificada como suicida. A precipitação em relação à CPI levou Lula ao Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para tratar com o senador José Sarney, ao pé do leito, da manobra que terá de ser feita para que o PT saia ileso dessa investigação, ou, quem sabe, minimamente chamuscado.

A Operação Monte Carlo, que culminou com a prisão de Cachoeira e outros envolvidos no esquema de jogos ilegais, tem como base outra operação policial, a Las Vegas, cujo conteúdo em termos de provas é muito mais explosivo e o efeito devastador. Uma investigação profunda e mais apurada alcançaria a campanha de Lula em 2002. Não custa lembrar que em 2005, o magoado Rogério Buratti falou sobre uma suposta doação no valor de R$ 1 milhão, feita por empresários da jogatina, à campanha do ex-metalúrgico. Porém, o temor maior está na possibilidade de existir na contabilidade de Cachoeira alguma doação a campanhas petistas, o que não deve ser descartado.

Carlinhos Cachoeira, que sempre transitou com invejável desenvoltura nos bastidores do poder, tem um cipoal de provas que é um paiol à beira da explosão. Tudo dependerá do acordo que está sendo costurado nas coxias para que esse material não venha à tona. Há quem garanta que na cinemateca de Carlinhos Cachoeira há um vídeo que registra a entrega de R$ 1,5 milhão, em Brasília, a destacado integrante de campanha presidencial. Resumindo, a “CPI do Cachoeira” tem motivos de sobra para dar em nada, mas se for abandonado o empresário da jogatina poderá revelar tudo.

Secretário-geral da Presidência, o petista Gilberto Carvalho disse que o governo está tranquilo em relação à CPI e que esse é um assunto do Legislativo. “O governo não tem com o que se preocupar a não ser em cumprir o nosso papel, que é trabalhar, produzir, conduzir o país. O Legislativo cuida da pauta dele e nós cuidamos da nossa. E vamos seguindo assim”, afirmou o secretário. Carvalho pode dizer o que quiser para desviar o foco, mas há na Esplanada dos Ministérios pelo menos uma dúzia de companheiros sem dormir.

Fonte: Ucho.Info

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