Gabriel Tebaldi |
A primeira passageira presa foi a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais). Como de costume no governo federal, a ministra criticou o atraso das obras capixabas com voz de responsabilidade, deixando o ilusório sentimento de “agora vai!”. Terminada a demagogia e cansada de esperar, Ideli subiu em seu burro sem cabeça e partiu sem desenterrar os encostos que o próprio governo petista soterrou no Estado.
No caminho, encontrou o companheiro Lula chegando. O ex-presidente aproveitou a oportunidade e aconselhou Ideli a não passar pelo corredor Leste-Oeste, que ligará Campo Grande a Vila Velha. Iniciada em 2007, a obra já custou mais de R$ 180 milhões e a previsão de entrega é, no mínimo, 2015.
Lula chegou ao “pequenoporto” de Vitória rumo aos EUA, pois será colunista do New York Times. Junto dele chegou a equipe responsável por escrever e traduzir as colunas em que Lula se esforçará para desenhar o nome. No check-in, porém, Lula descobriu que não há voos internacionais em Vitória. Surpreso, o filho do Brasil saiu de cena rapidamente, dizendo que “não sabia de nada”.
O ex-presidente Lula aproveitou a oportunidade e aconselhou Ideli a não passar pelo corredor Leste-Oeste, que ligará Campo Grande a Vila Velha
Gabriel Tebaldi
Ao contrário das autoridades, um tal José da Silva não tinha como ir embora. José morava no pequenoporto há meses por uma razão: era um dos beneficiados do Minha Casa, Minha Vida e, assim como milhares de brasileiros, sofria com rachaduras, infiltrações e ausência de rede de esgoto. Além disso, sua casa era menor que o tamanho declarado no contrato e seu teto era colado com fita adesiva.
Isso tudo existia antes das demolições do último mês, que transformaram dinheiro público em escombro no Rio de Janeiro. Dilma não teve alternativa: admitiu que há fraudes e baixa qualidade nas habitações. José agora se inscreveu num novo programa do governo: o Minha Casa, Minha Dívida.
Outro que se familiarizou com rachaduras é o senador Magno Malta. Não em suas humildes residências, mas no PR. Isolado na sala de embarque, Malta não sabia se embarcava para o Palácio Anchieta ou para o do Planalto. Após declarar que disputará eleições para o Executivo, o senador enfrentou resistência interna. No momento, o teto do PR está colado com fita adesiva e as lideranças planejam uma saída coletiva. Enquanto o desabamento e a demolição se aproximam, o partido demonstra não possuir rede de esgoto que comporte as declarações de Malta.
Ao mesmo tempo, algumas excelências pagavam taxa extra de bagagem, como vereadores alagoanos. Lá a Câmara gastou R$ 630 mil renovando o enxoval, enquanto o Estado é o terceiro mais pobre do país. No mesmo carrinho estavam os lençóis de R$ 4 mil do deputado Henrique Alves (PMDB-RN). Em seguida, para decepção dos presentes, o ministro Joaquim Barbosa apareceu com os R$ 90 mil em materiais que serão utilizados na reforma de seu apartamento funcional em Brasília.
Diante disso, o esquecido José da Silva levantou-se e começou a indagar sobre os problemas do povo: educação, saúde, moradia, corrupção, pobreza. Na mesma hora, o autofalante chamou: “Atenção senhores passageiros com destino ao mundo de privilégios políticos distante da realidade: embarque pelo portão um (que é o único)”. Em poucos instantes, todos sumiram. Sobrou José da Silva, o típico cidadão brasileiro: alguém à espera de um embarque com destino ao país do futuro, que nunca chega.
Gabriel Tebaldi, 20 anos, é estudante de História da Ufes
as veses sinto vergonha,de serto politicos que encontra no poder ,poder esse que nos cidao o colocamos para tomar decisoes por nos ,decisoes errada ,torna ,que so beneficia uma parte a deles sera que nunca vai mudar ,
ResponderExcluiratilio vivagua tem que ter medicos como dr marcos bom ,mais uma andoria so nao faz verao ,tavez ele quera fazer um trabalho melhor ,mais sem condiçoes de trabalhar e impossivel,anda governante de av mostre trabalho na saude ,cimento e tijolo nao sara pessoas nao
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