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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

HÁ ALGO DE ESTRANHO COM A SAÚDE

Antônio Carlos Mariz de Oliveira * - O Estado de S.Paulo
Atualmente, mudanças tecnológicas, comportamentos e hábitos, preferências, maneiras de agir e de pensar sofrem constantes e rápidas mutações e nos deixam perplexos, em especial quanto às razões que as impelem. Mas medidas governamentais adotadas de inopino, sem prévia consulta ou preparação, por seu caráter autoritário, distante dos segmentos interessados, desprovidas de necessidade e de bom senso, são as que mais geram insegurança social e instabilidade à própria democracia representativa.
governo federal está trazendo 4 mil médicos cubanos para participarem de umprograma de assistência às regiões mais distantes e carentes do País. Claro que os médicos brasileiros têm condições e capacidade de sobejo para cumprir um papel social que extrapola os limites de seus consultórios. Especialmente, creio eu, os jovens estariam propensos a socorrer os brasileiros dos mais longínquos rincões, procurando suprir suas carências de saúde. Aliás, diga-se que os anseios da classe médica coincidem com as aspirações do povo em matéria de saúde. O médico brasileiro quer dar ao povo a saúde que lhe é devida.
Sabemos, no entanto, que não depende exclusivamente dele o cumprimento desse mister. Se ao médico são reservados o aperfeiçoamento científico da medicina, a excelência no atendimento pessoal, o esmero, a diligência e a perícia nos procedimentos adotados, ao Estado cumpre gerenciar a atividade pública da medicina, planejando, dotando-a de recursos, criando mais unidades médicas, fornecendo condições para que a malha de saúdese espraie para todo o território nacional, procurando diminuir a graus mínimos as vergonhosas carências no setor.
Pois bem, o reconhecimento da excelência da nossa medicina não é fruto de um nacionalismo piegas e irreal. Ao contrário, é a medicina mundial que nos rende homenagens. Os avanços da nossa ciência médica servem de paradigma em vários setores e são reconhecidos mundialmente. Quantos e quantos brasileiros, influenciados pelo vício nacional da baixa estima, ou, como diria Nelson Rodrigues, por nosso complexo de vira-latas, vão curar seus males em outros países e de lá são mandados de volta, pois dizem os médicos estrangeiros que a cura está no Brasil, e não em seus próprios países...
Sem fazer nenhuma distinção entre medicina pública e privada, com essa inusitada medida de importar médicos de Cuba, o governo está passando a falsa ideia ao mundo de ser a nossa medicina precária, estagnada no tempo, desprovida de pioneirismo e avanços científicos em vários setores. E mais, o profissional brasileiro poderá ser tido como desprovido de sensibilidade social, humanismo e solidariedade, que compõem a essência do juramento de Hipócrates.
É verdade que há alguma resistência dos nossos médicos, aliás, compreensível, a trabalhar nos locais mais ermos e desprovidos do nosso colossal território. Mas não é menos verdade que historicamente os governos jamais se importaram, obviamente incluído o atual, em criar condições favoráveis para que houvesse distribuição de saúde às classes desvalidas, não só dos locais distantes, como também das periferias urbanas.
É desnecessário desfilar o rol de atrozes sofrimentos infligidos aos pobres. Desídia e pouco-caso dos governos, no nível dos municípios, dos Estados e da União. Falta de sensibilidade, humanismo e vontade política. Desvio de verbas para setores de menor relevância. Corrupção. Má gestão. A situação da saúde dos brasileiros da periferia e dos grotões constitui uma vergonhosa tragédia nacional.
A culpa é dos nossos médicos? Não, faltam-lhes condições para atuar. A culpa é do poder público. Não se esqueçam as inúmeras ações de médicos que, descolados do Estado, agem apoiados por ações voluntárias de empresas e de ONGs, num trabalho verdadeiramente sacerdotal.
É de indagar se aos médicos cubanos foram expostas as precárias condições de trabalho que encontrarão. Além do mais, estarão eles preparados tecnicamente? Passarão por alguma avaliação que os habilitará a clinicar nas condições que vão encontrar?
Que a lei brasileira será burlada nós sabemos, pois seus diplomas não serão revalidados. A pergunta que se impõe é: qual o fato que está subjacente à estranha, inexplicável e inconveniente vinda dos médicos cubanos? Será porque eles são mais capacitados que os nossos? Ou a resposta se situa no campo político-ideológico? Nesse sentido, o Brasil estaria dando guarida a profissionais carentes de trabalho em seus países? Ainda há que indagar: uma vez que o País pagará bem mais do que os médicos receberão, qual a razão dessa ajuda financeira a Cuba?
Poder-se-á perguntar a razão de estar um advogado opinando sobre assunto alheio à sua especialidade. Respondo: nós, advogados, temos uma invencível incompatibilidade com situações injustas e ilegais e uma irresistível tendência a nos indignarmos em face delas. Assim, passamos a defender e a perseguir o que nos parece ser o justo.
Nos primórdios da humanidade, antes mesmo de a sociedade e o Estado se organizarem, nós éramos os vozeiros ou boqueiros. Emprestávamos a nossa voz e a nossa boca àqueles que, oprimidos, não tinham voz nem vez. Este é o nosso sagrado mister: falar, postular, ser a vez e voz de outrem.
Claro que os médicos brasileiros sabem defender os seus direitos com competência e coragem. E é o que estão fazendo. No entanto, premidos por nossa vocação e pela solidariedade a eles, nós, advogados, deveremos verberar mais essa conduta, no mínimo, esdrúxula do governo. Não esqueçamos, amanhã o mesmo poderá ocorrer conosco, com os engenheiros, economistas, etc., etc. E, de repente, será decretada a incompetência dos profissionais brasileiros, para gáudio de cubanos, venezuelanos, bolivianos e outros alinhados.
*Antônio Carlos Mariz de Oliveira é advogado criminal.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

