Estamos vivendo dias difíceis, o País parece ter perdido o
rumo, em qualquer ângulo que se analise o viés é de baixa. Não precisa ser
sociólogo, antropólogo ou cientista político para entender o que se passa,
basta dar uma olhada nos jornais, nos noticiários do rádio e da televisão, na
internet, para se perceber que algo de muito podre nos corrói.
Poderia escrever aqui sobre saúde, educação, segurança
pública, infraestrutura, economia, corrupção, justiça e todas me tomariam
horas, tantas as mazelas e os fracassos nestes temas, porém hoje quero me
dedicar a um tema apaixonante e assustador, a violência contra as mulheres.
Num país culturalmente machista, apesar das conquistas das
últimas décadas, as mulheres continuam sofrendo nas mãos de maridos e companheiros.
A violência se materializa na forma de agressões físicas e psicológicas,
estupros, abandono, humilhações e assassinatos que infelizmente estão acontecendo
cada vez mais entre as mais novas.
A pergunta que se impõem é: Por que continuar numa relação
que a mantém em permanente risco dessa violência? Podemos enumerar vários
fatores, vejamos,
- Fator afetivo: As mulheres amam seus maridos ou
companheiros e tendem a perdoar, até porque os agressores geralmente se dizem
arrependidos, pedem perdão, juram que não farão mais e elas acabam cedendo.
-Fator econômico: Muitas só trabalham em casa, cuidam dos
filhos, não têm uma profissão, então como sobreviver, como cuidar dos filhos?
-Fator esperança: Ninguém casa pensando em se separar, e
aquele namorado e noivo tão atencioso, tão carinhoso, onde está? Ela tem esperança
que ele mude, volte a ser o que era e continua tentando.
Fator familiar e religioso: Quer manter sua família, nossas
raízes religiosas são profundas, o que Deus une o homem não separa.
Fator medo: Quando tudo falha e a violência persiste, o que
infelizmente acontece na maioria dos casos ela finalmente resolve por um fim ao
sofrimento e se separar, começando aí o seu verdadeiro calvário. As ameaças
aumentam, as agressões também e ao recorrer à Justiça em busca de proteção, na
esperança de que a Lei Maria da Penha irá ampará-la vem a decepção, na
Delegacia e tratada com descaso, ironia e mesmo quando e levada à serio, o
Estado não e capaz de lhe dar a garantia necessária. A impunidade e a frouxidão
da lei não detém o ímpeto criminoso do agressor.
Como tudo que está ruim pode piorar, a degradação moral da
família vem criando uma situação até então inexistente há alguns anos atrás,
meninos e meninas estão iniciando a vida sexual
precocemente, basta alguns dias de namoro e já estão se relacionando
como se casados fossem e isso em um grande número de casos , ao resolver romper
com o relacionamento, as jovens têm sido vítimas do inconformismo do namorado,
sendo assassinadas como temos visto quase que diariamente nos telejornais.
É urgente uma ação mais efetiva do Estado a essas meninas e
mulheres que estão nessa situação de risco, uma rede de proteção com o
envolvimento efetivo e eficaz das entidades públicas, e aí entenda-se a saúde,
assistência social, conselhos tutelares, polícia e a justiça, na proteção da integridade
física, psicossocial e da vida de nossas mulheres.
Agora, podem as mulheres se sentirem protegidas por um País
que é incapaz de proteger a vida de juízes, promotores, delegados, policiais e
outros agentes públicos que continuam sendo assassinados? O que esperar de um
sistema em que até suas delegacias são alvo da ousadia dos criminosos? Como se
diz na gíria popular, SÓ JESUS!!!
Marco Sobreira
Dr. Marco, parabenS!! Como se diz na gíria "foi direto e reto.
ResponderExcluirOs políticos precisam criar vergonha na cara e fazer leis de verdade!