segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A CRISE QUE NÃO EXISTIU.

Espalharam “pela aí” que houve uma crise com a saída de Jobim e a entrada de Amorim na equipe da Roussef; mais uma substituição, desta feita diferente das anteriores, SEM GRANA NO MEIO. De passagem, só para lembrar, aquelas, sem suspensão, condenação, apesar das faltas exageradas com “las manos”. Um já tinha ido para o banco (de sentar não de depositar) e voltou. Fez outra cagada... E se foi para o paraíso...

Disseram que os militares como se referem, da cúpula dirigente, reagiram à nomeação do diplomata que fez sucesso principalmente no caso Zelaya. Crise que ecoou a partir das conversas de jornalistas com generais, provavelmente do EB, pois na Marinha, são almirantes e na FAé, brigadeiros. Pontaria perfeita sobre o Exército que dá mais repercussão. Lá vem o caso da anistia, da comissão da verdade e, de tabela, se vingam em cima do Cel Ustra. Isto é, “sem revanchismo”.

Ora, quais generais demonstraram publicamente tal reação, que não gostaram da nomeação e bateram o pé. Quais? Quando? Onde? Nesta terra de Santa Cruz, nesta fase triste da História, neste quadro de alienação das forças vivas militares. Não deram nem um pio. Poderiam ter dado em outras oportunidades, não por uma nomeação que todos sabem que cabe ao presidente fazê-lo.

Saber gerar a crise, com sapiência, oportunidade, sem bravatas. Conversa no pé do ouvido, com frisson por toda a medula, do anterior, da atual, de todos outros MD, principalmente do que saiu, com a força do argumento ou com o argumento da força.

Um alto comando de generais com 50 anos de carreira, generais de Exército, que não são soldados recrutas no primeiro dia de quartel que se olham no espelho, se vêem com garbo e correm para tirar fotografia e mostrar aos pais com orgulho. Depois de 50 anos então...

Nada pode macular a hombridade, a altivez do Comandante que se preza, que conhece os limites da sua ação de comando e dos seus superiores. Que não se subordina diante da arrogância. Que apresenta ao Ministro ou ao Presidente o seu ponto de vista, e que sem se insubordinar, deixa claro que vai sair do cargo e que seu sucessor pensa da mesma forma. Responsabiliza-o pela crise, e se aquartela. Há regras de bom convívio que devem ser respeitadas por uns e outros; não cabe a um lado só, bancar o cordeirinho. O ministro Jobim é tido e falado como o que deu ordem unida nos militares. Eles dizem e a imprensa repete que os militares agora, se subordinam ao “poder civil”, pois ele próprio — Jobim — construiu essa imagem. Gente de farda há, que reconhece no ex-ministro um “amiguinho” dos militares porque era contra a revisão da anistia.

Mas, essa revisão é impossível de ser feita. Uma lei foi aprovada, aceita pela sociedade como pacificadora, ampla, geral e irrestrita, assim considerada pelo STF, perdoando a guerrilha, o terrorismo, assaltos e assassinatos praticados pelo bando vermelho e os excessos dos mantenedores da lei e da ordem.

Se algum afoito disser que uma nova lei vai atingir os militares que atuaram na chamada luta armada é uma ruptura e, contra essa ruptura, os comandantes não podem se acovardar. Têm cabeça p’ra pensar, língua p’ra falar e fuzil, p”ra agir em defesa das instituições que às vezes estão sob poderes mal ocupados, podres.

Manu militari contra “las manos”, mãos leves, covardes, perdedores na guerra, que pregavam o comunismo da distribuição da riqueza e hoje as afanam impunemente.

Punições e transferências eram medalhas de honra nos peitos dos Andrada Serpa, lembrando de um nome.

Na vertente da comissão da verdade, o ex-ministro Jobim não é contrário à sua existência e lava as mãos: “Conforme o ministro da Defesa, caberá ao Congresso decidir se mantém ou não no projeto da "comissão da verdade" a bilateralidade das investigações” (02/03/2010).

O livro “Direito à memória e à verdade” começa assim: “Antígona julgava que não haveria suplício maior do que aquele: ver os dois irmãos matarem um ao outro.” A explosão do Aeroporto de Guararapes testemunha “essa fraternidade”.

Mais adiante: “Sob a gestão de Nelson Jobim no Ministério da Justiça, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, o Estado brasileiro reconheceu sua responsabilidade frente à questão dos opositores que foram mortos pelo aparelho repressivo do regime militar. Papel decisivo nessa conquista tiveram os familiares dos mortos e desaparecidos, com sua perseverança e tenacidade, e o futuro ministro José Gregori, então chefe de Gabinete do Ministério da Justiça.

Angelicais: “O lançamento deste livro na data que marca 28 anos da publicação da Lei de Anistia, em 1979, sinaliza a busca de concórdia, o sentimento de reconciliação e os objetivos humanitários que moveram os 11 anos de trabalho da Comissão Especial. Paulo Vannuchi Ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República” A concórdia que prega não condiz com a tortura que pratica contra o Cel Ustra e familiares.

Das ditaduras focadas comenta: “Quanto ao Paraguai, importa registrar que o regime do general Stroessner, iniciado em 1954 e igualmente pautado pela rotineira ocorrência de prisões, torturas e execuções de adversários políticos, teve características de um complexo sistema ditatorial militar-civil, que conferiu ao ditador oito mandatos sucessivos, até 1989”

De Cuba, onde Fidel Castro e o irmão estão no poder desde 1959, nada ....

No lançamento do livro, lá estava Jobim, ministro da Defesa do Lula, e peito estufando queria que os militares o engolissem sem reclamar. Até houve uma reação, essa sim verdadeira, altiva e oportuna. Deu certo.

A propósito do ser ou não ser comandante. Lula foi fazer uma palestra na ESG, ao que consta só autoridades de gabarito intelectual formal poderiam fazê-lo. Como presidente da República, talvez fosse convincente tal propósito. Agora, parece que não. Ora, um pouco letrado pode ser presidente, mas para ser gari, precisa diploma. Daí se o Cmt da ESG não concordasse com tal desregramento deveria dizer ao MD. Se ainda mantivesse a decisão, usaria a porta de saída, que como diz o ditado, é serventia da casa.

Aí sim, haveria uma crise.

A que montaram teve o objetivo maior de abafar mais um escândalo financeiro dos governos Lula/Dilma, mais de 20 afastados por desvio de conduta. Enalteceram, chamando de faxina da presidenta, mas na realidade varreram a sujeira para debaixo do tapete. Dinheiro é sujo mesmo, tem muita bactéria.

Não satisfeitos, reforçaram o abafa com manchetes envolvendo generais nas canalhices dos crápulas contumazes.

Ernesto Caruzo

Um comentário:

  1. Para cara!
    O Amorim é uma vergonha para a diplomacia brasileira, e é tão qualificado para ser Ministro da Defesa quanto para ser Papa! Péssima escolha desenterrar esse defunto político com a visão estratégica de um vírus de gripe.

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