Ao se referir ao Velho do Restelo no discurso que fez na quarta-feira no Palácio do Planalto, para criticar os pessimistas, a presidente Dilma Rousseff estava assumindo uma visão apologética da obra de Camões “Os Lusíadas”, que identifica o personagem do Canto IV com uma visão do passado, um conservador que não entendia o seu tempo.
Na despedida dos marinheiros na praia do Restelo, um velho “de aspecto venerando” criticava a aventura de buscar o caminho marítimo para as Índias, chamando a atenção para os perigos que rondavam as empreitadas. “O Velho do Restelo não pode, não deve, e eu asseguro, não terá a última palavra no Brasil”, disse a presidente Dilma.
Mais modernamente, outras visões sobre o Velho do Restelo têm predominado, ligando sua visão crítica ao entendimento de que as novas conquistas na verdade eram movidas mais pela cobiça, e trariam mais prejuízos a Portugal e seu povo do que glórias e benefícios. “Ó glória de mandar/Ó vã cobiça/ A que novos desastres determinas/De levar este reino e estas gentes?”.
O historiador e escritor Alberto da Costa e Silva, membro da Academia Brasileira de Letras, lembra a visão crítica de Antonio Sérgio, que considera o maior intelectual português do século 20, que via o Velho do Restelo não como umas representação do passado, mas do futuro.
Outra acadêmica, Cleonice Berardinelli, considerada a maior especialista em literatura portuguesa, diz que por “caminhos junguianos” chegou à conclusão de que o inconsciente coletivo da época, que refletia “os medos, as mulheres que ficavam sozinhas, as famílias abandonadas, as lavouras abandonadas por que os homens iam em busca daquele caminho marítimo para as Índias” está retratado muito bem em Os Lusíadas.
Para ela, o Velho do Restelo “é uma figura extraordinária, moderna dentro da criação da epopéia”. Camões, na sua avaliação, “tem uma virtude que o faz ficar nas alturas da criação da épica”, ao conceber uma personagem como o Velho do Restelo, “um homem apaixonado pela Pátria que quer celebrar, até que se dá conta de que ela está metida no gosto da cobiça e na rudeza de uma austera, apagada e vil tristeza”.
Cleonice Berardinelli cita “um grande da literatura portuguesa e um grande pensador de nosso tempo”, o professor e filósofo Eduardo Lourenço, que avalia que Camões nos Lusíadas “começa com uma épica e termina com um réquiem”. Cleonice diz que “era isso que o Velho do Restelo estava lá para lembrar, era uma espécie de consciência coletiva”.
Já o embaixador Alberto da Costa e Silva recorre ao pensador português já falecido Antonio Sérgio, que ressalta que “Camões canta o valor dos portugueses, sobretudo na grande empresa dos descobrimentos e conquistas. Mas por outro lado, dos trechos camonianos mais sentidos é a parte dos Lusíadas em que o Velho do Restelo, com tanta eloquência, se ergue a condenar o próprio feito que sua epopeia celebrava”.
O intelectual português lembra que a simpatia de Camões pelo Velho do Restelo “é evidente”, pois colocou “a crítica da empresa na boca dos mais avisado, do mais filosófico, do mais venerável dos seus heróis”.
Alberto da Costa e Silva lembra que o Velho do Restelo vai dizendo várias coisas que realmente sucederam em Portugal: o esvaziamento demográfico do país devido à ida das pessoas para o Oriente em busca da riqueza fácil; o sacrifício de gerações que acabaram por enriquecer os holandeses e os ingleses; a decadência da agricultura e da manufatura portuguesas.
Como se vê, a oposição pode bem representar uma visão crítica do modelo instalado pelo governo Dilma no país, sem ser pessimista e muito menos antipatriótica, como tanto Dilma quanto Lula gostam de dizer, confundindo críticas ao governo com críticas ao paísAo se referir ao Velho do Restelo no discurso que fez na quarta-feira no Palácio do Planalto, para criticar os pessimistas, a presidente Dilma Rousseff estava assumindo uma visão apologética da obra de Camões “Os Lusíadas”, que identifica o personagem do Canto IV com uma visão do passado, um conservador que não entendia o seu tempo.
Na despedida dos marinheiros na praia do Restelo, um velho “de aspecto venerando” criticava a aventura de buscar o caminho marítimo para as Índias, chamando a atenção para os perigos que rondavam as empreitadas. “O Velho do Restelo não pode, não deve, e eu asseguro, não terá a última palavra no Brasil”, disse a presidente Dilma.
Mais modernamente, outras visões sobre o Velho do Restelo têm predominado, ligando sua visão crítica ao entendimento de que as novas conquistas na verdade eram movidas mais pela cobiça, e trariam mais prejuízos a Portugal e seu povo do que glórias e benefícios. “Ó glória de mandar/Ó vã cobiça/ A que novos desastres determinas/De levar este reino e estas gentes?”.
