quarta-feira, 4 de agosto de 2010

VOTO CONSCIENTE.

É muito grande a responsabilidade do voto em eleições livres e amplas como a brasileira. A escolha criteriosa dos candidatos é o melhor que pode acontecer para um regime democrático. É necessário e vale a pena todo esforço do eleitor para conhecer o comportamento e os compromissos dos que concorrem a cargos eletivos.


É nesse sentido, o pronunciamento feito no último sábado em cadeia de emissoras de televisão, pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandoswki. "Não se deixe iludir por promessas vazias ou publicidade enganosa; não troque o seu sagrado direito de votar por alguma vantagem pessoal ou para alguém que lhe é próximo. O bem-estar da coletividade não tem preço", ressaltou o ministro.



Assim foi inaugurada a campanha "Você pode escolher o seu destino", criada pelo TSE para promover o voto consciente. A Lei da Ficha Limpa representa valiosa ajuda na seleção, à medida que barra candidaturas por mau procedimento, conforme julgamento da Justiça. Representa uma vitória da sociedade, pois essa legislação teve origem em projeto de lei popular reunindo cerca de dois milhões de assinaturas. Esse é um diferencial em relação aos pleitos anteriores.



No entanto, é óbvio que nenhum texto legal substitui a avaliação pessoal e intransferível de cada eleitor sobre os candidatos. Até porque, ser ficha limpa é obrigação de toda pessoa. Ética e retidão são princípios básicos de cidadania. O candidato a cargo público deve ser capacitado também em outros campos, incluindo conhecimentos, aptidões intelectuais que facilitem o exercício do mandato. Essa noção o eleitor só terá buscando informações e pesquisando.



Votar é um ato de selecionar e não há dúvida de que isso deve ser feito criteriosamente. Vale a advertência do ministro Lewandoswki: "Aqueles que, no passado, usaram os cargos públicos apenas para enriquecer ou se perpetuar no poder poderão voltar a fazê-lo". Essa é uma possibilidade real. Só será reduzida com o voto consciente. Quem puder, faça por onde multiplicá-lo em contato com o seu próximo.



A campanha "Você pode escolher o seu destino" é mais necessária do que muitas pessoas podem imaginar. Haja vista que expressiva parte dos eleitores nem sequer se recorda em quem votou no último pleito - o que denota inconsistência e superficialidade nas razões que determinaram o sufrágio. Revela também o não acompanhamento do desempenho de mandatos.



Pesquisa Fecomércio/Futura, encomendada por A GAZETA, divulgada na última semana de julho, mostra que na Grande Vitória 63,4% dos eleitores não se lembram do voto para deputado federal. O mesmo índice - altamente preocupante - é aplicado em relação a deputado estadual.



A chamada amnésia eleitoral atinge cargos majoritários. De acordo com a pesquisa, 58,9% dos entrevistados confessaram não lembrar em quem votaram para senador. Já 71% dizem lembrar do voto para presidente da República, enquanto 57,4% se recordam do nome do candidato a governador. São percentuais muito baixos em se tratando de cargos de tão grande relevância institucional na República.



A propaganda eleitoral é uma oportunidade que não deve ser desperdiçada pelo eleitor para coletar informações. Estas devem se juntar à pesquisa sobre os candidatos. Por meio dos veículos de comunicação, divulgarão suas ideias e projetos dos aspirantes a cargos eletivos. Isso, por certo, ajudará os cidadãos a decidir sobre o voto.
 
A Gazeta.

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