Radanezi Amorim
O Mobilização Democrática aumenta o potencial da oposição no jogo. E embora hoje a presidente seja a favorita e esteja com a popularidade nas alturas, o novo cenário periga criar mais dificuldades para a reeleição dela. Especialmente se a inflação e outros indicadores econômicos continuarem piorando.
Como A GAZETA mostrou ontem, Freire disse que “o governo está muito aperreado”, enquanto Aécio destacou que Dilma está “assustada” com a possibilidade de a eleição não ser ganha por “WO”, ou seja, por ausência de adversários.
Ambos se referiam ao jogo pesado do governo para aprovar a toque de caixa no Congresso a lei que dificulta o surgimento de novos partidos.
A manobra atinge a Rede, partido que Marina Silva tenta criar. Hoje ela é a maior ameaça a Dilma, porque pesquisas já mostraram que a ex-senadora é quem mais tira votos da petista.
Mas a oposição estava preocupada com as chances de o MD também ser atingido pelo projeto. Por isso, houve um trabalho rápido e feito a muitas mãos para a fusão entre PPS e PMN, criando o MD.
Mas agora se sabe que a nova sigla não será atingida. Com isso, pode ajudar a viabilizar a candidatura de Eduardo Campos (PSB) a presidente. O próprio Freire, presidente do MD, declarou preferência pela aliança com o socialista. Mas outra alternativa é o MD filiar José Serra e ter um candidato com presença eleitoral no Sudeste.
Na prática, tudo isso significa um grid de largada mais complicado para Dilma. Porque a participação de Marina, Campos e Aécio no páreo aumenta a divisão dos votos e representa o fim do Fla x Flu partidário entre PT e PSDB.
Em paralelo, há também os sinais ruins na economia. Apesar de o emprego seguir em alta, com o mercado de trabalho aquecido, há vários sinais preocupantes.
O maior deles, do ponto de vista da população, é a inflação, que diminui o poder de compra e a atividade econômica no país. Mas estamos vendo também a deterioração das contas públicas e a crônica falta de competitividade da indústria.
Além disso, o governo Dilma também demonstrou ter errado na condução da Petrobras e no planejamento do setor de energia. Para alguns especialistas, esses gargalos correm o risco de se acumularem em 2014.
Ou seja, surgem sinais na política e na economia de que o ambiente de 2014 pode não ser de vento a favor como em 2010, quando Lula fez a sucessora. Por isso o governo tenta limpar o trilho para Dilma, operando no Congresso para diminuir o número de alternativas na eleição.
Fonte: Praça oito - A Gazeta
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