As controversas relações entre os governos do Irã e do Brasil foram intensamente abordadas durante a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), que termina neste domingo (8) no municipio do estado do Rio de Janeiro. Em mesa literária realizada na noite desta sexta-feira (6), a escritora iraniana Azar Nafisi, autora do best -seller Lendo Lolita em Teerã, criticou duramente tanto o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, quanto o presidente de seu país.
Azar comentou a negociação do governo brasileiro no caso da iraniana Sakineh Mohammadi-Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento em seu país.
- Ele (Lula) disse: 'Eu peço ao meu amigo, Sr. Ahmadinejad, que se esta mulher o deixa desconfortável, mande ela para o Brasil'. Esta mulher não está deixando ninguém desconfortável, é o presidente Ahmadinejad que está deixando esta mulher desconfortável matando-a. Lula pensa que este cara (Ahmadinejad) é seu amigo. Este cara apedreja seus cidadãos até a morte. No Brasil não há pena de morte. Como ele pode ser seu amigo?
Confira também
Advogado da iraniana é libertado na Turquia
Iraniana revive história de Maria Madalena
...A escritora foi ovacionada pelo público por suas declarações. Em 1981, a escritora, de 54 anos, foi expulsa da Universidade de Terã, onde ensinava literatura , por se recusar a usar o véu.
Também na sexta-feira, durante um encontro com a imprensa na Flip, o escritor indo-britânico Salman Rushdie havia manifestado seu apoio ao Brasil em seus esforços diplomáticos para salvar Sakineh.
- Ficaria feliz se qualquer nação pudesse ajudar neste caso. Porque isso tem que ser resolvido sem que esta pobre mulher seja executada. Se o governo brasileiro for capaz de ajudar, isso seria uma coisa excelente
Sakineh, 43 anos, mãe de dois filhos, foi condenada em 2006 por ter mantido uma "relação ilegal" com dois homens, após a morte de seu marido por "assassinato". Lula propôs asilo à iraniana no dia 31 de julho e foi apoiado por Washington. As autoridades iranianas negaram alegando que Lula tem um temperamento muito humano e emotivo e, provavelmente, não recebeu informações suficientes sobre este caso". Pelo menos outras oito mulheres e três homens correm o risco de serem apedrejados no Irã, segundo a Anistia Internacional
MEU COMENTÁRIO:
Mais uma vez o Presidente Lula é infeliz na sua fala, parece não pensar bem o que diz. Ao se dirigir ao ditador, seu amigo dizendo "SE ESTA MULHER O ESTÁ DEIXANDO DESCONFORTÁVEL, MANDE-A PARA O BRASIL" mostra sua indiferença para com a vida da Iraniana, assim como o fez, em relação ao dissidente cubano, que "SE DEIXOU MORRER". Se o Lula tem a força, que acha que tem, devería ter tomado atitude mais firme em relação ao Sr. Ahmadinejad, "deixando desconfortável"? Sería melhor ter ficado calado.
Sou contra vilências, repudio essas bábaries que ainda hoje se cometem,em nome de qualquer coisa que seja.Mas ai existe uma dictomia:o do Lula ao refir-se ao um ser humano que irá chegar às vias de fato,ao apredejamento, a morte, e ao outro que irá fazê-lo,será o excecutor da tarefa.
ResponderExcluirNão vejo muita diferença nos Estadistas, apenas na cultura do pais...se aqui tivessémos esta Lei, pelo terrorismo constante que ronda nossas vidas, com certeza o Presidente também o faria.O problema nem chega ser emotivo,pois o Lula usa as lágrimas a seu favor,lágrimas são armas dos covardes às vezes,o problema é cultural.Estamos vivendo de forma diferente do Irã uma cultura de fome, de desigualdades,de ignorância, de falta de segurança publica,de saúde,de narcotráfico, crianças sem escola, mulheres violentadas e mortas dez por dia...ora, isso também é morte, é cultura de apredejamento ao nosso pisicológico... de humanidade,de tudo enfim.