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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

VALÉRIO, BRAÇO ERGUIDO, PUNHO CERRADO

Marcos Valério reencontrou-se com José Dirceu e José Genoino no avião da Polícia Federal estacionado na Base Aérea da Pampulha, em Belo Horizonte. Braço esquerdo erguido, punho cerrado, o operador principal do mensalão virou-se para os fotógrafos enquanto subia as escadas da aeronave. Na sua conta do Twitter, ele também se declarou um preso político.
Não, a notícia acima não saiu em nenhum jornal — porque não aconteceu. Valério não teve o senso de humor para reproduzir o gesto das duas lideranças petistas. A Ação Penal 470 é alvo de uma curiosa narrativa emanada do PT: os implicados no esquema são “presos políticos” injustiçados, nos casos de dirigentes do partido, mas presos comuns condenados por crimes de corrupção, nos casos dos operadores financeiros do mensalão. Entretanto, essa duplicidade mais aparente, e um tanto desmoralizante, é apenas a superfície. Atrás das fotografias dos condenados de braço erguido e punho cerrado elabora-se uma segunda duplicidade de consequências danosas para as instituições democráticas.
O gesto de Dirceu e Genoino pode ser interpretado como simples compensação psicológica. Eles sabem que a mitologia política que os cerca, de combatentes pela liberdade, foi inapelavelmente destroçada pelas condenações. Quando erguem os braços e cerram os punhos, estão fabricando uma autoilusão: a ideia de que o passado se repete e, uma vez mais, um sistema opressivo persegue os justos. As imagens que geraram no dia das prisões são cenas de um filme antigo, apenas em versão de pastelão. A democracia pode viver com elas — e, também, com as patéticas opiniões dos seus protagonistas sobre a natureza do julgamento que tiveram no STF.
Contudo, o gesto farsesco de Dirceu e Genoino é mais que isso, pois faz parte de uma encenação política que envolve o PT e o governo. A rede de porta-vozes informais do PT cantou em uníssono a melodia do “julgamento político”, reverberando uma nota oficial do partido assinada por Rui Falcão. O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, um ex-presidente do PT, escreveu um artigo com a mesma acusação. Dilma Rousseff compareceu a um congresso do PCdoB e levantou-se para aplaudir a acusação contra o STF que, previsivelmente, coroou o evento. Até mesmo as autoridades têm o direito, comum a todos os cidadãos, de dissentir de decisões da mais alta corte do país. Coisa diferente, inaudita nas democracias, é a participação do governo numa campanha de difamação do tribunal supremo.
Eis a duplicidade de fundo: o governo e o PT difamam, mas nada fazem de concreto contra o “tribunal de exceção”. A estratégia do Planalto e do partido é provocar um alarido pontual, incapaz de transbordar o estreito limite das notas públicas e dos artigos de encomenda dos “companheiros de viagem”. Lá atrás, na hora das condenações originais, setores da esquerda petista quase imploraram à direção partidária por manifestações públicas de confrontação com o STF. Conseguiram unicamente meia dúzia de atos simbólicos, esvaziados, em auditórios fechados. Seguindo uma orientação de Lula, a direção do PT definiu a reeleição de Dilma Rousseff como prioridade imperiosa — e desautorizou a projetada campanha contra o tribunal, com suas perigosas repercussões eleitorais.
O jogo duplo é notório, escandaloso. Diante de um “julgamento político”, o governo de uma democracia estimularia apelos às cortes internacionais. O governo brasileiro nem sonha com uma iniciativa desse tipo, acalentada apenas pelos próprios advogados dos condenados. Perseguidos por um “tribunal de exceção”, os dirigentes petistas condenados procurariam obter asilo político junto a governos amigos, na Venezuela, no Equador ou em Cuba. O PT, porém, indicou que eles deveriam se entregar — e abandonou à própria sorte o operador secundário na sua aventura solitária de fuga para a Itália. O ruído deve se esgotar em si mesmo, deixando no seu rastro uma desmoralização ainda maior dos intelectuais públicos que se prestam ao papel de fusíveis de crise.
O alarido verbal atende a táticas jurídicas prosaicas e expressa cálculos políticos específicos, mas também reflete motivações de fundo. Num plano prático, serve para pressionar o STF a executar as penas dos condenados célebres em regimes mais brandos, como a prisão domiciliar. Na esfera do jogo político, funciona como um prêmio de consolação para a esquerda petista e, ainda, como um expediente destinado a dourar a biografia partidária. Contudo, no universo ideológico, evidencia a dupla alma do lulopetismo, que obteve seus maiores triunfos graças à democracia, mas continua a desconfiar de um sistema apoiado no princípio do pluralismo.
Nos tempos de João Goulart, o governo acusava o Congresso de representar os interesses das elites e impedir o avanço das “reformas de base”. As palavras converteram-se em atos, originando manifestações públicas oficialistas contra o Poder Legislativo — e a turbulência resultante serviu como pretexto para a ruptura da ordem democrática. O lulopetismo segue trajetória similar, apenas substituindo o Congresso pelo STF, mas, prudentemente, circunscreve suas ações ao palco da retórica. Lula enviou aos companheiros condenados uma decepcionante mensagem de solidariedade e anuncia que falará coisas extraordinárias tão logo se conclua todo o julgamento. Enquanto isso, por trás do pano, sopra aos dirigentes petistas o recado de que nada deve atrapalhar a marcha normal da campanha da reeleição.
Melhor assim, claro. Entretanto, sempre é bom lembrar que as palavras — e os gestos — têm sentido. As imagens de Dirceu e Genoino de braço erguido e punho cerrado valem tanto quanto a imagem faltante, de um Valério espirituoso na mesma postura. O governo é outra coisa: quando as autoridades desafiam a legitimidade do STF, estão dizendo que a democracia não passa de uma ferramenta descartável.
Demétro Magnoli - O Globo

sexta-feira, 5 de abril de 2013

MPF PEDE PARA INVESTIGAR LULA NO MENSALÃO

 

BRASÍLIA - A Procuradoria da República no Distrito Federal (PRDF) instaurou nesta sexta-feira, 5, um inquérito para apurar suposto envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema do mensalão. O inquérito foi aberto para investigar a acusação de que Lula negociou com Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom, o repasse de recursos para o PT.
 
É o primeiro inquérito aberto formalmente para investigar as acusações feitas pelo operador do mensalão, o empresário, Marcos Valério em depoimento prestado em 24 de setembro do ano passado e revelado pelo Estado. A investigação tramitará na Justiça Federal.

Até o momento, a Procuradoria havia instaurado seis novos procedimentos preliminares para analisar todas as acusações feitas por Valério no depoimento, como noticiou o Estado nesta semana. Outros dois procedimentos já estavam abertos. Ao analisar as acusações que envolveram a Portugal Telecom e o ex-presidente, os procuradores decidiram abrir um inquérito para aprofundar as investigações.

De acordo com Valério, Lula e o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, reuniram-se com Miguel Horta no Palácio Planalto e combinaram que uma fornecedora da Portugal Telecom em Macau, na China, transferiria R$ 7 milhões para o PT. O dinheiro, conforme Valério, chegou ao Brasil por meio de contas bancárias de publicitários que prestaram serviços para campanhas petistas.

As negociações com a Portugal Telecom estariam por trás da viagem feita em 2005 a Portugal por Valério, seu ex-advogado Rogério Tolentino, e o ex-secretário do PTB Emerson Palmieri. Segundo o presidente do PTB, Roberto Jefferson, Dirceu havia incumbido Valério de ir a Portugal para negociar a doação de recursos da Portugal Telecom para o PT e o PTB. Essa missão e os depoimentos de Jefferson e Palmieri foram usados à exaustão ao longo do julgamento do mensalão para comprovar o envolvimento de José Dirceu no esquema criminoso.

