sábado, 31 de julho de 2010

MAIS UM PADRE SE MANIFESTA. IMPERDÍVEL.

FELICIDADE.

Felicidade é ter o direito de não ser abortado e nascer;

Felicidade é ter o direito de nascer em uma boa maternidade, com ginecologista , pediatra e se precisar, uma UTI NEO NATAL;

Felicidade é poder amamentar no peito da minha mãe bem alimentada;

Felicidade é ter direito a todas as vacinas necessárias para me prevenir das doenças, médico pra me acompanhar e remédios quando necessário;

Felicidade é poder brincar sem o risco de ser morto por uma bala perdida;

Felicidade é ter uma boa creche para que eu fique enquanto meus pais trabalham;

Felicidade é ter um leito decente, limpo para que eu possa dormir;

Felicidade é meus pais terem dinheiro para comemorar meus aniversários, de preferência com uma festinha pros meus coleguinhas;

Felicidade é ter uma boa escola pública, onde eu possa iniciar meus aprendizados necessários para um futuro melhor;

Felicidade é ter direito aos livros, cadernos, computadores, bons professores, merenda de boa qualidade, para que eu não fique em desvantagem diante dos outros da minha geração;

Felicidade é ter uma escola bonita, arejada, segura, ampla, com direito a quadra de esportes, espaço cultural, biblioteca, para que eu possa desenvolver todo o meu potencial;

Felicidade é poder brincar na rua, nas praças, sem o risco de ser atropelado;

Felicidade é o direito de escolher meus amigos e poder dizer não quando quiserem me envolver em gangs ou com as drogas;

Felicidade é ver meus pais felizes, em nossa casa, dar e receber carinhos, ter direitos e obrigações;

Felicidade é ter um bom hospital público que me socorra, ou socorra os meus, nas necessidades, sem filas intermináveis, com direito aos exames , internações e cirurgias se necessário;

Felicidade é ter direito aos medicamentos para combater minhas doenças, ou o dinheiro necessário para comprá-los quando não disponível;

Felicidade é poder fazer um bom segundo grau, ter direito a freqüentar um cursinho; aumentando minhas chances de passar no vestibular;

Felicidade é ter estágios que me preparem para o primeiro emprego;

Felicidade é poder passear de mãos dadas com minha namorada nas praças, sem o risco de ser assaltado e vê-la estuprada nas mãos de marginais;

Felicidade é passar no vestibular e poder fazer um bom curso superior, de preferência numa universidade pública;

Felicidade é poder estudar e trabalhar preparando o meu futuro e não dependendo eternamente dos meus pais;

Felicidade é poder votar e ser votado democraticamente , escolhendo quem acho melhor para dirigir os destinos do País;

Felicidade é poder me expressar livremente, sem sofrer patrulhamento de quem quer que seja;

Felicidade é ter o direito de escolher e praticar livremente minha religião e não ser discriminado se for agnóstico;

Felicidade é me formar, ter acesso a uma pós graduação e mercado de trabalho, para que me realize profissionalmente;

Felicidade é poder adquirir uma casa ou apartamento, para que idealize a formação da minha família;

Felicidade é casar com quem amo, ter quantos filhos planejarmos;

Felicidade é ter direito a férias, para que recomece mais um ano de trabalho em boas condições;

Felicidade é ter um salário justo, conforme minha capacitação;

Felicidade é poder adquirir os bens que achar importante, e se tiver uma propriedade, que não corra o risco de ser invadida em nome da igualdade social;

Felicidade é poder produzir, gerar empregos, pagar impostos justos;

Felicidade é ser protegido pela segurança pública, poder ir e vir , ver meu patrimônio protegido;

Felicidade é saber que as leis a que estou sujeito serve para todos, sem quaisquer tipo de privilégios;

Felicidade é ser protegido pela Previdência Social, em caso de  doença ou acidente, minha família não passe necessidade;

Felicidade é ter, depois de 35 anos de trabalho, uma aposentadoria digna, para que não me falte as necessidades básicas, como os medicamentos necessários para tratar minhas doenças ou aliviar minhas dores;

Felicidade é quem sabe, sobrar um dinheirinho , para viajar e aproveitar bem o final de meus dias;

Felicidade é poder morrer em paz, com a consciência do dever cumprido, e  feliz por ter nascido num País que me proporcionou tudo isso.

Este é o meu conceito de felicidade, o fiz pensando na proposta do Senador Cristóvam Buarque que apresentou projeto inserindo na Constituição a felicidade como direito do cidadão e obrigação do Estado. Espero que o Senador leia este texto, e a não ser que tenha um conceito de felicidade muito diferente do meu, verá que temos muito trabalho pela frente, temos muito que caminhar para alcançar este objetivo , e olhe que meu conceito é bastante simplório, o mínimo que o Estado poderia proporcionar a todos nós que pagamos carga tributária tão elevada. Tudo isso na verdade é obrigação do Estado, não precisa constar na Constituição. Esqueça a palavra e lute pelo conceito. Talvez nossos bisnetos tenham a felicidade de viver num País assim, por enquanto é pura utopia.

Dilma Rouseff, candidata de Hugo Chávez y FSP en Brasil.

O PREÇO DA VERBORRAGIA E O DURO RECADO DE URIBE.

Os iranianos que se manifestavam contra a fraude que permitiu a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, em junho do ano passado, nada podiam fazer quando o presidente Lula comparou os seus protestos ao "choro de perdedor" dos torcedores de um time de futebol e reduziu os choques de rua em Teerã entre os opositores e as forças de repressão do regime a "apenas uma coisa entre flamenguistas e vascaínos".


Também os presos políticos cubanos não tinham como responder ao dirigente brasileiro quando, em março último, ele condenou a greve de fome que levou à morte o dissidente Orlando Zapata Tamoyo, por sinal na véspera de uma visita de Lula a Havana, onde considerou o seu sacrifício "um pretexto para liberar as pessoas" - e foi além. "Imagine", comparou, "se todos os bandidos presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade."

Muito menos poderia retrucar ao presidente a iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento por alegado adultério. Perguntado dias atrás sobre a campanha "Liga Lula" para que interceda pela sentenciada junto ao seu bom amigo Ahmadinejad, ele reagiu: "As pessoas têm leis. Se começarem a desobedecer as leis deles para atender o pedido de presidentes, daqui a pouco vira uma avacalhação."

Mas há quem possa dar-lhe o troco. Foi o que fez o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, depois que um leviano e boquirroto Lula desdenhou do agravamento das tensões entre Bogotá e Caracas. O protoditador Hugo Chávez rompeu as relações da Venezuela com o país vizinho em represália à decisão colombiana de apresentar na OEA as provas da presença de 1.500 membros da organização narcoterrorista Farc em território venezuelano, obviamente sob a proteção do caudilho.

Lula, cuja primeira manifestação a respeito já tinha deixado claro o seu alinhamento automático com Chávez - "as Farc são um problema da Colômbia, e os problemas da Venezuela são da Venezuela", sofismou -, reincidiu na quarta-feira, véspera da reunião dos chanceleres da ineficaz União das Nações Sul-Americanas (Unasul), em Quito. O tema do encontro, que deu em nada, era o conflito político entre os dois países. "Falam em conflito, mas ainda não vi conflito", minimizou Lula. "Eu vi conflito verbal, que é o que mais ouvimos aqui nessa América Latina."

Equiparar a um bate-boca um problema dramático para a Colômbia, que passou 40 anos sob o terror das Farc antes de serem reduzidas à mínima expressão possível pela firmeza com que as enfrentou o presidente Uribe, foi nada menos do que um inconcebível insulto a uma nação e ao seu governante. Uribe, que difere de Lula por falar pouco e fazer muito, não poderia fingir que não ouviu a afronta.

Ele replicou com a mais dura mensagem já dirigida a um chefe de Estado brasileiro, até onde chega a memória. "O presidente da Colômbia", dispara a nota, "deplora que o presidente brasileiro, com quem temos cultivado as melhores relações, refira-se a nossa situação com a Venezuela como se fosse um caso pessoal." Uribe ainda o acusou de ignorar a ameaça que a presença das Farc na Venezuela representa "para a Colômbia e o continente".

Trata-se da primeira demonstração da perda de respeito por Lula no exterior - e ele só tem a culpar por isso a sua irreprimível logorreia. Não terminasse o seu mandato daqui a 5 meses, a erosão de sua imagem internacional só se intensificaria. Não seria de espantar se um dia alguém o admoestasse, como o rei da Espanha, Juan Carlos, fez com o bravateiro Chávez, perguntando-lhe: "Por qué no te callas?" Não bastasse a grosseria, Lula nada fez para assegurar aos colombianos de que poderia ser um intermediário isento entre Bogotá e Caracas.

Ele parece ecoar a batatada do chanceler venezuelano Nicolas Maduro, que falou de "um plano de paz sul-americano" para resolver "a questão de fundo" da Colômbia com as Farc. Ao que o seu colega colombiano Jaime Bermudez contrapôs ironicamente a ideia de um hipotético "plano de democracia para a Venezuela". Pensando bem, talvez fosse mesmo melhor Lula se ocupar do Irã em vez de fazer papelão perante os vizinhos do Brasil.

Via O Estadão.

FHC E A IMPORTÂNCIA DE GILBERTO FREYRE.

Personalidade que abre a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) deste ano, na próxima quarta-feira, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso terá a missão de discorrer sobre o homenageado do evento, o antropólogo pernambucano Gilberto Freyre. Não será um grande desafio. Sociólogo de formação, FHC é autor do prefácio à edição de 2004 de Casa Grande & Senzala, a obra basilar de Freyre. Um prefácio que, aliás, empresta o título à sua conferência na Flip: “Um livro perene”.


A perenidade da obra se deve, segundo FHC, ao fato de Freyre construir “uma imagem do Brasil com traços que muitos brasileiros gostariam que fossem verdadeiros”. Leia-se, nas entrelinhas, a ideia de que o Brasil é um país formado por três raças, cuja miscinegação proporcionaria riqueza cultural e uma “controvertida” tolerância racial. Freyre nunca chegou a cunhar o termo “democracia racial”. A maneira como descrevia a relação entre senhores e escravos, contudo, deu a muitos críticos munição para chamá-lo de míope ou conservador.

Nem mesmo hoje, 77 anos após o surgimento de Casa Grande & Senzala, afirma FHC, se pode falar de democracia de raças no Brasil. “Pode-se dizer que a sociedade brasileira seja racialmente mais igualitária? Menos perversa que a sociedade escravocrata, sem dúvida. Isenta de preconceitos ou de discriminações? Duvido.” Leia, abaixo, a entrevista de Fernando Henrique Cardoso a VEJA.

Divulgação

Para FHC, Casa Grande & Senzala funciona "um pouco como um mito que produz uma imagem que pode servir de guia para a construção do futuro."

Que elementos descritos por Gilberto Freyre ainda podem ser vistos na sociedade ou na cultura nacional?

