terça-feira, 1 de maio de 2012

GUERRA POLITICA

Os rumos da comissão parlamentar mista de inquérito que investiga as relações do contraventor Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados começa a ser traçada nesta semana com a definição de seu plano de trabalho. Existem 167 requerimentos a serem analisados. É uma guerra política. A primeira troca de tiros deverá ocorrer com a escolha de quem será ouvido. Por certo, haverá manobras visando a blindar nomes.
Mas, antes de serem aprovadas convocações - que podem evoluir para quebra de sigilos bancário e telefônico -, há que se estabelecer diretrizes para a análise do amplo estoque de fatos e denúncias. Os governistas, que são maioria na comissão, já anunciaram que não vão atender ao apelo da oposição para criar sub-relatorias por temas. Isso dificultaria a pretensão de manter a CPMI sob controle.

Os meios políticos apontam intrincada teia de articulações entre o Planalto e sua base aliada. A presidente Dilma determinou que todos os contratos da União com a Construtora Delta, uma das supostas beneficiadas pelo jogo de Cachoeira, sejam divulgados na internet. Isso ajudaria a amortecer na CPMI os ataques à principal empreiteira do PAC. A ideia seria limitar a apuração aos funcionários da Delta com participação no esquema do contraventor, sem ouvir outros.

Também estaria na estratégia do Planalto tentar incriminar o governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, desafeto político do ex-presidente Lula. A mesma ação atenderia o objetivo de mostrar que o envolvimento do tucano é maior do que o do petista Agnelo Queiroz, o governador do Distrito Federal - embora a defesa do seu nome esteja longe de formar um consenso na base aliada.

A sociedade deve cobrar transparência e acompanhar cada ato dessa CPMI. A contribuição que se espera do Congresso é desvendar a infiltração de práticas criminosas no setor público. E que, obviamente, sejam punidos os que merecerem na forma da lei.

Fonte: A Gazeta

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