O dinheiro, segundo as acusações de Valério, foi usado para pagar a dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano, além do publicitário Nizan Guanaes. As operações teriam ocorrido em 2005. Além de terem sido garotos-propaganda de Lula na campanha presidencial de 2002, os músicos trabalharam em campanhas petistas em 2004. Nesse mesmo ano, Nizan comandou a campanha derrotada de Jorge Bittar (PT) à prefeitura do Rio - dois anos antes, tinha sido o marqueteiro de José Serra na derrota pela disputa ao Planalto. Os publicitários e a dupla sertaneja negaram ter recebido qualquer pagamento de forma ilegal.

A existência do depoimento de Valério com novas acusações do empresário foi revelada pelo Estado em 1.º de novembro do ano passado. Após ser condenado pelo Supremo como o "operador" do mensalão, Valério procurou voluntariamente a Procuradoria-Geral da República. Buscava com isso obter proteção e possíveis benefícios, como redução de sua pena de 40 anos, 2 meses e 10 dias de prisão pelos crimes de corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha.

Depois que o teor do depoimento foi revelado pelo Estado, Miguel Horta divulgou nota, negando as acusações: "Como é de conhecimento público, em devido tempo tive a oportunidade de prestar todos os esclarecimentos que me foram solicitados pelas autoridades brasileiras. Na ocasião, tive condições de refutar de forma transparente que não tive qualquer ligação com este processo. Esta é uma questão de política interna brasileira à qual sou totalmente alheio". Todas as acusações feitas por Valério ocuparam apenas 13 páginas do depoimento. Em alguns momentos, ele foi quase telegráfico. De acordo com pessoas próximas, Valério queria apenas mostrar que tinha mais detalhes a contar do esquema. Por isso teria sido sucinto em vários momentos. Com os procedimentos preliminares instaurados e agora com o primeiro inquérito aberto, o empresário deverá ser chamado a esclarecer suas acusações e a dar mais elementos sobre o que disse.

Alana Rizzo e Felipe Recondo - O Estado de S. Paulo


domingo, 3 de fevereiro de 2013

LULA, O FUGITIVO DA IMPRENSA



Mal contado – Desde que seu nome foi envolvido em escândalos de corrupção, o que não é novidade, Luiz Inácio da Silva é um fugitivo da imprensa. Lula, que já declarou que odeia ler, não pode ouvir falar em jornalista. Até porque, dez entre dez profissionais da imprensa aguardam uma explicação do ex-presidente sobre as denúncias de Marcos Valério acerca do seu envolvimento no Mensalão do PT e escândalo de Rosemary Noronha, sua namorada, que foi flagrada pela Polícia Federal, na Operação Porto Seguro, como membro da quadrilha dos pareceres.

Desde que os escândalos vieram à tona, Lula tem intercalado viagens internacionais como sumiços de encomenda. Depois de refugiar-se no final do ano na casa de praia de um amigo, Lula voltou à cena política, mas não falou com a imprensa. Para continuar a fuga, o ex-metalúrgico arrumou uma viagem a Cuba, onde, segundo sua assessoria, faria uma vista ao moribundo Hugo Chávez, seu companheiro no esquerdismo barato que sopra na América Latina.

Em Havana, onde cumpriu o obrigatório beija-mão local, Lula visitou o ditador Fidel Castro, reuniu-se com o presidente Raúl Castro – que é igual ou pior que o irmão, participou de cerimônia oficial em homenagem a Jose Martí, discursou na Assembleia local, onde fez críticas aos Estados Unidos, e ouviu dizer que o tiranete venezuelano se recupera bem.

Ora, Lula viaja a Cuba para visitar Hugo Chávez e lá só consegue ouvir dizer que o camarada venezuelano está se recuperando? Há algo estranho nessa história que já se transformou em enredo de filme de terror, a ponto de fazer inveja ao Zé do Caixão. Que Lula queira continuar em fuga é compreensível, porque explicar o inexplicável é complicado, mas melhor seria ter combinado a mentira.

O fato de mais um político ir a Cuba para visitar Chávez e voltar sem vê-lo reforça as especulações de que caudilho bolivariano já mudou de lado há algumas semanas, como noticiou o ucho.info com base em informações de integrantes do serviço secreto de alguns países e ex-agentes da CIA. Chávez está morto e os sucessores esperam o momento para emplacar o último capítulo da farsa, que é dar posse ao cadáver, evitando assim a convocação de nova eleição na Venezuela

Fonte: Ucho.Info

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

PRESSÃO TOTAL



Líder do PPS na Câmara, o deputado federal Rubens Bueno (PR) elogiou nesta terça-feira (29) a decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de remeter à primeira instância do Ministério Público Federal as informações prestadas pelo empresário Marcos Valério acerca do envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio da Silva no escândalo de corrupção que ficou nacionalmente conhecido como Mensalão do PT.

O PPS é autor da representação protocolada em novembro de 2012 na PGR, em que pediu a para que fosse investigada a suposta participação do petista no esquema criminoso de compra de parlamentares e desvio de dinheiro público, além de outras transgressões destacadas na Ação Penal 470, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Foi uma decisão muito acertada aquela tomada pelo procurador e demonstra que o caso não se encerra com o fim do julgamento ocorrido no ano passado no Supremo. Há muito o que se investigar sobre o mensalão, principalmente, naquilo que se refere ao papel desempenhado pelo então presidente da República. Esperamos que o inquérito contra Lula seja aberto”, disse Bueno.

A assessoria da PGR confirma que a representação do partido, uma ação conjunta da oposição e o depoimento de Marcos Valério serão remetidos ao Ministério Público Federal. O caso poderá ser conduzido pela Procuradoria da República no Distrito Federal e Territórios (MPDFT), já que a conduta teria ocorrido na capital federal, mas também há hipótese de as investigações correrem por conta do MPF de Minas Gerais, onde já existem ações relacionadas ao esquema tramitando.

No documento enviado ao procurador-geral, o PPS e representantes de outros partidos de oposição argumentaram que o depoimento de Marcos Valério deveria ser alvo de nova denúncia a ser oferecida ao STF. Por não ter mais direito a foro privilegiado, Lula poderá ser processado na primeira instância da Justiça.

Segundo divulgou a imprensa, o publicitário, que já foi condenado pelo Supremo a mais de quarenta anos de prisão, teria declarado ao MP que foi chamado a conseguir dinheiro para resolver um caso de chantagem contra o então presidente e o seu chefe de gabinete, ministro Gilberto Carvalho. Os dois estariam sendo extorquidos por pessoas envolvidas no caso de corrupção e morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel. No depoimento prestado ao MPF, Valério teria afirmado também que Lula era o chefe do Mensalão do PT.

O líder do PPS espera que a primeira instância do MP acelere as investigações, já que a sociedade aguarda resposta para um crime que envergonhou a nação brasileira, mas que até agora tem merecido respostas à altura por parte do STF e da própria PGR

Fonte:Ucho.Info

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

BANCO DO BRASIL ARRECADAVA 'PEDÁGIO' PARA O PT

 O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza afirmou no depoimento prestado em 24 de setembro à Procuradoria-Geral da República que dirigentes do Banco do Brasil estipularam, a partir de 2003, uma espécie de “pedágio” às agências de publicidade que prestavam serviços para a instituição financeira pública: 2% de todos os contratos eram enviados para o caixa do PT, acusou o homem apontado como o operador do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal.