A imagem que Gilberto Freyre projeta de um Brasil centrado nas oposições casa grande e senzala, senhores e escravos, é, obviamente, datada. Mas ele prosseguiu em seus estudos e no livro Ordem e Progresso já não se refere especificamente àquelas categorias, mas - como aliás ele também faz em seu livro fundamental - à cultura por elas geradas. Aí, entram o personalismo (ilustrado, no campo político, pela força do presidente, o poder Executivo, diante dos poderes Judiciário e Legislativo), o mandonismo, o corporativismo etc. que estão vivos até hoje. É verdade que tais traços haviam sido identificados – alguns até cultuados – anteriormente por autores como Oliveira Vianna e mesmo por pensadores do século XIX. Mas Gilberto Freyre tinha o dom da escrita e dispunha de força expressiva para estruturar quadros explicativos. Fez isso não só para descrever a ordem senhorial como para gabar as virtudes da miscigenação e da tolerância cultural do Brasil tradicional, que serviriam de base a uma suposta e mais do que controvertida “democracia racial”.

Podemos considerar Casa Grande & Senzala uma espécie de mito do Brasil?

A obra tem sim aspectos de mito, daí talvez sua permanência. Constrói uma imagem ao mesmo tempo real e distorcida das relações sociais criadas pela sociedade escravocrata.

Em que grau a teoria de Freyre, de que o Brasil é constituído por três raças (branca, negra e indígena), é tributária à tese do alemão Karl Friedrich Phillipp von Martius, vencedor do concurso ‘Como Escrever a História do Brasil’, realizado pelo Instituto Histórico e Geográfico no século XIX?

A noção de que a sociedade brasileira – e sua cultura – derivou de três raças era habitual muito antes de ser lembrada em Casa Grande & Senzala, basta citar o que Paulo Prado escreveu no livro Retrato do Brasil (1928). É possível que alguns autores que se referiram às três raças tenham sido influenciados por von Martius. O específico em Freyre é que ele valoriza e hierarquiza a contribuição das “raças formadoras”. A branca já chegou tisnada com os portugueses pelo sangue negro e berbere. Os escravos negros – e isso Freyre mostra bem – eram muito diferentes física e culturalmente uns dos outros. E os indígenas, no ver de nosso autor, contribuíram menos do que os negros para o processo adaptativo dos colonizadores aos trópicos. Para Freyre, criativos mesmo foram os negros, que até emprestaram aos brancos algo de sua “alma”.

No prefácio à edição de Casa Grande & Senzala lançada pela editora Global em 2004, o senhor classifica a obra como “perene”. A que o senhor atribui a força desse livro, que resiste após quase 80 anos?

A perenidade de uma obra depende de muitas dimensões. No caso de Casa Grande & Senzala, convivem uma escrita admirável, uma base analítica ampla, o conhecimento pelo autor da bibliografia antropológica da época e, sobretudo, a construção de uma imagem do Brasil com traços que muitos brasileiros gostariam que fossem verdadeiros. Um pouco como um mito que produz uma imagem que pode servir de guia para a construção do futuro.

Por que a crítica costuma ser tão dura com Gilberto Freyre, sua leitura do Brasil colonial pode ser entendida como conservadora ou geograficamente restrita?

É natural que passadas as décadas de 1930 e 1940, quando a obra foi louvada, embora também recebesse fortes críticas da direita fascistizante, novas pesquisas pusessem a nu seus pontos fracos, como ocorre com qualquer obra pioneira (basta ver a análise recente feita por Jorge Caldeira sobre Caio Prado em História do Brasil com Empreendedores). Além disso, em vários livros e em sua ação, Gilberto Freyre se mostrou conservador, tendo justificado o salazarismo, advogando um luso-tropicalismo teórico de difícil aceitação. Apoiou o golpe de 1964 e demonstrou saudosismo da monarquia e da ordem senhorial.

De que maneira a interpretação do Brasil feita por Freyre levou à criação da ideia (ou mito) de uma democracia racial? Hoje, estamos mais próximos de uma verdadeira democracia racial?

A questão da democracia racial foi seu calcanhar de Aquiles. De fato, Gilberto recusava a inferioridade dos negros, sobretudo dos mulatos, e, como disse acima, via contornos positivos na ordem social brasileira que mantinha mecanismos de mobilidade social, de fusão cultural e de miscigenação. Ao mesmo tempo, exibia laivos de antissemitismo e a todo instante se referia à eugenia ou qualificava pessoas em termos raciais. Pode-se dizer que contemporaneamente a sociedade brasileira seja racialmente mais igualitária? Menos perversa que a sociedade escravocrata, sem dúvida. Isenta de preconceitos ou de discriminações? Duvido. Os movimentos negros de hoje – que recusam até mesmo a identidade racial dos “mulatos” – provavelmente lerão Gilberto Freyre como se fosse um apologeta da supremacia branca, com o disfarce da democracia racial, o que também é um exagero.

Por que, em Casa Grande & Senzala, o negro recebe mais atenção (e texto) que o indígena?

Para Gilberto, a contribuição do negro foi decisiva na formação do Brasil. Já a do indígena terá sido muito menor, por contribuir mais para o processo adaptativo dos colonizadores aos trópicos. Se ele escrevesse sobre São Paulo dos séculos 17 e 18, talvez tivesse outra visão.

A escolha de Gilberto Freyre como homenageado da Flip deste ano é propícia, em se levando em conta o momento pelo qual passa o país?

Sim. Espero que a releitura de Freyre e esta homenagem propiciem a oportunidade para ver que o personalismo e o caudilhismo, bem como o corporativismo, não foram de todo eliminados de nossas práticas, a despeito de vivermos em uma sociedade capitalista, baseada no trabalho assalariado, e de sermos uma democracia eleitoral.

Se não fosse Freyre, na sua opinião, que autor deveria ser homenageado pela Flip?

Talvez Sergio Buarque de Hollanda, pela visão crítica que tinha sobre a monarquia e a ordem escravocrata e por suas preferências democráticas tão bem sintetizadas no último capítulo de Raízes do Brasil.

Via Veja.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

O FUTURO DO LULA.

A FLECHADA DO INDIO.

ELES CONTAM TUDO: QUEREM DITADURA E GRANA DO GOVERNO.

PARA O BREJO...

MINHA CASA, MINHA ILUSÃO.

À espera de uma moradia digna, famílias capixabas veem o Minha Casa, Minha Vida bem distante de suas realidades. E não é para menos. O Espírito Santo tem um dos piores desempenhos do país na contratação dos projetos populares. O objetivo é que 16.847 unidades habitacionais sejam aprovadas até o final do ano. Mas, até agora, apenas 7.151 propostas de imóveis foram liberadas.


A ideia do programa era diminuir o déficit habitacional que chega a mais de 100 mil imóveis no Estado, de acordo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Porém, por aqui, a iniciativa está cheia de impasses. Inclusive, algumas cidades correm sérios riscos de perderem os investimentos do governo.

Da meta de 6.738 moradias voltadas para a população com renda de até R$ 1.395, só 2.729 casas foram aprovadas. Dos 10.109 imóveis destinados às famílias com renda de R$ 1.395 a R$ 4.650, só 4.422 foram contratados.

No caso dos projetos voltados para famílias pobres, entre os principais problemas está a localização de terrenos. Para a construção dessas casas, as prefeituras, principalmente, as da Grande Vitória, têm dificuldades de encontrar áreas com infraestrutura e saneamento básico.

Cariacica, Vila Velha e Viana são as cidades mais afetadas. Serra também encontrou barreiras, mas está correndo atrás de alternativas para não ficar de fora. Vitória conseguiu contratar 248 casas, mas o número ainda é insuficiente para a demanda.

Nessas cidades, a maior parte dos projetos parte da iniciativa privada. As prefeituras têm entrado com apoio e incentivos fiscais. Os secretários de habitação dos municípios dizem que estão em contato com o governo do Estado e com a Cesan para romper as dificuldades de tratamento de esgoto e aprovar projetos.

Por outro lado, as cidades do interior estão saindo na frente no Minha Casa, Minha Vida. Colatina, São Mateus e Linhares totalizam quase todos os projetos aprovados até o momento pela Caixa. No entanto, outras cidades, como Barra de São Francisco, Nova Venécia e Cachoeiro de Itapemirim não tiveram casas contratadas até o momento.

Renda de até R$ 4.650

Os imóveis para famílias com renda de R$ 1.395 a R$ 4.650 movimentaram a construção civil do Estado. No entanto, as obras desses empreendimentos ainda estão bem abaixo da meta. Mas as empresas do setor acreditam numa reação. "A demora ocorreu pois muitas prefeituras não estavam preparadas e tiveram que mudar suas legislações. Quem saiu na frente foi a Serra, que desde o início estava adequada e por isso recebeu a maior parte dos investimentos. Agora, Cariacica e Vila Velha também vão ganhar imóveis e mais lançamentos serão realizados", afirma o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), Juarez Soares.

"Passei a não acreditar nas promessas"

Quando o Minha Casa, Minha Vida foi lançado, em março do ano passado, a doméstica Edna da Silva, deu entrevista para A GAZETA falando da esperança de ter a casa própria. Ela não ficou parada. Foi se informar na prefeitura e recebeu a notícia de que deveria esperar. Edna vive com um salário mínimo, em uma casa de madeira. Divide o espaço com duas filhas e uma neta. Uma das filhas está grávida. Edna é quem paga as contas. Mesmo se enquadrando no perfil prioritário do programa do governo - ser mulher e chefe de família - nos últimos tempos um sentimento mais realista bateu à sua porta: o aluguel continuaria a ser seu fiel companheiro. "Há 21 anos vivo do aluguel. Queria ter a minha casinha, mas é difícil. Passei a não acreditar mais nas promessas do governo".
 
A Gazeta.

CHÁVEZ É DILMISTA, PT É CHAVISTA, AFIRMA SERRA.

O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, tentou ontem colar a imagem de sua adversária Dilma Rousseff (PT) ao polêmico presidente da Venezuela, Hugo Chávez. “Chávez já declarou voto na Dilma. Chávez é dilmista, e PT é chavista”, afirmou em sabatina da Rede Record, em São Paulo.


O tucano rebateu ainda críticas de petistas, que o classificaram como integrante da “direita troglodita”. “Troglodita de direita é quem apoia o Ahmadinejad que está matando mulheres a pedradas”, disse em referência ao presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.

Serra disse considerar “uma bobagem” os rótulos de esquerda e direita, apesar de se considerar de esquerda. “Marco Aurélio Garcia é de direita, totalmente, não tem nada de esquerda”, retrucou. “Falar de esquerda é falar em direitos humanos, em políticas efetivamente populares, de curto, médio e longo prazo, não no jogo de grupos econômicos.”

Serra voltou a defender seu candidato a vice, Indio da Costa (DEM-RJ), que acusou o PT de ter ligações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farcs). Para Serra, o PT “se iludiu” e tratou narcotraficantes como militantes políticos.

“Fuga ao debate”

Serra disse ainda ver uma “fuga do debate” na disputa eleitoral deste ano. Em uma referência indireta a sua adversária Dilma Rousseff, do PT, o tucano afirmou: “Há uma fuga do debate não apenas física, mas também de ideias.”

Dilma tem recusado convites para debates em veículos de comunicação. Segundo Serra, está “difícil” debater temas de governo. “Não se debatem temas. Hoje tem um mecanismo que é uma central de boatos, que espalha coisas, e uma atitude de ofendido quando você diz alguma coisa que todo mundo sabe que é verdade”, afirmou, após ser sabatinado na Rede Record, em São Paulo.

