sábado, 15 de junho de 2013

O FETICHE PSEUDORREVOLUCIONÁRIO

Gabriel Tebaldi                                                     

Os protestos de tarifas de ônibus compõem uma bela equação: manifestantes à flor da pele + desorganização – inteligência x despreparo policial = caos. A expressão social põe a democracia em conflito: de um lado o direito de manifestação. Do outro, o de ir e vir e a ordem social.

Os atuais movimentos estudantis são instigantes. Diante dos aumentos salariais nas Câmaras, obras sem licitação para a Copa e escândalos de corrupção que envolvem direita, esquerda e ambidestros, os jovens politizados dedicam o mais poético silêncio. Mas, sabe-se lá por que, os ônibus exercem um fetiche no imaginário pseudorrevolucionário, fazendo com que centavos valham sangue, suor e lágrimas justamente de quem, muitas vezes, tem passe livre. Os scripts são os mesmos: o início pacífico logo se converte em abusos gerais e a inteligência foge de táxi. Os anos passam, as manifestações ligam o nada a lugar nenhum e, na oportunidade seguinte, os antirroletas repetem a estratégia falida: param o trânsito, são dispersos pela polícia e vão para casa postar fotos na internet, como bons cidadãos engajados.

São Paulo e Rio têm protagonizado praças de guerra, perdendo mais tempo com balas de borracha do que com propostas e debates sobre o tema. Não é preciso ser gênio para entender que a forma de manifestação é ineficiente e que arremessar pedras na polícia não reduz o preço de nada. A insistência no erro é como tocar sempre a mesma nota musical e esperar um som diferente.

É verdade que os militares agem de modo desproporcional e desnecessário. Porém, até isso alguns militantes têm colocado em xeque. Em São Paulo, jovens quebraram lixeiras, pontos de ônibus, vidros de bancos e até lançaram uma bomba caseira numa estação de metrô. Ora, são estudantes ou bandidos?

As lideranças, definitivamente, passam longe das salas de aula e expõem o oportunismo das bandeiras partidárias. Em São Paulo, entre o inexpressivo PSTU e o barulhento PSOL, a estrela do PT brilhava ofuscada pelo estranho fato de protestar contra o governo do próprio partido.

A condução das legendas e participação de radicais deixou clara a falta de espontaneidade dos atos, revelando que os confrontos são esperados, orquestrados e, porque não, desejados. No Rio, a polícia deteve 241 pessoas e encontrou coquetéis Molotov, álcool, fósforos, bombas caseiras, machados, lança-chamas e facas. É difícil crer que a população comum e pacífica saia de casa armada, com o rosto coberto e pronta para depredar o patrimônio público que ela mesma sustenta.

Enquanto isso, em Vitória, o silêncio do Movimento Estudantil é apenas uma questão de negócios. Durante três anos, parar a cidade foi quase uma tradição dos “estudantes”, que juravam que a tarifa era apenas uma de suas reivindicações. Diziam que os transtornos eram em nome da melhoria do transporte, da segurança nos coletivos e até mesmo da reativação do aquaviário. Bastou o governo conceder passe livre e pronto: os jovens encerraram suas tão complexas articulações.

A incoerência nas ações não escolhe capital: em 2012, um ônibus Transcol foi incendiado em Vitória. Nessa semana, coletivos foram pichados, janelas quebradas e pneus furados nas grandes metrópoles. Novamente, não é preciso consciência de classe para concluir que serão justamente as tarifas que pagarão pela depredação, dando ainda mais argumentos para as companhias de transportes.

Em meio à Copa das Confederações, o país vive a inconsequência de manifestantes capazes de incendiar barricadas ao lado de postos de gasolina. E também o despreparo policial para lidar com as movimentações. Assim, jornais de todo o mundo noticiam a guerra urbana, que já anunciou novos atos.

A consequência de tais eventos é como a ilógica equação dos protestos: imprevisível. Mas o resultado geral é um só: no fim, todos perdem. Só quem ganha é a história, que acumula mais um capítulo caótico que expõe erros profundos e cria um palco que poderia ter sido evitado com pequenas doses de bom senso e inteligência.

Gabriel Tebaldi, 20 anos, é estudante de História da Ufes

Um comentário:

  1. ABERTA
    A TEMPORADA DE DE PROTESTOS
    CONTA A CORRUPÇÃO E O DESGOVERNO
    LADRÃO DE DILMA NO BRASIL,
    DIA 20/06/13 AS 17 HORAS EM VITÓRIA VAMOS ARRASAR .
    VAMOS ARREPIAR O BRASIL,
    COMEÇAMOS HOJE EM BRASILIA NO ESTÁDIO MANÉ GARINCHA
    DILMA E SEUS PETISTAS E SEGUIDORES INCLUSIVE
    MAGNO MALTA E SUA CONCUBINA LAURIETE RODRIGUES
    A MENSALINA EVANGÉLICA DEPUTADA FEDERAL CAPIXABA DO PSC.
    MARCO FELICIANO E TODA CORJA DO PR PSC E OUTROS MAIS...
    SE MANDEM PARA CUBA,
    ENQUANTO PODEM...
    VAMOS EXPULSAR
    TODOS OS POLÍTICOS DO BRASIL

    ResponderExcluir