Em dois anos, os repasses do Banco do Brasil às cinco agências de publicidade com quem mantinha contrato superaram R$ 400 milhões - uma delas era a DNA Propaganda, de Valério. Ou seja, segundo o empresário disse à Procuradoria-Geral da República em setembro, os desvios que abasteceram o mensalão podem ter sido bem maiores do que os que levaram o Supremo Tribunal Federal a condenar Valério e o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato.

Segundo os ministros da Corte, R$ 2,9 milhões foram desviados do contrato da DNA com o Banco do Brasil para o mensalão. Outros R$ 74 milhões foram desviados do contrato da DNA com o Fundo Visanet, do qual a instituição financeira pública fazia parte.

Contexto. O Estado revelou nesta terça-feira, 11, que, neste mesmo depoimento de três horas e meia, dado à subprocuradora da República Cláudia Sampaio e à procuradora da República Raquel Branquinho, o empresário mineiro afirmou que dinheiro do esquema que pagou parlamentares do Congresso Nacional entre 2003 e 2005 também serviu para bancar “despesas pessoais” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O dinheiro foi depositado, disse Valério, na conta de uma empresa de Freud Godoy, que foi assessor pessoal de Lula.

O empresário mineiro afirmou ainda, entre uma série de novas acusações, que o ex-presidente deu “ok” para os empréstimos com os bancos BMG e Rural que viriam a irrigar o mensalão.

Na ocasião do depoimento, o empresário mineiro, além de fazer novas revelações, afirmou que ainda tinha mais a dizer sobre o caso. Queria, em troca, proteção e redução da sua pena - ele viria a ser condenado a mais de 40 anos pelo Supremo por sua participação no mensalão; Valério responde ainda a outros processos, como o do mensalão mineiro, no qual políticos são acusados de desviar dinheiro público do governo de Minas Gerais a fim de abastecer, no ano de 1998, a campanha à reeleição do então governador tucano Eduardo Azeredo, ex-presidente nacional do PSDB e hoje deputado federal.

Segundo Valério disse no depoimento, o suposto esquema de desvio de dinheiro público que teria de ir para a publicidade foi criado por Pizzolato e Ivan Guimarães, ex-presidente do Banco Popular do Brasil, que integra a estrutura do Banco do Brasil.

O ex-diretor do Banco do Brasil negou nesta terça-feira que tenha cobrado “pedágio” das agências de publicidade. Guimarães não foi localizado pela reportagem.

Participação. No período de operação plena do mensalão, entre 2003 a 2004, quando uma série de parlamentares fez saques das contas das empresas de Valério, o Banco do Brasil pagou, segundo dados CPI dos Correios, pelo menos R$ 434 milhões a agências de publicidade. Ao longo desse período de dois anos, a agência DNA, uma das empresa de Valério que detinha um dos contratos com o Banco do Brasil, aumentou sua participação nos acordos enquanto o bolo recebido pelas demais agências declinava aos poucos.

Ainda no primeiro ano de governo do ex-presidente Lula, em 2003, a DNA, que já trabalhava com o Banco do Brasil durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, conseguiu renovar o contrato com a instituição financeira pública.

Renovações. O valor estimado dos gastos anuais de publicidade com a DNA era de R$ 152,8 milhões, segundo informações do Ministério Público Federal. A renovação teria rendido a Pizzolato mais de R$ 300 mil de contrapartida, segundo dados usados pelos ministros do Supremo para condenar o ex-diretor do banco corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato, com pena de 12 anos e sete meses de prisão.

Além da DNA, a licitação 01/2003 originou contratos com a Ogilvy Brasil Comunicação Ltda e a D+Brasil Comunicação Total. Já havia contratos em andamento desde 2002 com as agências Grottera Comunicação e Lowe Lintas Partners , que continuaram a ser prorrogados a partir de 2003, início do governo Lula.

Abrangência. Os contratos firmados em setembro de 2003 entre o Banco do Brasil e as cinco agências alcançavam todo o conglomerado do Banco do Brasil, incluindo empresas ou entidades que fossem criadas e a Fundação Banco do Brasil.

Comandado por Ivan Guimarães, o Banco Popular do Brasil funcionava como uma subsidiária integral, cuja autorização de funcionamento foi publicada em dezembro de 2003. Guimarães também esteve envolvido no episódio da compra do apartamento da ex-mulher de José Dirceu por Rogério Tolentino, sócio de Marcos Valério.

Fonte: O Estado de São Paulo

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

PROTEÇÃO A MARCOS VALÉRIO DEVE SER CONSIDERADA

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) disseram nesta terça-feira que, independentemente da veracidade das novas declarações de Marcos Valério, é preciso considerar a hipótese de proteção do empresário. De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, Valério forneceu novas informações sobre o esquema do mensalão em troca de redução da pena na Ação Penal 470, o processo do mensalão, além de proteção à sua vida. Apontado como o operador do esquema, o publicitário foi condenado a mais de 40 anos de prisão.
Para o ministro Gilmar Mendes, não é possível ignorar a situação "delicada" envolvendo a proteção da vida dos personagens envolvidos no fato. Ele também criticou desqualificações prévias das informações do empresário. "De fato, temos nesse processo alguém que fez declarações que foram largamente comprovadas, que foi o Roberto Jefferson, e ninguém ficou perguntando os motivos, se foram nobres ou ignóbeis. Então, a questão é de verificação para um juízo mais seguro", disse ele.
Mendes acredita que, caso verídicas, as revelações de Valério implicando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não devem modificar o julgamento da ação penal, que já está na fase final. Ele pondera, no entanto, que as informações podem influenciar o julgamento de outros processos derivados do mensalão em outras instâncias. "Sabemos que o que está aqui no STF é um percentual muito pouco significativo do que se fez", salientou.
Valério diz que Lula sabia
Segundo o jornal paulista, Valério disse em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR), em setembro, que o ex-presidente Lula sabia do esquema do mensalão e que se beneficiou dele. Ainda conforme a reportagem, o publicitário disse que Lula autorizou empréstimos dos bancos Rural e BMG para o PT com o objetivo de viabilizar o pagamento de propina a parlamentares da base aliada. Para o ministro Ricardo Lewandowski, revisor do mensalão, o benefício de proteção à testemunha é possível em qualquer etapa do processo. "Isso sempre é possível, depende da polícia e do Ministério Público. A proteção da testemunha quem deve operacionalizar isso é o Poder Executivo, que tem o poder de polícia necessário para isso", afirmou.
Embora também rejeite a possibilidade de alteração no rumo da Ação Penal 470, o ministro Marco Aurélio Mello defendeu a concessão de proteção a Marcos Valério, caso ele realmente tenha solicitado: "A proteção tem que ser dada pelo Estado a qualquer pessoa que se sinta ameaçada". O ministro disse que não conhece o teor do depoimento de Valério, mas que, caso procedente, as afirmações são graves e não podem ser descartadas sem apuração mais aprofundada. "Você não pode ter ideia pré-concebida, nem para excomungar a fala, nem para potencializá-la a ponto de proclamar que é a verdade", afirmou.
Segundo o jornal paulista, Valério teria sido ameaçado de morte pelo atual diretor do Instituto Lula e amigo do ex-presidente Lula, Paulo Okamotto. A reportagem informa que Okamotto queria impedir o publicitário de revelar mais detalhes sobre o esquema do mensalão às autoridades competentes.
O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.
No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.
Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.
O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
A então presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson. Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e o irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.
A ação penal começou a ser julgada em 2 de agosto de 2012. A primeira decisão tomada pelos ministros foi anular o processo contra o ex-empresário argentino Carlos Alberto Quaglia, acusado de utilizar a corretora Natimar para lavar dinheiro do mensalão. Durante três anos, o Supremo notificou os advogados errados de Quaglia e, por isso, o defensor público que representou o réu pediu a nulidade por cerceamento de defesa. Agora, ele vai responder na Justiça Federal de Santa Catarina, Estado onde mora. Assim, restaram 37 réus no processo.
 
