Os primeiros 30 dias do governo Dilma parecem ter definido um estilo. Ela fala pouco em público. Quase nada quando comparada com seu antecessor. Há quem veja aí a tentativa de criação de uma imagem - a da executiva silente, discreta, misteriosamente eficiente. Pode ser. Há quem também se veja um tanto aliviado por não ter de tomar contato com os excessos verbais do ex-presidente Lula. Mas o mais provável é que a presidente, avessa ao contato com a imprensa, tenha optado por trilhar o mesmo caminho do francês Nicolas Sarkozy.
O marido de Carla Bruni só deu três entrevistas coletivas nos últimos quatro anos. O resto do tempo dedicado ao seu relacionamento com os meios de comunicação foi tomado por tentativas de controlar o conteúdo das publicações, seja por meio do veículos oficiais, pela pre$$ão constante aos donos de jornais, pela escolha detalhada dos seus entrevistadores, conforme relato da jornalista Leneide Duarte-Plon, que mora em Paris.
A opção do presidente em falar pouco e para poucos é, obviamente, muito criticada por jornais de postura independente, como o Le Monde e o Libération. E as citações feitas por esses jornais para lembrar Sarkozy sobre sua obrigação de se manifestar rotineiramente pode valer, num futuro próximo, para a presidente Dilma.
Nem precisa ser a presidente, pessoalmente, a se manifestar. O Le Monde lembra o hábito inglês de ter duas declarações diárias do porta-voz do primeiro-ministro (seja ele qual for); nos EUA, esse contato é, também, diário; na Alemanha, ele se dá três vezes por semana.
É da regra democrática o governante se comunicar com a Nação. É uma questão de educação - ele está no cargo por conta dos votos de milhões de eleitores. Mas é, principalmente, uma postura institucional. O país precisa saber o que pensa esse governante sobre os mais variados assuntos, que diariamente entram na pauta nacional. Governar em silêncio é como agir sem ter de dar satisfação de seus atos. E isso está longe de ser democrático
Antonio Carlos Leite.
O marido de Carla Bruni só deu três entrevistas coletivas nos últimos quatro anos. O resto do tempo dedicado ao seu relacionamento com os meios de comunicação foi tomado por tentativas de controlar o conteúdo das publicações, seja por meio do veículos oficiais, pela pre$$ão constante aos donos de jornais, pela escolha detalhada dos seus entrevistadores, conforme relato da jornalista Leneide Duarte-Plon, que mora em Paris.
A opção do presidente em falar pouco e para poucos é, obviamente, muito criticada por jornais de postura independente, como o Le Monde e o Libération. E as citações feitas por esses jornais para lembrar Sarkozy sobre sua obrigação de se manifestar rotineiramente pode valer, num futuro próximo, para a presidente Dilma.
Nem precisa ser a presidente, pessoalmente, a se manifestar. O Le Monde lembra o hábito inglês de ter duas declarações diárias do porta-voz do primeiro-ministro (seja ele qual for); nos EUA, esse contato é, também, diário; na Alemanha, ele se dá três vezes por semana.
É da regra democrática o governante se comunicar com a Nação. É uma questão de educação - ele está no cargo por conta dos votos de milhões de eleitores. Mas é, principalmente, uma postura institucional. O país precisa saber o que pensa esse governante sobre os mais variados assuntos, que diariamente entram na pauta nacional. Governar em silêncio é como agir sem ter de dar satisfação de seus atos. E isso está longe de ser democrático
Antonio Carlos Leite.
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