COMEÇAM TESTES FINAIS COM VACINA CONTRA INFECÇÃO HOSPITALAR

Objetivo da vacina é evitar doenças causadas pela bactéria 'Clostridium difficile', principal causa de diarreia contraída em hospitais

Meningite B: a vacina 4CMenB será a primeira usada na prevenção da doença
Vacina: Pesquisa quer desenvolver vacina contra infecção hospitalar causada por bactéria (Thinkstock)
A farmacêutica Sanofi anunciou nesta segunda-feira que já deu início à fase final dos testes clínicos envolvendo uma vacina que protege contra a bactéria Clostridium difficile, responsável por uma série de infecções hospitalares, e causadora de diarreias que debilitam ainda mais os pacientes internados. Atualmente, não existe nenhuma vacina disponível que evite essas infecções. A pesquisa está sendo feita com 15.000 pessoas. Apesar de existirem várias bactérias diferentes responsáveis pelas infecções hospitalares, a Clostridium difficile é a mais comumente encontrada nesses ambientes e responsável pela maior parte das ocorrências.
Clostridium difficile pode desencadear sintomas que vão desde diarreia moderada até infecções intestinais capazes de levar à morte. Essa bactéria pode liberar toxinas capazes de lesionar o revestimento protetor do intestino grosso, causando problemas como diarreias e colites.
O diagnóstico precoce é importante não só para o tratamento, mas também para que novas infecções sejam evitadas. Porém, o diagnóstico atual é um procedimento caro e demorado, podendo levar até uma semana para ser definido, tempo demais quando se trata de uma infecção que pode ser fatal. Para piorar, a resistência da Clostridium difficile  aos antibióticos vem aumentando, o que dificulta mais ainda o tratamento contra as infeções causadas pela bactéria
Fonte: Veja

segunda-feira, 15 de julho de 2013

SOMOS MÉDICOS, NÃO MÁGICOS E MERCENÁRIOS

NÃO DÁ PARA FAZER MEDICINA SEM TER INFRAESTRUTURA. O DINHEIRO NÃO COMPRA MÉDICO.


Se alguma instância de poder oferecer hoje um salário R$ 100 mil para um médico trabalhar, por exemplo, em uma área remota da Amazônia, quase que certamente ele não irá. Talvez, um entre 100 aceite. Mas este não representa o espírito de uma classe que visa, acima de tudo, o apoio ao próximo e assistência humanística e olha a profissão sob as vistas do amor ao próximo.

O que quero dizer, em pouquíssimas palavras, é que nós médicos brasileiros não somos mercenários, não pautamos nossas ações no mercantilismo, na busca de dinheiro fácil. Nosso foco é outro, é a saúde e qualidade de vida, é trabalhar contra as mortes evitáveis. Isso porque uma só morte evitável não merece perdão, seja quem for o responsável. Aí está parte da explicação para o fato de o governo não conseguir levar médicos para as regiões distantes e periféricas das grandes cidades.

Contudo, o remédio para esse mal não passa pela importação de médicos formados no exterior sem qualificação comprovada, sem que estes profissionais se submetem à revalidação do diploma. Aliás, a revalidação do diploma precisa ser aprimorada. Para aprovar a entrada de um profissional de medicina graduado fora, seja ele estrangeiro ou brasileiro, não se pode apenas auferir a técnica. É preciso avaliar o perfil psicológico e formação ética e moral. Uma série de parâmetros tem de ser analisado porque é alguém de fora do Brasil, não é da terra, não possui nossa cultura, o jeitinho brasileiro em seu lado bom.

Essas diferenças têm forte reflexo na visão humanística que é a relação médico-paciente no exercício da medicina. Culturalmente, os valores são bem distintos. No que se refere à parte técnica, é preciso uma avaliação obrigatória, como já é com todo mundo.

O centro da questão da interiorização não pode ser distorcido, é a infraestrutura, porque se não há infraestrutura para um brasileiro, não existe também para o profissional de fora. O que ele é? médico ou mágico?

Não dá para fazer medicina sem infraestrutura, sem enfermagem, sem ter cirurgião dentista, sem ter outros profissionais da área da saúde, sem ter assistente social. O dinheiro não compra médico.

Antonio Carlos Lopes
Presidente da Sociedade Brasileira de Clinica Médica

domingo, 7 de julho de 2013

CARTA À PRESIDENTE DILMA DE UM COLEGA MÉDICO QUE FAÇO QUESTÃO DE SUBSCREVER

domingo, 7 de julho de 2013

CARTA À PRESIDENTE DILMA

Excelentíssima Sra. Presidente da República Dilma Rousseff

Permita-me a apresentação: na minha opinião eu sou um médico; na sua um “trabalhador da saúde”. Na minha opinião,medicina é cuidar de pessoas doentes; na sua é fazer “transformação social”. Eu penso em salvar vidas; a senhora em ganhar votos. Como podemos ver, a senhora e eu eu, não temos muito em comum à primeira vista mas existem na minha vida alguns fatos que a senhora desconhece. Assim como a senhora,eu já fui marxista – e dos fanáticos! Brigava com colegas da faculdade no final dos 80 e inicio dos anos 90 para ver seu projeto de poder realizado. Caminhei ao lado daquele seu amigo que gosta de uma cachacinha e costuma ser fotografado com livros de cabeça para baixo..Conversei pessoalmente com o “poeta do sêmen derramado” que agora governa o Rio Grande do Sul..

Não tinha idéia correta daquilo que havia acontecido no Brasil entre 1964 e 1985. Imaginava, como a senhora quer fazer parecer até hoje, que tudo estava indo bem até que militares malvados que não tinham nada para fazer decidiram, com ajuda dos americanos, derrubar o governo brasileiro.

