sexta-feira, 25 de novembro de 2011

ONDE O CRIME COMPENSA


Esse caso da redução da multa aplicada pelo Iema à Samarco é uma verdadeira agressão às consciências cidadãs do Estado.

Reincidente na prática de crimes ambientais, a empresa mereceu do diretor-presidente do Iema, Aladim Fernando Cerqueira, uma espécie de compensação, ao reduzir de R$ 5.420.000,00 para R$1.980.000,00 uma multa que punia um grave crime ambiental.
Para Aladim, entretanto, o crime nada tinha de grave. E é claro que tinha.

Deem os leitores uma olhada na matéria a respeito, nesta edição, e verão que se tratou de algo inadmissível numa gestão ambiental que se preze, e que deveria fazer valer os direitos da população e não a prática de agrados a predadores ambientais.

Muito já se comenta nos meios políticos que está na área ambiental do governo o grande problema da gestão Renato Casagrande. Não sabemos se é este, realmente, o gargalo da administração atual.
Mas é fora de dúvidas que se trata de um setor fortemente comprometido com os grandes conglomerados industriais que emporcalham o ambiente em nosso Estado. Comprometimento que começa lá no alto, na cadeira em que se senta o secretário Ruy Carnnelli.

Este cidadão não tem, nem mesmo, tradição de militância na área ambiental. É um executivo – de duvidosa competência, inclusive –, mas não um técnico, a quem se possa criticar por ações objetivas.
As críticas que ele tem recebido dos militantes da causa ambiental são de cunho político, pois nada mais é do que um instrumento a serviço das ações políticas de seu padrinho, o ex-governador Paulo Hartung.

Como, então, poderia ele interferir num caso escandaloso como este da redução da multa aplicada à Samarco? Isso jamais ele faria.
Quanto ao diretor-presidente do Iema, ainda não disse, objetivamente, a que veio. E, neste caso da Samarco, cometeu, no mínimo, um ato de tolerância descabida.

O crime pelo qual a empresa fora multado ocorreu no dia 10 de fevereiro deste ano, como constatou o próprio Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídrico, por meio de fiscalização.
A empresa simplesmente tingiu de vermelho, com seus rejeitos minerais, as águas do mar na praia do
Além. Surfistas e banhistas de lá fugiram apavorados.

Mas essa equipe de Aladim é muito engraçada. Uma de suas auxiliares – vejam só este detalhe na matéria da repórter Flávia Bernardes – disse que o valor inicial da multa não era justo porque só quem freqüenta a praia são surfistas.

É ou não é de duvidar da seriedade dessa gente? O laudo da Gerencia de Fiscalização do Iema apontou quatro agravantes no episódio e nenhum atenuante. E ainda destacou a reincidência específica da empresa no mesmo tipo de crime, chegando ao valor de R$ 5.420.000,00.

Com isso não concordou Aladim, secundado por seus auxiliares. Para os quais crime ambiental, no Espírito Santo, não pode nem deve ser punido com rigor.
Este, para eles, é o tipo de crime de compensa.

Fonte: Séculodiario

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