Fonte: Terra Noticias

SEM SAÍDA



A situação de Luiz Inácio da Silva deve piorar muito depois da divulgação do depoimento de Marcos Valério à Procuradoria-Geral da República, no qual ele envolveu Lula no Mensalão do PT, escândalo de corrupção que serviu para, entre outros fins, comprar parlamentares no Congresso Nacional.

Presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Joaquim Barbosa, relator da Ação Penal 470, preferiu não falar sobre a gravidade das acusações, mas disse aos jornalistas que as mesmas devem ser investigadas.

Operador do Mensalão do PT e condenado a mais de 40 anos de prisão pelo Supremo, Marcos Valério disse que o ex-presidente autorizou os empréstimos junto aos bancos Rural e BMG para o partido, com objetivo de viabilizar a operação criminosa que foi interrompida com a delação do então deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ)

Procurador-geral da República, Roberto Gurgel informou nesta terça-feira (11), por meio de sua assessoria de imprensa, que não se pronunciará sobre o assunto até o final do julgamento do Mensalão do PT pelo STF.

Diante das graves denúncias feitas por Marcos Valério, cabe à Procuradoria investigar o caso, sob pena de o procurador, não seguindo o que manda a legislação, ser acusado de prevaricação. As denúncias, é importante destacar, não trazem qualquer novidade ao caso, pois todos os brasileiros não tinham dúvidas a respeito do envolvimento de Lula no esquema.

Como Lula deixou de ter o foro privilegiado, as investigações ocorrerão na primeira instância do Ministério Público Federal, possivelmente em São Paulo

Fonte: Ucho.Info

domingo, 4 de novembro de 2012

MARCOS VALÉRIO É UMA PESSOA DESQUALIFICADA?



  • O mineiro só é solidário no câncer, dizia Nelson Rodrigues atribuindo a frase falsamente a Otto Lara Resende. Pois bem. Descobre-se agora que o petista só é solidário no silêncio. Marcos Valério mal roçou os lábios notrombone e o petismo já partiu pra cima. “É uma pessoa desqualificada”, disse o deputado Jilmar Tatto, líder do PT na Câmara. “Não merece um mínimo de crédito.”

No tempo em que Valério merecia o máximo de crédito nas casas bancárias do mensalão, o PT via nele uma alma qualificadíssima. Frequentava a Casa Civil de Lula e a tesouraria do partido. Agora… Ele já foi condenado no STF, realça o líder Tatto. “Provavelmente estará na cadeia nos próximos meses. Portanto, hoje é uma pessoa mais desqualificada para emitir qualquer opinião a respeito dele e dos outros.”
José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares também já foram condenados. Mas Tatto considera-os companheiros dignos de muito crédito. Quer dizer: não é nada, não é nada, o palanfrório do deputado não é nada mesmo. Tatto apenas vocaliza sinais semânticos com objetivos sublimanares.

O líder do PT descrê da hipótese de Valério ser detentor de segredos capazes de tisnar a reputação de Lula. “O ex-presidente Lula é uma pessoa honrada, que só fez o bem do Brasil.” Verdade. Não fosse a cegueira, o ex-soberano seria um ser humano muito próximo da perfeição

Josias de Souza

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O QUE SABE MARCOS VALÉRIO?

 
Roberto Freire: “Um partido não pode ser penalizado pela formação de outro” 
 
 
Lideranças da oposição reagiram neste sábado às novas revelações do operador financeiro do mensalão, Marcos Valério, publicadas por VEJA. A edição que chegou às bancas nesta sexta-feira mostra como o publicitário procurou o Ministério Público Federal para contar parte do que, até então, mantivera oculto - o que inclui até um elo com o caso Celso Daniel.
 
 
O presidente do PPS, Roberto Freire, diz que a reportagem torna ainda mais urgente a abertura de um inquérito na Procuradoria Geral da República para apurar os aspectos ainda desconhecidos do esquema de Marcos Valério - especialmente a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mensalão. 
 
Representantes da oposição já tinham agendado uma ida à PGR nesta terça-feira; eles pedirão que o Ministério Público abra um inquérito para investigar o papel de Lula no esquema do mensalão. "Nós temos que nos posicionar, não podemos esperar. A cada dia surgem novos fatos. Nós precisamos que o Ministério Público abra um novo inquérito para investigar tudo isso", disse Roberto Freire, presidente do PPS.
 
O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias, diz que a caixa-preta petista deve ser objeto de apuração: "Isso é muito sério. É preciso que haja a abertura do inquérito e que se leve a fundo a investigação", disse o senador.
 
Líder do PPS na Câmara, o deputado Rubens Bueno (PR) diz que as novas informações sobre o caso Celso Daniel mostram, mais uma vez, a complexidade das ações criminosas envolvendo o PT:  "Isso não vai acabar tão cedo. Cada vez que você mexe, você puxa um fio de uma meada maior. E chega ao Lula. Nada disso aconteceu sem o seu conhecimento e sem sua ordem de comandante do processo."
 
A ida à PGR na próxima semana não foi consenso entre os três partidos de oposição: o comando do DEM avalia que um eventual arquivamento da representação contra Lula poderia ser visto como uma absolvição do petista. O PSDB também titubeia. O PPS não: "Os outros partidos que tomem o caminho que quiserem. O PPS vai cumprir a sua obrigação", diz Rubens Bueno. 
 
Revelações - O relato do publicitário à PGR, feito em um depoimento prestado em setembro, dá conta de que Lula e seu braço-direito, Gilberto Carvalho (atual secretário-geral da Presidência), estavam sendo extorquidos por figuras ligadas ao crime de Santo André – em especial, o empresário Ronan Maria Pinto, apontado pelo Ministério Público como integrante de um esquema de cobrança de propina na prefeitura que fora comandada pelo petista Celso Daniel, assassinado em 2002.
 
Procurado por integrantes do PT para dar aos achacadores o dinheiro que eles buscavam, Valério recusou: "Nisso aí, eu não me meto", disse ele em um encontro com Sílvio Pereira, então secretário-geral do PT, e Ronan. 
 
Valério também contou aos investigadores ter informações sobre o papel de Lula no esquema do mensalão. Mas ainda não disse tudo o que sabe: o publicitário quer garantias de que, em troca da delação, pode ter benefícios no cumprimento de sua pena.
 
Valério foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 40 anos de prisão. É provável que sua delação tardia não tenha grandes efeitos sobre a pena que terá de cumprir. Mas pode ajudar o país a resolver questões que ficaram sem resposta nos últimos anos.
 
Fonte: Veja Online
 
 
 

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O HOMEM QUE VIU DEMAIS

Marcos Valério é o que os seus amigos do PT sabiam um submisso que poderia ser sugado até a última gota, e tornar - se um pobre bagaço, sem lenço e sem documentos.

Agora, para Marcos Valério, já condenado em vários crimes no STF, ao pressentir que corria o sério risco de ser assassinado pela quadrilha petista, não restou alternativa e no seu desespero, que acreditamos será por curto lapso de tempo, saiu dizendo a verdade.

Mas a sua verdade não é a que todos queriam ouvir. Pois todos já a conheciam.