Eu só me dei conta, presidente, de quem Lula, a senhora e seu Partido-religião representavam quando comecei a trabalhar com a gente de vocês aqui em Porto Alegre a partir de 98. Duvido que eu estivesse mal-preparado, sabe? Eu já tinha feito 6 anos de faculdade, um ano de residência em Pediatria, um de Medicina Interna e dois de Cardiologia. Gostaria que a senhora visse em que lugar seus “cumpanheros” aqui dos pampas me colocaram para trabalhar...Imagino a senhora doente naquelas condições de segurança, higiene, espaço e administração que a ralé do PT do Rio Grande do Sul nos ofereceu. A senhora tem idéia de como deve se sentir um médico ao ter seu estágio probatório avaliado por técnicos de enfermagem? A senhora sabe o que é receber, depois de tudo que se estudou na vida, ordens de enfermeiras, presidente? 

Em nome de que? Em nome de um delírio chamado “democratização da gestão”? Em nome de um absurdo chamado “controle social”?? A senhora tem alguma noção de quantas pessoas eu vi morrerem depois que esse seu partido de assassinos e mensaleiros terminou com o resto da rede hospitalar brasileira “aparelhando” a gestão dela com uma legião de analfabetos, recalcados, alcoólatras e incompetentes que por oferecer uma parte de seu salário ao PT passaram a dar ordens a homens e mulheres com capacidade de salvar vidas ???

Mas por favor, não fique ofendida comigo presidente, de certa forma essa carta é um agradecimento, sabe? Formado há quase 20 anos, eu nunca havia visto os médicos brasileiros tão unidos quanto agora. É mais um mérito seu e desse seu partido a promover a maior humilhação que os médicos de um país sofreram até hoje! A senhora não tem vergonha de apelar para uma ditadura bananeira, para um país que mata, tortura, prende e vigia seus próprios cidadãos para fornecer médicos para o SEU povo? A senhora é brasileira, ou não, presidente Dilma?? Se não tem vergonha da medicina do seu país, tenha pelo menos do seu povo! A senhora nasceu aqui e a primeira pessoa que lhe viu foi provavelmente um médico do Brasil. Provavelmente vai ser algum colega, intensivista como eu sou hoje, quem vai estar ao seu lado no último momento e mesmo assim a senhora quer chamar médicos cubanos para enganar nossa gente pobre e doente a ponto de garantir sua reeleição? Quem lhe deu esse conselho, presidente Dilma? Identifique por favor, um por um, os médicos que lhe cercam e sugeriram semelhante ideia! A senhora e eu já conhecemos alguns, né? Vamos apresentar os demais ao Conselho Federal de Medicina, ou não?

Presidente Dilma, até bandidos e prostitutas se ofendem quando tem seu território e ganha pão ameaçados. Nós somos médicos, nós salvamos vidas e não vamos permitir que uma profissão cuja origem se perde no tempo seja levada ao fundo do poço por um partido como o da senhora com o argumento de que estamos sendo corporativistas e o Brasil está sem médicos.

Deus lhe proteja na batalha que vai enfrentar conosco, presidente. Se a senhora for ferida vai precisar ser atendida por um médico – e eu duvido muito que ele fale português..

Porto Alegre, 2 de julho de 2013


Milton Simon Pires – CREMERS 20958

sexta-feira, 5 de julho de 2013

DEPREDANDO A SAÚDE DA NAÇÃO

Miguel Srougi –
Como cidadão, fiquei deslumbrado com o clamor que varre a nação. Como médico, e ligado à saúde, mergulhei em esperanças. Contudo, com a mesma velocidade que esse sentimento aflorou, fui tomado por uma angústia incontida ao observar as manifestações oficiais.

Anunciou-se solenemente que seriam importados milhares de médicos estrangeiros e injetados R$ 7 bilhões em hospitais e unidades de saúde. Também se propôs a troca de R$ 4,8 bilhões de dívidas dos hospitais filantrópicos por atendimento médico e foi anunciada a criação de 11.400 vagas de graduação em escolas médicas.
Perplexo, gostaria de dizer que essas propostas são tão surrealistas que não podem ter sido idealizadas por autoridades sérias, mas sim por marqueteiros afeitos à empulhação. Piores do que os depredadores soltos pelas ruas, já que destroem vidas humanas.
A medicina exercida condignamente pressupõe equipes qualificadas, não apenas com médicos, mas também com enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais. Exige instalações minimamente equipadas, para permitir diagnósticos e tratamentos mais simples.
Necessita do apoio de farmácias, capazes de prover sem ônus para os necessitados, as medicações essenciais. Requer processos de higiene, assepsia e certo conforto, para dar segurança e respeitar a dignidade humana dos pacientes.
O que farão os médicos estrangeiros nas áreas remotas do Brasil apenas com termômetros e estetoscópios nas mãos? Irão receitar analgésicos, antidiarreicos e remédios para tosse, o que poderia ser mais bem executado por qualquer prático de farmácia, também afeito às doenças regionais. Médicos que nos casos mais delicados nem atestado de óbito poderão assinar, pois não conseguirão identificar a causa da infelicidade.
Pior ainda, como esses médicos conseguirão atuar limitados pela dificuldade de comunicação, desqualificados para tratar doenças já erradicadas em países sérios, frustrados por viverem em regiões destituídas de condições mais dignas de existência para eles próprios, suas mulheres e seus filhos? Certamente tratarão de migrar para centros mais prósperos, abandonando aqueles que nunca conseguirão expressar a desilusão.
Não custa lembrar que muitos países desenvolvidos aceitam médicos estrangeiros, contudo nenhum deles atua sem ser aprovado em exames extremamente rigorosos, que atestam a elevada competência profissional.
Igualmente falaciosa é a proposta de incrementar os recursos para a saúde. Num país como o Brasil, que gasta apenas 8,7% do seu Orçamento em saúde –muito menos que a Argentina (20,4%) e Colômbia (18,2%)– somente mal-intencionados poderão acreditar que um aporte de recursos de 0,7% corrigirá a indecência nacional.
Também enganadora é a ideia de se recorrer às instituições filantrópicas. Em situação falimentar, deixam de pagar tributos porque não recebem do governo federal os valores justos pelo trabalho. Pelo mesmo motivo, serão incapazes de aumentar o já precário atendimento.
Quanto à criação de novas vagas para alunos de medicina, nada mais irrealista. Para acomodar os números apresentados, o governo teria que criar entre 120 e 150 escolas médicas. Com que recursos? Com que professores? Com que hospitais?
Presidente, termino pedindo desculpas pela minha insolência. Você, que é digna e tem história, não pode tergiversar perante o clamor de tantos filhos da nação. Faça ouvidos moucos ao embuste e combata de forma sincera os malfeitos.
Assuma, de forma sincera e não dissimulada, a determinação política de priorizar os recursos para as áreas sociais. Para não ser tomada por angústia infinita ao cruzar com a multidão, entoando com indignação o canto de Chico Buarque: “Você que inventou a tristeza/ Ora, tenha a fineza/ De desinventar/ Você vai pagar e é em dobro/ Cada lágrima rolada/ Nesse meu penar”.