O historiador e escritor Alberto da Costa e Silva, membro da Academia Brasileira de Letras, lembra a visão crítica de Antonio Sérgio, que considera o maior intelectual português do século 20, que via o Velho do Restelo não como umas representação do passado, mas do futuro.
Outra acadêmica, Cleonice Berardinelli, considerada a maior especialista em literatura portuguesa, diz que por “caminhos junguianos” chegou à conclusão de que o inconsciente coletivo da época, que refletia “os medos, as mulheres que ficavam sozinhas, as famílias abandonadas, as lavouras abandonadas por que os homens iam em busca daquele caminho marítimo para as Índias” está retratado muito bem em Os Lusíadas.
Para ela, o Velho do Restelo “é uma figura extraordinária, moderna dentro da criação da epopéia”. Camões, na sua avaliação, “tem uma virtude que o faz ficar nas alturas da criação da épica”, ao conceber uma personagem como o Velho do Restelo, “um homem apaixonado pela Pátria que quer celebrar, até que se dá conta de que ela está metida no gosto da cobiça e na rudeza de uma austera, apagada e vil tristeza”.
Cleonice Berardinelli cita “um grande da literatura portuguesa e um grande pensador de nosso tempo”, o professor e filósofo Eduardo Lourenço, que avalia que Camões nos Lusíadas “começa com uma épica e termina com um réquiem”. Cleonice diz que “era isso que o Velho do Restelo estava lá para lembrar, era uma espécie de consciência coletiva”.
Já o embaixador Alberto da Costa e Silva recorre ao pensador português já falecido Antonio Sérgio, que ressalta que “Camões canta o valor dos portugueses, sobretudo na grande empresa dos descobrimentos e conquistas. Mas por outro lado, dos trechos camonianos mais sentidos é a parte dos Lusíadas em que o Velho do Restelo, com tanta eloquência, se ergue a condenar o próprio feito que sua epopeia celebrava”.
O intelectual português lembra que a simpatia de Camões pelo Velho do Restelo “é evidente”, pois colocou “a crítica da empresa na boca dos mais avisado, do mais filosófico, do mais venerável dos seus heróis”.
Alberto da Costa e Silva lembra que o Velho do Restelo vai dizendo várias coisas que realmente sucederam em Portugal: o esvaziamento demográfico do país devido à ida das pessoas para o Oriente em busca da riqueza fácil; o sacrifício de gerações que acabaram por enriquecer os holandeses e os ingleses; a decadência da agricultura e da manufatura portuguesas.
Como se vê, a oposição pode bem representar uma visão crítica do modelo instalado pelo governo Dilma no país, sem ser pessimista e muito menos antipatriótica, como tanto Dilma quanto Lula gostam de dizer, confundindo críticas ao governo com críticas ao país
Merval Pereira
Na despedida dos marinheiros na praia do Restelo, um velho “de aspecto venerando” criticava a aventura de buscar o caminho marítimo para as Índias, chamando a atenção para os perigos que rondavam as empreitadas. “O Velho do Restelo não pode, não deve, e eu asseguro, não terá a última palavra no Brasil”, disse a presidente Dilma.
Mais modernamente, outras visões sobre o Velho do Restelo têm predominado, ligando sua visão crítica ao entendimento de que as novas conquistas na verdade eram movidas mais pela cobiça, e trariam mais prejuízos a Portugal e seu povo do que glórias e benefícios. “Ó glória de mandar/Ó vã cobiça/ A que novos desastres determinas/De levar este reino e estas gentes?”.
O historiador e escritor Alberto da Costa e Silva, membro da Academia Brasileira de Letras, lembra a visão crítica de Antonio Sérgio, que considera o maior intelectual português do século 20, que via o Velho do Restelo não como umas representação do passado, mas do futuro.
Outra acadêmica, Cleonice Berardinelli, considerada a maior especialista em literatura portuguesa, diz que por “caminhos junguianos” chegou à conclusão de que o inconsciente coletivo da época, que refletia “os medos, as mulheres que ficavam sozinhas, as famílias abandonadas, as lavouras abandonadas por que os homens iam em busca daquele caminho marítimo para as Índias” está retratado muito bem em Os Lusíadas.
Para ela, o Velho do Restelo “é uma figura extraordinária, moderna dentro da criação da epopéia”. Camões, na sua avaliação, “tem uma virtude que o faz ficar nas alturas da criação da épica”, ao conceber uma personagem como o Velho do Restelo, “um homem apaixonado pela Pátria que quer celebrar, até que se dá conta de que ela está metida no gosto da cobiça e na rudeza de uma austera, apagada e vil tristeza”.
Cleonice Berardinelli cita “um grande da literatura portuguesa e um grande pensador de nosso tempo”, o professor e filósofo Eduardo Lourenço, que avalia que Camões nos Lusíadas “começa com uma épica e termina com um réquiem”. Cleonice diz que “era isso que o Velho do Restelo estava lá para lembrar, era uma espécie de consciência coletiva”.
