sábado, 1 de junho de 2013

O INFERNO ASTRAL DO PALÁCIO DO PLANALTO

    
A presidente Dilma e sua equipe parecem viver uma espécie de inferno astral
                                               
A presidente Dilma e sua equipe parecem viver uma espécie de inferno astral, a julgar pelos problemas em série surgidos nas últimas semanas. Os resultados ruins na economia, a relação difícil com a base partidária no Congresso (em especial na votação da MP dos Portos), a CPI da Petrobrás e a confusão envolvendo o Bolsa-Família não deram um momento sequer de tranquilidade à cúpula do Palácio do Planalto. Agora é a parceria com o PMDB que começa a azedar, colocando em risco candidaturas do PT e a aliança dos petistas com os peemedebistas em Estados como Bahia, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Minas e Rio.

Em paralelo, o imbróglio na votação da Medida Provisória das tarifas de energia colocou a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em rota de colisão.

São muitas notícias ruins de uma só vez, aumentado as instabilidades no entorno do governo. Como consequência, fica parecendo que o governo bate cabeça seguidamente e não consegue acertar a condução da política e da economia.

Se essa combinação de eventos perdurar, periga a abalar a imagem de gestora de Dilma e a da estabilidade de seu governo. O crescimento da inflação e o PIB baixo, por exemplo, já trazem incertezas quanto aos fundamentos da estabilidade econômica.

A gestão parece atrelada à agenda eleitoral, antecipada pelo próprio Lula e pela presidente. Por parecerem atreladas a essa agenda, as medidas do governo para segurar a alta de preços e manter a economia no rumo são colocadas em xeque.

Nem o Bolsa-Família, uma das principais vitrines do governo Lula, escapou dos desgastes. Primeiro ficou parecendo que partiu da oposição a boataria que provocou o corre-corre às agências da Caixa.

Integrantes do governo e do PT surfaram à vontade nessa onda. Dilma chegou a chamar o ato de “criminoso” e “desumano”. Depois a “Folha de S. Paulo” apontou que a Caixa depositou antecipadamente o benefício. E isso é que teria provocado os tumultos em boa parte do país.

Até hoje esse caso não foi bem esclarecido. O que sabe é que setores do governo erraram feio, e o Palácio do Planalto errou também ao culpar a oposição. E o fato é que, no geral, os sinais são de que o poder central vem tendo bem mais tropeços que acertos.

Se tudo isso terá reflexos na disputa de 2014, é cedo para dizer. De concreto, há a constatação que o caminho de Dilma vai se tornando acidentado demais. Isso não estava no radar dela, de Lula e do PT.


Radanezi Amorim  - A Gazeta

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