ALEJANDRO PEÑA ESCLUSA APÓIA DECLARAÇÕES DE SERRA.

Por UnoAmerica


Alejandro Peña Esclusa apoya las recientes declaraciones públicas de Serra acerca de los vinculos de PT y Chávez con las FARC.

Politica El presidente de UnoAmérica, Alejandro Peña Esclusa, autor del libro “El Foro de Sao Paulo, una amenaza continental”, envió una carta a Serra con el fin de “respaldar plenamente sus recientes declaraciones públicas respecto a los vínculos del PT y Chávez con las FARC”.


FARC.- Ayer, el presidente de UnoAmérica, Alejandro Peña Esclusa, autor del libro “El Foro de Sao Paulo, una amenaza continental”, envió una carta a Serra con el fin de “respaldar plenamente sus recientes declaraciones públicas respecto a los vínculos del PT y Chávez con las FARC”.


Expusó los siguientes hechos: “El PT es el fundador y principal promotor del Foro de Sao Paulo (FSP), organización a la cual pertenecen las FARC desde el primer día de su creación; en julio de 1990. Chávez se ha inscrito cinco años más tarde; en mayo de 1995. Aunque el Secretario General del Foro de Sao Paulo, Valter Pomar, se empeñe en negarlo, le aseguro que las FARC siguen perteneciendo al FSP hasta el día de hoy. Respecto a eso, hay abundantes pruebas públicas. Deseo llamar su atención sobre las declaraciones dadas por el presidente Lula, líder máximo del PT, el 29 de abril de 2009, en las cuales propuso a las FARC transformarse en partido político y participar en elecciones, teniendo en cuenta que se trata de un grupo terrorista que asesina, secuestra, extorsiona y trafica drogas. Esta posición solo es explicable por la afinidad ideológica entre el PT y las FARC. En cuanto a Chávez, tiene usted razón cuando afirma que ‘hasta los árboles saben’ de sus nexos con las FARC. El propio Chávez los ha hecho públicos, al guardar un minuto de silencio por la muerte de alias Raúl Reyes y al permitir la presencia en Venezuela de estatuas de Manuel Marulanda alias ‘Tirofijo’”.

Las denuncias del gobierno colombiano en la reciente Sesión Extraordinaria de la OEA, sobre la presencia de campamentos de las FARC en Venezuela, solo vinieron a reconfirmar lo que hasta “los árboles ya sabían”.

Serra niega uso de Índio para atacar a Dilma

Tucano sigue exponiendo sus proyectos de gobierno y dice que está en contra de la legalización de las drogas

El candidato del PSDB a la Presidencia, José Serra, ayer volvió a negar que esté usando su fórmula vicepresidencial, Índio da Costa (DEM), para atacar a su rival petista; Dilma Rousseff.

El martes Dilma dijo que no consideraba que “una persona que es candidata presidencial debe poner a alguien para hacerle acusaciones y él aprobar”. Según Serra, la afirmación es una “tontería”.

Tras participar en una entrevista para TV Bandeirantes en Minas Gerais, el Tucano dice esperar que la campaña “puede estar basada más en ideas a partir de ahora”. Al preguntársele sobre esto no estar ocurriendo, dijo: "No por mí”

Serra también dijo que se opone a la legalización de las drogas en el país, ya que la idea no ha funcionado en otros países. "Estoy en contra de que sería un desastre", dijo.

Serra dijo que, incluso en Holanda, "un arrumadíssimo país", la legalización de la marihuana ha resulatado. Para él, la marihuana es un paso a otras drogas.

El tucano afirmó que Brasil no tiene estructura social, sistema de salud ni gobierno eficiente para lidiar con una eventual liberalización de las drogas.

Volvió a defender una política de combate a las drogas, principalmente al crack, basado en represión, educación en las escuelas y tratamiento.

Serra defendió la creación de una policía especial para las fronteras y un “gran programa” de entrenamiento de perros venteros, ya que el“80% (de la droga) proceden de Bolivia, proviene de Colombia”, afirmó.

En cuanto al tratamiento, cree que debería realizarse por medio de convenios con entidades religiosas o caritativas, “que puedan acompañar a los adictos químicos tiempo completo”. El candidato ha defendido también el tratamiento por medio del SUS (Sistema Único de Salud) que, dijo, “no es la quiebra si el gobierno trabaja correctamente”. Él ha criticado el gobierno federal: “Hoy, (el SUS) tiene más problemas de los que jamás haya tenido”

PRA NINGUÉM ESQUECER.

Saulo José Pereira Sobreira.

Saulo José Pereira Sobreira, advogado, 41 anos, filho mais novo do Casal José Gama Sobreira e Dulce Pereira Sobreira. Deixa pais , 10 irmãos, esposa, 2 filhos, Saulo José 12 anos e João Pedro, 1 mês, absolutamente entristecidos e inconformados com morte tão inesperada. Vitima da insegurança que nos acomete a todos. Recentemente prédio foi vitima de tentativa de assalto, troca de fechaduras e o esquecimento ou perda da nova chave, fez com que ao chegar em casa após o trabalho, como a familia estava viajando, tentou subir pela lateral, tentando escalar o 2° andar. Escorregou, caiu e teve morte instantânea. O que o levou a tentar ação tão inconcebível? Jamais o saberemos. Resta nosso inconformismo e a dor de toda uma familia e amigos e o conforto de que foi uma pessoa absolutamente do bem. Lembrança de filho exemplar, irmão solidário e carinhoso e pai apaixonado nos acompanhará pelo resto de nossas existências. Que descance em paz e que conforme nossa crença, um dia nos encontremos na paz do Senhor.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

PARA ONDE VAI O NOSSO DINHEIRO?



O impostômetro anuncia, atingimos a impressionante cifra de 700 bilhões de reais em impostos arrecadados este ano. Atingimos esta marca 21 dias antes da data em que o mesmo valor foi arrecadado em 2009. Vergonhosa e inadmissível a carga tributária que recai sobre todos nós brasileiros, principalmente se levarmos em conta a qualidade dos serviços públicos prestados à população.


Com tanto dinheiro, nossa saúde pública deveria ser de primeiro mundo, mas o que vemos são filas intermináveis para marcação de consultas e exames, hospitais e pronto-socorros superlotados, pacientes amontoados em macas e corredores, falta de vagas nas enfermarias, UTIS e UTINS, aparelhos ultrapassados com raras exceções, técnicos, enfermeiros e médicos sobrecarregados, desmotivados pelos baixos salários, mas principalmente pelas péssimas condições de trabalho. Usuários do sistema não conseguem exames no tempo hábil suficiente para que seus problemas sejam diagnosticados, cirurgias eletivas chegam a ser proteladas por até 2 anos, causando angústia e aumentando o sofrimento dos que delas necessitam. Os medicamentos mais disponíveis são os que ajudam no controle da hipertensão arterial e diabetes, mesmo assim não são de última geração, fazendo com que os doentes sofram os efeitos colaterais ausentes nas drogas mais modernas. Este é o quadro da nossa saúde pública, uma vergonha!!!

A educação pública é de péssima qualidade, escolas construídas em locais inadequados, geralmente superfaturadas, prédios de solidez duvidosa, diretores geralmente indicados por afinidade política, muitas vezes sem conhecimento da realidade social dos alunos que a freqüentam, professores sem capacitação permanente, desrespeitados, ameaçados, sem remuneração digna , o que faz com que os melhores migrem para as entidades privadas de ensino. O transporte escolar, muitas vezes improvisado, com motoristas sem a habilitação necessária na maioria dos municípios do interior do País, coloca em risco a vida de alunos e professores. A merenda escolar geralmente não atende as necessidades nutricionais , agravada principalmente pelo fato de muitas vezes ser a única refeição de crianças mais carentes.

O ensino infantil só há pouco começa a ser valorizado, na tentativa de se corrigir uma aberração que era o desperdício de 3 a 4 anos que as crianças passavam nas creches, apenas brincando , desperdiçando um período onde sabidamente o cérebro tem a maior capacidade de absorver ensinamentos e informações.

O ensino médio sofre o reflexo de ensinamentos insuficientes dos períodos anteriores e a grade curricular ultrapassada, não prepara os alunos para bom desempenho nos exames de ingresso às faculdades e universidades. Falta de cursos técnicos dificulta o acesso ao mercado de trabalho, gerando frustrações e desilusões que acabam abrindo um caminho fértil para o envolvimento com as drogas e suas ramificações. O Brasil precisa de uma educação de melhor qualidade, não existe possibilidade de um crescimento sustentável com ascensão social das camadas mais pobres da população.

Segurança pública talvez seja um termo inadequado, nunca antes na história desse país, como gosta de dizer o Presidente Lula, o cidadão se sentiu tão inseguro, até no interior as residências vão se transformando em verdadeiras fortalezas, num inútil esforço de se ter pelo menos uma sensação de proteção. Nas capitais e grandes cidades, traficantes dominam bairros inteiros, impõem a lei, substituindo o Estado, incapaz de prover os moradores em suas necessidades elementares. Promovem julgamentos e execuções, espalham o terror, alistam e subjugam os jovens aos seus interesses, incentivam a prostituição, corrompem autoridades, numa clara e vergonhosa afronta ao Estado de Direito. A polícia federal não consegue impedir o contrabando de armas e a entrada de drogas na extensa fronteira do país. Policiais civis e militares, mal remunerados, mal selecionados, mal capacitados, arriscam suas vidas e de familiares na tentativa corajosa de proteger a sociedade, no entanto, não sendo raro os que se corrompem, montam milícias, grupos de extermínio , numa clara transgressão da lei que jurou juraram honrar e obedecer.

Penitenciárias super lotadas, fétidas, insalubres, corruptas,lembrando uma visão do inferno de Dante, não recuperam ninguém para o convívio social, muito ao contrário, serve de aprendizagem e especialização em todo tipo de crime. Na maioria das vezes ao sair,o detento torna-se membro de bandos organizados e comandados de dentro das próprias entidades penais. Leis que beneficiam os criminosos e total descaso para com as vitimas e seus familiares completam o trágico quadro da segurança pública que o Governo oferece á população.

Está aí a contraditória realidade do Brasil. Se a arrecadação bate recordes sucessivos, os serviços prioritariamente essenciais como saúde, educação e segurança pública estão uma vergonha, uma pergunta se impõem: PARA ONDE VAI O NOSSO DINHEIRO?

terça-feira, 27 de julho de 2010

ECONOMIA.

Déficit externo recorde é insustentável, alerta Hauly


Com a crescente remessa de lucros e dividendos para o exterior e a falta de estímulo à exportação, o saldo das transações correntes, que mede o desempenho das compras e vendas de bens, rendas e serviços do Brasil com o resto do mundo, fechou o primeiro semestre do ano com déficit de US$ 23,762 bilhões, pior resultado desde 1947.

