sábado, 7 de agosto de 2010

SERRA CRITICA APROXIMAÇÃO ENTRE BRASIL E IRÃ.

Segundo ele, governo brasileiro é omisso em relação aos direitos humanos no país



O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, criticou neste sábado (7) a aproximação do governo brasileiro com o regime iraniano. Durante visita a Belo Horizonte, o tucano se reuniu com lideranças femininas de seu partido e de siglas aliadas e classificou como “irônica” a posição brasileira ante o regime do presidente Mahmoud Ahmadinejad.

Em referência ao presidente do país, Serra acusou o governo brasileiro de ter “carinho” por um ditador que não respeita os direitos humanos, sobretudo os das mulheres.

No fim do mês passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu asilo à iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento sob a acusação de ter mantido relações com dois homens, incluindo o assassino de seu marido.

O governo iraniano, porém, recusou a proposta e disse que o presidente brasileiro é “emotivo”, mas está “mal informado” sobre a questão.

Ao discursar em um comitê do PSDB na capital mineira, Serra aproveitou o tema para criticar a política externa brasileira.

- No Brasil, criou-se uma secretaria especial da mulher com status de ministro. Eu acho uma ironia o governo ter isso e considerar como amigo, ter carinho por um regime que enterra a mulher até a cintura e apedreja até a morte.

Antes da polêmica relacionada a Sakineh, Lula já havia se aproximado do governo de Ahmadinejad ao tentar, junto com a Turquia, intermediar negociações sobre o programa nuclear iraniano, que segundo a maior parte da comunidade internacional teria fins bélicos.

Sem citar o nome de Lula, Serra avaliou que o governo brasileiro é omisso em relação a notórias violações de direitos humanos ocorridas no Irã.

- Uma coisa é interesse econômico, outra é tratar carinhosamente, como se fosse um camarada, um regime que mata mulheres, que tortura porque, depois da viuvez, teve relação com dois homens. É a sentença de morte mais cruel que eu conheço. No meu governo nós vamos rejeitar isso. Vamos nos manifestar de todas as formas contra esse tipo de regime.

Na opinião do presidenciável, o fato de Lula oferecer asilo a Sakineh já significa que o governo brasileiro legitima a posição iraniana.

- Essa oferta de asilo para ela aqui é como se ela fosse uma criminosa política. E não é. Não fez nada nesse sentido.

Pesquisa

O candidato do PSDB não quis comentar o resultado da pesquisa Ibope divulgada na noite desta sexta-feira (6), que mostrou a petista Dilma Rousseff à frente dele com cinco pontos de vantagem. Segundo ele, apenas a "crescente consciência" do eleitorado a respeito dos candidatos é decisiva na hora da definição do voto. O tucano também minimizou o peso da popularidade do presidente Lula.

- O Lula não será mais presidente a partir de 1º de janeiro. E nenhum presidente, em qualquer país do mundo, governa na garupa. Só se governa comandando. Portanto, a população vai escolher aquele que vai dirigir o Brasil a partir de 1º de janeiro.

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