Fonte: Ucho.Info

domingo, 26 de maio de 2013

A MEDICINA CUBANA - UM MODELO?

kubac298.jpgNa semana passada, a CNN exibiu uma reportagem que mais parecia uma propaganda do Partido Comunista falando como Cuba poderia servir de 'modelo para a reforma do sistema de saúde dos EUA'.

A reportagem da CNN incluía cenas do filme Sicko, de Michael Moore, ao mesmo tempo em que o repórter, falando in loco de um hospital de Havana, emanava entusiasmo sobre as "impressionantes estatísticas" do sistema de saúde cubano.  "A mortalidade infantil em Cuba", dizia o efusivo repórter, "é a menor do hemisfério, junto à do Canadá!".

"Incrível!", provavelmente suspirou o tipo de pessoa que assiste a CNN hoje em dia.  A prova perfeita do "Sim, nós podemos!".  Não é de se estranhar que Colin Powell tenha dito que "Castro fez algumas coisas boas para seu povo!".  Não é de se estranhar também que Michael Moore seja objeto de desdém daqueles detestáveis cubanos radicados em Miami! Antes de Fidel Castro, apenas estes seres desprezíveis podiam bancar seus próprios médicos, ao passo que a massa de famélicos cubanos definhava na doença e na pobreza!

E, de fato, de acordo com os números da ONU, a atual taxa de mortalidade infantil de Cuba coloca o país na 44ª posição no ranking, bem ao lado do Canadá.
Mas o que a CNN deixou de lado é que, de acordo com essas mesmas estatísticas da ONU, em 1958 (o ano anterior à gloriosa revolução) Cuba figurava na 13ª posição, mundialmente.  Isso significa que a Cuba pré-Fidel, robustamente capitalista, tinha a 13ª menor taxa de mortalidade infantil do mundo. 

Isso colocava o país não apenas no topo da América Latina, mas também acima de grande parte da Europa Ocidental, à frente da França, Bélgica, Alemanha Ocidental, Israel, Japão, Áustria, Itália, Espanha e Portugal.  Hoje, todos esses países deixam a Cuba comunista comendo poeira, com taxas de mortalidade infantil muito menores.
cubaho3.jpg

E mesmo despencando da 13ª posição (quando capitalista) para a 44ª (agora comunista), a "impressionante" mortalidade infantil cubana é mantida artificialmente baixa pelas trapaças estatísticas do Partido Comunista e por uma taxa de aborto verdadeiramente pavorosa: 0,71 abortos para cada feto nascido vivo.  Essa é, de longe, a taxa mais alta do hemisfério.  Em Cuba, qualquer gestação que sequer insinue alguma complicação é "terminada".

Também digno de nota, de acordo com a Associação dos Médicos e Cirurgiões Americanos, a taxa de mortalidade das crianças cubanas com idade entre um e quatro anos é 34% maior do que a dos EUA (11,8 versus 8,8 por 1.000).  Mas esses números - por uma questão de critério - não figuram nas notórias "taxas de mortalidade infantil" da ONU e da Organização Mundial de Saúde.  Portanto, não há pressão sobre os médicos cubanos para que eles falsifiquem esses números - por enquanto.

Em abril de 2001, o Dr. Juan Felipe García, de Jacksonville, Flórida, entrevistou vários médicos que haviam desertado recentemente de Cuba.  Baseado no que ouviu, ele declarou o seguinte: "Os números oficiais da mortalidade infantil de Cuba são uma farsa.  Os pediatras cubanos constantemente falsificam os números a pedido do regime.  Se um bebê morre durante seu primeiro ano de vida, os médicos declaram que ele era mais velho.  Caso contrário, tal lapso pode custar-lhe severas punições, além do seu emprego."

O que é ainda mais interessante (e trágico): a taxa de mortalidade materna em Cuba é quase quatro vezes maior que a dos EUA (33 versus 8,4 por 1.000).  Não deixa de ser algo bem peculiar o fato de que tantas mães morrem durante o parto, assim como tantas crianças de um a quatro anos, e, ao mesmo tempo, os bebês com menos de um ano (período durante o qual eles são classificados como bebês pelas estatísticas da ONU) são perfeitamente saudáveis!

Tal contradição poderia impelir algumas pessoas a questionar os números oficiais da mortalidade infantil cubana.  Porém, se fizessem isso, tais pessoas jamais iriam conseguir um escritório em Havana para suas agências de notícias, e muito menos um visto para filmar um documentário.
99% dos cubanos não têm a mínima experiência com hospitMARINAZCUYMANWITHINJUREDFOOT.jpgais como aqueles que Michael Moore mostrou em Sicko e o repórter da CNN visitou emocionado. 

