Sabe quanto custa uma caixa de Aspirina com 40 comprimidos na Argentina? R$ 12. Sabe qual é o preço médio desse mesmo produto no Brasil? R$ 45. Você não leu errado, a disparidade de preços dos produtos comprados em solo brasileiro é realmente enorme. Duas, três, até quatro vezes mais caros que no exterior. Um notebook dual core de 320 GB que por aqui custa, em média, R$ 2,5 mil, nos Estados Unidos pode ser adquirido por R$ 1,2 mil. Os dados são do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).
Veja tabela de preços dos produtos mais cobiçados
Qual o motivo de tamanha disparidade? Segundo os especialistas, parte do problema é relacionado ao real forte. Quando se faz a conversão com o real valorizado, os preços nacionais ficam maiores em dólar. Mas, ainda que o real tivesse uma desvalorização de 10% ou 20%, um grande número de produtos continuaria a ser muito mais caro no Brasil do que em outros países, já que a tributação brasileira é muito alta.
Os importados entram aqui por um preço muito além da média e os produtos internacionais fabricados por aqui - caso de carros, computadores, cosméticos e eletrodomésticos -, muitos com peças ou produtos importados, acabam sofrendo com o sistema de tributação vigente no Brasil. É o que diz o presidente do IBPT, João Eloi Olenike.
"Nossa carga tributária é muito pesada em cima do consumo, do produto final. Se você for comprar uma tesoura, por exemplo, o preço vai embutir IPI, ICMS, os pesados impostos sobre folha de pagamento, sobre o lucro, PIS e Cofins. Ou seja, o preço é alto porque a tributação é muito alta".
Olenike também critica o modelo de tributação. "No Brasil, os impostos incidem em efeito cascata. Quando você vai comprar a tesoura, há tributação embutida desde a produção do aço, da liga e daí para frente. Isso vai sendo repassado da indústria até chegar em você. Todos da cadeia produtiva colocam tributação em cima do preço. É a cumulatividade. Isso não existe no exterior, lá só se tributa o valor agregado, ou seja, quem fez a liga, paga pela liga. No Brasil, na maior parte das vezes, isso não acontece, vai acumulando".
O advogado Luiz Cláudio Allemand, presidente da Comissão Especial de Direito Tributário da OAB nacional, vai pelo mesmo caminho. "Além de termos uma tributação pesada, há outro agravante. No Brasil temos uma demanda muito grande, só que não temos infraestrutura industrial e logística para atender a toda essa demanda. O que acontece? Os preços sobem. A tributação alta também é uma forma de o governo segurar o consumo. Com os preços altos já há demanda, imagine o que ocorreria se os preços estivessem no mesmo patamar do exterior?".
Mais compras no exterior
Os brasileiros gastaram US$ 16,42 bilhões em viagens ao exterior no ano passado, novo recorde histórico. Na comparação com 2009, a conta cresceu 51%. O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, explica que o bom momento da economia brasileira, com emprego e renda em alta e câmbio favorável, alavanca o turismo em outros países.
De todas as despesas pagas em dólar, 61,9% foram via cartão de crédito. Ao todo, faturas dos clientes brasileiros exibiram, ao longo do ano passado, US$ 10,16 bilhões em compras em outros países. A conta cresceu expressivos 54% na comparação com 2009. No turismo, a única despesa que diminuiu foi nas viagens com fins educacionais, culturais ou esportivos, cuja conta somou US$ 42,4 milhões em 2010, com retração de 13% ante 2009.
Em um ano, o movimento de passageiros internacionais nos aeroportos brasileiros cresceu 21,2% e somou 15,9 milhões de pessoas em 2010.
Taxas espantam a Apple
Por causa das altas taxas dos importados, o presidente da Apple, Steve Jobs, teria recusado no ano passado um convite para abrir a primeira loja brasileira da marca no Rio de Janeiro. "Não podemos nem exportar nossos produtos (fabricados nos EUA) com a política maluca de taxação superalta do Brasil". No Brasil, o iPad de 16GB é vendido por R$ 1.649. Nos EUA, o mesmo modelo sai por R$ 850.
