sábado, 22 de junho de 2013

A TROPA DO GENERAL RUI FALCÃO BATEU EM RETIRADA

Um destacamento comandado pelo general Rui Falcão é tão apavorante quanto bandido de chanchada, avisou o título do post de 6 de setembro de 2012. Naquele dia, indignado com a condenação do mensaleiro João Paulo Cunha pelo Supremo Tribunal Federal, o presidente do PT ameaçara aumentar a população flutuante de todos os municípios do Brasil com a mobilização dos militantes do partido. As tropas aquarteladas na cabeça do comandante fizeram a primeira aparição pública só na tarde desta quinta-feira, quando tentaram engrossar a manifestação de protesto em São Paulo. A julgar pelas dimensões do desastre, nunca mais entrarão em ação.
Armados de bandeiras vermelhas, os 150 companheiros combatentes demoraram meia hora para bater em retirada, assustados com a ira da multidão hostil ao PT. Rui Falcão não deu as caras na Avenida Paulista. Entrincheirado num esconderijo, travou uma patética batalha contra a verdade, ansioso por destruir as provas de que foi ele o pai da ideia que resultou no fiasco formidável. A performance do chefe e dos chefiados só serviu para conferir contornos proféticos ao texto publicado há nove meses. Confiram. Volto no fim:
Sempre orientados pelo Chefe Supremo, o comandante José Dirceu e o general Rui Falcão ─ inquietos com a condenação do tenente João Paulo Cunha pelo Supremo Tribunal Federal ─ reiteraram a ameaça: se a população carcerária continuar recrutando bandidos de estimação do Planalto, os dois oficiais de Lula mobilizarão o exército companheiro para afastá-los da rota da cadeia. Pelos rosnados da dupla, pode ser o prelúdio da ofensiva final contra a elite reacionária e a mídia golpista, agora acusadas de induzir o STF a aplicar a lei no julgamento do mensalão.
O presidente do PT acaba de aproveitar o velório político de João Paulo Cunha, disfarçado de comício de lançamento do novo candidato do partido a prefeito de Osasco, para recair na mitomania beligerante. Primeiro, qualificou os ministros do Supremo de “instrumentos de poder” ─ a serviço de uma oposição “conservadora, suja e reacionária”. Em seguida, avisou que está em curso outra tentativa de golpe contra Lula e Dilma Rousseff. Como impedir a consumação da trama que, segundo Falcão, foi costurada pelas mesmas figuras que “arquitetaram a farsa do mensalão”?
Ele mesmo declamou a resposta: convocando para a guerra “a sociedade organizada, as centrais sindicais, os movimentos populares e os partidos políticos do campo progressista”. Se o novo presidente da CUT não mentiu de novo, a sigla que identifica um viveiro de pelegos começou a recrutar combatentes no começo de julho. Assim que terminarem o curso de aperfeiçoamento de soldados do asfalto, estarão prontos para enquadrar o STF caso se atreva a fazer um “julgamento político”.Fardado com o inevitável paletó escuro, cujas dimensões informam que o dono se acha mais alto e parrudo do que é, o stalinista com jeitão de agente funerário caprichou na bazófia: “Não mexam com o PT. Porque quando o PT é provocado ele cresce e reage”.
Cresce coisa nenhuma, grita . Reage coisa nenhuma. Tropas lideradas pelo guerrilheiro de festim só conseguiriam matar de rir os inimigos. Um destacamento liderado por Rui Falcão seria tão amedrontador quanto bandido de chanchada. Para barrar o avanço do Movimento Pró-Corrupção, basta colocar no meio do caminho a foto em tamanho natural de um fuzileiro naval americano. Duas fotos fariam os guerreiros de araque recuar em desabalada carreira.
Graças à Retirada da Paulista, agora se sabe que o exército do PT nunca existiu. O que se viu foi um punhado de milicianos insuficiente para eleger um vereador de grotão. Também se descobriu que nem é preciso exibir fotografias de marines para apressar a capitulação. Basta ordenar-lhes aos berros que caiam fora do front.
Augusto Nunes - Veja

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