A maioria dos cubanos vê esses hospitais da mesma maneira que adolescentes veem a Playboy e os maridos veem o catálogo da Victoria's Secret: "Ah, se eu pudesse..."
A propaganda castrista contida em Sicko enfureceu de tal forma as pessoas que foram amaldiçoadas pelo destino a viver nas terras feudais de Fidel que elas resolveram arriscar suas vidas: utilizando câmeras ocultas, elas foram filmar as condições dos genuínos hospitais cubanos, na esperança de que pudessem alertar o mundo que o filme de Moore era uma trapaça a serviço da propaganda do regime stalinista.

A um enorme risco, duas horas de cenas chocantes - e quase sempre revoltantes - foram coletadas por minúsculas câmeras, contrabandeadas para fora de Cuba e entregues ao exilado cubano George Utset, que administra o soberbo e revelador website The Real Cuba (você realmente deve clicar ali e ver todas as fotos, clicando em cada uma delas para ampliar).  O homem que assumiu a maior parte dos riscos durante a filmagem e que fez a exportação clandestina foi o dissidente cubano - e também médico - Darsi Ferrer, que também se dispôs a falar durante as filmagens, narrando grande parte das revelações do vídeo.  O Dr. Ferrer trabalha diariamente nesses hospitais genuinamente cubanos, onde sempre testemunha a verdade.  E o que é mais importante: ele não foi intimidado a revelar essa verdade para o resto do mundo - ele fez tudo espontaneamente.
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Originalmente, a rede americana ABC planejou mostrar as repugnantes cenas em sua totalidade durante o programa de John Stossel, 20/20.  Acontece que, no dia 12 de setembro de 2007, o 20/20 mostrou apenas um minúsculo segmento sobre o "real" sistema de saúde cubano, que durou escassos 5 minutos e com praticamente nenhuma das cenas que foram contrabandeadas.  O que aconteceu?

Bem, o regime fidelista ficou sabendo desses vídeos e imediatamente entrou em contato com o escritório da ABC em Havana, enfatizando que a "licença operacional" da ABC no país poderia sofrer "escrutínios intensos" caso eles levassem as imagens ao ar.
A ABC (e, sim, também Stossel, uma pessoa que em outras ocasiões sempre admiramos) se acovardou.
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Entra em cena a Fox News e o apresentador Sean Hannity.  Esse humilde servo entrou em contato com os produtores de Hannity para falar a respeito dos vídeos, e eles imediatamente se prontificaram a examinar o material.  Depois de algumas horas o programa foi ao ar. Você pode ver aquiE aqui.  Os telespectadores da Fox puderam ver pacientes nus cobertos por moscas enquanto deitados em "leitos hospitalares" que consistiam de colchões sem qualquer forro.  Puderam ver também prédios e instalações que seriam condenados por qualquer agência sanitária servindo como "hospitais".  Eles viram e ouviram o Dr. Darsi Ferrer - junto com outros cubanos entrevistados - descrever a impossibilidade de conseguir algo tão básico como aspirinas.

"Ganância" era o que Michael Moore estava combatendo em Sicko, correto?  "Ganância" é o que Obama quer abolir, certo?

Bem, o vídeo mostra burocratas do regime castrista dizendo aos cubanos que aspirinas e outros remédios só poderiam ser disponibilizados se eles pagassem em dólares americanos - e não em pesos cubanos, os quais eles desesperançosamente portavam.


Mais imagens:
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Para mais informações sobre a Cuba pré-Fidel, leia O verdadeiro Che Guevara


 
Fonte: Instituto Ludwig Von Mises - Brasil

sexta-feira, 8 de junho de 2012

O CONTRASTE

Absolutamente inconcebível e absurda a situação da saúde pública no Brasil. Temos denunciado sistematicamente no blog o quanto sofre nosso povo que depende do sistema, vitimas da omissão, desmazelo e irresponsabilidade dos gestores, principalmente no interior do país.
Uma pequena amostra do que acontece na saúde pública foi ao ar para todo o Brasil esta semana através do programa Profissão Repórter da Rede Globo, ficou evidente o sofrimento de pacientes e médicos. Hospitais superlotados, sem a menor condição de higiene, equipamentos que não funcionam, falta de medicamentos , médicos sobrecarregados , sujeitos a erros em função das péssimas condições de trabalho.
E o que é pior, o uso político, principalmente nas regiões mais pobres, iludindo a população e os próprios médicos, com a construção de verdadeiros elefantes brancos. O exemplo do Maranhão é uma vergonha e se esse país fosse sério, o clã dominante deveria estar na cadeia, vejamos: A construção de 65 hospitais programados para serem inaugurados em ano eleitoral, na maior parte em municípios pequenos de 8 a 12 mil habitantes, numa clara transgressão da orientação do próprio Ministério da Saúde. Hospitais com centros cirúrgicos desativados, maternidades onde nascem 2 a 3 crianças por mês, enfermarias vazias e funcionários ociosos por falta de pacientes, em contraste com o que acontece nas cidades maiores onde se vê justamente o oposto, com hospitais sucateados e superlotados.
Outra cena chocante e que reflete o que acontece com a grande maioria dos médicos que escolheram o interior para exercer sua profissão, foi a do colega, já idoso, portador de hemiplegia em conseqüência de um AVE ( acidente vascular encefálico ) atendendo a população, necessitando de um secretário para escrever inclusive a receita em função da sua incapacidade. A falta de uma aposentadoria digna, com rendimentos suficientes para manter seu padrão de vida, leva o médico a trabalhar até os limites de seu estado físico e sua condição de saúde. Após décadas de trabalho, salvando vidas , não temos aposentadoria para um final de vida com dignidade.
Ficamos assim, medicina de primeiro mundo nas grandes cidades, com hospitais de ponta, médicos super especializados,  referência até para outros países, disponíveis para quem pode pagar particular ou planos de saúde e para os governantes enquanto no interior pobre a a população e os médicos são submetidos a um sistema de saúde digno dos mais pobres países da África.
Os médicos então estão divididos em duas categorias, a que tem as melhores condições de trabalho, equipes multidisciplinares, equipamentos de primeira linha, remuneração digna e os que estão no interior, solitários, responsáveis únicos por plantões no pronto-socorros, sem equipe, sem equipamentos, sem medicamentos, com sobrecarga de trabalho e salários indignos e insuficientes para tamanha responsabilidade.
Quanto a mim, vou me equilibrando entre essas duas categorias, até quando Deus quiser.