Já o embaixador Alberto da Costa e Silva recorre ao pensador português já falecido Antonio Sérgio, que ressalta que “Camões canta o valor dos portugueses, sobretudo na grande empresa dos descobrimentos e conquistas. Mas por outro lado, dos trechos camonianos mais sentidos é a parte dos Lusíadas em que o Velho do Restelo, com tanta eloquência, se ergue a condenar o próprio feito que sua epopeia celebrava”.
O intelectual português lembra que a simpatia de Camões pelo Velho do Restelo “é evidente”, pois colocou “a crítica da empresa na boca dos mais avisado, do mais filosófico, do mais venerável dos seus heróis”.
Alberto da Costa e Silva lembra que o Velho do Restelo vai dizendo várias coisas que realmente sucederam em Portugal: o esvaziamento demográfico do país devido à ida das pessoas para o Oriente em busca da riqueza fácil; o sacrifício de gerações que acabaram por enriquecer os holandeses e os ingleses; a decadência da agricultura e da manufatura portuguesas.
Como se vê, a oposição pode bem representar uma visão crítica do modelo instalado pelo governo Dilma no país, sem ser pessimista e muito menos antipatriótica, como tanto Dilma quanto Lula gostam de dizer, confundindo críticas ao governo com críticas ao paísAo se referir ao Velho do Restelo no discurso que fez na quarta-feira no Palácio do Planalto, para criticar os pessimistas, a presidente Dilma Rousseff estava assumindo uma visão apologética da obra de Camões “Os Lusíadas”, que identifica o personagem do Canto IV com uma visão do passado, um conservador que não entendia o seu tempo.
Na despedida dos marinheiros na praia do Restelo, um velho “de aspecto venerando” criticava a aventura de buscar o caminho marítimo para as Índias, chamando a atenção para os perigos que rondavam as empreitadas. “O Velho do Restelo não pode, não deve, e eu asseguro, não terá a última palavra no Brasil”, disse a presidente Dilma.
Mais modernamente, outras visões sobre o Velho do Restelo têm predominado, ligando sua visão crítica ao entendimento de que as novas conquistas na verdade eram movidas mais pela cobiça, e trariam mais prejuízos a Portugal e seu povo do que glórias e benefícios. “Ó glória de mandar/Ó vã cobiça/ A que novos desastres determinas/De levar este reino e estas gentes?”.
O historiador e escritor Alberto da Costa e Silva, membro da Academia Brasileira de Letras, lembra a visão crítica de Antonio Sérgio, que considera o maior intelectual português do século 20, que via o Velho do Restelo não como umas representação do passado, mas do futuro.
Outra acadêmica, Cleonice Berardinelli, considerada a maior especialista em literatura portuguesa, diz que por “caminhos junguianos” chegou à conclusão de que o inconsciente coletivo da época, que refletia “os medos, as mulheres que ficavam sozinhas, as famílias abandonadas, as lavouras abandonadas por que os homens iam em busca daquele caminho marítimo para as Índias” está retratado muito bem em Os Lusíadas.
Para ela, o Velho do Restelo “é uma figura extraordinária, moderna dentro da criação da epopéia”. Camões, na sua avaliação, “tem uma virtude que o faz ficar nas alturas da criação da épica”, ao conceber uma personagem como o Velho do Restelo, “um homem apaixonado pela Pátria que quer celebrar, até que se dá conta de que ela está metida no gosto da cobiça e na rudeza de uma austera, apagada e vil tristeza”.
Cleonice Berardinelli cita “um grande da literatura portuguesa e um grande pensador de nosso tempo”, o professor e filósofo Eduardo Lourenço, que avalia que Camões nos Lusíadas “começa com uma épica e termina com um réquiem”. Cleonice diz que “era isso que o Velho do Restelo estava lá para lembrar, era uma espécie de consciência coletiva”.
Já o embaixador Alberto da Costa e Silva recorre ao pensador português já falecido Antonio Sérgio, que ressalta que “Camões canta o valor dos portugueses, sobretudo na grande empresa dos descobrimentos e conquistas. Mas por outro lado, dos trechos camonianos mais sentidos é a parte dos Lusíadas em que o Velho do Restelo, com tanta eloquência, se ergue a condenar o próprio feito que sua epopeia celebrava”.
O intelectual português lembra que a simpatia de Camões pelo Velho do Restelo “é evidente”, pois colocou “a crítica da empresa na boca dos mais avisado, do mais filosófico, do mais venerável dos seus heróis”.
Alberto da Costa e Silva lembra que o Velho do Restelo vai dizendo várias coisas que realmente sucederam em Portugal: o esvaziamento demográfico do país devido à ida das pessoas para o Oriente em busca da riqueza fácil; o sacrifício de gerações que acabaram por enriquecer os holandeses e os ingleses; a decadência da agricultura e da manufatura portuguesas.
Como se vê, a oposição pode bem representar uma visão crítica do modelo instalado pelo governo Dilma no país, sem ser pessimista e muito menos antipatriótica, como tanto Dilma quanto Lula gostam de dizer, confundindo críticas ao governo com críticas ao país
Merval Pereira
Nenhum comentário:
Postar um comentário