sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES, O QUE FAZER?


        
Estamos vivendo dias difíceis, o País parece ter perdido o rumo, em qualquer ângulo que se analise o viés é de baixa. Não precisa ser sociólogo, antropólogo ou cientista político para entender o que se passa, basta dar uma olhada nos jornais, nos noticiários do rádio e da televisão, na internet, para se perceber que algo de muito podre nos corrói.
Poderia escrever aqui sobre saúde, educação, segurança pública, infraestrutura, economia, corrupção, justiça e todas me tomariam horas, tantas as mazelas e os fracassos nestes temas, porém hoje quero me dedicar a um tema apaixonante e assustador, a violência contra as mulheres.
Num país culturalmente machista, apesar das conquistas das últimas décadas, as mulheres continuam sofrendo nas mãos de maridos e companheiros. A violência se materializa na forma de agressões físicas e psicológicas, estupros, abandono, humilhações e assassinatos que infelizmente estão acontecendo cada vez mais entre as mais novas.
A pergunta que se impõem é: Por que continuar numa relação que a mantém em permanente risco dessa violência? Podemos enumerar vários fatores, vejamos,
- Fator afetivo: As mulheres amam seus maridos ou companheiros e tendem a perdoar, até porque os agressores geralmente se dizem arrependidos, pedem perdão, juram que não farão mais e elas acabam cedendo.
-Fator econômico: Muitas só trabalham em casa, cuidam dos filhos, não têm uma profissão, então como sobreviver, como cuidar dos filhos?
-Fator esperança: Ninguém casa pensando em se separar, e aquele namorado e noivo tão atencioso, tão carinhoso, onde está? Ela tem esperança que ele mude, volte a ser o que era e continua tentando.
Fator familiar e religioso: Quer manter sua família, nossas raízes religiosas são profundas, o que Deus une o homem não separa.
Fator medo: Quando tudo falha e a violência persiste, o que infelizmente acontece na maioria dos casos ela finalmente resolve por um fim ao sofrimento e se separar, começando aí o seu verdadeiro calvário. As ameaças aumentam, as agressões também e ao recorrer à Justiça em busca de proteção, na esperança de que a Lei Maria da Penha irá ampará-la vem a decepção, na Delegacia e tratada com descaso, ironia e mesmo quando e levada à serio, o Estado não e capaz de lhe dar a garantia necessária. A impunidade e a frouxidão da lei não detém o ímpeto criminoso do agressor.
Como tudo que está ruim pode piorar, a degradação moral da família vem criando uma situação até então inexistente há alguns anos atrás, meninos e meninas estão iniciando a vida sexual  precocemente, basta alguns dias de namoro e já estão se relacionando como se casados fossem e isso em um grande número de casos , ao resolver romper com o relacionamento, as jovens têm sido vítimas do inconformismo do namorado, sendo assassinadas como temos visto quase que diariamente nos telejornais.
É urgente uma ação mais efetiva do Estado a essas meninas e mulheres que estão nessa situação de risco, uma rede de proteção com o envolvimento efetivo e eficaz das entidades públicas, e aí entenda-se a saúde, assistência social, conselhos tutelares, polícia e a justiça, na proteção da integridade física, psicossocial e da vida de nossas mulheres.
Agora, podem as mulheres se sentirem protegidas por um País que é incapaz de proteger a vida de juízes, promotores, delegados, policiais e outros agentes públicos que continuam sendo assassinados? O que esperar de um sistema em que até suas delegacias são alvo da ousadia dos criminosos? Como se diz na gíria popular, SÓ JESUS!!!


Marco Sobreira

Um comentário:

  1. Dr. Marco, parabenS!! Como se diz na gíria "foi direto e reto.
    Os políticos precisam criar vergonha na cara e fazer leis de verdade!

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