Como colocar no meio do lamaçal o ícone? O cara?

Todos sabem que o produto acabado da patifaria é realmente um magnífico exemplar da impunidade, um hors concours na cafajestada. Mas quem não sabia?

Porém há uma grande diferença entre aplaudir o rei por sua bela e inexistente roupagem e encher o seu ego magnífico, e gritar “vejam o rei está nu”.

“O rei não está nu”, ululam os seus súditos, embora para o seu desassossego, lá estejam à mostra sua bunda, seu escroto e seu...

Diante do inevitável, somente uma inocente criança, ou um subnitrato de pó de estrume, como se sente o Marcos Valério, poderia gritar, “o rei está nu”.

O Marcos teve por alguns instantes a coragem de alertar que o rei estava nu. Ele convivera em várias oportunidades com o majestoso, e sempre lá estava ele total e, desavergonhadamente nu, mostrando suas entranhas, tal qual o personagem de “O retrato de Dorian Gray”.

“Sim meninos eu vi”, afirmou Marcos Valério, o rei desnudo, sem roupas, sem máscaras, sem disfarce, sem dissimulação, sem maquiagem e sem boné. “É um patife como outro qualquer”.

Amanhã, após as repercussões de suas acusações, poderá voltar atrás. Veremos.

As confissões de Marcos Valério determinam que a justiça chame às falas o ex – presidente, inexplicavelmente, nem citado até o presente.

O Valério ao soltar a sua língua coloca a metamorfose ambulante no centro do julgamento, como o patrocinador e chefe do Mensalão, juntamente com os dirceus, genoíno, paulos cunhas, "et caterva".

Se o STF não pautar a sua missão como a Comissão da Verdade, que se propõe a acreditar num só lado da moeda, ao ouvir a penalizada versão dos terroristas, deverá conceder ao Marcos Valério, o direito à delação premiada, uma bolsa de muitos milhões de reais e a total garantia de vida, além de uma nova identidade.

Contudo, doce ilusão, sem o “Chapolin Colorado”, ninguém poderá nos salvar, e toda a denúncia cairá num buraco negro, sem que os responsáveis pela grandeza moral desta nação tenham a coragem de dar nome aos bois.

Assim, cabe – nos, pelo menos, agradecer ao Marcos Valério e à reportagem investigativa “histórica”, que alardearam a nudez do rei, e que deverão inquietar por umas noites o sono de um bando de salafrários.

Marcos Valério, não sucumba, fuja e solicite asilo político na Embaixada da Itália; talvez para compensar o affaire Battisti, o Governo Italiano o aceite de bom grado.

Valmir Fonseca Azevedo Pereira

domingo, 16 de setembro de 2012

FUI UM BOY DE LUXO AFIRMA MARCOS VALÉRIO

Foto: Marcelo Prates/AE.
Marcelo Prates/AE
Empresário diz que o pagamento de propina a políticos da base aliada do governo movimentou R$ 350 milhões, quase cinco vezes mais que o apurado pela PF
Condenado por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção ativa no julgamento do mensalão, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza quebrou seu silêncio e acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de chefiar o esquema de desvio de recursos públicos do mensalão. Lula não comentou o teor da publicação.

Segundo reportagem publicada pela revista "Veja", o empresário diz que o pagamento de propina a políticos da base aliada do governo movimentou R$ 350 milhões, quase cinco vezes mais que o apurado pela Polícia Federal, por meio de doações clandestinas avalizadas pelo próprio ex-presidente e seus aliados mais próximos. Lula comandaria a mobilização dos empresários com o objetivo de irrigar o sistema com dinheiro.

De acordo com a reportagem, o PT obteve desde 2005 o silêncio de Valério em troca de promessas de adiamento do julgamento ou punição mais branda no Supremo Tribunal Federal (STF). Depois da série de revezes na Corte, que podem levá-lo a uma pena alta de cadeia, o empresário Valério narrou, segundo interlocutores, que, fora os empréstimos de suas agências, outras empresas contribuíam diretamente ao PT em troca de vantagens no governo Lula - a reportagem não cita os nomes. Segundo ele, o então presidente era o "fiador" dessas negociações, operadas e registradas num livro pelo ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares. "Lula era o chefe", teria dito. Valério contou também que os empréstimos do Banco Rural às suas agências só foram autorizados pelo ex-presidente da instituição, José Augusto Dumont, porque Lula deu seu aval. "Você que é um banqueiro, você nega um pedido do presidente da República?", questionou, conforme a "Veja". Com ajuda do Planalto, o empresário também teria sido recebido no Banco Central para negociar a suspensão da liquidação do Banco Mercantil de Pernambuco, cuja massa falida era de interesse do Rural.

Valério relatou ter tido encontros com o ex-presidente Lula no Palácio do Planalto, acompanhado do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, acusado pela Procuradoria Geral da República (PGR) de chefiar o esquema do mensalão. "Do Zé ao Lula, era só descer a escada", disse. A Casa Civil fica no quarto andar do Planalto, um acima do gabinete da Presidência. Outro encontro teria ocorrido no Palácio da Alvorada. Valério teria sido levado à residência oficial por Delúbio, um habitué das partidas de baralho do ex-presidente.

O advogado Marcelo Leonardo, que defende Marcos Valério, afirmou que a própria reportagem diz que "as informações teriam origem em declarações de amigos, familiares e associados". "Ele disse para mim que não deu nenhuma entrevista e não confirma o conteúdo da matéria", afirmou. Mas não nega. Questionado se vai processar a publicação por conta das declarações atribuídas ao seu cliente, Leonardo disse: "Pelo estilo da revista, não precise ou mereça".

O advogado do ex-ministro José Dirceu, da Casa Civil, José Luís de Oliveira Lima, disse "achar esquisito, para dizer o mínimo", que a revista tenha publicado a reportagem às vésperas do julgamento de seu cliente, previsto para começar nesta segunda-feira. Para defender o réu das acusações que detalham ainda mais o esquema do mensalão e reforçam o envolvimento de Dirceu, ele desqualifica o texto: "A Veja apresenta uma matéria fraca, leviana, desprovida de fatos concretos, num exemplo de péssima conduta jornalística, onde nem se sabe quem está falando". Procurado, o Instituto Lula, responsável pela assessoria do ex-presidente, não não se manifestou.

À revista, Valério se colocou como um agente de menor importância, a serviço do partido do ex-presidente. "O PT me fez de escudo, me usou como um boy de luxo. Mas eles se ferraram, porque agora vai todo mundo para o ralo", afirmou. E sugeriu a punição do ex-presidente: "Não podem condenar apenas os mequetrefes. Só não sobrou para o Lula porque eu, o Delúbio e o Zé não falamos."

Ao longo dos anos, Valério diz ter tratado de seu silêncio com o Paulo Okamoto, hoje presidente do Instituto Lula, em vários encontros, um deles às vésperas de seu depoimento à CPI dos Correios. A mulher do empresário, Renilda Maria Santiago, teria procurado o petista numa das prisões do marido para exigir sua libertação. "Ele deu um safanão na minha esposa", teria dito Valério.

A reportagem diz que o empresário tem noites de sono atormentadas por crises de pânico e teme ser morto. Por conta do escândalo, seus dois filhos sofreriam humilhações e Renilda teria tentado suicídio três vezes.



