sábado, 29 de janeiro de 2011

BOMBAS ATINGEM PRÉDIO DA ELETRONORTE NO PARÁ.

Polícia suspeita que ataque, que não deixou vítimas, estaria ligado à construção da hidrelétrica de Belo Monte


BRASÍLIA. Um ataque ao prédio da Eletronorte em Altamira (PA), na madrugada de quinta-feira (27 Jan 2011), pode estar ligado à construção da polêmica usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu. Essa é a suspeita dos investigadores, que já descobriram que o atentado foi praticado por dois Homens, que se aproximaram do local em uma moto e atiraram três coquetéis molotov: dois explodiram no pátio da empresa e outro, perto do muro.

O atentado, que não deixou vítimas, ocorreu horas depois do anúncio da liberação da licença de instalação do canteiro de obras da usina pelo Ibama. A delegada da Polícia Federal em Altamira, Patrícia Helena de Shimada, acredita que o ataque tenha sido provocado por algum grupo que é contra o empreendimento, mas descartou a participação de indígenas.

Toda a ação foi gravada pelo circuito interno de vigilância do prédio. A PF já ouviu o coordenador da Eletronorte e o vigilante que estava no local.

- Pode ter sido uma forma de protesto, pois há alguns movimentos contrários a Belo Monte. Mas ainda não conseguimos fazer uma relação precisa - informou ela, por telefone, ao GLOBO.

Procurador federal diz que situação é preocupante

A delegada disse que as reações à construção de Belo Monte são uma preocupação constante das autoridades policiais. Patrícia enfatizou que há liberdade de expressão para manifestações, desde que a ordem pública não seja perturbada. Ela acrescentou que a pena para os autores do ataque é de, no mínimo, três anos de reclusão.

- A situação é preocupante. Temo que isso seja uma reação forte da população de Altamira contra a hidrelétrica - afirmou o procurador federal Felício Pontes.

O procurador é um dos autores da ação ambiental ajuizada anteontem junto à Justiça Federal, pedindo a suspensão da licença. Ele acredita que só sairá uma decisão a respeito do assunto no início da semana que vem, após o governo ser ouvido.

Outra ação poderá ser julgada em Brasília na próxima quinta-feira, no Tribunal Regional Federal no DF.

O Ministério Público do Pará pediu a suspensão do empreendimento, sob a alegação de que, nas audiências públicas, os indígenas não foram ouvidos.


Fonte: http://bit.ly/hHCKSH




Nenhum comentário:

Postar um comentário