sexta-feira, 6 de abril de 2012

NO RIO O CRIME MANDA


(Ilustração: Cássio Scavone, o Manga)

Os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro-2007 estavam prestes a começar quando o então presidente Luiz Inácio da Silva, ladeado pelo governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), disse que a capital fluminense contaria com o melhor sistema de segurança pública do País logo após o término do evento esportivo. Quase cinco anos depois, os cariocas continuam aguardando a promessa se transformar em realidade.

Com a violência crescendo a cada dia na cidade que é o principal cartão-postal brasileiro, o Rio não consegue se livrar do status de ”faroeste tropical”, mesmo com a chegada das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), lançadas com pirotecnia por Cabral Filho e cuja ideia foi abandonada pelo governo federal depois de cogitado lançamento nacional.

Na quinta-feira (5), a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro decidiu reforçar o patrulhamento na favela da Rocinha, na Zona Sul carioca, depois da morte do policial militar Rodrigo Alves Cavalcante, que participava de uma ronda local. Garantir segurança ao cidadão é um dever inconteste do Estado que está previsto de forma clara na Constituição Federal, mas a decisão de reforçar o policiamento na Rocinha apenas e tão somente porque um policial foi morto por bandidos é o que se pode chamar de tapa na cara da sociedade. Não fosse a morte do PM, a Rocinha continuaria recebendo doses mínimas de segurança.

Para mostrar a falência do Estado em relação à segurança pública, o calvário do pai do policial morto é a prova maior. Além de Rodrigo Alves Cavalcante, de 32 anos, o pai, Osaide de Holanda Cavalcante, 67 anos, perdeu outros dois filhos – um policial e outro segurança, ambos mortos por criminosos.

Quando a FIFA escolheu a cidade do Rio de Janeiro como sede provisória da entidade durante a Copa de 2014, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) abusou da galhofa e disse “Chinelada na paulistada. É humilhante… Mostro a vista e mostro um negócio desses. Vai levar o que pra São Paulo?”. Paes, que em seguida tentou minimizar o próprio besteirol, disse que o importante é a vista. Pois bem, senhor prefeito carioca, será que a vista do Rio de Janeiro, incontestavelmente linda, serve de consolo para um pai que perde três filhos para a inoperância oficial? Com a palavra, Eduardo Paes!

Fonte: Ucho.Info

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