“Esse déficit é insustentável”, avalia o economista e deputado Luiz Carlos Hauly (PR). Ele teme um ajuste desequilibrado da taxa de câmbio e, consequentemente, uma desaceleração da economia. “Os problemas estavam sendo apontados – elevada taxa de juros, falta de incentivo à exportação e excesso de gastos públicos – e nenhuma providência foi tomada”, afirma. “A conta, novamente, vai sobrar para o contribuinte”

O saldo em transações correntes passou de um cenário favorável ao alerta, na análise do deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES). Iniciou a década, em 2001, com déficit equivalente a 4,19% do Produto Interno Bruto. No entanto, conforme constata o tucano, em função da política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso - como controle de inflação, câmbio flutuante e meta fiscal -, a conta passou a ter superávits.

A partir de 2008, os números voltaram a experimentar déficits. "Podemos verificar erros na condução da política econômica do PT. O país tem elevada taxa de juros, fazendo com que as exportações percam competitividade. Assim, as transações correntes voltaram a ser negativas", conclui Vellozo Lucas.

Contas deterioradas

→ Só em junho, o déficit em transações correntes ficou em US$ 5,180 bilhões, o pior para o mês desde o início da série histórica, segundo o Banco Central. Em junho do ano passado, o saldo negativo foi bem menor, de US$ 575 milhões. A autoridade monetária prevê fechar o ano com déficit de 2,49% do Produto Interno Bruto (PIB).

→ As contas externas já vinham dando sinais de deterioração. Um mês antes o saldo negativo havia sido de US$ 1,988 bilhão – número revisado. E em abril, ficou no vermelho em R$ 4,58 bilhões, valor recorde para o período. Os dados são do BC

ACIMA DO PRÉ-SAL.

Começam a surgir no noticiário informações preocupantes, sobre a sonegação promovida por grandes grupos que operam no setor de petróleo, onde manobras flagradas pela Receita Federal comprovariam que as perdas são superiores a R$ 1,6 bilhão, em apenas um ano, tudo isso montado através de operações triangulares no campo do afretamento de navios para transporte de petróleo.


Quem acompanha os "meios" de se fazer "política" no Brasil avalia o desespero, a preocupação que nutre o presidente Lula, diante da impossibilidade de eleição de sua pupila Dilma Rousseff, primária, neófita em política e fácil de ser manipulada, daí sua candidatura, daí a sofreguidão com que o "professor" carrega sua pupila nas costas, como uma mochila, vociferando seu apoio para as multidões, sempre com ameaças veladas pela perda de "direitos sociais", como o Bolsa Família, que o governo sabe, prende sua figura à memória dos milhares de beneficiados que vivem acocorados à porta de suas casas, sem nada o que fazer, com poucas ideias na cabeça, esperando a hora para passar o cartão do "benefício", na maquininha da Caixa Econômica Federal.

Estamos apenas assistindo ao começo de uma campanha eleitoral que poderá se transformar numa das discussões mais degradantes da história política brasileira, devido às paixões que estão envolvendo o Presidente da República que não medirá sacrifícios, mesmo como tem feito às vezes, invertendo a verdade, mas seu objetivo maior é eleger Dilma de qualquer maneira.

Esse processo de sonegação tem tudo a ver com o momento político que estamos vivendo. Os negócios no campo petrolífero são tão grandes que seus números espantam, confundem. Possui o setor uma legislação própria, altamente privilegiada porque é preciso ter muito dinheiro em jogo, por ser o setor considerado o mais importante do mundo, onde giram as pessoas mais ricas da face da terra, do mundo dos negócios, não se esquecendo dos problemas que geram no campo da corrupção, já que o setor petróleo abala todo mundo.

Não é de hoje, como já dissemos, que se fala em fraudes no sistema da produção de petróleo e, no caso presente, o Brasil não poderia estar de fora, ainda mais agora, quando o governo acaba de ver aprovada pelo Congresso a nova empresa estatal que vai gerir os negócios do chamado pré-sal, fazendo com que, ainda no governo Lula, se implante a nova empresa, sejam designados seus primeiros dirigentes que, entendemos, num futuro muito distante, ainda não conseguiram ver a cor do petróleo da chamada camada do pré-sal. Não é qualquer brincadeira a sua extração e, a impressão que se tem, é a de que vai custar muito tempo para a empresa ser implantada, pelas graves barreiras técnicas que dificultam a extração do petróleo da camada pré-sal.

Para os especialistas no assunto, as sonegações no setor ocorrem por manobras contábeis das concessionárias nas explorações que operam nos campos de petróleo do Rio de Janeiro e Espírito Santo, que ajudaram o Repetro, regime que suspende a cobrança de tributos, para os bens usados no setor petrolífero, a se tornar a maior renúncia fiscal de comércio exterior do país, já superando a Zona Franca de Manaus.

Na verdade, esses negócios no campo petrolífero ainda estão meio nebulosos e não está havendo muito interesse em se mexer, exatamente porque essa coisa vem de longe, está acentuada agora, com a ideia absurda de se implantar uma nova empresa para explorar um petróleo que não existe prazo para que as pessoas comecem a tomar iniciativa no campo da exploração de uma atividade que não está oferecendo perspectivas a médio prazo, ao menos.

É cedo, muito cedo mesmo, para se avaliar o que vai acontecer com esse sistema de fraudes que está sendo apontado pela Receita Federal.

Lula conhece o homem esperto que é Serra, o que ele poderá fazer no campo do levantamento, que determinará para se colocar as coisas nos seus devidos lugares.

Já no caso da d. Dilma, o que sentimos, diante de sua participação nos negócio petrolíferos, é que ela não se apercebeu ainda que Lula não elege Dilma! Vamos assistir ao desenrolar da disputa eleitoral.

Uchôa de Mendonça

ANTES E DEPOIS, TUDO VIRA BOSTA.

DEBATES.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

INVESTIMENTO NA PRODUÇÃO CAI, CAPITAL ESPECULATIVO AUMENTA.

Os investimentos estrangeiros diretos no Brasil – na produção – tiveram em junho o pior resultado para o mês em sete anos: entraram no país US$ 708 milhões. Em compensação, a entrada de capital especulativo aumentou. Em junho, entraram no país US$ 1,9 bilhão em ações e US$ 1,4 bilhão em renda fixa (títulos públicos), segundo divulgou o Banco Central.

O investimento externo na Bolsa brasileira somou US$ 7,1 bilhões no primeiro semestre – valor recorde da série iniciada em 1947. Em julho até segunda-feira, estes ingressos somam US$ 2,286 bilhões.

Para economistas, a queda do dólar tornou o investimento no setor produtivo brasileiro menos atraente, devido também aos altos custos para o estabelecimento de um escritório no Rio e em São Paulo e à elevada carga tributária do país. Neste cenário, a estabilidade da Bolsa de São Paulo atraiu os investidores estrangeiros.

– O investimento em portfólio tem sido muito forte realmente. A bolsa no Brasil está em alta e o mercado está bastante atraente em comparação a outros países emergentes – explica o diretor da Mercatto, Paulo Veiga.

De acordo com os dados do BC, os estrangeiros aplicaram mais US$ 9,3 bilhões em títulos públicos no país e US$ 2,6 bilhões em ADRs (recibos de ações brasileiras negociados no exterior) no primeiro semestre.

Embora boa parte dos investimentos em ações e em títulos públicos seja de curto prazo, a autoridade monetária conta com esses ingressos para o financiamento de parcela do déficit da conta corrente externa, projetado em US$ 49 bilhões em 2010. Assim, o BC espera o ingresso de US$ 35 bilhões dessas aplicações em todo este ano.

Por outro lado, na produção o investimento foi bem abaixo do esperado pelo BC, principalmente no mês de junho. No semestre, os investimentos estrangeiros diretos somam US$ 12 bilhões, menos de um terço da meta do BC para este ano (US$ 38 bilhões).

– Pelo que venho observando, já esperava essa queda. É inegável que o investimento em novas fábricas caiu muito. E, pelo menos para o curto prazo, não vejo sinais de melhora – avalia Antônio Carlos Porto Gonçalves, professor da Fundação Getulio Vargas.

O Brasil registrou em junho déficit em transações correntes de US$ 5,18 bilhões, número acima do esperado no mercado. No mesmo período do ano passado, o saldo havia sido negativo em US$ 575 milhões. Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, o resultado é o pior para um mês de junho da série de contas correntes desde 1947.

– No acumulado do semestre, US$ 23,762 é também o maior resultado da série. Em 12 meses, US$ 40,887 bilhões é também o pior – admite Lopes.

Transações correntes têm déficit de 2,47% do PIB

De acordo com o BC, no primeiro semestre, o déficit em transações correntes atinge US$ 23,762 bilhões, o equivalente a 2,47% do Produto Interno Bruto (PIB). O saldo negativo do período é comparável ao déficit de todo o ano de 2009, que somou US$ 24,302 bilhões.

– Nós tínhamos uma expectativa deficitária, mas menor do que se verificou. Isso se deu em função da aceleração do déficit de transações correntes – disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.

O resultado do mês passado foi determinado pela conta de serviços e rendas, que amargou déficit de US$ 7,601 bilhões. O valor foi compensado pelo saldo positivo de US$ 2,277 bilhões da balança comercial e por US$ 144 milhões em transferências unilaterais.

A conta de viagens também pesou com o pior déficit da série, de US$ 909 milhões “As remessas foram em linha com o estoque de investimento estrangeiro direto e em carteira no país”, disse Lopes.

GAROTO PROPAGANDA.

Socialismo à La Chávez.

Um olhar mais atento sobre nossa realidade, mostra-nos um Estado agigantado, ocupando cada vez mais, papel importante na vida dos cidadãos, tornando-os dependentes do paternalismo estatal. Notícia veiculada na semana passada, afirma que mais de 100 milhões de brasileiros vivem às custas dos impostos que pagamos. Não é portanto, sem motivos que nossa carga tributária é das mais altas do mundo. Só o bolsa família beneficia 11 milhões de famílias, ou seja, aproximadamente 40 milhões de brasileiros, some-se a isso o funcionalismo público, as estatais, criadas às centenas, os outros programas sociais e temos a teia estatal que vai nos envolvendo a todos.


Por outro lado, pagamos um alto preço por esta política imediatista, já que as ações constitucionais, como educação, saúde e segurança pública estão sendo colocadas em segundo plano. Uma educação de péssima qualidade, saúde pública incapaz de atender minimamente com dignidade a população e a segurança virando notícias das grandes redes de TV e jornais todos os dias, completam a tragédia cotidiana a que somos submetidos.

Nesta última sexta-feira a ONU divulgou relatório em que coloca o Brasil como um dos países onde a desigualdade social é das maiores do mundo, o que me faz concluir que algo de muito errado está acontecendo com essa política assistencialista, ampliada e alardeada pelo Presidente Lula, como o grande programa social a ser exportado para outras Nações.

Absolutamente vergonhoso para todos nós, ninguém questiona o fato de que os brasileiros das classes menos favorecidas estarem se alimentando melhor e que até evoluímos no sentido da aquisição de alguns bens de consumo, mais por crédito farto e empréstimos consignados, do que propriamente pelo aumento da renda familiar. A falta de capacitação para os beneficiados do bolsa família, a baixa exigência de uma contrapartida na freqüência escolar e sem prazo de vigência para o benefício, a exemplo do salário desemprego, torna o programa apenas assistencialista , não promovendo a ascensão social permanente. Só o emprego e a educação elevará a auto-estima, criando verdadeiros cidadãos, eliminando o conceito de bolsa esmola , que é o melhor adjetivo que identifica o programa nos moldes atuais.