Fonte: A Gazeta - http://glo.bo/guJGWF
Veja tabela de preços dos produtos mais cobiçados
Qual o motivo de tamanha disparidade? Segundo os especialistas, parte do problema é relacionado ao real forte. Quando se faz a conversão com o real valorizado, os preços nacionais ficam maiores em dólar. Mas, ainda que o real tivesse uma desvalorização de 10% ou 20%, um grande número de produtos continuaria a ser muito mais caro no Brasil do que em outros países, já que a tributação brasileira é muito alta.
Os importados entram aqui por um preço muito além da média e os produtos internacionais fabricados por aqui - caso de carros, computadores, cosméticos e eletrodomésticos -, muitos com peças ou produtos importados, acabam sofrendo com o sistema de tributação vigente no Brasil. É o que diz o presidente do IBPT, João Eloi Olenike.
"Nossa carga tributária é muito pesada em cima do consumo, do produto final. Se você for comprar uma tesoura, por exemplo, o preço vai embutir IPI, ICMS, os pesados impostos sobre folha de pagamento, sobre o lucro, PIS e Cofins. Ou seja, o preço é alto porque a tributação é muito alta".
Olenike também critica o modelo de tributação. "No Brasil, os impostos incidem em efeito cascata. Quando você vai comprar a tesoura, há tributação embutida desde a produção do aço, da liga e daí para frente. Isso vai sendo repassado da indústria até chegar em você. Todos da cadeia produtiva colocam tributação em cima do preço. É a cumulatividade. Isso não existe no exterior, lá só se tributa o valor agregado, ou seja, quem fez a liga, paga pela liga. No Brasil, na maior parte das vezes, isso não acontece, vai acumulando".
O advogado Luiz Cláudio Allemand, presidente da Comissão Especial de Direito Tributário da OAB nacional, vai pelo mesmo caminho. "Além de termos uma tributação pesada, há outro agravante. No Brasil temos uma demanda muito grande, só que não temos infraestrutura industrial e logística para atender a toda essa demanda. O que acontece? Os preços sobem. A tributação alta também é uma forma de o governo segurar o consumo. Com os preços altos já há demanda, imagine o que ocorreria se os preços estivessem no mesmo patamar do exterior?".
Mais compras no exterior
Os brasileiros gastaram US$ 16,42 bilhões em viagens ao exterior no ano passado, novo recorde histórico. Na comparação com 2009, a conta cresceu 51%. O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, explica que o bom momento da economia brasileira, com emprego e renda em alta e câmbio favorável, alavanca o turismo em outros países.
De todas as despesas pagas em dólar, 61,9% foram via cartão de crédito. Ao todo, faturas dos clientes brasileiros exibiram, ao longo do ano passado, US$ 10,16 bilhões em compras em outros países. A conta cresceu expressivos 54% na comparação com 2009. No turismo, a única despesa que diminuiu foi nas viagens com fins educacionais, culturais ou esportivos, cuja conta somou US$ 42,4 milhões em 2010, com retração de 13% ante 2009.
Em um ano, o movimento de passageiros internacionais nos aeroportos brasileiros cresceu 21,2% e somou 15,9 milhões de pessoas em 2010.
Taxas espantam a Apple
Por causa das altas taxas dos importados, o presidente da Apple, Steve Jobs, teria recusado no ano passado um convite para abrir a primeira loja brasileira da marca no Rio de Janeiro. "Não podemos nem exportar nossos produtos (fabricados nos EUA) com a política maluca de taxação superalta do Brasil". No Brasil, o iPad de 16GB é vendido por R$ 1.649. Nos EUA, o mesmo modelo sai por R$ 850.
Fonte: A Gazeta - http://glo.bo/guJGWF
E qual a solução para este problema que nos faz gastar mais nosso suado dinheirinho e nos faz pagar taxas altissimas em impostos,que nunca revertem a nosso favor??
ResponderExcluirsimonert