Marco Sobreira

sábado, 5 de março de 2011

INSTRUMENTOS MÉDICOS DO PASSADO.

Antigos Instrumentos Cirúrgicos

Quem se queixa da broca do dentista ou do som agoniante que o aparelhinho faz, prepare-se para este post. Depois de ver as maravilhosas ferramentas que os rapazes e moças de jaleco utilizavam algum tempo atrás, você jamais temerá a insignificante broquinha. Imaginar como estes aparelhos eram utilizados e o sofrimento pelo qual passavam os tristes pacientes é chocante. As imagens não são fortes, mas  imaginar como elas eram utilizadas é o problema. Agora lembre-se: Caso um dia você volte ao passado para alguma missão que salvará o mundo, torça para não precisar dos cuidados de um médico local.



Faca de Amputação (1800): Durante o século 18 eram tipicamente curvas, porque os cirurgiões tendiam a fazer um corte circular através da pele e músculos. Antes os ossos eram cortados com um serrote. Depois de 1800, facas retas se tornaram mais populares porque tornaram mais fácil deixar um retalho de pele que podiam ser utilizados para fechar o buraco.




 Serra de Amputaçã (1600): A maioria dos cirurgiões  se preocupava em decorar suas serras, mas não pensavam que os sulcos eram um lugar ideal para os germes construirem suas casinhas.



Tesoura Removedora (1500): Enquanto as tesouras abriam o caminho, o eixo central era inserido na ferida para captar o objetivo da operação.




Sanguessuga Artificial (1800): Sangria com sanguessugas era tão populares em tratamentos para uma série de condições médicas. Daí­ que a sanguessuga artificial foi inventada em 1840 e foi utilizada com frequência em cirurgias de olho e orelha. As lâminas rotativas cortavam uma ferida na pele do paciente, enquanto que o cilindro seria utilizado para produzir um vácuo que sugava o sangue.



Extrator de Balas(1500): Este instrumento poderia atingir balas profundamente alojadas no corpo do coitado do paciente. Extratores como este tinha um parafuso que podia ser inserido na ferida e alongado para perfurar a bala e assim pudesse ser puxada para fora.


Dilatador Cervical (1800): Era assim que dilatavam a bacia de uma mulher na hora do parto. Tudo medido na escala.


Faca de Circuncisão (1770): Realizada até hoje, a prática da circuncisão era feita com esse brinquedinho aí­ abaixo.


Ecraseur (1870): Esta coisinha linda era usada para cortar hemorróidas e tumores do ovário ou do útero.

Fórceps para hemorróidas: Esses fórceps eram utilizados para captar uma hemorróida entre as lâminasaplicar pressão para interromper o sangramento, provocando a dormência da hemorróida.



Hérnia Tool (1850): Esta ferramenta era utilizada após o restabelecimento de uma hérnia. Era inserido no corpo perto da área afetada e deixada lá por uma semana para produzir tecido cicatricial que poderia ajudar a fechar a hérnia.

Hirtz (1915): A bússola era usada para determinar com precisão onde estavam localizadas balas no corpo, para que pudessem depois serem removidas com precisão. Não pergunte como.


Hysterotome(1860): Utilizado para amputar o colo do útero durante uma histerectomia.


Lithotome (1740) Este lithotome era usado para cortar a bexiga a fim de remover pedras. O eixo continha uma lâmina escondida que era inserida na bexiga e, em seguida, liberada utilizando uma mola.



Boca Mordaça (1880): Conhece um parafuso? Conhece uma boca? Esta madeira, em forma de parafuso era inserido na boca do paciente anestesiado para manter as vias aéreas abertas.


Escarificador (1910): Escarificadores eram utilizados em derramamento de sangue. As lâminas de mola neste dispositivo cortavam a pele, e um copo de vidro arredondado poderia ser aplicado sobre a ferida. Quando aquecido, ele iria ajudar a tirar o sangue para fora em um ritmo mais rápido.


Skull Saw (1830): Esta  serra da lâminas era utilizada para cortar seções através do crânio, permitindo o acesso de outros instrumentos.


Tobacco Smoke Enema (1750): O tabaco enema era utilizado para infundir o fumo do tabaco em um paciente do reto para diversos fins medicinais, principalmente a reanimação das ví­timas de afogamento. Um retal tubo inserido no ânus estava ligado a um fole que forçava a fumaça para o reto. O calor do fumo foi pensado para promover a respiração, mas muitos duvidam da eficácia.



Tonsila Guilhotina (1860s): Este método de remoção da amí­gdala trabalhou muito tradicional como uma guilhotina, cortando fora a infectada amí­gdalas. Esta dupla guilhotina possibilitaria que ambas as amí­gdalas poderiam ser removidas ao mesmo tempo. Esses instrumentos foram substituídos por pinças e bisturis no in­ício do século 20, devido a  alta taxa de hemorragia e do caráter impreciso do dispositivo, que muitas vezes deixava remanescentes de amí­gdalas na boca.


Trefina (1800): Este instrumento era uma broca cilí­ndrica com uma serrinha que era utilizada para furar o crânio. A broca do centro era utilizado para iniciar o processo e manter alinhada enquanto a lâmina de corte agia.


Espéculo Vaginal (1600): O espéculo foi utilizado por milhares de anos para permitir aos médicos uma melhor visão e acesso à área vaginal (ou outras cavidades corporais), alargando depois da inserção.
































domingo, 27 de fevereiro de 2011

É OLHAR O DOENTE, NÃO A DOENÇA.