Numa outra vertente, consideramos preocupante e perigoso para a democracia, esse Estado gigante, compartilhado entre companheiros e aliados, muitas vezes sem a competência como primeira condição. Junte-se a isso um líder populista, demagogo, egocêntrico e está plantada a semente de uma árvore totalitária, só não enxerga quem não quer, as tentativas estão sendo feitas e o PNDH3 é o maior exemplo da ideologia do socialismo à La Chávez do lulopetismo.

Acidentes de percurso , como o mensalão do PT com envolvimento de altos dirigentes petistas como José Dirceu, Palocci e outras personalidades do círculo íntimo do Presidente, inviabilizou a tese do terceiro mandato para Lula, mas a se concretizar a eleição de Dilma Rousseff, acreditem, o Brasil caminhará no sentido inverso da democracia que possibilitou a chegada do PT ao poder.

domingo, 25 de julho de 2010

QUEREMOS DEMOCRACÍA.

O NOSSO GETÚLIO.

PERILLO ABRE 20 PONTOS EM GOIÁS.

De acordo com pesquisa feita pelo Instituto Ecope do Brasil e publicada neste domingo (25) no jornal Diário da Manhã, de Goiânia, o candidato ao governo Marconi Perillo (PSDB), da coligação Goiás Quer Mais, abriu mais de 20 pontos percentuais sobre seu principal concorrente na disputa, o peemedebista Iris Rezende. A distância do tucano é a maior registrada até agora nos levantamentos eleitorais.


Marconi Perillo alcançou 57,6% das intenções de votos na pesquisa estimulada, contra 37,2% atingidos por Iris Rezende. Em terceiro, o candidato do PR, Vanderlan Cardoso, registrou 4%, seguido de Marta Jane (PCB), com 0,8%, e Washington Fraga (PSol), com 0,4% .

Na última rodada Ecope/DM, publicada em 20 de junho, Marconi tinha 54,9% das intenções de votos contra 40,1% de Iris Rezende. Vanderlan Cardoso tinha 4,3% e Fraga, 0,3%. Marta Jane ainda não aparecia nas pesquisas, já que foi a última candidata a ser registrada para o pleito estadual.

Reeleição

Pelo mesmo levantamento, Demóstenes Torres (DEM) e Lúcia Vânia (PSDB) mantêm favoritismo para a reeleição ao Senado, com 49,5% e 46,2%, respectivamente. O petista Pedro Wilson atingiu 18,3% das intenções; Paulo Roberto Cunha (PP), 11,2%; Adib Elias (PMDB), 5,4%; Elias Vaz (PSol), 5,2%; Rubens Donizett (PSTU), 3,5%; o cantor sertanejo Renner (PP), 2,2%; e Bernardo Bispo (PCB) com 0,8%.

Ainda de acordo com a pesquisa, o número de indecisos com relação à candidatura ao Senado é de 17,2%. Votos brancos e nulos somaram juntos 7,5%. Estas opções não foram medidas na pesquisa para os candidatos ao governo.

Na montagem do levantamento, o Instituto Ecope ouviu 6.470 pessoas em 50 municípios goianos, entre os dias 6 e 25 de julho, e registrou o levantamento no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) com o número 29080/2010 e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob o número 18846/2010. A margem de erro é de 1,5% pontos.
Terra Noticias.

O USO DA MÁQUINA.

A REVOLUÇÃO BOLIVARIANA QUE HUGO CHÁVEZ NÃO MOSTRA AO MUNDO.

JÁ OUVIU FALAR DE FUNAFUTI ?

CULTURA...PASSEM ADIANTE... Gostaria queuem os defensores da moralidade, explicassem essa:




FUNAFUTI - Não se preocupem o título deste post, não é um xingamento. A mãe de todos está devidamente preservada. Como vocês são incultos e

desconhecedores da geografia e da diplomacia mundial, aqui vai uma

explicação. FUNAFUTI é a capital oficial de TUVALU, um grupo de nove atóis

coralinos que fica no Pacífico, logo ali na Polinésia. Trata-se de uma

monarquia constitucional que faz parte da Commonwealth, ou seja, S.M.

Elizabeth II é a chefe de Estado, tem um Governador Geral, mas quem manda

mesmo é o primeiro ministro escolhido pelo Parlamento composto de 15

membros..

A população de Tuvalu (os tuvaluanos) atingiu em 2009 a espantosa cifra de

12.273 habitantes_, praticamente todos descendentes de samoanos. Como os

missionários ingleses, em nome de Deus, acabaram com a religião local,

hoje 87% da população é cristã protestante, 6% não tem religião, e 0,6%

são ateus.

Já é um começo. A economia de Tuvalu (PIB 14,8 milhões de dólares) é

baseada na exportação de COPRA e PANDARA. Não me perguntem o que é isso;

eu confesso que não sei. Creio tratar-se de algum produto primário

vegetal, mas aceito outras explicações mais científicas.

Aquele país vendeu seu domínio na Internet (tv) para uma empresa

americana, por 50 milhões de dólares pagáveis em 12 anos, o que elevou em

50% seu PIB! Outra fonte de renda é a venda de sua bandeira para navios

estrangeiros.Não existe estação de TV em Tuvalu (eles são felizes e não

sabem). Há somente um jornal impresso que circula de 15 em 15 dias, cuja

tiragem é de 500 exemplares. Mas por que estou falando de Tuvalu para

vocês?

É que a diplomacia do Governo Lula, criou uma embaixada em Tuvalu, mais

especificamente na capital Funafuti, por meio do Decreto 7.197 de 02 de

junho de 2010.( http://bit.ly/aHoROS)  Creio que o Itamarati está esperando a população de Tuvalu

atingir a cifra de 20 mil para então alugar uma oca naquele país e

instalar definitivamente a embaixada. Vai ser mais um grande feito da

nossa diplomacia, equiparável ao acordo nuclear com o Irã.

NA VERDADE, O CABIDE DE EMPREGO NÃO DEVERÁ FICAR NO ATOL, MAS EM

WELLINGTON, NA NOVA ZELÂNDIA!! Realmente é impressionante como um governo

como este torra recursos do erário e mantem-se bem avaliado pelo povo.

VIVA A DESINFORMAÇÂO!

BRASILEIROS ESQUECIDOS.

Na zona rural de Pancas, a reportagem percorria uma estradinha de terra batida que corta uma grande propriedade, no Córrego do Gambá, quando um casebre de madeira à beira da picada nos deteve. A princípio, o que chamou a atenção foram as bandeirolas de plástico em verde e amarelo tremulando timidamente na cerca de arame farpado. Mas, como logo vimos, as bandeirolas contrastavam ironicamente com o interior da moradia. Ao contrário do que elas indicavam, ali não habita a alegria, mas o sofrimento de uma família miserável, como tantas outras da região. Ali vivem, ou melhor, sobrevivem, em condições absolutamente precárias, Elvira da Conceição e seu filho Sebastião.


A casa, construída e emprestada pelo proprietário, está em tal estado de decomposição que corre o risco de soterrá-los a qualquer momento. Todo o consumo de energia da família se resume a duas lâmpadas e uma geladeira. Mesmo assim, eles são obrigados a pagar R$ 25,00 de eletricidade, todo santo mês, diretamente ao fazendeiro, que se encarrega de fazer a cobrança no lugar da Escelsa. Eles não fazem a menor ideia de quanto consomem por mês. Água? “Tem que subir o morro para buscar.” Banheiro? “Tem que ir nos matos, chovendo.”

Depois de anos de trabalho na lavoura dos outros, Dona Elvira, 65 anos, sofreu um derrame que lhe tolheu boa parte dos movimentos. Hoje, passa os dias sentada no banquinho junto ao fogão à lenha, de onde tem a vista estática que a janela da cozinha lhe proporciona.

“Eu, se tivesse condições, já tinha alugado uma casa no centro, mas, com o dinheirinho que recebo, só dá para comprar um remedinho”, contou ela, que, sem poder se locomover direito, não vai votar nas eleições de outubro. Sem acesso a meios de comunicação, também não vai poder se informar sobre os candidatos. Mas e se pudesse falar com o próximo governador? O que ela gostaria de pedir? “Tratamento, remedinho, saúde, pelo menos um banheirinho...”

Sebastião

Octogenário, o marido de Dona Elvira trabalhava na “lavra” – aquela era uma região de extração de pedras preciosas, como águas marinhas. A idade, a saúde debilitada ao longo dos anos de garimpo e o escasseamento das pedras o levaram a deixar a atividade. A renda da família, então, fica toda nas costas de Sebastião. Aos 34 anos, ele se desdobra entre os cuidados com a mãe e a labuta na roça do “patrão”.

Como meeiro, Sebastião trabalha para o dono das terras e para si mesmo. Mas o trabalho na roça do proprietário vem em primeiro lugar. Pela labuta de cada dia, sem carteira assinada ou qualquer direito trabalhista, ele recebe uma diária de R$ 10,00 – quando o normal, segundo o sindicato dos produtores rurais de Pancas, seria R$ 30,00 por dia. No pouco tempo que lhe sobra, trabalha em um pequeno roçado que o “patrão” lhe permite cultivar. Mas metade de tudo o que ganha com a venda da parca produção fica nos cofres do fazendeiro.

“É muito pouco que dá, moço. Não dá para tirar nada no fim do mês”, lamentou o agricultor, que “gostaria demais” de ter o próprio lote e a própria casa.

Valdineia reclama: “Aqui precisamos de tudo”

Com um filho de um ano no colo e grávida do segundo, Valdineia Pereira Rosa, 32, se preocupa com as crianças no bairro Nilton Sá, em Pancas. “Aqui precisamos de tudo. As ruas não têm calçamento, tem muita poeira e pernilongos. As crianças ‘vevem’ gripadas. Esse trem é uma bagunça. E os políticos só vêm aqui na época da política (isto é, das eleições)”, reclama ela. Outro problema que aponta é o difícil acesso à Saúde Pública. “Meu parto foi natural, mas, se você precisar de cesariana, tem que ir para Colatina.”

Índice de pobreza

O critério adotado para a escolha das cidades que fazem parte da série foi o índice de incidência da pobreza, calculado pelo IBGE com base em informações do Censo do ano 2000 cruzadas com as da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002/2003.

Esse foi o dado mais recente e confiável encontrado para se medir a pobreza específica de cada município brasileiro. Para efeito de comparação, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) mais recente, calculado pela ONU, data do ano 2000.

É importante ressalvar que, em 2003, o atual governo estava apenas começando e, desde então, obteve avanços na erradicação da pobreza. Mas, como a série se propõe a mostrar, os desafios persistem.

Entre os municípios mais pobres, estão Mantenópolis (2º) e Pancas (13º).

