sábado, 16 de novembro de 2013

MELHORES DO ANO - PARTE 2

Desrespeitado público! Hora de conferir mais candidatos ao Melhores do Ano, que já agita os bastidores políticos. Vamos às novas categorias que, a cada semana, dão vida ao absurdo.

Começamos com o troféu “Quem te viu, quem te vê” e seu favorito: o delegado Fabiano Contarato. Após usar a mídia como justiceiro, Contarato filiou-se ao PR de Magno Malta e engrossou o grupo de quem faz política usando a fé – que move montanhas – para mover as urnas.

Aquele que sempre criticou o uso da política para fins pessoais, se aliou a quem veste a camisa de si mesmo. Contarato sai na frente na disputa, afinal, de ícone da novidade, tornou-se, em dias, apenas “mais do mesmo”.

Mas quem também surpreendeu foi Paulo Maluf (PP). Isso porque o deputado foi condenado a pagar multa de R$ 42,3 milhões e perdeu seus direitos políticos por cinco anos. Definitivamente, Maluf não é mais o mesmo. Onde está aquele deputado que convence que a mentira é verdade? Maluf sofrer as consequências da lei no Brasil é, no mínimo, amadorismo da defesa. Quem te viu, Paulinho...

E atenção para o título “Casa de Ferreiro, espeto de pau”, marcado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Após o espetáculo do governo sobre a espionagem americana, a outra face veio à tona: em 2003 e 2004, a Abin monitorou diplomatas da Rússia, do Irã e do Iraque. E mais: no início do governo Lula, a Agência conduziu a Operação Mídia para espionar jornalistas e donos de emissoras. A denúncia partiu do tenente-coronel André Costa, ex-analista de informações da Abin. Em 2004, ao relatar a operação aos seus superiores, André foi demitido em dois dias.

Porém, o páreo é duro com João Stédile, diretor nacional do MST. Na teoria, Stédile defende os camponeses e chama o governo Dilma de “tecnocrata de costas para o povo”. Curioso é que somam-se as denúncias de desvio de recurso público repassado para entidades ligadas ao MST. Desde 2003, foram mais de R$ 152 milhões em nome do povo, o que resultou no bloqueio de bens das entidades.

No último dia 6, Stédile esteve na Ufes, para delírio dos Sem-Terra de classe média. Seu discurso sobre a “imprensa burguesa”, “classe trabalhadora” e “luta de classes”, foi tão atual que lembrou o século XIX. Ainda mais moderna é a concepção de que o Brasil deve viver uma revolução armada socialista. O sucesso prático de suas ideias vem no Relatório da Ouvidoria Agrária Nacional: em 2013, o MST teve o pior ano de sua história, somando apenas 78 ocupações pelo país.

Outro cobiçado reconhecimento é o “Tal pai, tal filho”. Nessa área, os filhos de Lula conduzem a fila dos empresários de sucesso, sobretudo o Lulinha. Ao fim dos oito anos de presidência, os herdeiros figuraram como sócios de seis empresas. Uma delas, a Gamecorp, fechou 2009 com faturamento de R$ 11,8 milhões. Segundo o pai, o sucesso se deve ao fato do filho ser “o Ronaldinho dos negócios”. Curiosamente, Lulinha passou a jogar bem após o pai assumir o governo. Até 2002, atuava como monitor no Parque Zoológico de São Paulo com uma bolsa mensal de R$ 600,00.

Já o deputado Esmael de Almeida (PMDB) tomou posse por aqui na última semana e, com o plenário lotado de pastores, se comprometeu a lutar “pelos princípios bíblicos e pela família tradicional”. Para isso, o ungido deputado disse que irá se opor ao “sistema anticristão e imoral em nosso país” que leva, por exemplo, a educação sexual para as escolas.

Seguindo seus passos, o vereador Davi Esmael carrega um lema: “Deus é a nossa força” e se define como “vocacionado para a política”. Como parlamentar, Davi participou do programa Vitória Alfabetizada de um modo especial: doando Bíblia para os alunos. Segundo o ungido, além de alfabetizar, a Bíblia “evangeliza, ganha almas e discípula”. Oh glória!

A cada semana a disputa ganha excelências de peso. Os dias correm com ares de prisão em Brasília e novas categorias chegam a mim por e-mail. Participe também! Eles no presentearam o ano inteiro. Agora é nossa vez de premiá-los!

Gabriel Tebaldi

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