Fonte: Agência Estado

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

MENSALÃO: PENA MÁXIMA DE 66 ANOS

foto: CHARLES SILVA DUARTE/O TEMPO/AE
O publicitário Marcos Valerio Fernandes de Souza, suspeito de comandar o esquema nacionalmente conhecido como Mensalão, foi preso na madrugada desta sexta-feira (2) em Belo Horizonte(MG).
Marcos Valério teria maior condenação, seguido de José Dirceu

Se forem sentenciados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), os réus do mensalão podem pegar penas que alcançariam até 66 anos de reclusão.

O teto se aplicaria ao réu com o maior número de acusações: Marcos Valério, o operador do mensalão, que também corre o risco de pagamento de multa.

O cálculo das penas será um capítulo à parte no julgamento, que começa amanhã: após decidirem se cada um dos 38 réus é culpado ou inocente, os ministros começam a fazer contas.

A contabilidade considera a existência de réus que respondem a cinco crimes diferentes, cometidos dezenas de vezes.

No caso de Marcos Valério, o Ministério Público Federal o acusou 11 vezes por corrupção ativa, seis vezes por peculato, 72 vezes por lavagem de dinheiro e 53 vezes por formação de quadrilha e evasão de divisas.

Se for condenado em todos os crimes, com as penas mínimas, Marcos Valério poderá deixar o STF com uma pena de 10 anos e 4 meses de prisão. Com penas máximas, seria reclusão de 66 anos e meio.

Dirceu

O ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, poderá pegar pena de 2,3 anos a 20 anos de reclusão. Ele tem acusações de corrupção ativa, além de formação de quadrilha. O último crime está prescrito.

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, e José Genoino, ex-presidente do partido, também respondem por corrupção ativa e formação de quadrilha, portanto, na mesma situação de Dirceu.

Além de Marcos Valério, outros dois réus respondem a cinco crimes: Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, ambos sócios do operador.

Cinco foram denunciados por lavagem de dinheiro: a assessora parlamentar Anita Leocádia, o ex-deputado João Magno (PT-MG), o ex-chefe de gabinete do Ministério dos Transportes José Luiz Alves, o ex-deputado Paulo Rocha (PT-PA) e o ex-deputado Professor Luizinho (PT-SP). Se condenados, poderão pegar de três a dez anos de reclusão, mais multa.

José Dirceu, que na denúncia do Ministério Público foi chamado de "chefe da sofisticada organização criminosa" do mensalão, deverá ser o primeiro réu a conhecer sua sentença.

Em conversas recentes, a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) concordou que o melhor será julgar réu por réu no processo. E Dirceu encabeça a ação penal do mensalão.

Pela sistemática de julgamento, depois que forem ouvidos acusação e defesa dos 38 réus, o relator Joaquim Barbosa vai dizer se condena ou absolve o investigado.

Em seguida, os colegas votarão a proposta do relator. Caso a opção seja pela condenação, os ministros já discutirão a pena imposta ao investigado. A cena será repetida 38 vezes. (O Globo)


foto: ABr
O publicitário Marcos Valerio Fernandes de Souza, suspeito de comandar o esquema nacionalmente conhecido como Mensalão, foi preso na madrugada desta sexta-feira (2) em Belo Horizonte(MG).
Cezar Peluso quer votar antes de se aposentar
Julgamento será em ritmo acelerado

Na véspera do julgamento do mensalão, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) acertarão, em reunião marcada para hoje, os últimos detalhes da sessão.

Mas uma questão permanecerá em aberto: os ministros precisam viabilizar a participação do ministro Cezar Peluso no julgamento. Peluso deve deixar o tribunal no final do mês e vinha se preparando para este julgamento desde que estava na Presidência do Tribunal.

O ministro tentou viabilizar o julgamento do caso ainda na sua gestão, mas não houve tempo hábil. Agora, com o voto pronto, não quer deixar a Corte sem julgar este processo. Para garantir a participação de Peluso, o julgamento terá de fluir sem atrasos.

Um dia a mais no cronograma pensado pelo presidente, Carlos Ayres Britto, pode tirar Peluso do caso. Por isso, alguns ministros têm defendido, reservadamente, que o julgamento siga em ritmo acelerado.

Cada um dos ministros, ao final de seus votos, definiria qual a pena imposta aos réus. Normalmente, esse cálculo é feito apenas ao final.

Os ministros terão ainda de decidir se julgarão os réus em blocos, como pensou o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo, ou se cada um dos acusados será julgado individualmente. (AE)

Parlamentares divididos quanto a Dias Toffoli

A decisão do ministro José Antônio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), de participar do julgamento do mensalão divide opiniões entre os parlamentares.

De um lado, a oposição critica o ministro e defende que ele se declare impedido de ser um dos 11 juízes do processo. De outro, o PT não vê problema algum em Toffoli tomar parte do julgamento, apesar de ele ter sido advogado do partido e subordinado ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.

"Ele (Toffoli) teria de se declarar impedido de atuar em algo do qual participou. Isso vai macular sua biografia", afirmou o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP).

Os petistas saem em defesa de Toffoli, que foi advogado do partido. "Se o Toffoli não puder participar do julgamento, todos os ministros que foram indicados pelo Lula e pela Dilma também não poderão", afirmou o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP).

Dos 11 ministros do Supremo, seis foram indicados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dois pela presidente Dilma Rousseff e apenas três por outros presidentes da República.

Fonte: A Gazeta

domingo, 29 de julho de 2012

R$ 101 MILHÕES EM PROPINAS

O publicitário Marcos Valerio Fernandes de Souza, suspeito de comandar o esquema nacionalmente conhecido como Mensalão, foi preso na madrugada desta sexta-feira (2) em Belo Horizonte(MG). O empresário foi detido no bairro Bandeirantes, na região da Pampulha, durante o cumprimento de mandados da Operação Terra do Nunca. Foto: Marcelo Prates/AE
Marcos Valério: imóveis milionários após escândalo
Brasília

Após sete anos de investigação e mais de 50 mil páginas de processo com inquirição de cerca de 600 testemunhas, peritos oficiais conseguiram mapear o tamanho do mensalão, esquema de pagamento de propina a parlamentares da base do governo Lula.

O chamado valerioduto, que o Ministério Público diz ter sido comandado pelo ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, movimentou pelo menos R$ 101,6 milhões. O número foi apurado por investigadores da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e do Tribunal de Contas da União (TCU).

Laudo da Polícia Federal confirma também que o esquema usou dinheiro público, originário do Banco do Brasil. Os saques de R$ 4,652 milhões realizados em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro têm como fonte recursos que a empresa DNA, de Marcos Valério, recebeu do fundo Visanet para prestar serviços de publicidade ao BB.

As informações constam da Ação Penal 470, que tem 38 réus e será julgada a partir de 2 de agosto pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Reforçam as chances de condenação de acusados no processo.

Casas milionárias
Nem a ruína de suas agências de publicidade nem a exposição pública de envolvido no mensalão impediram Marcos Valério de ampliar seus bens.

Duas casas milionárias na região da Pampulha, em Belo Horizonte, são as novas aquisições do lobista e não fazem parte do bloqueio imposto pela Justiça desde a descoberta do mensalão. Para fugir de impedimentos judiciais, Valério registrou os imóveis em nome da filha.