José quer mais atenção aos agricultores

Aos 70 anos, Seu José Moreira – morador de um assentamento do governo federal em Pancas – cansou-se da vida de meeiro, condição em que trabalhou por décadas na fazenda de uma família tradicional da região. “Nossa vida era um aperto. Tinha que trabalhar todo dia de sol a sol. Precisava fazer o dele e o nosso, e não era dono de nada.” Hoje ele só cultiva a sua terra, plantando e vendendo café, que este ano, reclama, não atingiu um bom preço. “Não dá pra fazer muito dinheiro, só uns R$ 2 mil por ano. Para quem não tem dinheiro, você sabe, a coisa é difícil. É com a forcinha que Deus dá. Lutamos muito”, enfatiza ele, que enche a boca para dizer: “Sou capinador mesmo”. E, com todo esse orgulho, sua grande preocupação política só poderia mesmo dizer respeito aos agricultores como ele. “Precisamos saber quem são os candidatos. Nosso medo é que venha um que não olhe para os agricultores.”

Locais sem eletricidade e sem água encanada

Quando a reportagem esteve em sua “casa” – na verdade, uma barraca de lona –, João Ladir, 63 anos, vestia uma camisa de futebol, traindo sua grande paixão. No entanto, em plenos dias de Copa do Mundo, o agricultor não conseguia ver os jogos. “Só pelo radinho de pilha.” Desde 2006, ele vive como um eremita em uma clareira no meio da mata, a 12 quilômetros do centro de Pancas. O terreno na Cabeceira de São José foi desapropriado pelo governo federal. Mas ali ainda não chega eletricidade, muito menos água encanada, só mesmo um filete d’água onde ele lavava as roupas.

Mesmo assim, Ladir prefere esperar o financiamento do governo para construir a própria casa e cultivar a própria terra. Das 32 famílias originais no terreno, só restaram seis. Enquanto a verba não chega, ele vai “levando” como todo mundo: “panhando” café em uma fazenda, a 1h20 de sua casa. Todo dia, faz o caminho a pé. “Trabalho aqui é difícil”, afirma.

Em Mantenópolis, o lavrador José Nilson vive situação parecida. “Não acho serviço. A região é ruim demais. Os proprietários dão conta. Estou aqui porque ganhei um lote, mas não gostei, não. A gente tem a terra, mas não tem estrutura. Procuro aqui e ali e, quando acho, é trabalho de dois dias”, reclama, com mulher e dois filhos pequenos para sustentar.

“Para os políticos, isso aqui não existe”

Em Pancas e Mantenópolis, a economia está no campo, mas quem não tem o próprio quinhão de terra acaba se instalando na área urbana, dando origem a autênticos bairros periféricos, por menor que seja a cidade.

É o caso do bairro Nilton Sá, logo à entrada de Pancas. É difícil saber por onde começar a enumerar os problemas, mas a líder comunitária Ediane Costa, 32, resume. “Para os políticos, isto aqui não existe. É um lugar isolado.” Ela diz que gostaria de conversar com o próximo governador sobre o bairro. “Diria para olhar a comunidade. Tem gente vivendo aqui. Mas é como se estivéssemos esquecidos, como se não existíssemos. Estamos presos dentro de um chiqueiro.”

De fato, as ruas ali não têm calçamento, e a rede de esgoto desemboca em um terreno no centro do próprio bairro. Ediane recorda que, há alguns meses, o governador lá esteve para a inauguração do Centro de Referência de Assistência Social. Segundo ela, nesse dia (e só nesse dia), a prefeitura maquiou o estado das ruas esburacadas.

Sem saber que haverá eleições em outubro, Maria Helena Alberto, 53, fez coro com a vizinha. “O município é muito pequeno. Mas por isso mesmo é que seria mais fácil resolver os problemas. O povo deveria tomar vergonha e votar em quem tem interesse. A gente só existe na época da eleição.”

OS EXCLUIDOS DA POLÍTICA.

A estrada que conduz a Pancas e Mantenópolis, na divisa com Minas Gerais a Noroeste do Estado, revela uma das maiores belezas naturais do Espírito Santo – uma pausa nas infindáveis fileiras de plantações de café que dominam a paisagem. São os pontões rochosos, cadeia de pedras agudas que se elevam ao céu como se fossem os dedos de Deus. Na terra, porém, quando se chega a essas cidades, a beleza dá lugar à pobreza, e percebe-se que o dedo do poder público não está exatamente apontado para aquela direção.


Pancas e Mantenópolis fazem parte do grupo de municípios mais pobres do Espírito Santo, tomando por base o índice de incidência da pobreza calculado pelo IBGE. Incluindo essas duas, A GAZETA visitou seis cidades situadas nesse grupo, em três viagens realizadas entre junho e o início de julho, quando a campanha ainda não tinha começado efetivamente.

O material colhido nas viagens alimenta a série “Desafios do Espírito Santo”, que tem início hoje, seguindo amanhã e no próximo domingo. Em cada cidade visitada, a reportagem ouviu relatos das pessoas que mais carecem de políticas sociais e serviços públicos básicos como Saúde, Segurança, Educação, geração de emprego e renda e incentivo à agricultura familiar.

Por meio da série, portanto, A GAZETA buscou identificar as necessidades dos “esquecidos” – definição usada pela moradora de Pancas Ediane Costa – e mostrar o que esses eleitores esperam dos próximos governantes, o que acham que devem priorizar ao olhar para aquelas regiões – um Espírito Santo diferente, que poucos devem conhecer.

Relativamente recentes e com população muito pequena, esses municípios estão longe de ser “autossustentáveis” do ponto de vista econômico. Suas receitas próprias são baixas, em termos absolutos e per capita. Suas prefeituras dependem fundamentalmente dos repasses dos governos federal e estadual para manter os serviços básicos oferecidos à população ou investir em melhorias estruturais. Quando se imerge na realidade local, fica fácil entender o porquê: a economia regional é muito pobre, o que fatalmente condena a maioria dos moradores ao mesmo adjetivo.

Dependência

No caso de Pancas e Mantenópolis, as lavouras de café determinam não só a paisagem, mas também a economia da região, baseada exclusivamente na produção e comércio do produto-rei capixaba. Não há uma fábrica sequer. O café é tão emblemático que está até nas bandeiras dessas cidades. A baixa diversificação econômica reduz as opções de trabalho a uma só para a população mais humilde: colher café nas terras dos grandes proprietários, sujeitando-se a subempregos e relações trabalhistas que, em alguns casos, remetem aos tempos feudais.

Lorentina e José: filhos foram embora do país

Morando há 20 anos em Mantenópolis, os aposentados José de Souza Filho (70) e Lorentina Maria de Souza (61) ilustram outra situação muito corriqueira em Mantenópolis. Devido à carência de oportunidades, a cidade que “invade” o território mineiro vem se convertendo numa “Valadares capixaba”. Sem perspectiva de futuro, muitos jovens preferem ir ganhar a vida como imigrantes ilegais na Europa ou nos Estados Unidos, destino de três de seus 12 filhos e, mais recentemente, três netos. Os filhos mandavam dinheiro para que ele construísse as suas casas. “Muita gente aqui faz isso.”

Na pobreza absoluta

950 mil capixabas

Segundo o Ipea, esse era o número de pessoas vivendo assim no Estado, em 2008.

Na pobreza extrema

314 mil capixabas

Era o número de pessoas vivendo assim no Estado em 2008, ainda segundo o Ipea.

O sonho de trocar a lavoura pelo emprego fixo

Na fábula da formiga e da cigarra, a primeira trabalhava intensamente nos meses de “colheita” e estocava mantimentos para aguentar os meses de inverno. Em Mantenópolis, a reportagem descobriu que a vida proporciona uma encenação real da história, comum a muitos trabalhadores rurais e exemplificada pelo casal Elson Amâncio, 50 anos, e Aparecida Amâncio, 45. Como quase todos os moradores do bairro Bela Vista – um dos mais pobres da zona urbana –, eles trabalham como “diaristas” durante a colheita do café.

Sem emprego fixo, Elson só trabalha nas fazendas de café. Nas entressafras, faz uns “servicinhos” – capina e “cova” para plantar as sementes. Mas dinheiro mesmo só é possível fazer durante a colheita, que dura no máximo quatro meses por ano. E é aí que a fábula se concretiza. “É muito difícil. Na época da colheita, quando tem dinheiro, a gente faz as compras no atacado pro ano todo, de todos os mantimentos: seis sacas de arroz (60kg cada); uma saca de feijão (60kg); 100 litros de óleo.” E por aí vai.

“No resto do ano, a gente vai fazendo uns servicinhos, pagando contas de água e luz. Às vezes a gente compra fiado um remédio e fica devendo a farmácia, quando precisa, às vezes a gente passa sem”, explica o mineiro, morador de Mantenópolis desde os sete anos. Hoje ele pensa em fazer o caminho inverso. “Nós estamos arrasados aqui. Mantenópolis está péssimo, pelo amor de Deus. Aqui não tem nada. Dá até vontade de sumir deste lugar”, desabafa.

No mesmo bairro, em uma casinha verde e bem cuidada, a moradora Maria Francisca de Melo Silva, 36 anos, exibe, esticada na parede de sua sala, uma bandeira de Mantenópolis, mostrando a identificação com a cidade que escolheu para morar. Mas, sem deixar de lado a visão crítica, ela lista as medidas que considera necessárias por parte do governo. Ao lado de moradia e Educação, destaca exatamente as oportunidades de emprego.

“Principalmente para os jovens, quando chegam aos 16 anos, por causa das drogas, neste mundo em que a gente vive.”

A Gazeta.

COPA DE 2014. PERIGO, LICITAÇÕES FACILITADAS.

Está aumentando o volume do debate nacional em torno do controle dos recursos públicos direcionados aos gastos bilionários para erguer a infraestrutura necessária à Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. Os investimentos estimados giram em torno de R$ 142 bilhões, a preços de hoje.


Na internet já corre piada do tipo "o Brasil não faturou a Copa na África, mas vai superfaturar a de 2014". É uma afirmação maldosa, mas reflete um sentimento que já se generaliza. Há um trauma a respeito. Várias obras para os recentes Jogos Pan-Americanos, no Rio, fizeram o poder público despender volumes de recursos muito mais vultosos do que eram previstos. E até hoje não foram dadas explicações convincentes à sociedade. É lamentável.

Com quase dois anos de atraso (o caso das reformas do Maracanã e de outros estádios), algumas obras da Copa terão agora rito sumário. Isso é que preocupa, em vários sentidos. Em reconhecimento a esse atraso, o presidente Lula assinou, na última segunda-feira, a Medida Provisória nº 495 - e é este texto legal que tem intensificado especulações sobre possibilidades de desvio de dinheiro público.

Por meio dessa medida provisória, o governo alterou vários pontos da Lei 8.666 de 21 de junho de 1993, que é o principal marco legal das concorrências públicas. Tornaram-se mais brandas as condições para contratação de obras e de serviços, supostamente para dar celeridade aos projetos. No entanto, criou-se a sensação de atos temerários sob o ótica do zelo aos recursos da população.

A mudança na legislação que rege as licitações fora incluída no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2011, aprovado em 15 de julho pelo Congresso, uma semana antes da edição da Medida Provisória 495. Trata-se da concretização do que estava sendo anunciado há algum tempo por meio de balões de ensaio preparados pelo Palácio do Planalto.

