A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa grave, causada por um bacilo,o Mycobacteriumtuberculosis, denominado Bacilo de Koch em homenagem ao cientista Robert koch que o descreveu em 1882. Grande terror do século IX e boa parte do século XX, chegou a ser responsável por uma morte em quatro na Inglaterra de 1815, ainda em 1916 era responsável por uma em cada seis mortes na França.
Sem tratamento, ceifou milhares de vidas, principalmente entre os mais jovens, podemos citar algumas celebridades acometidas pela “peste cinzenta” como era conhecida na Europa, em função da cor pálida de seus portadores. Assim Anton Tchecov, escritor russo (44 anos), George Orwel, escritor britânico (46 anos), Julio Diniz, escritor português (31 anos) e os brasileiros Alvares de Azevedo (20 anos), Castro Alves (24 anos) ,José de Alencar (48 anos), Manoel Bandeira (82 anos) e Noel Rosa (26 anos) são apenas alguns famosos entre milhares de vitimas do grande mal. Até 1946 não existia tratamento para a doença que até então só podia ser prevenida, já que sua forma de transmissão já era conhecida, mas o aparecimento da streptomicina neste ano trouxe grande revolução e alivio para todos. Com o aparecimento de novas drogas e a combinação de três delas, Rifampicina, isoniazida e pirazinamida constitui o que conhecemos por Esquema I que é capaz de curar o paciente em 6 meses, sem necessidade de internações, levando os mais otimistas a preconizarem a sua completa erradicação até 2010, o que não aconteceu. Pacientes mal orientados, abandonos de tratamento, aparecimento da AIDS, uso de drogas levaram a um aumento do número de doentes e o aparecimento de cepas resistentes, levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) fazer um alerta global em 2003 e propor o DOTS (Tratamento Diretamente Supervisionado) com estratégia de controle da doença.
O grande problema da tuberculose é que sua transmissão se faz de pessoa a pessoa pela inalação do bacilo que é jogado no ar quando o doente espirra, tosse, fala, canta, escarra. Cada espirro joga no ar aproximadamente 2 milhões de bacilos e ao tossir 3,5 mil partículas do mesmo, que ao ser inalado por qualquer pessoa vai se instalar nos pulmões e em caso da mesma se encontrar com as defesas imunológicas debilitadas, pode vir a adoecer. Predominantemente um agravo de países subdesenvolvidos , o bacilo encontra na falta de saneamento básico, habitações precárias como barracos das favelas e da periferia de grandes cidades, falta de educação e alimentação precária da população, ambiente ideal para sua propagação. Penitenciárias arcaicas com suas celas fétidas, promíscuas, com presos amontoados uns sobre os outros,completam esse quadro tétrico, principalmente no Brasil. Doença de evolução lenta, seus principais sintomas são,tosse produtiva (com secreção) por mais de vinte e um dias, emagrecimento, desânimo, falta de apetite, febre discreta no período vespertino e sudorese noturna. De diagnóstico fácil e tratamento conhecido ainda hoje, todos os anos 60 milhões de pessoas são infectadas com tuberculose, com 2,5 milhões de mortes . Sem um controle mais adequado, estima-se que 1,5 bilhões de pessoas poderão adoecer até 2020.
A tuberculose é doença de controle e tratamento de responsábilidade da atenção primária da saúde, um simples exame de escarro (baciloscopia) é suficiente para seu diagnóstico. Uma radiografia de tórax orienta o médico sobre o grau das lesões pulmonares e, se o agente de saúde pode supervisionar diretamente o tratamento, onde estamos falhando? Sabemos que toda pessoa com tosse produtiva por mais de vinte e um dias é considerada um “sintomático respiratório” e possivel de ser um portador da doença.Temos que examina-los, pois quanto mais precocemente forem identificados e tratados adequadamente, estaremos evitando a propagação da doença. O pouco conhecimento de médicos que pensam em tudo, menos em tuberculose e o descaso de gestores estão nos levando a acreditar que estamos diante de um problema de consequências imprevisíveis.
Agora mesmo, o Governo anuncia com toda pompa, a construção de milhares de Unidades de Saúde grandiosas como uma das metas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em quase todos os municípios . Naturalmente com direito a inaugurações e discursos políticos para todos os gostos.Como a manutenção e contratação de pessoal para as mesmas deverão ser de responsabilidade das prefeituras, corremos o risco de vê-las se transformarem em formidáveis elefantes brancos espalhados por todos os recantos desse Brasil varonil. A instalação de um simples microscópio e a contratação de um técnico para as unidades já existentes já sería um formidável avanço em se tratando do controle e tratamento da tuberculose. Doenças como tuberculose, dengue, malária, mal de Chagas e hanseníase, necessitam mais de ações do que de construções. Será que é tão dificil as autoridades responsáveis pela Saúde Pública desse país, enxergarem isso?
Concluindo, vou repetir o que tenho colocado em outros artigos deste blog, é preciso que a saúde seja prioridade neste País . Estamos diante de uma doença que aterrorizou o mundo por séculos, acreditavamos tê-la dominado, mas diante da resistência adquirida pelos motivos aqui expostos, e já existe formas incuráveis, corremos o sério risco de o Mal do século XX, vir a se transformar também no Grande Problema de Saúde Pública do século XI.
o gov federal deveria usar o programa da secr municipal de saúde do RJ. Aqui o número de casos começou a cair no momento que além de remédios, os doentes recebiam cesta básica e vale transporte. Em entrevistas os médicos descobriam que muitos não se alimentavam direito e não tinham dinheiro nem para a passagem. A cesta e o vale transporte serviam de estímulo para que não abandonasse o tratamento.
ResponderExcluirinfelizmente, neste país, a medicina e a assistência social têm que caminhar juntos.
Esse é o Brasil boiolil, de varonil não tem nada. Uma vergonha, um atraso, essa e outras doenças ressurgindo com com alta prevalência. Um país onde grassa a corrupção, não tem lugar para a saúde, educação, segurança.
ResponderExcluirBoa noite Dr.!
ResponderExcluirMinha mãe é portadora de Granulomatose de Wegner, descoberta há quase 5 anos atrás, contudo controlada, ocorre que há seis meses atras a doença ainda que tratada, voltou a manifestar. Há mais ou menos 4 meses atras ela apresentou um quadro de tosse forte, seca, com catarro apenas na escuta, foi ao médico e este prescreveu antibiotico e espectorantes, nem preciso dizer que não fizeram efeito. Somente na semana passada a médica tomou a iniciativa de fazer uma TC e então puderam observar uma "caverna", foi chamada uma infecto e esta colheu amostras do catarro. Iniciaram o tratamento imediatamente com o RHZ. Ocorre Dr. que minha mãe apesenta um quadro de bastante debilidade tais como: fraqueza, falta de apetite, falta de ar, diarreia que não passa e nem se suspende com imosec, dores abdominais e perda de movimentos das pernas e mãos, raciocínio lento e desconexo, isso é comum? Quanto tempo leva para o tratamento começar a fazer efeito?
GOVERNO FEDERAL TUDO PELO SOCIAL E PELAS SOCIALITES DEPUTADOS ETC... Esse é o Brasil boiolil, de varonil não tem nada. Uma vergonha, um atraso, essa e outras doenças ressurgindo com com alta prevalência. Um país onde grassa a corrupção, não tem lugar para a saúde, educação, segurança.
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