A primeira casa foi comprada em 2009 por R$ 550 mil e valia R$ 1 milhão à época. A segunda foi adquirida há sete meses do dentista Luiz Henrique Lage, que não quis dizer o valor da venda. Oficialmente, a transação foi registrada por R$ 500 mil. (O Globo)

quinta-feira, 26 de julho de 2012

LULA, O MAIOR BENEFICIÁRIO DO MENSALÃO, NÃO SERÁ JULGADO



Contagem regressiva – Com a proximidade do início do julgamento do caso do Mensalão do PT, cresce no meio político a expectativa em relação ao futuro dos acusados de envolvimento no esquema de cooptação de apoio no Congresso Nacional através do pagamento de mesadas regulares. Na opinião do presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, “será um julgamento que vai marcar a história do Brasil; não adianta o Supremo dizer que vai ser um julgamento como outro qualquer”. O julgamento do caso, marcado para começar no próximo dia 2 de agosto, marcará um período da sociedade e da República, afirma o parlamentar.
“O mensalão do Lula é o maior escândalo de corrupção da República brasileira e o julgamento terá ampla cobertura da imprensa brasileira; é uma grande estultice do PT acreditar que pode transformá-lo em secreto”, afirmou.

Chamamento

Para Freire, não importa o momento em que o caso seja julgado – perto ou longe das eleições –, pois a repercussão será sempre grande. “Eu já venho gravando para candidatos do PPS a prefeito e aliados participações em que chamo a atenção para a necessidade de se acompanhar atentamente o julgamento”, revelou o presidente do PPS.

O acontecimento já seria histórico, avalia. “A eleição é algo mais, apenas”. O julgamento, analisa, não será mais importante por causa da eleição. Seria a qualquer tempo, por causa de sua proporção e importância.

Sobre a estratégia de Delúbio Soares – que foi tesoureiro da campanha do PT e continuava na tesouraria do partido na época do escândalo, no primeiro mandato de Lula e – de chamar a juventude do PT para defendê-lo, Freire declarou que o mensaleiro faz o papel dele.
“Absurdo é a juventude se prestar a esse papel e ainda chamá-lo de herói guerreiro do povo brasileiro”. Para Roberto Freire, “isso é um escárnio que atenta não contra Delúbio, que já não tem muito o que perder, mas contra a juventude, que tem um setor do PT capaz de homenagens desse tipo”.

Freire ironizou, afirmando que já existem brincadeiras dando conta de que o ídolo da esquerda petista agora não é mais Che Guevara, mas Delúbio, “que é o herói e guerreiro do povo brasileiro; veja a que ponto se chegou a desfaçatez e o escárnio”.

Apesar de o mensalão ser do Lula, lembra Freire, o ex-presidente não será julgado. “O fato de Roberto Jefferson e Marcos Valério falarem sobre o envolvimento dele só mostra o que a sociedade já sabe: que ele foi o maior beneficiário do esquema; mas Lula não está nos autos e não será julgado”

Fonte: Ucho.Info.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

FALTA ALGUÉM NO BANCO DOS RÉUS DO MENSALÃO

Marcos Valério, um dos cérebros do mensalão, voltou a ameaçar Lula, segundo a VEJA desta semana.

Em pânico com a possibilidade de vir a ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal, que começará a julgar no próximo dia dois os 38 réus do mensalão, Valério se disse disposto a contar que esteve com Lula várias vezes, o que Lula sempre negou.

Foi Paulo Okamoto, uma espécie de diligente tesoureiro informal da família Lula, que de novo dobrou Valério. Naturalmente, Okamoto nega que Valério tenha feito qualquer ameaça a Lula. Ou dito que antes do estouro do escândalo do mensalão estivera com ele na Granja do Torto, uma das residências oficiais do presidente da República.

"[Valério] queria me encontrar porque às vezes quer saber das coisas. Em geral, ele quer saber como está a política, preocupado com algumas coisas", justificou Okamoto. Foi claro? Adiante.






Coube também ao advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, outra peça importante da engrenagem do PT, agir para sossegar o espírito atribulado de Valério.

Ponham-se no lugar do ex-publicitário mineiro. Era rico, riquíssimo antes de se meter com o PT de Delúbio Soares, Genoino e José Dirceu. Tinha duas agências de propaganda. E inventara uma forma de lavar dinheiro por meio de bancos para engordar o caixa 2 de políticos às vésperas de eleições. Eduardo Azeredo, do PSDB, foi um deles.

Procurado para fazer pelo PT o que fizera por Azeredo, imaginou ter tirado a sorte grande.O governo Lula estava nos seus meses iniciais. E a turma à frente do partido em busca do tempo perdido.

De repente, todas as portas se abriram para Valério. E ele passou a "fartar os olhos" admirando o dinheiro que entupia as suas burras.

Teria dado certo - não fosse o tresloucado gesto de Roberto Jefferson, presidente do PTB, que por pouco não pôs o governo a pique.

Em um sábado de junho de 2005, depois de tomar uns goles a mais na Granja do Torto, Lula falou em renunciar ao mandato. Ficara sabendo que Valério admitira envolvê-lo no escândalo.

José Dirceu, então chefe da Casa Civil da presidência da República, foi chamado às pressas em São Paulo. Escalado para dar um jeito em Valério, deu sem fazer barulho.

Naquele dia postei em meu blog que Lula falara em renúncia - embora eu não soubesse por que. Nunca recebi tantos desmentidos de porta-vozes e amigos do governo.

Ainda no segundo semestre de 2006, Valério voltou a atacar. Procurou um político de forte prestígio junto a Lula. Queixou-se de estar quebrado. Acumulava dívidas sem poder honrá-las. Seus bens haviam sido bloqueados. Caso não fosse socorrido, daria um tiro na cabeça ou faria com a Justiça um acordo de delação premiada.

O político pediu uma audiência a Lula. Recebido no gabinete presidencial do terceiro andar do Palácio do Planalto, o político reproduziu para Lula o que ouvira de Valério.

Em silêncio, Lula virou-se para uma das janelas do gabinete que lhe permitia observar parte do intenso movimento nas vizinhanças do palácio.

Então perguntou ao visitante: "Você falou sobre isso com Okamoto?" O visitante respondeu que não. E Lula mais não disse e nem lhe foi perguntado. Seria desnecessário.

O diligente Okamoto, aquele que pouco antes pagara do próprio bolso cerca de R$ 30 mil devidos por Lula ao PT, apascentou Valério.

Falta alguém em Nuremberg!

Quero dizer: falta alguém na denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República sobre a "organização criminosa" que tentou se apossar do aparelho do Estado.

Desviou-se dinheiro público - e não foi pouco. Pagou-se para que deputados votassem como queria o governo. Comprou-se o apoio de partidos.

Nada será capaz de reparar o mal produzido pelos que chegaram ao poder travestidos de legítimos hierarcas da decência - falsos hierarcas como se revelariam mais tarde.

Mas se a Justiça só enxergar inocentes entre eles, isso significará que também foram bem-sucedidos na tarefa de trucidar a esperança.

Blog do Noblat

domingo, 22 de julho de 2012

MARCOS VALÉRIO VOLTA A CHANTAGEAR LULA E O PT

Reportagem em VEJA desta semana mostra que o empresário ameaça revelar ao Ministério Público detalhes de conversas suas com o então presidente

Marcos Valério
Marcos Valério, ansioso às vésperas do julgamento: ameaças ao PT (Eugénio Moraes/Hoje em Dia/Futura Press)
Um dos amigos mais próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Paulo Okamotto está há dois meses às voltas com uma missão: o ex-metalúrgico foi encarregado de manter sob controle – e em silêncio – o empresário Marcos Valério. Reportagem publicada em VEJA desta semana revela que, às vésperas do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), o empresário está chantageando mais uma vez Lula e o PT.

