domingo, 30 de maio de 2010

O IMPASSE NUCLEAR.

Os Estados Unidos anunciaram sua nova estratégia de segurança nacional, pela qual abandonam as posições antes fixadas pelo governo Bush. No documento, no entanto, o presidente Barack Obama afirma que os EUA vão continuar a assegurar a segurança mundial, embora ressalve que não poderão fazer isso sozinhos.




Essa posição já confronta um desafio, no qual os EUA insistem na imposição de sanções ao Irã, por causa de seu programa nuclear, necessitando para isso do apoio do Conselho de Segurança da ONU. Com eleições parlamentares em novembro, o governo sofre intensa pressão interna, a ponto de se desdizer.



Em razão das relações que construiu com o Irã, o Brasil dispôs-se a negociar um acordo com os iranianos, observando as condições impostas pelo presidente Obama. Feito o acordo, intermediado também pela Turquia, eis que o governo norte-americano o nega, alegando que as condições mudaram de outubro para cá.



O impasse está posto. O acordo não garante que o Irã não terá urânio suficiente para fabricar a bomba, só que irá beneficiar uma parte dele, para fins pacíficos, na Turquia. A desconfiança persiste entre as duas partes e Brasil e Turquia não têm condições de oferecer garantias adicionais, além das estabelecidas no acordo.



Ontem, encerrou-se uma conferência de revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear pelo qual se pretende criar uma zona livre dessas armas no Oriente Médio. Um acordo era dificultado por Israel, que não afirma nem nega que tenha a bomba. Mas os países árabes querem que Israel seja citado explicitamente.



Diante do panorama armamentista mundial, é muito difícil obter progressos. Os EUA têm mais de 5.000 ogivas nucleares. Outros países têm a bomba, mas escondem seus quantitativos. Se o Iraque a tivesse, provavelmente os norte-americanos não o teriam invadido. A escalada é insensata, mas como impedi-la?



Obama é contra a bomba, mas o complexo industrial-militar dos EUA não abre mão de seu arsenal.

Um comentário:

  1. Ontem o Jornal Francês Le Monde divulgou uma matéria na qual menciona que o Brasil poderia estar armazenando e enriquecendo urânio para fins Militar, segundo o jornal, esta desconfiança ocorreu após o Brasil ter negado acesso a dados referendes a industria atômica brasileira por motivos de segurança nacional. Claro que esta notícia é fantasiosa e infundada, mas resta saber se o resto do mundo pensa assim. Não sei que rumo vai tomar toda esta polêmica, o fato é que o Brasil está sendo visto com maus olhos pela comunidade internacional.

    ResponderExcluir