O Tribunal de Contas da União passou a causar insatisfação no âmbito governista por apontar irregularidades nas finanças de mais de três dezenas de obras integrantes do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Obras suspeitas foram inauguradas com a presença do presidente da República, principalmente às vésperas de a então ministra Dilma Rousseff se desincompatibilizar do cargo para concorrer às eleições.

As modificações na MP 495 dão ampla margem ao subjetivismo - e, portanto, à arbitrariedade -, nas licitações do poder público. Já no artigo 3º que altera a Lei 8.666, foi criada a cláusula "promoção do desenvolvimento nacional", o que é absolutamente generalista. Tem mil e uma aplicações, a gosto do contratante. Ou nenhuma, em caso de implicância.

Também foi instituída uma condição de preferência para "produtos manufaturados e serviços nacionais que atendam às normas técnicas brasileiras" - avaliação que levará em conta, entre vários itens, a geração de emprego e renda. Esse, aliás, tem sido o argumento usado pelo para tocar obras do PAC com suspeita de irregularidades. É uma arriscada mistura de valores.

Há um ponto louvável nas mudanças da lei de licitações. É a preferência por empresas que investem em pesquisa e tecnologia no país. Mas isso poderia ser feito sem o ônus da vulnerabilidade do processo licitatório. O preço do bom não deve ser o ruim.

Felizmente, as instituições públicas funcionam no Brasil - umas melhores que outras, é verdade. Tem-se a certeza de que as alterações da Lei 8.666 não enfraquecerão a ação do Tribunal de Contas da União. Ao contrário, deverão intensificá-la.

A Gazeta.

NÓS TEMOS AS FARC.

COLOSSUS, "UMA GIGANTE" ESTRANHA E SEM ROSTO.

Nem o presidente informa direito quem é quem na empresa. E no Canadá os responsáveis não aparecem para ninguém.

O gigantismo empresarial da Colossus se limita ao papel e aos discursos dos defensores do projeto em Serra Pelada. A empresa foi aberta em 2006, especialmente para o projeto de extração de ouro no Sul do Pará. Na prática, ela é controlada por um grupo de brasileiros bem relacionados no Ministério das Minas e Energia e com ligações estreitas com o próprio Edison Lobão.


No papel, o presidente da empresa é o geólogo Heleno Costa. Mas são tantas as pessoas jurídicas envolvidas no negócio que mesmo os diretores se confundem. O próprio Heleno diz não ter relação com a Colossus Brasil. "Eu sou vice-presidente da Colossus Internacional", afirmou ele ao Estado na quarta-feira, por telefone.

Recém-saído de um modesto projeto de mineração no interior do Tocantins, o geólogo demonstra que não conhece a fundo o confuso emaranhado de pessoas jurídicas que orbitam o negócio do qual, em tese, é um dos responsáveis.

Perguntado, por exemplo, sobre do ano de criação da empresa no Canadá, ele não soube responder. "Não sei dizer", admitiu. Também não sabia o nome do presidente da empresa, que afirmou ser "um inglês". Foi preciso que uma voz feminina, ao fundo, soletrasse: "R-a-n-d-y R-e-i-c-h-e-r-t".

Endereço canadense. Há outros pontos nebulosos na história. Em Toronto, o Estado visitou o endereço da Colossus. No escritório, num prédio comercial encravado no coração financeiro da cidade, apenas uma secretária dava expediente. A reportagem tentou falar com os dirigentes canadenses da empresa. Em vão. "Não tem nenhum diretor aqui hoje", adiantou a secretária.

Ela se comprometeu a agendar uma entrevista com os diretores, o que nunca aconteceu. O Estado também tentou contato com Kristen Le Blanc, apresentada no site da Colossus como relações-públicas da empresa. Também sem sucesso.

Às autoridades fiscais brasileiras, a Colossus canadense informou outro endereço: uma sala no número 130 da King Street West, onde funciona a Bolsa de Valores de Toronto. O prédio é o mesmo onde deveria estar outra empresa, a Maple Minerals, que até pouco tempo atrás aparecia na sociedade da Colossus.

No lugar, porém, não há nenhum vestígio das duas empresas. Pela caixa postal informada, uma pista: é a mesma da Pinetree Capital, um fundo de investimentos que já esteve sob investigação da Ontario Securities Comission (OSC), órgão equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), encarregada de fiscalizar o mercado de ações no Brasil.

No Brasil, o braço local da Colossus funciona num escritório no bairro Funcionários, em Belo Horizonte, Minas Gerais.

O endereço é o mesmo da Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral, a joint venture formada em sociedade com os garimpeiros, e da Mineração Fazenda Monte Belo, que nos registros da Junta Comercial mineira aparece como sócia minoritária da empresa. Na pequena placa dependurada na porta, porém, só há referência à Colossus. A recepcionista diz que nunca ouviu falar da Monte Belo. "Eu sou nova aqui", desconversa.

Ações. Sabe-se que, para arrecadar dinheiro a ser investido no projeto Serra Pelada, a Colossus canadense abriu seu capital na Bolsa de Toronto. Com a promessa de sucesso em suas operações em busca de ouro na Amazônia brasileira, a empresa passou a oferecer suas ações no mercado. O dinheiro arrecadado já começou a desembarcar por aqui, mas por enquanto seu destino principal têm sido as contas da cooperativa de garimpeiros controlada pelos aliados de Lobão.







sábado, 24 de julho de 2010

BRASIL É O TERCEIRO PIOR DO MUNDO EM DESIGUALDADE;

Só perde para Haiti e Bolivia.


O Brasil tem o terceiro pior índice de desigualdade no mundo e, apesar do aumento dos gastos sociais nos últimos dez anos, apresenta uma baixa mobilidade social e educacional entre gerações. Os dados estão no primeiro relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) sobre América Latina e Caribe.

Segundo o estudo, a região é a mais desigual do mundo. "A desigualdade de rendimentos, educação, saúde e outros indicadores persiste de uma geração à outra, e se apresenta num contexto de baixa mobilidade socioeconômica", diz o estudo do órgão da ONU concluído neste mês.

Entre os 15 países com maior diferença de renda entre ricos e pobres, 10 estão na América Latina e Caribe. Na região, o Brasil empata com Equador e só perde para Bolívia e Haiti em relação à pior distribuição de renda. Quando outros continentes são incluídos, a Bolívia ganha a companhia de Madagáscar e Camarões no primeiro lugar, e o Haiti tem ao seu lado, na segunda posição, Tailândia e África do Sul. Para o PNUD, esses países apresentam índices "muito altos".

O relatório do órgão da ONU destaca que a maior dificuldade na América Latina é impedir que desigualdade social persista no decorrer de novas gerações.

Pobreza. "A desigualdade reproduz desigualdade, tanto por razões econômicas como de economia política", afirma trecho do documento. E os números não são nada bons para o Brasil. Cerca de 58% da população brasileira mantém o mesmo status social de pobreza entre duas gerações, enquanto no Canadá e nos países nórdicos, por exemplo, esse índice é de 19%.

"Estudos realizados em países com altos níveis de renda mostram que a mobilidade educacional e o acesso a educação superior foram os elementos mais importantes para determinar a mobilidade socioeconômica entre gerações", diz a ONU.

Pai e filho. Segundo o estudo da ONU, é baixo também o crescimento do nível de escolaridade entre pai e filho. E esse resultado é influenciado pelo patamar educacional da geração anterior.

No Brasil, essa influência chega a ser de 55%, enquanto nos EUA esse porcentual é de 21%. O Brasil, nesse quesito, perde para países como Paraguai, Panamá, Uruguai e Jamaica. O estudo do PNUD destaca que acesso a bens e serviços públicos podem ajudar a aumentar essa mobilidade educacional.

A evolução do gasto público social é destacada pelo órgão da ONU.

Gasto social. Segundo o estudo, esse tipo de despesa gira em torno de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) na região. Entre 2001 e 2007, o gasto por habitante aumentou 30%, de acordo com o relatório, sendo que a maior parte disso concentrou-se em segurança e assistência social.

"É possível afirmar que os países da América Latina e Caribe realizaram um importante esforço para melhorar a incidência do gasto social", diz a conclusão do estudo.

O PNUD ressalta o crescimento econômico de alguns países nos dez últimos anos, entre eles o Brasil, mas faz um alerta: "Ainda que sejam evidentes os avanços no desenvolvimento humano e na diminuição da pobreza em diversos países da região, os valores agregados escondem importantes desigualdade".

Os dados apontam ainda que as mulheres e as populações indígenas e afrodescendente são os mais prejudicados pela desigualdade social na América Latina e Caribe.

No Brasil, por exemplo, apenas 5,1% dos descendentes de europeus vivem com menos de 1 dólar por dia. O porcentual sobe para 10,6% em relação a índios e afros. Mais uma vez, o PNUD lembra que os acessos a infraestrutura, saúde e educação poderiam alterar esse cenário.

Propostas. O estudo da ONU defende que é possível romper o círculo vicioso da desigualdade. Para isso, são necessárias políticas que combatam a pobreza de forma estratégica "A desigualdade é um obstáculo para o avanço no desenvolvimento humano, e sua redução deve incorporar-se explicitamente na agenda pública", diz o documento.

Movimento pela libertação de líder das FARC .

27 de dezembro de 2005

Brasil — O líder das FARC Francisco Antonio Cadenas Collazzos, conhecido como "Olivério Medina", "Padre Medina" ou "el Cura Camilo", foi preso no Brasil em agosto passado. Vários políticos, autoridades e pessoas da sociedade civil se mobilizam para evitar que Collazzos continue preso ou que seja extraditado para a Colômbia.


Abaixo-assinado

Um comitê chamado "Comitê pela Libertação de Olivério Medina" foi criado especialmente para apoiar o colombiano. O comitê está pressionando o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE) para que Collazzos seja libertado e seja concedido asilo político a ele pelo governo brasileiro.

Vários políticos e personalidades assinaram um abaixo-assinado para que Collazzos seja libertado e não seja extraditado para a Colômbia.

Segundo informação publicada no website do Comitê pela Libertação de Olivério Medina as seguintes pessoas assinaram o documento que pede a libertação de Collazzos.

A lista abaixo é extensa e não inclui todos os nomes. Uma versão completa e atualizada pode ser encontrada no website do Comitê.

Deputados federais

PT

Tarciso Zimmermann

Ricardo Berzoini (Presidente do Partido dos Trabalhadores)

Maria do Rosário

Iriny Lopes

Adão Preto

Luciano Zica

Claúdio Vignatti

Maninha

Mauro Passos

Iara Bernardi

Ivan Valente

Orlando Fantazini

César Medeiros

Terezinha Fernandes

PCdoB

Jamil Murad

Vanessa Grazziotin

PDT

Enio Bacci

PMDB

Zaire Resende (ex-deputado federal)

PPS

Rogério Teófilo

Deputados estaduais

PT

Rio Grande do Sul

Frei Sérgio

Dionísio Marcon

Raul Pont

Flávio Koutzii

Distrito Federal

Paulo Tadeu

Chico Vigilante

Chico Floresta

Arlete Sampaio

Érika Kokay

Santa Catarina

Vânio dos Santos

São Paulo

Renato Simões

PCdoB

Rio Grande do Sul

Jussara Cony

Vereadores

Albertão (Guarulhos-SP/PT), Leopoldo Paulino (Riberão Preto-SP/PSB), Raul Carrion (Porto Alegre-RS/PcdoB), Manuela Davilla (Porto Alegre-RS/PcdoB), Dr. Ricardo Rui (Guarulhos-SP/PPS), Alencar (Guarulhos-SP/PT), Jose Carlos Dalan (Guarulhos-SP/PT), Auriel Brito Leal (Guarulhos-SP/PT), Jonas Dias (Guarulhos-SP/PT), Erô Chouery (Guarulhos-SP/PT), Professor Macedo (Guarulhos-SP/PT), Luiza Cordeiro (Guarulhos-SP/PcdoB), Antonio Carlos Cordeiro (Carapicuíba-SP/PT), Horácio Neto (São Caetano-SP/PT), Paulo Búfalo (Campinas-SP/PT).