Denunciado pelo procurador-geral da República como o operador do maior esquema de corrupção da história, Marcos Valério responde por cinco crimes cujas penas, somadas, podem chegar a 43 anos de prisão. Em maio, ele fez chegar à cúpula do PT uma ameaça: estava decidido a procurar o Ministério Público para revelar detalhes de suas conversas com Lula em Brasília. O ex-presidente sempre negou a existência de qualquer vínculo entre ele e o operador do mensalão.
Paulo Okamotto, hoje diretor-presidente do Instituto Lula, entrou em ação para evitar turbulências. Ele admite ter participado de reuniões com Marcos Valério, mas diz que isso nada tem a ver com ameaças ou chantagens. Indagado se as conversas envolviam assuntos financeiros, ele explicou: “Ele tem uma pendência lá com o partido, de empréstimo, coisa de partido”. Referia-se ao processo em que Valério cobra judicialmente 55 milhões de reais do PT, como pagamento pelos empréstimos fictícios que abasteceram o mensalão.
Okamotto concluiu, em tom enigmático: “Marcos Valério tinha relação com o partido, ele fez coisas com o partido. Eu nunca acompanhei isso. Então, quem pariu Mateus que o embale, né, meu querido?”
O advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, petista histórico e também integrante do círculo íntimo de Lula, foi destacado para descobrir se as ameaças, dessa vez, procediam. “Greenhalgh é o pacificador, é quem sempre dá as garantias a ele”, disse a VEJA uma fonte da confiança do empresário. Greenhalgh teria descoberto que tudo não passa de um blefe.
Blefando ou não, é no mínimo estranho que, sete anos depois do mensalão, Marcos Valério continue ameaçando o PT - e o PT continue assombrado com as ameaças de Marcos Valério.

Veja Online

sábado, 18 de fevereiro de 2012

O MENSALÃO NA JUSTIÇA

Oempresário Marcos Valério, um dos principais operadores do mensalão do PT, acaba de ser condenado pela Justiça Federal de Minas Gerais, por sonegação fiscal e falsificação de documentos públicos. A pena é de nove anos e oito meses de prisão, e essa é a sua primeira condenação com base nas investigações sobre o mensalão – o esquema de desvio de recursos e pagamento de propina para congressistas, montado pela cúpula do PT, no governo Lula. A decisão da Justiça é importante porque ajuda a desmontar a rede de mentiras montada por lideranças petistas para tentar iludir a opinião pública.

Outro grande operador do mensalão, Delúbio Soares, que foi tesoureiro do PT, chegou a dizer que o caso seria lembrado no futuro como "piada de salão". Alguns setores do partido tentam também minimizar o crime, dizendo que seria "apenas" caixa dois para campanha eleitoral, "o que todo partido faz". A estratégia da ilusão, felizmente, não está dando certo. De acordo com a acusação do Ministério Público Federal, que resultou na condenação judicial, Marcos Valério e seus ex-sócios fizeram movimentações bancárias junto a diversas instituições financeiras, sem o devido registro contábil na Receita. Ainda de acordo com o Ministério Público, a maior parte dos valores omitidos foi destinada ao PT, a título de empréstimos, e esses recursos posteriormente foram distribuídos a integrantes da base aliada do governo Lula. Fica cada vez mais difícil para figuras como Delúbio dizer que se tratava de uma piada.

O caso será julgado neste ano também no Supremo Tribunal Federal, possivelmente no primeiro semestre. O ministro relator, Joaquim Barbosa, concluiu seu relatório em dezembro passado, e agora ele deverá ser enviado ao ministro revisor, Ricardo Lewandowski. São 38 réus, num processo de mais de 50 mil páginas, iniciado em 2007. Lewandowski disse no início deste ano que está dando "prioridade absoluta" ao caso, em seu gabinete. Aguardemos, pois, mais esse julgamento

Fonte: A Gazeta

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

STJ CONCEDE LIMINAR E MARCOS VALÉRIO GANHA LIBERDADE

Valério está preso desde o dia 2 deste mês por suspeita de envolvimento com um esquema de grilagem de terras na Bahia

A Gazeta

O publicitário Marcos Valerio Fernandes de Souza, suspeito de comandar o esquema nacionalmente conhecido como Mensalão, foi preso na madrugada desta sexta-feira (2) em Belo Horizonte(MG). O empresário foi detido no bairro Bandeirantes, na região da Pampulha, durante o cumprimento de mandados da Operação Terra do Nunca - Editoria: Prima - Foto: Marcelo Prates/AE

Valério: acusado de fraudes na Bahia

Rio

Uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a soltura do empresário Marcos Valério, pivô do mensalão, preso desde o dia 2 deste mês por suspeita de envolvimento com um esquema de grilagem de terras no interior da Bahia.

O ministro Sebastião Reis Júnior, do STJ, concedeu uma liminar garantindo a Valério o direito de esperar em liberdade o julgamento de um habeas corpus pela 6ª Turma do tribunal.

Ao analisar o pedido feito pelos advogados do empresário, o ministro conclui que não havia necessidade de prisão. Ele ressaltou que as supostas irregularidades ocorreram de 2000 a 2002. "Passados quase dez anos desde os fatos, sem notícia de novas fraudes, não se apresenta razoável a alegação de que a colocação em liberdade do paciente traria risco à ordem pública pela possibilidade de que volte a praticar novos delitos da mesma natureza", afirmou.

No pedido analisado pelo ministro do STJ, a defesa do empresário argumentou que a prisão era ilegal.

Na segunda-feira, o ministro também já havia concedido habeas corpus para a empresária Margareth Freitas, ex-sócia de Valério na DNA Propaganda. A liminar não impede que nova prisão seja decretada, diante de novos fatos concretos que justifiquem a medida.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

MARCOS VALÉRIO, UM CARA QUE CONHECE O BRASIL



Depois de um oceano de denúncias do mensalão (que deveriam tê-lo colocado na prisão por 6 anos), Marcos Valério agora é acusado de grilagem de terra na Bahia. Dessa vez, ele se mostrou mais maduro e experimentado em matéria de escândalos. O que impressionou foi o seu desprendimento. “Ah, tá, já sei”, disse ele, enquanto esperava, de malas prontas, a polícia ir buscá-lo para registrar na delegacia mais um processo em sua carreira. Só faltou dizer “Por que demoraram tanto?”. Enfim, Valério sabe que isso aí é só uma burocracia, uma formalidade, e que amanhã ele estará de volta à praça, firme e forte. Pode-se dizer o que for de Marcos Valério, menos que ele não conhece o país em que vive

Fonte: Trágico e cômico - Jornal da Tarde

domingo, 4 de dezembro de 2011

PETISTAS SÃO PROIBIDOS DE COMENTAR PRISÃO DE MARCOS VALÉRIO

Determinação partiu do presidente do PT, que quer evitar associar o partido a novo escândalo

Preso na última sexta-feira por grilagem de terras, em Belo Horizonte, o lobista Marcos Valério deve ser isolado ao máximo das conversas e entrevistas de petistas. Esta é a determinação do presidente nacional do PT, Rui Falcão, que pretende evitar que o partido, já às voltas com as "faxinas" em Brasília seja associado a novo escândalo.

Para Falcão, Valério não é assunto do PT porque não é filiado ao partido. Por isso, a orientação dada pelo presidente aos aliados é de que, se forem questionados sobre o caso, respondem simplesmente "não sei". A estratégia, pelo menos até ontem, parecia dar certo.

Considerado operador do esquema do mensalão que marcou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Valério não tem ligação formal com o PT desde 2005.

O ex-deputado José Genoino e o ex-ministro José Dirceu, citados no processo do mensalão, não quiseram comentar a nova prisão de Valério.

O único a defender o lobista foi o deputado Virgílio Guimarães (PT/MG) - que o apresentou aos petistas. "Muita acusação pode ser verdadeira ou não", disse

Fonte: A Gazeta