Antonio Carlos Lopes



Teoricamente a medicina é 100% humanizada, porque, para exercê-la, é preciso ter foco no indivíduo, na qualidade de vida e bem-estar dos cidadãos. Nesse caso, falar em humanização pode parecer redundante. Em certas situações, fica inclusive a impressão de tratar-se apenas de recurso retórico.


O fato, no entanto, é que vivemos no Brasil, país até bem posicionado na geografia econômica mundial, mas absolutamente miserável em políticas sociais. Dia a dia, vemos na imprensa hospitais sucateados, pacientes jogados em corredores à espera de internação, mal tratados e desrespeitados. Faltam recursos à assistência adequada e, pior do que isso, não há vontade política nem postura cidadã de boa parte dos gestores dos sistemas público e privado.

Não bastasse a carência de recursos e a incompetência administrativa, há outras agravantes que comprometem a qualidade do atendimento, tornando nossa medicina e a saúde perigosamente desumanizadas. Começamos pela formação médica, cada vez mais frágil. Surgem novas faculdades todos os dias numa roleta-russa que visa somente à quantidade. O resultado é um mercado inflado anualmente por profissionais com capacitação insuficiente, representando ameaça à vida dos cidadãos.

Com mão de obra excedente, o Estado e empresários da saúde seguem a cartilha da mercantilização. Praticam honorários vis, obrigando médicos a acumular vários trabalhos para compor uma renda minimamente digna. Boa parte se submete a plantões de 24 horas, seguidos por jornadas de 12 horas no dia seguinte, só para citar um exemplo. Colocam em risco a própria integridade, além de pôr em risco os pacientes.

Todos esses problemas - somados à incompetência administrativa - transformam nossa medicina em caso de polícia.

Diante de tal quadro, humanizar a medicina não é chavão nem exercício de retórica. É uma necessidade imperiosa, que passa pela mudança de mentalidade de todos os agentes do sistema. Como sempre digo, o doente deve viver e morrer de mãos dadas com o seu médico.

Não podemos aceitar que pessoas sejam tratadas como o doente do quarto 32, 48, 112. Esse, aliás, é um dos motivos pelo qual lutamos para que as instituições de ensino contemplem em seus currículos temas de cuidados paliativos.

Humanizar a medicina é mais simples do que parece. É formatar a rede de saúde e preparar seus atores para responder de forma adequada às necessidades de assistência dos cidadãos. É olhar o doente, não a doença. É ser humano com o próximo.

Antonio Carlos Lopes é presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O MAIOR MÉDICO DA HISTÓRIA.

Mensagem lida na formatura do Curso de Medicina da PUC-PR /2010.

Boa noite a todos!


Hoje estou aqui para prestar uma homenagem ao primeiro, maior e melhor médico da história da humanidade!

Deus é esse médico, o médico dos médicos, e o mais excelente conhecedor do corpo humano. Todas as células e tecidos, órgãos e sistemas, foram arquitetados por Ele, e Ele entende e conhece a sua criação melhor do que todos.

Que médico mais excelente poderia existir?

Deus é o primeiro cirurgião da história. A primeira operação? Uma toracoplastia, quando Deus retirou uma das costelas de Adão e dela formou a mulher.

Ele também é o primeiro Anestesista, porque antes de retirar aquela costela fez um profundo sono cair sobre o homem.

Deus é o melhor Obstetra especialista em fertilização que já existiu! Pois concedeu filhos a Sara, uma mulher que além de estéril, já estava na menopausa havia muito tempo!

Jesus, o filho de Deus, que com Ele é um só, é o primeiro pediatra da história, pois disse: “Deixem vir a mim as crianças, porque delas é o reino de Deus!”

Ele também é o maior reumatologista, pois curou um homem que tinha uma mão ressequida, ou, tecnicamente uma osteoartrite das articulações interfalange ana s.

Jesus é o primeiro oftalmologista, relatou em Jerusalém, o primeiro caso de cura em dois cegos de nascença.

Ele também é o primeiro emergencista a realizar, literalmente, uma ressuscitação cardio-pulmonar bem sucedida, quando usou como desfibrilador as suas palavras ao dizer: “Lázaro, vem para fora!”, e pelo poder delas, ressuscitou seu amigo que já havia falecido havia 4 dias.

Ele é o melhor otorrinolaringologista, pois devolveu a audição a um surdo. Seu tratamento? O poder de seu amor.

Jesus também é o maior psiquiatra da história, há mais de 2 mil anos curou um jovem com graves distúrbios do pensamento e do comportamento!

Deus também é o melhor ortopedista que já existiu, pois juntou um monte de ossos secos em novas articulações e deles fez um grande exército de homens. Sem contar quando ele disse a um homem coxo: “Levanta, toma a tua maca e anda!”, e o homem andou! O tratamento ortopédico de quadril mais efetivo já relatado na história!

A primeira evidência científica sobre a hanseníase está na Bíblia! E Jesus é o dermatologista mais sábio da história, pois curou instantaneamente 10 homens que sofriam desta doença.

Ele também é o primeiro hematologista, pois com apenas um toque curou a coagulopatia de uma mulher que sofria de hemorragia havia mais de 12 anos e que tinha gastado todo o seu dinheiro com outros médicos em tratamentos sem sucesso.

Jesus é ainda, o maior doador de sangue do mundo. Seu tipo sanguíneo? O negativo, ou, doador universal, pois nesta transfusão, Ele, ofereceu o seu próprio sangue, o sangue de um homem sem pecado algum, por todas as pessoas que tinham sobre si a condenação de seus erros, e assim, através da sua morte na cruz e de sua ressurreição, deu a todos os que o recebem, o poder de se tornarem filhos de Deus! E para ter este grande presente, que é a salvação, não é necessário FAZER nada, apenas crer e receber!

