sábado, 13 de agosto de 2011

CHUMBO GROSSO.



Engana-se o cidadão que acredita que o fim de um processo eleitoral o deixa livre de tanta chateação. Na verdade, o Brasil, que tem eleições a cada dois anos, é eterno refém do tema.
Com as eleições municipais de 2012 se aproximando, o mundo da política entrou em polvorosa menos de um ano depois do processo eleitoral do ano passado. Na disputa pela prefeitura da maior cidade brasileira, São Paulo, vários partidos políticos começam a se mexer para definir os nomes de seus respectivos candidatos. E isso se repete em todas as cidades brasileiras, pois quem esta no poder não quer sair, enquanto quem está fora quer entrar.

De olho na eleição de 2014, o PSDB quer arrebatar o trono paulistano. Por conta disso, os tucanos tentaram nesta semana, sem sucesso e muito menos lógica, enxertar a senadora Marta Suplicy, ex-prefeita de São Paulo, no escândalo que eclodiu no Ministério do Turismo. Tudo porque Marta, um dia, foi ministra da pasta. Ação oportunista e irresponsável, que mostra que os adversários do poder desconhecem o estrito significado de oposição republicana.

Se para muitos é precipitada a briga com vistas às eleições de 2012, a situação fica ainda pior quando partidos agem nos bastidores, de forma indecorosa, para sedimentar o caminho rumo às disputas de 2014, quando estarão em jogo, no âmbito do Executivo, os cargos de governadores e de presidente da República.

Há muito insistindo na tese de lançar um candidato próprio ao Palácio do Planalto em 2014, o PMDB, que atualmente puxa a fila da base aliada, terá de se acostumar com os disparos feitos pelo staff petista, que não quer perder a chance de se perpetuar no poder.

As recentes denúncias contra dois ministérios (Agricultura e Turismo) ligados ao PMDB são prova disso. O partido, que busca sair do foco do escândalo, tenta capitalizar com o fato de a Polícia Federal ter utilizado algemas ao prender os investigados na “Operação Voucher”. O presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), não cansa de criticar a ação policial.

O Palácio do Planalto nega que tivesse conhecimento da operação, assim como o ministro José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP), da Justiça, que tem sob o seu comando a Polícia Federal. É no mínimo irresponsabilidade acreditar nas declarações dos palacianos e do ministro da Justiça, pois nada acontece em termos de ação policial sem que a Presidência da República seja informada. O que o PT tenta com suas evasivas é não piorar a crise política que marca o governo de Dilma Rousseff desde o primeiro dia.

Diante das câmeras e dos microfones, caciques do PMDB garantem que o partido continua apoiando incondicionalmente o governo do PT, mas nas coxias do Parlamento a cizânia é conhecida e cresce a cada dia. A continuar assim, Dilma Rousseff pode ter sérios problemas pela frente no Congresso Nacional, pois sem o apoio maciço do PMDB as matérias de interesse do Planalto tendem a tropeçar.

Fonte: Ucho.Info

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