domingo, 20 de outubro de 2013

A ARENA VEM AÍ!

Amarildo
Criada em 1966 e responsável pela eleição de todos os presidentes do Brasil durante o regime militar, a Aliança Renovadora Nacional (Arena) está de volta. O partido, que defende o conservadorismo, o nacionalismo, a maioridade penal aos 16 anos e até mesmo o integralismo – corrente ultraconservadora favorável à manutenção das hierarquias sociais – já tem diretório nacional reconhecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e busca musculatura para entrar no páreo nas eleições de 2016.

À frente dessa movimentação, não está nenhum militar ou figura que tenha vivenciado o período da ditadura. Quem defende a volta da Arena, com base nos preceitos militares, é uma estudante gaúcha nascida em 1989. Criada na região metropolitana de Porto Alegre, Cibele Baginski se diz desiludida com os atuais partidos. “De cabeça, não me lembro de nenhum que seja honesto, mas deve ter”.

Beneficiária de uma das principais bandeiras sociais do governo Lula – o ProUni, que concede bolsas de estudo em faculdades particulares a estudantes com baixa renda familiar, egressos de escolas públicas –, a nova presidente nacional da Arena quer o fim das cotas raciais e sociais e o isolamento de traficantes em presídios.

“Não vou te dizer 'faça uma prisão em forma de triângulo em uma ilha deserta', mas é preciso ouvir especialistas, porque muitos traficantes continuam atuando de dentro das prisões e isso pega mal para o país”, avalia Cibele, que acrescenta aos seus anseios a volta da Educação Moral e Cívica à grade curricular das escolas, porque “faltam noções de etiqueta” aos brasileiros.

A líder da “nova” Arena desconsidera as atrocidades do regime militar e ressalta que “as pessoas mais velhas têm saudade” do partido que pretende trazer de volta à vida. Dizendo que “as medidas provisórias” usadas pelo modelo presidencialista “são absurdamente ditatoriais”, Cibele afirma: “o decreto-lei (usado pelos militares) era menos perigoso”.

Hoje a Arena tem quase metade das 491 mil assinaturas necessárias para ser reconhecida. Num momento em que os partidos estão em crise de identidade e a política cada vez mais desacreditada, ter um discurso contundente, sem medo de posicionamentos, pode ser um diferencial. Mas, neste caso, remete o Brasil a um passado nada glorioso, onde o simples fato de discordar do poder era sinônimo de mordaça. É andar para trás.

"Jair Bolsonaro é um cara espontâneo"



Bolsista do Programa Universidade para Todos (ProUni), lançado pelo ex-presidente Lula (PT), a universitária Cibele Bumbel Baginski quer atuar como advogada. Aos 24 anos, a gaúcha de Porto Alegre se uniu a um grupo de amigos de Caxias do Sul para recriar a Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido que sustentou o regime militar no país. Admiradora do deputado Jair Bolsonaro, a jovem defende valores morais, condena beijos em público e diz que o PSDB e o PSB, partidos que hoje se colocam como opositores do PT de Dilma Rousseff, são siglas semelhantes. Confira a entrevista:

Como surgiu a ideia de refundar a Arena?

Eu trabalho, já há algum tempo, com amigos e colegas de trabalho que dialogam sobre política. Chegou uma hora que o grupo estava tão indignado que alguém disse: 'vamos ver como se monta um partido?'. Pesquisamos os ideais, a cartilha de propostas, projetos de governo antigos. Vimos que alguns temas, como a falta de emprego, a seca no Nordeste, a desnutrição, ainda existem. O Brasil não se desenvolveu.


Será uma reprodução do partido que deu apoio aos militares?

É uma releitura mais moderna, porque temos que olhar para frente. Ninguém dirige um carro olhando pelo retrovisor. A gente quer trabalhar pelo Brasil do futuro, com uma perspectiva de algo novo e moderno. As pessoas não estão acostumadas a serem ouvidas. Se você for formar um grêmio estudantil, um diretório, as pessoas ficam te olhando sem saber o que fazer, porque sempre há um grupo com ideias prontas, com o modelo já formulado.

Como está a coleta de assinaturas? Em quantos Estados vocês já têm diretórios?

Está dando bastante trabalho. A gente tem uma falha muito grande ao chegar aos cartórios, porque as pessoas têm letras horríveis, os nomes são muito comuns, não se acham os números de títulos eleitorais. Estamos beirando as 200 mil assinaturas. Nossa meta é ter o partido reconhecido para a eleição de 2016, e já temos diretórios no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, Pernambuco, Ceará, Sergipe, Amapá, Roraima, Acre e Amazonas.


O DEM e o PP são remanescentes da Arena. O que deu errado?

Eu já fui do DEM e eles são centristas. Defendem o liberalismo moderado. O PP, se fores olhar, verás que eles têm vergonha de terem sido Arena. A direita tem bastante vergonha de ser direita. O nível de instrução das pessoas não chega ao nível de elas procurarem saber das coisas. Tem gente que prefere acreditar nas novelas.


O PSDB, com Aécio Neves, e o PSB, de Eduardo Campos, se colocam como opositores do PT. Qual sua avaliação?

O PSDB não se difere do PT, e o PSB, pelo menos aqui no Sul do Brasil, é um partido de microempresários. Os dois se apresentam como sendo ‘o novo’, e terão que mostrar isso.

Uma proposta da Arena é o retorno do ensino de Educação Moral e Cívica e Latim nas escolas. Qual a utilidade disso?

As pessoas não sabem como se comportar num evento, não sabem os símbolos do país. Isso existia antes e ninguém reclamava, muito pelo contrário, porque se aprendia a receber turistas, a se comportar no exterior. Hoje as pessoas não sabem nem por que tem estrelinhas na bandeira do Brasil. Quanto ao Latim, não defendo fazer as crianças fluentes, porque realmente não serviria para nada. Mas serviria para ampliar o idioma, entender as normas de Língua Portuguesa.

No seu Facebook, há uma foto em que você aparece ao lado do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RS), um político que defende a volta dos militares e adota posturas ditas como homofóbicas. Você o admira?

Jair é uma pessoa espontânea. Às vezes o que acontece é uma interpretação errada do que ele diz. Não acho que ele seja preconceituoso com essas pessoas. Ele só não quer que façam coisas obscenas na frente das famílias com filhos. Ele sabe que tem gente que exagera.


Dois homens ou duas mulheres se beijarem em público é obsceno?

Assim como um homem e uma mulher também. Tem criança que não entende.

Então os casais não devem se beijar em público?

Um cara quase 'comendo' o outro na frente de alguém é uma cena complicada. Tem pessoas que se transformam em máquinas de sucção. Bom-senso e noção é algo que qualquer um deve ter.
Fonte: Praça Oito - A Gazeta

3 comentários:

  1. Quem viveu 24 anos viveu o que??? Sabe o que??? Retrocesso puro e perigoso, o BRASIL tem que rejeitar isso e estas pessoas que pensam saber algo e nada sabem na real.

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  2. QUE ABSURDO,COLOCAR A POUCA IDADE DA MOÇA COMO MOTIVO DE REJEIÇÃO,ALEM DISSO, GOVERNARAM O BRASIL SOMENTE PESSOAS COM MUITO MAIS IDADE QUE ELA E ME DIGA,RESOLVERAM?

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  3. QUE ABSURDO,COLOCAR A POUCA IDADE DA MOÇA COMO MOTIVO DE REJEIÇÃO,ALEM DISSO, GOVERNARAM O BRASIL SOMENTE PESSOAS COM MUITO MAIS IDADE QUE ELA E ME DIGA,RESOLVERAM?

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