O bom médico é aquele que dá a sua vida pelos seus pacientes! Ele fez isso por nós!

Ele é um médico que não cobra pelos seus serviços, porque o presente GRATUITO de Deus é a vida eterna!

No seu consultório não há filas, não é necessário marcar consulta e nem esperar para ser atendido, pelo contrário, Ele já está à porta e bate, e aquele que abrir a seu coração para Ele, Ele entrará e fará uma grande festa! Não é necessário ter plano de saúde ou convênio, basta você querer e pedir! O tratamento que ele oferece é mais do que a cura de uma doença física, é uma vida de paz e alegria aqui na terra e mais uma eternidade inteira ao seu lado no céu!

O médico dos médicos está convidando você hoje para se tornar um paciente dele, e receber esta salvação e constatar que o tratamento que Ele oferece é exatamente o que você precisa para viver!

Ele é o único caminho, a verdade e a vida. Ninguém pode ir até Deus a não ser por Ele.

Seu nome é Jesus

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

ESTAREI ERRADO? ESPERO QUE SIM.

Todos os amigos que acompanham esse blog sabem que tenho feito criticas à saúde oferecida ao povo brasileiro pelo SUS e me sinto muito à vontade para isso porque só trabalho na saúde pública, há muito me desiludi com a medicina de grupo e com a filantropia. Sou daqueles que acredita que precisamos cobrar que o Governo cumpra a Constituição, quando determina que saúde é um direito de todos e obrigação do Estado.


Resolvo relatar aqui um caso acontecido hoje, desde já antecipando o final para que me cobrem mais tarde, deixando bem claro que peço a Deus de todo coração que eu esteja errado. Fui procurado pela Assistente Social do PAM de Presidente Kennedy, onde sou Diretor, solicitando ajuda pois não sabia como dizer à acompanhante da paciente que não poderíamos ajudá-la. Pedi que aguardasse 10 minutos pois estava acabando de passar visita nos meus pacientes e iria até sua sala. Foi o que fiz e ao chegar vi uma senhora de aproximadamente 60 anos sentada ao lado de uma jovem senhora que imaginei ser parente próxima. Cumprimentei-as e de imediato notei que a paciente apresentava uma icterícia ( amarelão) acentuada, fácies de sofrimento, cabisbaixa, olhar perdido, o que me deixou impressionado. Solicitei a acompanhante que me contasse o que acontecer e em que poderíamos ajudar.

-Dr, nós moramos no Município de Marataízes, ela esteve internada no Hospital de lá porque da noite para o dia começou a ficar amarela do jeito que o Sr está vendo, tenho aqui o histórico do que aconteceu com ela.

Resumindo, a paciente teve uma obstrução no colédoco, foi submetida a procedimento de rotina para solução do problema, só que apresentar um tumor na papila e necessita de procedimento de alta complexidade e que só poderia ser feito em Vitória ou em Itaperuna , aí já no Estado do Rio de Janeiro.

Questionei o por que de ter nos procurado, já que não tínhamos condições técnicas para a solução do problema, vejam o relato dela:

-Vim aqui porque sei que esse Município tem ajudado muito as pessoas, procurei o Serviço Social da minha cidade e não obtive ajuda, por isso estou aqui para ver se tem como vocês ajudarem, pois já não sei o que fazer. Fiquei sabendo que o tratamento dela deve custar uns 10 mil reais e não temos como pagar.

-Olhe minha filha, argumentei, sei de sua aflição, infelizmente não tenho poder para autorizar o procedimento, que por ser de alta complexidade é de responsabilidade do Estado, mas é obrigação do Município onde moram proporcionar meios para que ela seja encaminhada, inclusive com transporte. Mas vou ver o que posso fazer para ajudar, pelo menos mostrando o caminho a percorrer.

Peguei o celular e liguei para o Superintendente da Regional Sul , médico meu amigo de longa data, contei-lhe o caso e solicitei que me orientasse como fazer para ajudar a paciente. O colega me ouviu pacientemente e falou,

-Marco, ela tem que procurar a AMA (Agencia Municipal de Agendamento) de seu município, entregar todos esses documentos e laudos que diz possuir, eles vão montar um processo e encaminhar para a Superintendência. A partir daí, nós faremos uma tomada de preço para comprar o procedimento e oferecer o tratamento para a doente.

Agradeci a atenção do colega, orientei a moça a proceder exatamente como me foi orientado. Após agradecer, a paciente me solicitou se podia passar um remédio pra ela, pois não agüentava mais de tanta coceira no corpo. Expliquei que a coceira era causada pelo excesso de bilirrubina que também estava causando a cor amarela e que passaria um medicamento para tentar aliviar um pouco, mas só a solução do problema traria alivio definitivo.

Agora amigos, o pior da história, por experiência tenho certeza que a paciente não vai conseguir o tratamento necessário com menos de 90 dias e sinceramente, diante da gravidade do caso, é bem provável que quando o mesmo for autorizado, a paciente já não necessite mais.

Duro não? Mas acreditem, essa é a realidade a que está sujeita os pacientes pobres que dependem exclusivamente da saúde pública desse País, o procedimento feito até então foi conseguido via Ministério Público. Falta dinheiro? Não, falta administração, falta um atendimento mais humanizado, um sistema de referência que funcione de verdade.

Estou escrevendo sobre esse caso, porque confesso que a imagem daquela senhora não me sai da cabeça, amanhã vou tentar com um amigo em Itaperuna (RJ) uma caridade de algum médico de lá que se disponha a ajudar. Nessas horas confesso, que os meus 35 anos de luta com essa realidade já estão me pesando e o pior, não consigo enxergar a bendita luz no fim do túnel. Deus proteja o povo brasileiro.

Prometo informá-los o seguimento desse caso, esperando de todo coração que as minhas previsões estejam erradas.