Personalidades

Políticos e autoridades

Olivio Dutra: ex-governador do Rio Grande do Sul pelo PT e ex-Ministro das Cidades do Governo Lula),

Dr. Antonio Funari: Conselheiro do CONDEPH (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana) e Vice-Presidente da Comissão de Justiça e Paz (SP)

Luiz Francisco F. Souza - Procurador

Aldo Lins e Silva - Conselheiro da República

Geraldo Magela Pereira : Presidente do Banco Popular do Brasil

Valter Pomar: Diretório Nacional PT Nacional

Plínio Arruda: Sampaio - Diretório Nacional PT

Paulo Petry: Corrente Comunista Luiz Carlos Prestes

Eloi Pietá: Prefeito de Guarulhos PT-SP

Marcelo Candido-: Prefeito de Suzano

Marcos Rogério de Souza - Advogado-SP

Universitários e educação

Professor-Phd Luiz Carlos Pinheiro Machado Filho - UFSC

Professor Clarilton Cardoso Ribas - UFSC

Leila Bianchi Aguiar - Professora de História- Niterói (RJ)

Poméia Genaio – Professora (RJ)

Pedro Castro - Professor (RJ)

Alzira Alcantara - Professora da UERJ

Marcos Del Roio - Professor de Ciências Políticas da UNESP-FFC

Maurício Gonçalves Margalho- Professor - UFF (RJ)

Marisa Brandão - Professora CEFET/R

Gilberto Calil - Historiador e Professor Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Joana Aparecida Coutinho - Professora, São Paulo, Brasil

Professor Luiz Carlos Pinheiro Machado: Ex-presidente da EMBRAPA

Eliane Soares - Socióloga

Virgínia Fontes - Historiadora – UFF

Jason Borba - Economista - Depto de Economia-FEA-PUC/SP

Marilda Vale da Silva - Cientista Política

Carlos Leandro da Silva Esteves, mestrando em História, UFF (RJ)

Paulo Douglas Brasotti - Professor Fund. Sto. André - Espaço Marx-SP

Jornalistas

Milton Temer - Jornalista

Antonio José Soares dos Reis - Jornalista DF

Gérson Trajano - Jornalista em São Paulo/Brasil

Laerte Braga - Jornalista

Timothy Bancroft-Hinchey: PRAVDA.Ru- Diretor e Chefe de Redação/Versão portuguesa

Memélia Moreira - Jornalista

Paulo Miranda - TV Comunitária

Igreja Católica

Dom Moacir Grecchi - Arcebispo de Rondônia

Padre Antonio Naves: Zona Leste- SP

Padre Antonio Carlos Frizzo: Cáritas- Bonsucesso- Guarulhos

Cristiane Santos: Quarta Semana Social CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil)

Luiz Bacejo: Serviço Pastoral do Migrante

Waldemar Rossi – Pastoral Operária

Eunice Aparecida Maurílio Damasceno - Pastoral da Crisma – BH-MG

Outros

Anita Leocádia Prestes

Ligya Prestes

James Petras – Escritor - EUA

SERRA PROMETE 1 MILHÃO DE VAGAS PARA ENSINO TÉCNICO.

O candidato à presidência José Serra (PSDB) afirmou hoje em Paranavaí, cidade localizada a 90 quilômetros de Maringá, que se for eleito irá criar o Programa do Ensino Técnico (Protec), com 1 milhão de vagas em quatro anos. Segundo o tucano, o ensino técnico "é vital para o desenvolvimento do Brasil e para o aprimoramento profissional dos jovens". Serra disse que no Chile e na Alemanha "há, respectivamente, três e dez vezes mais ofertas de vagas do que aqui".


O Protec seguiria o modelo do Programa Universidade Para Todos (Prouni), em que as universidades particulares oferecem bolsas de estudos subsidiadas pelo governo federal para os estudantes sem recursos. "Investimos no ensino técnico em São Paulo, elevando o número de vagas de 70 mil para 170 mil", afirmou o ex-governador paulista.

Ele salientou que o ensino técnico além de preparar o jovem para o mercado de trabalho, lhe dá condições de escolher melhor a carreira a seguir. "Oitenta por cento dos bacharéis em direito formados em São Paulo são reprovados no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)", disse, situação, que segundo ele, reflete o despreparo e, muitas vezes, a falta de vocação para o Direito. "É melhor um curso técnico bem feito do que um superior mal feito."

O presidenciável do PSDB afirmou ainda que o seu eventual governo criará 154 Ambulatórios de Medicina Especializada (AME) que oferecerão pelo menos 25 especialidades médicas, incluindo a acupuntura. "Isso encurtará drasticamente o tempo de espera que hoje é de seis meses em média de uma consulta ou tratamento especializado", disse.

Serra iniciou com duas horas de atraso a visita ao noroeste do Paraná, a partir de Paranavaí, que previa carreatas em Nova Esperança e Alto Paraná e inauguração de comitê e visita a uma feira em Maringá. Esta é a terceira visita do tucano ao Estado este mes. O atraso, segundo sua assessoria, ocorreu porque ele viajou a Colombo, região metropolitana de Curitiba, para gravar cenas do programa eleitoral. A gravação foi feita em propriedades que exercem a agricultura familiar.

Datafolha

O tucano não quis comentar a mais recente pesquisa Datafolha, divulgada hoje, que o coloca pela segunda vez consecutiva em empate técnico com a candidata petista Dilma Rousseff. "Saem pesquisas quase que a dois dias, e se eu tiver que comentar a cada uma delas... ", afirmou.

Ele reagiu ao comentário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feito ontem em Garanhuns (PE), durante comício em favor de Dilma. Lula disse que não via "sinceridade no olhar de Serra" quando o tucano afirmou existir vinculação entre o PT e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). "Eu não afirmei, apenas reproduzi o que a imprensa tem informado em profusão e até agora não foi desmentida", disse Serra.

NO BRASIL IMPÉRIO, DEPUTADOS DAVAM AS COSTAS PARA ELEITORES.

Rosane Soares Santana








Violência e fraude nas eleições e "partidos oficiais" foram fenômenos políticos típicos do século XIX, no Brasil, que podem explicar a falta de compromisso dos parlamentares com os eleitores. Com o processo eleitoral controlado pelos chefes locais, delegados de polícia, juízes de paz eleitos pelo voto popular - geralmente grandes proprietários de terra - e pelo presidente da Província, nomeado pelo Governo Central, as eleições eram um "produto meramente oficial", segundo o deputado carioca Francisco Belisário Soares de Souza, testemunha da época.

"Os candidatos não se preocupam com os eleitores, mas com o governo, cujas boas graças solicitam e imploram", escreveu Belisário ("O Sistema Eleitoral do Império"), para explicar um fato observado posteriormente por vários estudiosos, como a historiadora Katia Mattoso, no livro "Bahia Século XIX - uma província no Império", em que analisa, entre outros aspectos, a elite baiana, a mais importante elite política do Brasil oitocentista.

O Diário da Bahia, porta-voz dos líderes rebeldes da Sabinada - movimento de reação à política tributária da Corte, no Rio de Janeiro, e à deterioração das condições materiais da população baiana na época -, em sua edição de 23 de novembro de 1837 investia contra os impostos, denunciava as precárias condições do comércio e da agricultura e apontava "a administração dos baxás" (bacharéis) - maioria dos deputados da Assembleia Provincial da Bahia - como a "facção governista".

"(...) Vejam-se as sanguinárias leis de impostos, os saques, e ressaques da corte sobre o nosso tesouro, a perseguição da nossa lavoura, e comércio, o desprezo insultante para a briosa classe militar, as nossas fortificações, os meios de defesa todos perdidos, as fortalezas de propósito arruinadas, os empregos de nomeação central postos em público mercado, a prostituição nos tribunais, nas repartições de fazenda, tudo finalmente desbaratado e entregue à administração dos baxás, à imoralidade, à traição, à facção governista (...)".

Assembleia Governista

Na Assembleia Provincial da Bahia, durante a Regência (1831-1840), período em que ocorreu a Sabinada, 55,5% das 108 cadeiras do novo Poder Legislativo foram ocupadas por deputados bacharéis. Eles estavam estreitamente vinculados à burocracia governamental, inclusive compunham seus quadros como estratégia para controlar a máquina administrativa, da qual dependiam para o enfrentamento das pressões inglesas contra o tráfico, sendo favoráveis à maior centralização, à manutenção da velha ordem monárquica e suas estruturas, a exemplo do Senado vitalício e o Conselho de Estado.

Entre os bacharéis estava Miguel Calmon, ministro da Fazenda do Império, que comandou a ofensiva contra os sabinos, mandando cortar a arrecadação de rendas aos rebeldes e fechar o cerco ao governo provisório instalado em Salvador. Os sabinos identificavam os interesses da maioria dos deputados da Assembleia Provincial da Bahia como vinculados ao Governo Central.

Entre os revoltosos, entretanto, estavam alguns deputados vinculados à corrente liberal, defensora da nacionalização do comércio e insatisfeita com os ingleses, como ocorrera na Revolução Pernambucana de 1817.

Entre eles, o deputado João Carneiro da Silva Rego, negociante de gado em Feira de Santana, segunda vila mais importante da Província. Os deputados João Gonçalves Cezimbra, ex-presidente da Província e grande comerciante de Salvador; os médicos João Antunes de Azevedo Chaves e José de Aragão e Ataliba, professores da Faculdade de Medicina da Bahia. O deputado João Carneiro foi indicado presidente da República independente de Francisco Sabino Vieira, líder da revolução.

À exceção do grupo liberal, minoritário, a atuação da Assembleia Legislativa da Bahia, especialmente dos deputados bacharéis, confirma a tese de que, depois de eleitos, os parlamentares davam as costas para os eleitores. O Legislativo baiano era dominado por conservadores voltados para a sustentação da política centralizadora do Governo Central encabeçada pelos barões do café, quando a economia açucareira entrava em declínio.

Relações econômicas, sobretudo, ligavam a Bahia ao Rio de Janeiro, principais regiões agroexportadoras do Brasil, cujas capitais possuíam uma função portuária e administrativa para dar suporte aos negócios de importação e exportação e ao tráfico de escravos. Desde a Independência, proprietários baianos vinculados a grupos conservadores, muitos deles investidos de mandados provinciais, alinhavam-se com os interesses da Corte.