terça-feira, 22 de maio de 2012

SILÊNCIO E IRONIA

Data: 26/01/2012 - ES - VitÃ?ria - JosÃ? AntÃ?nio Pimentel, cconselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo - Editoria: Política - Foto: Fábio Vicentini - GZ------LARG 15ALE
"Estou aqui como manda a lei. Fui advertido
pelos meus advogados para não dizer nada. Eu não vou falar nada aqui"
Carlinhos Cachoeira, em depoimento à CPI

Brasília


O contraventor Carlinhos Cachoeira confirmou a expectativa de sua defesa e se limitou, ontem, a dizer que não iria falar nada durante a sessão da CPI que investiga esquema de corrupção comandando por ele.

A reunião durava pouco mais de duas horas quando – sem obter nenhuma resposta do depoente – o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), decidiu pôr fim ao "depoimento". Antes mesmo de ser encerrado, alguns deputados e senadores já tinham deixado a sala.

De terno e gravata, mais magro e com o cabelo um pouco branco, Cachoeira aparentou na sessão estar bem abatido. A sessão foi aberta por Vital, que logo em seguida chamou o bicheiro. Ele teria 20 minutos para falar no início, mas o fez em menos de três.

"Boa tarde para os senhores e senhoras. Estou aqui como manda a lei. Fui advertido pelos meus advogados para não dizer nada. Eu não vou falar nada aqui. Somente depois da audiência que vamos ter no juiz, se por ventura achar que eu deva contribuir, pode chamar que eu virei para falar", disse. "Tenho muito a dizer depois da audiência", comentou para logo em seguida, a uma nova pergunta, responder com ironia: "Esta é uma boa pergunta para ser respondida depois".

Audiência
Aparato policial e sem algemas
Um total de 36 pessoas, entre policiais federais, agentes penitenciários e membros da Polícia Legislativa do Congresso, atuaram na operação para levar Cachoeira à CPI. Ele foi trazido desde o presídio da Papuda, onde está preso, sob escolta de quatro viaturas. Ele veio em uma delas, uma van da PF e foi entregue sem algemas à Polícia Legislativa.
A audiência de Cachoeira na Justiça, segundo seu advogado, Márcio Thomaz Bastos, será em 31 de maio e 1º de junho.

Ainda durante sessão, convicto de que o contraventor nada falaria, o presidente da CPI propôs antecipar o fim da reunião, para ouvi-lo somente depois da audiência.

Ao entrar na sala da CPI, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL -AP ) defendeu que a comissão convoque para depor a atual mulher de Cachoeira. "Ela tem muitas informações importantes. Toda a negociação se passava com o conhecimento dela".

Fernando Francischni (PSDB-PR) fez vários questionamentos sobre a relação de Cachoeira com o governo do Distrito Federal e do Paraná. A CPI deve marcar nova data para o depoimento do contraventor.
Tudo o que ele (não) disse

31 vezes
"Respostas"
Carlinhos Cachoeira se manifestou 31 vezes durante o depoimento.

Relator
Ao deputado Odair Cunha (PT-MG)
- "Tenho muito a dizer, depois da minha audiência. Pode me convocar."
- "Vou te ajudar demais, é outra pergunta muito boa para responder depois disso."

Calado
Ao deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP)
"Vou permanecer calado, deputado, por favor."

Depois
Ao deputado Filipe Pereira (PSC-RJ)
"Posso muito ajudar, mas depois."

Sempre
Ao deputado Rubens Bueno (PPS-PR)
"Eu só respondo...Quero permanecer calado. Sempre."

Direito
Ao deputado Ronaldo Fonseca (PR-DF)
"Em respeito a V. Exª, não vou responder. Vou usar meu direito constitucional."
 
Fonte: A Gazeta

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