quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

LULA VIVE NOVO INFERNO ASTRAL


As acusações não partiram de nenhum "mequetrefe", mas do próprio operador do mensalão, condenado por isso mesmo a 40 anos de prisão

Já encrencado com o "Caso Rosemary Noronha", o ex-presidente Lula sofre agora um golpe ainda mais duro, sendo acusado de comandar o esquema do mensalão em seu governo. As acusações não partiram de nenhum "mequetrefe", mas do próprio operador do mensalão, condenado por isso mesmo a 40 anos de prisão.
Desde que deixou o poder, esse é o momento mais crítico do ex-presidente. Sua reputação está sendo colocada a toda prova. Por mais que o empresário Marcos Valério seja condenado ou um "canalha", como disse Roberto Jefferson, as acusações são graves demais para passarem em branco.

Não é à toa que o presidente do STF, Joaquim Barbosa, e o Ministério Público Federal defendem abertura de investigação para apurar o possível envolvimento de Lula nas denúncias.

Como visto nas páginas anteriores, entre várias acusações, Valério disse que Lula deu o "ok" para os empréstimos que serviram para pagar o mensalão, e também teve despesas pessoais pagas pelo dinheiro usado no esquema. O empresário atingiu outros petistas, como José Dirceu e Antonio Palocci, citou ainda um encontro com Lula no Palácio do Planalto, e chegou a dizer que foi ameaçado de morte.

Pelas declarações que deu no depoimento e pelas informações que parece ter, Valério se tornou definitivamente homem-bomba da República. É cedo para dizer o alcance do que veio à tona, mas está claro que Lula e PT vivem seu pior momento.

Maior estrela do partido e com status de mito, Lula nunca foi alvo de uma investigação mais consistente. Agora isso pode ocorrer. O momento é grave: o ex-presidente e seu partido são alvos de dois escândalos simultâneos. E essa onda negativa acaba tendo repercussão no governo Dilma, que continua o projeto do anterior.

Curiosamente, o PT chegou ao poder fazendo campanhas eficientes em defesa da ética na política. Quando Lula foi eleito presidente pela primeira vez, em 2002, a campanha nacional do partido era "Xô corrupção", que dizia: "Se a gente não acabar com eles, eles vão acabar com o Brasil".

Agora o partido termina seu décimo ano comandando o país com o pilar da ética danificado, querendo regulamentar a imprensa, atacando STF e com seu maior líder envolto em suspeitas. Ontem, Lula só disse que as acusações de Valério são "mentira". Mas a declaração parece ter convencido tanto quanto àquelas sobre ter sido apunhalado ou traído. O momento atual faz lembrar mais uma vez a famosa frase de Nelson Rodrigues sobre Brasília, nos anos 70: "Todos são inocentes e todos são cúmplices"

Radanezi Amorim

Um comentário:

  1. Taí um blog que gostei pelo enunciado. Pena que não tenha espaço para postar assuntos dos participantes. Já estou seguindo. Boa noite, a todos.

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