Radanezi Amorim
Ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, "Rose" foi assessora de Dirceu por quase 12 anos
Em poucos dias, o “caso Rosemary Noronha” tirou do foco o histórico julgamento do mensalão e, desde então, não param de vir à tona fatos de arrepiar. Ironicamente, as denúncias chamuscaram por tabela o ex-ministro José Dirceu, personagem central no esquema sentenciado no Supremo.
Ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, “Rose” foi assessora de Dirceu por quase 12 anos. Chegou a ligar para ele pedindo ajuda durante as buscas da Polícia Federal na Operação Porto Seguro em seu apartamento. E ele seria citado pelas iniciais “JD” em e-mails trocados entre Rose e integrantes do esquema.
Contudo, desta vez até o ex-presidente Lula aparece em situação complicada. Não só porque a ex-chefe de gabinete o acompanhava em viagens ao exterior. Mas, principalmente, porque ela parecia se valer das relações com Lula para emplacar parentes e amigos em cargos de peso na administração federal.
Foi o que indicou, por exemplo, a troca de e-mails entre Rose e Lula, obtidos pela Polícia Federal nas investigações. As mensagens foram divulgadas nos últimos dias.
Até agora o ex-presidente evita se explicar sobre o caso. Questionado por repórteres, num evento na quinta-feira, ele nada falou sobre Rose ou sobre a operação da PF. E a declaração de que foi “apunhalado pelas costas”, atribuída a ele por aliados, soa quase como piada: remete ao que ele próprio disse em 2005, no auge do mensalão.
E o fato é que surgem cada vez mais pontos de sombra. Começam a sobrar cacos para todo o lado, como o fato surpreendente de o Senado ter aprovado um dos nomes indicados por Rose para a Agência Nacional de Águas (ANA), depois de já tê-lo rejeitado por duas vezes.
A ex-chefe de gabinete demonstra ter sido investida de um poder muito além do que sua função, como se tivesse sempre o aparo de “superiores” a ela.
De todo modo, as denúncias envolvendo Rose são o ponto mais visível de um grande esquema de corrupção entranhado em órgãos federais, por meio do aparelhamento operado no poder público por “camaradas” e “companheiros”.
É mais um caso da falta de limites entre o público e o privado, com a máquina estatal sendo usada em proveito próprio, como se pertencesse ao grupo que está no poder.
Diante do que tem sido revelado, é provável que o “caso Rose” ainda dê muito o que falar, com novos escândalos vindo à tona. Sobretudo porque os estilhaços podem atingir figuras pilhadas em outros “malfeitos”, como Dirceu, Valdemar Costa Neto. Sem contar o risco eventual de arranhões a Lula. De qualquer forma, o atual governo volta ter a imagem arranhada pela “herança maldita” do que o antecedeu.
Cena política
Diante da constatação de que Rosemary Noronha, a Rose, emplacou nomeações na Anac, na ANA e na Brasilprev, previdência privada ligada ao Banco do Brasil, uma malvada raposa política soltou esta ontem: “Esse esquema já está virando uma falência múltipla de órgãos e atingindo o coração do governo!”. É muita maldade da exagerada raposa...
Em poucos dias, o “caso Rosemary Noronha” tirou do foco o histórico julgamento do mensalão e, desde então, não param de vir à tona fatos de arrepiar. Ironicamente, as denúncias chamuscaram por tabela o ex-ministro José Dirceu, personagem central no esquema sentenciado no Supremo.
Ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, “Rose” foi assessora de Dirceu por quase 12 anos. Chegou a ligar para ele pedindo ajuda durante as buscas da Polícia Federal na Operação Porto Seguro em seu apartamento. E ele seria citado pelas iniciais “JD” em e-mails trocados entre Rose e integrantes do esquema.
Contudo, desta vez até o ex-presidente Lula aparece em situação complicada. Não só porque a ex-chefe de gabinete o acompanhava em viagens ao exterior. Mas, principalmente, porque ela parecia se valer das relações com Lula para emplacar parentes e amigos em cargos de peso na administração federal.
Foi o que indicou, por exemplo, a troca de e-mails entre Rose e Lula, obtidos pela Polícia Federal nas investigações. As mensagens foram divulgadas nos últimos dias.
Até agora o ex-presidente evita se explicar sobre o caso. Questionado por repórteres, num evento na quinta-feira, ele nada falou sobre Rose ou sobre a operação da PF. E a declaração de que foi “apunhalado pelas costas”, atribuída a ele por aliados, soa quase como piada: remete ao que ele próprio disse em 2005, no auge do mensalão.
E o fato é que surgem cada vez mais pontos de sombra. Começam a sobrar cacos para todo o lado, como o fato surpreendente de o Senado ter aprovado um dos nomes indicados por Rose para a Agência Nacional de Águas (ANA), depois de já tê-lo rejeitado por duas vezes.
A ex-chefe de gabinete demonstra ter sido investida de um poder muito além do que sua função, como se tivesse sempre o aparo de “superiores” a ela.
De todo modo, as denúncias envolvendo Rose são o ponto mais visível de um grande esquema de corrupção entranhado em órgãos federais, por meio do aparelhamento operado no poder público por “camaradas” e “companheiros”.
É mais um caso da falta de limites entre o público e o privado, com a máquina estatal sendo usada em proveito próprio, como se pertencesse ao grupo que está no poder.
Diante do que tem sido revelado, é provável que o “caso Rose” ainda dê muito o que falar, com novos escândalos vindo à tona. Sobretudo porque os estilhaços podem atingir figuras pilhadas em outros “malfeitos”, como Dirceu, Valdemar Costa Neto. Sem contar o risco eventual de arranhões a Lula. De qualquer forma, o atual governo volta ter a imagem arranhada pela “herança maldita” do que o antecedeu.
Cena política
Diante da constatação de que Rosemary Noronha, a Rose, emplacou nomeações na Anac, na ANA e na Brasilprev, previdência privada ligada ao Banco do Brasil, uma malvada raposa política soltou esta ontem: “Esse esquema já está virando uma falência múltipla de órgãos e atingindo o coração do governo!”. É muita maldade da exagerada raposa...
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